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Na calada da noite, Prefeitura demole barracas do Calçadão e revolta trabalhadores

Uma equipe de funcionários da Prefeitura de Rio Branco iniciaram na noite deste sábado, 15, por volta das 22 horas, a demolição das barracas localizadas no centro do Calçadão, de Rio Branco (AC).

A situação foi acompanhada pelo camelôs que tomaram um susto ao saber que as barracas de onde tiravam os seus respectivos sustentos estavam sendo demolidas. Segundo eles, não houve um comunicado específico que isso ocorreria neste sábado (15).



Uma senhora que trabalhava no local afirmou que ficou decepcionada com a atitude do prefeito Tião Bocalom e ressaltou que não houve nenhum informe específico acerca dessa situação. Ela explicou que tinha acabado de chegar neste sábado, 15, de São Paulo, onde realizou compra de mercadorias para vender na barraca, que não existe mais.

“Como vamos ficar? Era daqui que tiramos os nossos sustentos. Eu não tenho ponto em canto nenhum. A Socorro Neri queria demolir, mas o Bocalom disse que não iria mexer e que iria arranjar uma solução pra nós, mas a única solução que apareceu foi essa aí, tudo derrubado”, afirmou.

No local, o vereador Arnaldo Barros (Podemos) classificou a atitude do prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, de “covarde”.  “Atitude covarde. Vieram na calada da noite com fiscais, trabalhadores e a presença da PM. Nenhum desses prefeitos que já passaram pela gestão teriam coragem de fazer isso. Estão rasgando e quebrando tudo. A sensação é de total impotência. Aqui são mais de 50 famílias que vão ter prejuízo. Atitude precipitada e errada”, afirmou.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em nota, a Prefeitura informou que todos os camelôs instalados no Calçadão foram comtemplados em dezembro de 2020, no Shopping Aquiry. Segundo a prefeitura, devido à não remoção das barracas naquela oportunidade, outras pessoas se instalaram ali e passaram a pagar aluguel, de forma irregular, aos antigos permissionários.

“A atual gestão, em respeito a estes trabalhadores, promoveu duas reuniões com a comissão que os representa e propôs a saída negociada do local, comprometendo-se em apresentar uma solução em até 30 dias, período em que fará um levantamento detalhado sobre a condição de cada camelô, procurando identificar aqueles que realmente estão necessitados e que não foram contemplados com lojas no Aquiri Shopping. A não remoção daquelas barracas tem elevado a tensão no local, tendo em vista que os outros comerciantes presentes na região exigem a retirada das mesmas”, explicou.

Por fim, a Prefeitura destacou que os lojistas do Aquiri Shopping ameaçaram descer com suas mercadorias para o Calçadão caso a remoção não ocorra, pois a presença das barracas no local inviabiliza as vendas no Shopping, razão pela qual até o Sindicato dos Camelôs, por meio de ofício à Prefeitura, pediu a remoção.

“A retirada das referidas barracas faz parte do processo de reorganização do Calçadão da Benjamin Constant, com vistas ao projeto de revitalização que ocorrerá em breve naquela região; Por fim, ressaltamos que já demos início ao levantamento a fim de apresentar aos trabalhadores uma solução em 30 dias, que permita a continuidade das suas atividades em outro local definitivo, aonde não irão mais pagar aluguel a terceiros”, escreveu.

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