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Mulheres são pelo menos 60% das ginecologistas no país – 30/10/2024 – Equilíbrio e Saúde

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Mulheres são pelo menos 60% das ginecologistas no país - 30/10/2024 - Equilíbrio e Saúde

Andreza de Oliveira

No Brasil, a ginecologia é dividida de forma equilibrada entre homens e mulheres. São 60,9% de mulheres exercendo a especialidade ante a 39,1% de homens, segundo a Demografia Médica da AMB (Associação Médica Brasileira). No total, o estudo contabilizou 37.327 profissionais com o título no país até 2023.

Por outro lado, especialidades em que a maior parte dos pacientes é homem, como a urologia, tem 97,1% de homens exercendo a profissão e apenas 2,9% das mulheres ocupando o mesmo cargo.

Médico ginecologista e obstetra há quase meio século, Cesar Eduardo Fernandes é presidente da AMB e diz ter assistido a uma transição dentro da especialidade. Em décadas anteriores, o número de homens na profissão era muito maior que o de mulheres em qualquer área.

A mudança na ginecologia passou a ser mais perceptível, segundo ele, há uns 20 anos —o que pode justificar ainda uma percepção de que mulheres mais velhas tendem a aceitar mais facilmente um profissional homem a examinando, diferente das mais jovens.

“Essas mulheres [mais velhas] podem estar acostumadas a passar com ginecologistas homens e se sentem acolhidas e respeitadas assim. Em relação às mais jovens, vejo uma oferta maior de profissionais mulheres da ginecologia, mas não dá para afirmar se elas preferem por um maior conforto ou por uma questão de oferta, ou os dois”, diz Fernandes.

Entre pacientes, é comum que algumas prefiram atendimento com profissionais do mesmo gênero, enquanto outras tendem a mostrar predileção por homens.

Em uma consulta de rotina com a ginecologista, a estudante Beatriz Acarine, 20, se sentiu desconfortável com uma fala da médica. O episódio resultou em um vídeo de desabafo nas redes sociais em que a jovem buscava encorajar outras meninas a deixarem de temer o atendimento ginecológico com homens.

Preocupada com a saúde íntima desde os 13 anos, a estudante sempre optou por médicas ginecologistas mulheres para se sentir mais confortável.

Em uma dessas consultas, após queixar-se de dor ao fazer um exame, a médica disse à jovem que o canal vaginal tinha sido feito para acomodar um pênis, então a dor do bico de pato —instrumento utilizado no papanicolau— seria menor.

“Na época eu até achei engraçadinho. Mas aquela fala me incomodou e não quis mais ser atendida por ela”, diz Beatriz que, por conta do ocorrido, decidiu seguir os passos da mãe e da avó que só gostavam de se consultar com homens.

Para ela, a consulta com um profissional do gênero oposto ocorreu dentro do esperado, com a diferença de que, neste caso, uma auxiliar entrou no consultório para acompanhar o atendimento à Beatriz.

Uma determinação do CFM (Conselho Federal de Medicina) diz que, para atendimento ginecológico, é indicada a presença de uma pessoa do gênero feminino. De acordo com a presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), Maria Celeste Osório Wender, esse parecer dá, além de segurança ao paciente, uma tranquilidade maior ao médico.

Além disso, a Lei 14.737, sancionada em 2023, garante às mulheres o direito de ter um acompanhante em qualquer tipo de atendimento realizado nos serviços de saúde públicos e privados, especialmente em procedimentos que envolvam sedação ou anestesia, nos quais a mulher possa estar em situação de vulnerabilidade.

Comentários vindos de médicos como a que atendeu Beatriz, apesar de tentar ilustrar a situação ao paciente, são subjetivos e podem gerar mal-entendidos, segundo a médica.

O recomendado, de acordo com a representante da Febrasgo, é que os profissionais expliquem o que está acontecendo com o corpo do paciente sempre pedindo permissão e descrevendo o que vai ser feito. “Precisa ser anunciado de alguma maneira para que o paciente se sinta confortável e entenda que aquilo aquilo vai ser executado com respeito e rigor científico”, diz Wender.

Diferente de Beatriz, a jornalista Marina Azambuja, 30, diz que opta por profissionais mulheres da ginecologia.

Natural de Frutal (MG), a cerca de 600 km de Belo Horizonte, Marina sempre se consultou com a mesma profissional, indicada por familiares e a quem até chamava de tia. “Ela me deixava muito à vontade e tirava todas as minhas dúvidas. Me sentia tranquila com o meu corpo”, diz.

Ao se mudar para São Paulo (SP), precisou também mudar a médica. Após ouvir diversos comentários de outras mulheres que faziam acompanhamento com homens, decidiu buscar atendimento com um ginecologista do gênero oposto. A experiência não agradou. “Tinha dúvidas sobre métodos contraceptivos e pensava em colocar DIU, mas ele não me explicou nada sobre o que era”, afirma Marina.

Relatar coisas pessoais da vida íntima e até mesmo para fazer o exame ginecológico com um profissional homem também assombra a jornalista, que diz se sentir desconfortável. “Não quero falar da minha vida íntima e nem ficar nua na frente de um homem que não conheço. Da última vez me senti constrangida e o exame chegou a ser doloroso”.

Casos de assédio como de Roger Abdelmassih e de outros médicos que ganharam repercussão nacional também corroboram para a opinião de Marina. “Não gosto nem de pensar que poderia ser comigo. Então prefiro sempre ser atendida por mulheres porque sei que não vou correr esse risco”.

De acordo com Wender, há uma tendência de que a proporção de mulheres atuando na ginecologia seja maior com o tempo. O percentual do gênero se formando dentro das faculdades de medicina têm crescido, assim como o interesse desse público pela especialização.

“E várias questões podem explicar isso, desde mercado a uma maior afinidade das mulheres nessa especialidade”, explica a médica.

Para a presidente da Febrasgo, a predileção pelo profissional de um gênero ou de outro pode ser muito individual. “Mas eu acho que nos resume a uma questão de gênero, e cada pessoa tem aí a sua competência, a sua afinidade, a sua compreensão, perspicácia. Acho que independe de gênero”, diz Wender.

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Dezenas de pessoas morrem enquanto a violência sectária aumenta em Kurram, no Paquistão | Notícias sobre religião

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Dezenas de pessoas morrem enquanto a violência sectária aumenta em Kurram, no Paquistão | Notícias sobre religião

Os combates renovados entre grupos muçulmanos sunitas e xiitas são os últimos de uma série de ataques que atingiram partes da província de Khyber Pakhtunkhwa.

Pelo menos 32 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas em novos combates entre grupos muçulmanos sunitas e xiitas no noroeste do Paquistão, dizem as autoridades.

A violência durante a noite de sábado foi a última a abalar Kurram, um distrito na província de Khyber Pakhtunkhwa, poucos dias depois de um ataque mortal em um comboio na mesma área matou dezenas de pessoas.

Falando à agência de notícias AFP sob condição de anonimato, um alto funcionário administrativo disse que o número de mortos no último incidente incluía 14 muçulmanos sunitas e 18 muçulmanos xiitas. Outros 47 ficaram feridos, acrescentou o funcionário.

Um alto oficial da polícia paquistanesa também confirmou os combates de sábado à agência de notícias Associated Press, estimando o número de mortos em 33 e de feridos em 25.

O oficial, que também falou anonimamente porque não estava autorizado a falar com a mídia, disse que homens armados em Bagan e Bacha Kot incendiaram lojas, casas e propriedades governamentais.

O tiroteio intenso continuava entre as tribos Alizai e Bagan na área de Lower Kurram.

“As instituições educacionais em Kurram estão fechadas devido à forte tensão. Ambos os lados estão atacando um ao outro com armas pesadas e automáticas”, disse o oficial.

Vídeos e imagens postados nas redes sociais mostraram um mercado engolido por fogo e chamas alaranjadas perfurando o céu noturno. Tiros também podem ser ouvidos.

Kamal Hyder, da Al Jazeera, reportando de Islamabad, disse que um toque de recolher foi imposto na área e os serviços móveis foram suspensos.

“As autoridades descrevem esta situação como uma situação muito tensa”, acrescentou.

“As pessoas, por outro lado, queixam-se de que o governo e as autoridades não conseguiram proporcionar segurança aos cidadãos”, disse Hyder, acrescentando que os protestos estão a espalhar-se “devido à incapacidade das autoridades de controlar a situação, que está a agravar-se”. de controle”.

A escalada da violência entre muçulmanos sunitas e xiitas na província montanhosa de Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão, matou cerca de 150 pessoas nos últimos meses.

Na quinta-feirahomens armados abriram fogo contra dois comboios separados de muçulmanos xiitas que viajavam com escolta policial em Kurram, matando mais de 40. Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas.

Um grupo de muçulmanos xiitas lançou então, na noite de sexta-feira, um ataque contra locais sunitas, incluindo o bazar de Bagan, no distrito de Kurram, que já foi uma região semiautônoma, onde a violência sectária resultou na morte de centenas de pessoas ao longo dos anos.

“Depois dos disparos, incendiaram todo o mercado e entraram em casas próximas, despejando gasolina e incendiando-as. Os relatórios iniciais sugerem que mais de 300 lojas e mais de 100 casas foram queimadas”, disse à AFP um oficial da polícia estacionado em Kurram.

Ele disse que os sunitas locais “também atiraram contra os agressores”.

Javedullah Mehsud, um alto funcionário em Kurram, disse à AP que houve “esforços para restaurar a paz… (através) do envio de forças de segurança” e com a ajuda de “anciãos locais”.

Os muçulmanos xiitas representam cerca de 15% dos 240 milhões de pessoas no Paquistão, de maioria sunita, que tem um histórico de animosidade sectária entre as comunidades.

Embora os dois grupos geralmente vivam juntos de forma pacífica, as tensões permanecem, especialmente em Kurram.



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nos bastidores de uma visita com muitos desafios diplomáticos e logísticos

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nos bastidores de uma visita com muitos desafios diplomáticos e logísticos

O Núncio Apostólico Celestino Migliori e o Cardeal corso François Bustillo, em Ajaccio, 15 de novembro de 2024.

Já passa do meio-dia desta quinta-feira, 21 de novembro, quando François Bustillo entra no pátio do bispado de Ajaccio. É o grande momento. Aquele em que o cardeal deverá finalmente anunciar oficialmente a chegada do Papa Francisco à Córsega no domingo, 15 de dezembro. E então não. “Este dia é importante para nóscomeça ele, diante da imprensa local. Estamos falando da chegada do Papa. Posso dizer que o projeto está aí. O Papa deveria vir. » Sempre essa famosa condicional que acaba te fazendo sorrir. Sempre a mesma cautela nos discursos oficiais, que rapidamente desaparece nas discussões privadas. A causa? “Alguns ajustes administrativos e diplomáticos”, adverte Dom Bustillo. Aguardamos a luz verde oficial do Vaticano e especialmente do Eliseu. Afinal, o soberano pontífice continua a ser chefe de Estado e um convite oficial da França deve ser enviado a ele.

Foi, portanto, necessário esperar até sábado para que a coisa fosse oficialmente confirmada por um comunicado de imprensa do Vaticano. Na sua terceira viagem a França, depois Estrasburgo em 2014 et Marselha em 2023Francisco viajará, portanto, para a Córsega – uma novidade histórica para a ilha, que nunca recebeu a visita de um papa – para participar de uma conferência sobre “religiosidade popular no Mediterrâneo”. O anúncio pôs fim a várias semanas de suspense, reuniões e telefonemas mais ou menos escondidos. Chegou agora a hora de três semanas intensas de preparação para aquele que já se configura como um acontecimento excepcional, aguardado por toda a comunidade católica da Córsega.

Esta visita tornou-se um segredo aberto. Uma delegação do Vaticano, liderada pelo Núncio Apostólico Celestino Migliore, visitou o local nos dias 14 e 15 de novembro para avaliar a segurança das instalações. Cerca de quarenta pessoas, incluindo membros dos serviços do Estado, da diocese de Ajaccio e do município, realizaram o reconhecimento para traçar as grandes linhas de um programa que foi transmitido ao Vaticano no fim de semana passado para validação. O cardeal Bustillo, bispo de Ajaccio, estava até pronto para fazer o grande anúncio no sábado, depois de uma missa em Bastia, mas o seu ardor já tinha foi acalmado pela agenda do Vaticano.

100.000 pessoas esperadas em Ajaccio

Os planos foram finalmente validados na terça-feira, 19 de novembro, junto aos serviços de segurança do Papa. O destaque desta visita será o local de Casone, uma esplanada arborizada em Ajaccio, dominada pela estátua de Napoleão Bonaparte e que pode acomodar cerca de 8.000 fiéis, onde uma missa ao ar livre será celebrada pelo Papa. Esta opção, pelo seu significado simbólico, foi defendida com unhas e dentes pela cidade, em particular pelo primeiro deputado, Alexandre Farina, o “Sr. Venue du papa” da Câmara Municipal.

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Ataque aéreo israelense mata vários em Beirute – DW – 23/11/2024

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Ataque aéreo israelense mata vários em Beirute – DW – 23/11/2024

Um ataque aéreo israelense matou pelo menos 11 pessoas e feriu outras 63 no centro de Beirute na manhã de sábado, informou a mídia libanesa, aumentando o número de mortos de quatro mortos e 23 feridos.

“Beirute, a capital, acordou para um massacre horrível, quando a força aérea inimiga israelense destruiu completamente um edifício residencial de oito andares com cinco mísseis na rua Al-Mamoun, na área de Basta”, afirmou. do Líbano Agência Nacional de Notícias disse.

O ataque, por volta das 4h, horário local (0200 UTC/GMT), viu cinco mísseis demolirem o prédio e danificarem estruturas próximas.

Segundo relatos da mídia, pelo menos três grandes explosões foram ouvidas na capital.

Este foi o quarto israelense ataque no centro de Beirute esta semana, após bombardeios anteriores contra subúrbios do sul controlados pelo Hezbollah.

Na sexta-feira, Ataques israelenses em Beirute destruiu um edifício de 11 andares, novos ataques no sul do país mataram cinco paramédicos do Hezbollah, segundo o Ministério da Saúde libanês.

As Nações Unidas também relataram intensos combates na sexta-feira entre as forças israelenses e os combatentes do Hezbollah no sul do Líbano.

Segundo a ONU, um foguete, provavelmente disparado pelo Hezbollah, atingiu uma base, deixando quatro soldados da paz italianos com ferimentos leves.

Ataques israelenses matam várias pessoas em Beirute

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ss/sms (Reuters, AP, AFP, DPA)



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