Aconteceu muito mais que um jogo.
O que houve na noite da última quinta-feira no estádio corinthiano se chama celebração.
Celebração além do gol, da vitória ou da derrota.
Celebração pela vida de quem fez, faz e fará parte do dia a dia de toda uma nação, a brasileira e, especialmente, a corinthiana.
Quando, em pouco mais de 15 minutos, já estava 2 a 0 em jogo tão decisivo para a permanência do Corinthians na Série A, alguma coisa parecia fora da ordem na noite de Washington Olivetto, como se faltasse o sofrimento.
Ainda no primeiro tempo não faltou mais, porque o Athletico empatou.
Washington, Corinthians, Athletico, onde havia tanto h na homenagem a um dos mais importantes corinthianos de todos os tempos, haveria também superação.
E houve! E como houve!
Aquelas camisonas com o nome e a foto dele, “A Fiel nunca esquece” estampada em todos os cantos, da entrada ao telão, o placar inaugurado com golaço de Matheuzinho, com h, é claro!, só haveria de ser coroado com o primeiro gol do holandês Memphis, noutro golaço com h, em cobrança de falta do craque que, antes da obra-prima, ralou na grama para desarmar o adversário na defesa, sofrer a falta no ataque, e estabelecer o 3 a 2, depois ampliado para a goleada épica por 5 a 2.
O Corinthians vive. Washington Olivetto vive!
Pentacampeãs
Estava óbvio que o começado na quinta-feira continuaria no sábado e as Brabas não decepcionaram na final da Libertadores contra as colombianas do Santa Fé porque, elas que desculpem, mas quem anda com mais fé que a Fiel a humanidade ainda desconhece.
Sem sofrer, as Brabas fizeram 2 a 0 em Assunção.
Só falta agora completar fim de semana tão especial com o começo de outra, neste domingo, diante do Flamengo, missão dura, contra rival superior, mas que enfrentará o que aparenta ser uma onda de religiosidade inexplicável até mesmo para Washington Olivetto, o único que poderia criar a frase procurada para definir o corinthianismo.
Quem viu o gênio Jorge Benjor em prantos na missa de Washington Olivetto entendeu do que se trata.
Alô, alô, W/Brasil!
Impactante
Se a quinta-feira foi gloriosa para o alvinegro paulista, a sexta foi meio desastrosa para o carioca.
Nunca que o líder Botafogo poderia ter empatado com o Criciúma, na parte de baixo da tabela, e no Maracanã com quase 65 mil torcedores, principalmente depois de fazer 1 a 0 nos acréscimos e permitir o 1 a 1.
Por magia, porém, na mesma noite, em São Paulo, um dos maiores botafoguenses do país, o cineasta Walter Salles Júnior, apresentou em pré-estreia seu já aclamado internacionalmente filme “Ainda estou aqui”, com atuações excepcionais de Fernanda Torres, Selton Mello e a gigantesca Fernanda Montenegro.
Filme obrigatório e que deveria passar em praça pública pelo Brasil afora para quem não saiba ou minimize o que foram os anos de chumbo no país.
Até as pedras se indignarão ao ver as cenas em que Fernanda Torres, representando Eunice Paiva, a viúva do deputado Rubens Paiva, morto e desaparecido pela ditadura, passa pelos porões do Exército.
O Botafogo pode até perder pela segunda vez o título para o Palmeiras.
Walter Salles não deve perder o Oscar de filme estrangeiro.
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