O real brasileiro detém um título vergonhoso neste ano: é a moeda com pior desempenho, caindo mais de 20% para um recorde de quase R$ 6,3 por dólar. A situação piorou ainda mais na última semana com a venda acelerando apesar de várias intervenções do Banco Central.

A queda é alimentada pelo pânico em relação aos planos fiscais. Em novembro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente de esquerda, anunciou um programa há muito aguardado para conter os gastos, incluindo limites salariais para os trabalhadores do setor público.

Ao mesmo tempo, no entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu cortes extensivos de impostos para trabalhadores de baixa e média renda. Os investidores interpretaram o anúncio como prova de um compromisso insuficiente com a disciplina fiscal.

Dado o déficit orçamentário do Brasil de quase 10% do PIB (Produto Interno Bruto) e a dívida bruta de quase 90% do PIB, os nervosismo são compreensíveis.

Em 17 de dezembro, o Banco Central vendeu mais de US$ 3 bilhões em reservas cambiais em uma tentativa fracassada de sustentar o real. Já aumentou as taxas de juros três vezes desde setembro, incluindo um aumento surpresa de um ponto percentual em 11 de dezembro.

Mesmo com muitos bancos centrais de mercados emergentes começando a cortar taxas, seguindo o exemplo do Federal Reserve, dos Estados Unidos, os investidores esperam mais aperto monetário no Brasil ao longo do próximo ano.

Os títulos do governo brasileiro de dois anos agora rendem mais de 15%, acima de pouco menos de 10% no final de 2023.

Mas o rigor monetário não está surtindo efeito. Os mercados financeiros clamam por uma reversão fiscal, que o governo reluta em oferecer.

“Sabemos exatamente como chegamos aqui, então sabemos como sair daqui. Precisamos andar para trás”, diz Alberto Ramos, chefe de pesquisa econômica para a América Latina do Goldman Sachs, um banco. “Quanto mais você espera, maior o risco de que as coisas sejam feitas da maneira difícil, e o mercado forçará a correção. Os sintomas de uma crise estão aí.”

_{Texto de The Economist, traduzido por Fernanda Brigatti, publicado sob licença. O artigo original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com}

Os militares dos EUA disseram ter conduzido ataques aéreos de precisão no sábado contra uma instalação de armazenamento de mísseis e uma instalação de comando e controle operada por Houthis apoiados pelo Irã na capital do Iêmen, Sana’a.

Num comunicado, o Comando Central militar dos EUA disse que os ataques visavam “perturbar e degradar as operações Houthi, tais como ataques contra navios de guerra e navios mercantes da marinha dos EUA no sul do Mar Vermelho, Bab al-Mandeb e Golfo de Aden”.

Os militares dos EUA também disseram que atingiram vários drones Houthi unidirecionais e um míssil de cruzeiro antinavio sobre o Mar Vermelho e que o ataque refletiu o seu “compromisso contínuo de proteger o pessoal dos EUA e da coligação, parceiros regionais e transporte marítimo internacional”.

O ataque de sábado seguiu-se a um ataque semelhante na semana passada por aeronaves dos EUA contra uma instalação de comando e controle operada pelos Houthis, que controlam grande parte do território. Iémen.

Na quinta-feira, Israel lançou ataques contra portos e infraestruturas energéticas em partes do Iémen controladas pelos Houthi e ameaçou mais ataques contra o grupo, que lançou centenas de mísseis contra Israel no ano passado.

O grupo apoiado pelo Irão no Iémen tem atacado a navegação comercial no Mar Vermelho há mais de um ano para tentar impor um bloqueio naval a Israel, dizendo que está a agir em solidariedade com os palestinianos na guerra de um ano de Israel em Gaza.

Os ataques aos navios por parte dos Houthis, que também lançaram mísseis contra Israel, provocaram ataques retaliatórios por parte dos EUA e da Grã-Bretanha.

O ataque dos EUA a Sanaa ocorreu no mesmo dia em que um míssil Houthi atingiu o centro comercial de Israel, Tel Aviv, ferindo 16 pessoas, no segundo ataque deste tipo em dias.

Os EUA procuram apoio global para dar à ONU poderes mais claros para interditar navios no Mar Vermelho em direção aos portos do Iémen controlados pelos Houthi, como parte de uma tentativa concertada de enfraquecer o grupo apoiado pelo Irão, de acordo com o enviado especial dos EUA.

Está também a considerar a redesignação do Houthis como um grupo terrorista, uma medida que tornaria mais difícil para as organizações humanitárias operarem nas partes do Iémen controladas pelos Houthi.

Oleksandr Usyk permaneceu invicto quando defendido com sucesso seu indiscutível cinturão de pesos pesados ​​com uma decisão unânime sobre Tyson Fury na noite de sábado em Riade, na Arábia Saudita.

Os juízes Gerardo Martinez, Patrick Morley e Ignacio Robles tiveram pontuações idênticas a favor de Usyk, 116-112.

Usyk acertou 179 dos 423 (42 por cento) socos desferidos, enquanto Fury (34-2-1, 24 KOs) acertou apenas 144 dos 509 socos que deu, um clipe de 28 por cento.

Questionado se concordava com a pontuação dos jurados, Usyk deu a entender que não cabia a ele questionar, apenas boxear. “Eu ganhei, é bom”, disse Usyk (23-0, 14 KOs). “Não é da minha conta. Eu ganho. Obrigado, Deus.”

A tão esperada revanche de uma luta de maio em que Fury sofreu sua primeira derrota fez jus ao hype desde o momento em que os boxeadores entraram na arena.

A equipe de Usyk solicitou à Comissão de Boxe Profissional do Oriente Médio durante a reunião de regras de sexta-feira que determinasse que Fury aparasse a barba antes da revanche pelo campeonato unificado de pesos pesados.

Ele tinha uma barba tão forte quanto a do Papai Noel menos de uma semana antes do Natal, mas o homem de 36 anos passeava com a barba por fazer e vestia um roupão vermelho brilhante com tema de Natal com All I Want for Christmas is You de Mariah Carey acompanhando sua caminhada até o anel.

Depois que Fury abriu a luta com um ritmo bastante rápido e controlou os dois primeiros rounds, Usyk respondeu no terceiro e quarto rounds trabalhando o corpo enquanto deslizava em combinações ocasionais de força na cabeça.

Fury acertou vários golpes importantes no quinto assalto, mas a mão esquerda de Usyk foi a história no sexto, cambaleando seu oponente maior e mais alto duas vezes.

Na segunda metade da luta, ficou evidente que carregar o peso extra estava desgastando Fury, pois o ritmo começou a alcançá-lo enquanto a abordagem calma e paciente de Usyk o favorecia. A habilidade de Usyk de entrar, atacar rapidamente e causar dano a Fury com combinações pungentes foi a diferença.

Sentindo a pressão, um Fury espirituoso saiu balançando no dia 10, intimidando Usyk ao longo do round. Usyk às vezes o segurou com um soco firme, enquanto um gancho de Fury marcou no final.

A velocidade de Usyk voltou à vida no dia 11, acertando combinações violentas na cabeça de Fury para mantê-lo afastado.

Os dois trocaram uma série de socos no round final, Fury esperando causar uma impressão final nos juízes enquanto Usyk procurava um ponto de exclamação.

Turki Alalshikh, presidente da Autoridade Geral de Entretenimento da Arábia Saudita, anunciou no X (antigo Twitter) no início da semana que um juiz experimental de IA também retornaria os resultados. O inovador sistema virtual fez com que Usyk vencesse por 118-112.

Fury, que agora está com 5 a 1 nas revanches, deixou o ringue imediatamente após o anúncio do resultado, mas depois disse aos repórteres no vestiário: “Achei que tivesse vencido por pelo menos três rounds. Eu mandei a luta.

Falando na coletiva de imprensa, com o olho direito machucado, ele acrescentou: “Achei que tivesse vencido as duas lutas, mas agora tenho duas derrotas no meu cartel, então não há muito que possa fazer a respeito.

“Posso lutar com todo o coração e fazer o melhor que posso. Mas sempre acreditarei, até o dia de minha morte, que venci aquela luta.”

Desta vez, apenas três cinturões estavam em jogo depois que o IBF destituiu Usyk por não enfrentar seu desafiante obrigatório, Daniel Dubois.

Dubois interrompeu a entrevista pós-luta de Usyk, pegou o microfone e exigiu a revanche da luta de 26 de agosto de 2023. Usyk venceu por nocaute no nono round.

“Eu quero minha vingança, Usyk”, disse Dubois. “Muito bem esta noite, mas quero minha vingança.”

Usyk agradeceu dizendo aos poderes presentes: “Excelência, faça-me lutar com Daniel. Muito obrigado.”