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Não há Natal na Palestina – 25/12/2024 – Thiago Amparo
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“Não montamos uma árvore de Natal (na praça da Manjedoura), nem decoramos as ruas. Queremos mostrar ao mundo que a Palestina continua sofrendo com a ocupação israelense e a injustiça”, disse o cristão Anton Salman, prefeito da cidade de Belém, na Palestina. É distópico que —enquanto cristãos conservadores ao redor do mundo ocidental celebram o Natal com a opulência que a indiferença capitalista permite— os cristãos que vivem no berço de sua fé protestam solitários contra a ocupação ilegal possibilitada pelas armas vendidas a Israel. Quando Jesus se torna apenas uma ideia vaga de sentido, esquece-se a dor dos palestinos no mesmo local onde ele há de ter nascido.
Belém viveu uma celebração natalina bem modesta pelo segundo ano consecutivo diante do massacre em Gaza e da repressão na Cisjordânia. Foi assim que a Al Jazeera relatou o clima na véspera de Natal: “O doce som de crianças cantando canções de Natal encheu o ar, um forte contraste com as mensagens sombrias nas faixas que seguravam: ‘Queremos a vida, não a morte’ e ‘Pare o genocídio de Gaza agora’. Até o papa Francisco, no Vaticano, usou a missa na sacada central da Basílica de São Pedro para pedir que “Calem-se as armas no Oriente Médio” e na Ucrânia, não deixando de mencionar igualmente os conflitos nos muitos outros lugares da África, Ásia e Américas esquecidos pelos holofotes mundiais.
Falar da Palestina no Natal incomoda porque serve de contraponto à visão higienizada desta festividade, como se fosse possível que cristãos abstraiam dos abusos em curso; atos de violência por Israel apenas dificultam o retorno dos reféns, um contínuo crime de guerra. Falar da Palestina no Natal serve de contraponto à visão embranquecida de Jesus como caucasiano de olhos claros; na realidade Jesus
—se alguma vez existiu como tal— era mais próximo dos negros escravizados que a Igreja entendia que não tinham alma e dos palestinos que são massacrados com desdém por não serem vistos como brancos. Para um ateu, como eu, resta a hipocrisia ocidental de celebrar Jesus apoiando o massacre justamente no local onde este nasceu.
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A estrada aberta por fundadores de SP para vencer paredão da Serra do Mar – 27/12/2024 – Cotidiano
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27 de dezembro de 2024 Edison Veiga
A Serra do Mar, quase 500 anos atrás, era um obstáculo que desanimava os olhares europeus.
O arquiteto e historiador Benedito Lima de Toledo (1934-2019), professor na Universidade de São Paulo (USP), um dos maiores conhecedores da história de São Paulo, perseguiu com obstinação, facões, bússolas e soro antiofídico (contra a picada de cobras) os rastros do caminho utilizado pelos fundadores da hoje maior metrópole da América do Sul.
Agora, cinco anos após a morte dele, as descobertas e aventuras do professor estão reunidas no livro póstumo e recém-lançado “Os Caminhos do Mar”.
“O texto do livro estava escrito desde a década de 1990 e sempre sendo atualizado com anotações e acréscimos observados por Benedito ao longo desse tempo”, conta à BBC News Brasil o editor da obra, Marcello de Oliveira.
Viúva do arquiteto, a bibliotecária Suzana Alessio de Toledo lembra à BBC News Brasil que “os caminhos do mar sempre foram uma paixão do Benedito”.
Nas décadas de 1960 e 1970 ele empreendeu, acompanhado de alunos da USP, dezenas de expedições pela Mata Atlântica em busca de resquícios da rota utilizada pelo padre José de Anchieta (1534-1597), seus colegas de missão e todos os que precisavam se deslocar do litoral para o planalto paulista nas primeiras décadas da colonização portuguesa.
“Era uma das piores estradas do mundo”, costumava dizer Toledo, sempre que o assunto vinha à tona.
“Havia trechos em que era preciso engatinhar, tamanha a dificuldade pela trilha estreita e mata fechada”, comentou com este repórter uma vez, cerca de 15 anos atrás.
Padre jesuíta hoje considerado santo, Anchieta foi mandado ao Brasil dentro do projeto da Igreja Católica de catequizar os indígenas.
Nascido na ilha espanhola Tenerife, aprendeu tupi e chegou a escrever a primeira gramática da língua nativa.
Depois de alguns meses em Salvador, foi enviado à então capitania de São Vicente com a missão de fundar um colégio, no planalto paulista, para a evangelização dos locais.
Em 25 de janeiro de 1554, ele e outros jesuítas celebraram a missa que inaugurou este empreendimento, acontecimento considerado o marco da fundação da hoje cidade de São Paulo.
Caminho do Padre José: uma ‘das piores estradas do mundo’
Na obra póstuma, Toledo explica que, quando os jesuítas chegaram ao litoral, primeiro percorreram uma trilha usada pelos nativos para chegar ao planalto de Piratininga, onde hoje está São Paulo. A trilha margeava o Rio Mogi e foi utilizada pelos jesuítas no caminho para a fundação da cidade.
“Mas a proximidade de tribos hostis levou-os a cogitar um modo de abrir uma nova trilha, afastada daquele rio”, relata.
Foi quando escolheram o Vale do Perequê e o padre José de Anchieta, ainda “muito jovem”, comandou a abertura da nova trilha, por volta de 1560.
No início dos anos 1970, Toledo conseguiu reconstituir parcialmente o trajeto, chamado por ele de Caminho do Padre José. Baseou-se em relatos antigos e cartas do próprio jesuíta.
“A trilha só permitia trânsito em fila indiana, com as cargas carregadas nos ombros de indígenas. Os doentes eram levados em redes, pelos mesmos portadores. O caminho era tido como dos ‘piores do mundo’, onde se subia ‘agarrando-se às raízes das árvores’, no dizer de um cronista da época”, escreveu Toledo sobre a rota.
O engenheiro e urbanista Adolfo Augusto Pinto (1856-1930), em seu livro “História da Viação Pública”, afirma que esta foi “a primeira estrada regular que o homem civilizado (sic) abriu na capitania de São Vicente, hoje estado de São Paulo”.
No recém-lançado livro, Toledo admite que “há poucas indicações do traçado exato da trilha”. Entretanto, com base em algumas referências, foi possível “reconstituir o traçado aproximado desse caminho”.
O arquiteto Alexandre Luiz Rocha, um dos ex-alunos de Toledo, chegou a participar de algumas das expedições e é autor do posfácio do livro.
Ele afirma que o traçado original do caminho provavelmente está “irremediavelmente perdido naquelas encostas tomadas por vegetação e tantas vezes lavadas por intensas chuvas”.
“Ainda assim, [foram] várias tentativas [do arquiteto e seus alunos] de balizar o Caminho do Padre José”, conta Rocha.
O padre jesuíta Fernão Cardim (1540-1625) escreveu, em 1585, sobre as extremas dificuldades da rota: “[O caminho era] o pior que nunca vi e sempre íamos subindo e descendo serras altíssimas e passando rios e caudais de águas frigidíssimas”.
Calçada do Lorena: ‘a melhor estrada do Brasil’ na época
De quebra, porque uma descoberta levou à outra, Benedito Lima de Toledo encontrou vestígios que permitiram reconstituir totalmente a Calçada do Lorena, a primeira rota pavimentada que ligava São Paulo a Santos, construída entre 1790 e 1792 a mando do então governador-geral da capitania, Bernardo José de Lorena (1756-1818).
A obra foi comandada pelo engenheiro João da Costa Ferreira (1750-1822), da Real Academia Militar de Lisboa. Tinha 50 km de extensão e é considerada uma das maiores obras de engenharia do Brasil colonial.
Como foi a primeira via a possibilitar que o difícil trajeto fosse feito no lombo de mulas, o acesso ao planalto paulista se tornou mais fácil, demandando apenas dois dias de viagem.
Na famosa viagem em que D. Pedro 1º (1798-1834) proclamou a Independência, ele e sua comitiva utilizaram esta estrada.
Com traçado em ziguezague pavimentado de pedra, a Calçada do Lorena é classificada por Alexandre Luiz Rocha como “a melhor estrada do Brasil àquela época”.
“Como ela, poucas eram vistas na Europa, segundo depoimento de viajantes”, diz o arquiteto.
No livro, Toledo afirma que essa rota marcou “o início da construção de uma infraestrutura destinada a colocar São Paulo no comércio internacional”.
Em carta da época, o monge beneditino e historiador Gaspar Teixeira de Azevedo (1715-1800), mais conhecido como Frei Gaspar da Madre de Deus, descreveu o caminho como “uma ladeira espaçosa calçada de pedras, por onde se sobe com pouca fadiga e se desce com segurança”.
Toledo destacou que, em plena Serra do Mar, com índice pluviométrico alto e a presença de vários riachos, foi uma “façanha surpreendente” dos idealizadores da Calçada do Lorena que ela não cruzassee “uma vez sequer” um curso d’água.
Mas, com a inauguração em 1844 da Estrada da Maioridade, que também ligava São Paulo ao litoral, a Calçada do Lorena foi gradualmente deixada para trás, chegando ao abandono total nos anos 1960.
Neblina e dificuldades nas expedições
No livro, Toledo conta que, nas buscas pelos vestígios da Calçada do Lorena, frequentemente uma forte neblina e chuva apareciam de repente, interrompendo os trabalhos.
Em uma dessas, o grupo chegou a se perder por conta da neblina, segundo conta Alexandre Luiz Rocha, que estava na expedição e classifica a situação como um “sufoco”.
Suzana tem muitas memórias desse período. Ela conta que o marido convocava para as expedições alguns de seus alunos, que depois se tornariam grandes amigos, além de um mateiro conhecedor da região. Em alguns períodos, a frequência das expedições chegou a ser semanal.
“Eles enfrentavam o caminho repleto de mato fechado. Saíam cedo, levando equipamentos como facão, soro antiofídico, espelho para reflexo caso se perdessem e, logicamente, um bom lanche”, conta ela.
“Certa vez, observaram uma grande sombra em uma árvore. Para a surpresa de todos, era um enorme bicho-preguiça, impassível, observando a turma presente. Foi um fato hilário”, diz Suzana, repetindo uma das histórias que Toledo gostava de contar.
Estas pesquisas acabaram resultando na tese de doutorado de Toledo, defendida na USP em 1973. Na pesquisa, ele analisou o trabalho dos engenheiros da Real Academia Militar em São Paulo.
Legado
Para Marcello de Oliveira, a “joia da coroa” do trabalho de Benedito Lima de Toledo foi ter resultado no registro e no interesse pela preservação de monumentos históricos da Serra do Mar, que o editor classifica como “um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos do Estado de São Paulo”.
Em um artigo no jornal O Estado de S. Paulo em 2002, Toledo denunciou a situação do monumento Cruzeiro Quinhentista, em Cubatão, construído em 1922.
Para comemorar o primeiro centenário da Independência do Brasil, o governo paulista contratou o arquiteto Victor Dubugras (1868-1933) para a criação de oito monumentos ao longo do chamado Caminho do Mar, a Estrada Velha de Santos.
Os azulejos originais foram obra do artista Wasth Rodrigues (1891-1957). Toledo também localizou e fez o levantamento técnico de todos eles.
“O monumento assinala o ponto de convergência dos caminhos antigos que desciam a serra. O cruzeiro recebeu ‘restaurações’ desastrosas. Numa delas foram quebrados os azulejos originais para substituir por outros ‘novos'”, escreveu Toledo no jornal.
O arquiteto e historiador conta que passando por ali, em uma de suas expedições, conseguiu “resgatar, em meio ao entulho, um fragmento retratando, precisamente, o rosto do padre Anchieta”.
Oliveira afirma que, sem o trabalho do professor, “não teríamos o registro dos painéis em azulejos originais de Wasth Rodrigues”.
O pesquisador e youtuber Paulo Rezzutti destaca a importância da obra de Toledo para São Paulo.
“Ele misturou a arquitetura com a história e a arqueologia e, como um Indiana Jones paulistano, localizou os percursos dos primeiros povoadores brancos do litoral ao planalto paulista”, ressalta.
O historiador Paulo César Garcez Marins, professor do Museu Paulista da USP, atenta para a importância do recém-lançado livro enquanto documento que registra as expedições do professor Toledo, com imagens originais do percurso e fotografias da época.
“É um trabalho de divulgação baseado em pesquisas acadêmicas de muitos anos”, afirma Marins.
Professor na Universidade Estadual Paulista (Unesp), o historiador Paulo Henrique Martinez diz à BBC News Brasil que o material do recém-lançado livro “é altamente simbólico, emblemático e representativo”.
“A relevância cultural do livro vai ao encontro das preocupações que desde a década de 1920 animavam a busca e a construção da identidade histórica e nacional pela memória política, quase familiar, dos magnatas da cafeicultura, comércio e finanças paulistas. Foram elas: a terra e o trabalho”, diz.
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Novo golpe do Pix falso; veja como se proteger e o que fazer se cair!
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27 de dezembro de 2024Nos últimos meses, o golpe do Pix falso tem feito diversas vítimas no país. Por meio de uma simples transação, os golpistas conseguem roubar todo o dinheiro da conta alvo. Descubra como se proteger e, caso tenha caído nesse tipo de golpe, saiba o que fazer para recuperar o valor!
Primeiro, os bandidos enviam um Pix de baixo valor para a conta da vítima e, em seguida, entram em contato afirmando que a transferência foi feita por engano. Apelando para o bom senso, eles pedem o reembolso. É nesse momento que o problema começa.
No momento da devolução, os golpistas fornecem dados bancários falsos ou de contas vinculadas ao esquema criminoso. Dessa forma, conseguem burlar os aplicativos bancários, alterar o valor da transferência e roubar todo o dinheiro. Caso você tenha sido vítima desse golpe, é possível acionar o Mecanismo de Devolução Especial (MED) para recuperar o valor!
Como funciona
O Pix é atualmente o meio de pagamento mais utilizado no país. Apesar de ter revolucionado o mercado financeiro, ainda oferece espaço para criminosos que exploram a facilidade do método para enganar vítimas.
O esquema começa quando a vítima recebe uma quantia em conta. Logo depois, os bandidos entram em contato via mensagem ou ligação pedindo a quantia de volta.
Na hora em que o usuário vai devolver, prestes a confirmar a transferência, o aplicativo do banco demora a carregar.
Nesse momento, os golpistas alteram o valor da transação. O que era R$ 30, por exemplo, passa a ser R$ 300. Como a vítima já está na tela de confirmação, acaba não percebendo a mudança.
Leia mais notícia boa
Golpe do estorno duplo
Semelhante ao golpe do Pix errado, existe também o golpe do estorno duplo.
O método é parecido, mas a diferença está na maneira como os golpistas obtêm vantagem sobre a vítima.
No golpe do estorno duplo, antes mesmo de os bandidos entrarem em contato com a vítima, eles já acionaram o Mecanismo de Devolução Especial (MED).
Dessa forma, quando a vítima realiza o estorno, o MED também devolve o valor para a conta original, que pertence aos golpistas. Consequentemente, os criminosos recebem o montante em dobro!
Acionando o MED
A maneira mais eficiente de recuperar o dinheiro em casos de golpe do Pix é acionando o Mecanismo de Devolução Especial (MED), ferramenta disponibilizada pelo Banco Central.
O MED é uma ferramenta que permite a devolução de valores transferidos via Pix em casos de fraudes, golpes e crimes.
Para acionar o mecanismo, você precisa entrar em contato com a sua instituição financeira o mais rápido possível.
O banco terá sete dias para analisar o caso e apresentar uma resposta. Se o golpe for confirmado, os valores serão bloqueados e devolvidos em até 96 horas.
Para aumentar as chances de reaver o dinheiro, é recomendado registrar um boletim de ocorrência (BO).
Outras dicas
Com algumas medidas de segurança essenciais, é possível reduzir as chances de cair no golpe do Pix errado.
- Verifique o pagamento: sempre confira no aplicativo do banco o nome do remetente e a quantia antes de devolver o valor. Se desconfiar de algo, volte à tela de digitação do valor e confirme se está correto;
- Desconfie de histórias: golpistas costumam criar cenários para despertar empatia ou urgência. Questione histórias incoerentes e, se possível, verifique perfis nas redes sociais, pois eles podem usar informações falsas;
- Não compartilhe dados: nunca forneça informações pessoais ou financeiras a desconhecidos. Com acesso a esses dados, os golpistas podem comprometer sua segurança;
- Não clique em links: evite abrir links desconhecidos, pois eles podem conter vírus que acessam dados pessoais e bancários.
Veja como funciona o novo golpe do Pix errado!
@florianoinveste♬ som original – Floriano Siqueira
Não clicar em links suspeitos é fundamental para não acabar sendo vítima de golpe. – Foto: Freepik
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‘Padrinho da IA’ aumenta as chances de a tecnologia exterminar a humanidade nos próximos 30 anos | Inteligência artificial (IA)
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27 de dezembro de 2024 Dan Milmo Global technology editor
O cientista da computação anglo-canadense frequentemente apontado como um “padrinho” da inteligência artificial aumentou as probabilidades de a IA exterminar a humanidade nas próximas três décadas, alertando que o ritmo da mudança na tecnologia é “muito mais rápido” do que o esperado.
Prof Geoffrey Hinton, que este ano recebeu o prêmio Prêmio Nobel de Física por seu trabalho em IAdisse que havia uma chance de “10 a 20” por cento de que a IA levasse à extinção humana nas próximas três décadas.
Anteriormente, Hinton havia dito que havia uma chance de 10% da tecnologia desencadeando um resultado catastrófico para a humanidade.
Questionado no programa Today da BBC Radio 4 se ele havia mudado sua análise de um potencial apocalipse da IA e a chance de isso acontecer, ele disse: “Na verdade não, 10 a 20 (por cento)”.
A estimativa de Hinton levou o editor convidado do Today, o ex-chanceler Sajid Javid, a dizer “você está subindo”, ao que Hinton respondeu: “Se alguma coisa. Veja, nunca tivemos que lidar com coisas mais inteligentes do que nós antes.”
Ele acrescentou: “E quantos exemplos você conhece de uma coisa mais inteligente sendo controlada por uma coisa menos inteligente? Existem muito poucos exemplos. Há uma mãe e um bebê. A evolução esforçou-se muito para permitir que o bebê controlasse a mãe, mas esse é praticamente o único exemplo que conheço.”
Hinton, nascido em Londres e professor emérito da Universidade de Toronto, disse que os humanos seriam como crianças em comparação com a inteligência de sistemas de IA altamente poderosos.
“Gosto de pensar nisso como: imagine você e uma criança de três anos. Seremos as crianças de três anos”, disse ele.
A IA pode ser vagamente definida como sistemas de computador que executam tarefas que normalmente requerem inteligência humana.
No ano passado, Hinton ganhou as manchetes depois de renunciar ao seu cargo no Google para falar mais abertamente sobre os riscos representados pelo desenvolvimento irrestrito da IA, citando preocupações de que “maus atores” usariam a tecnologia para prejudicar outras pessoas. Uma das principais preocupações dos defensores da segurança da IA é que a criação de inteligência artificial geral, ou de sistemas mais inteligentes que os humanos, pode fazer com que a tecnologia represente uma ameaça existencial ao fugir ao controlo humano.
Refletindo sobre onde ele achava que o desenvolvimento da IA teria chegado quando começou seu trabalho com IA, Hinton disse: “Não pensei que seria onde (estamos) agora. Achei que em algum momento no futuro chegaríamos aqui.”
Ele acrescentou: “Porque a situação em que nos encontramos agora é que a maioria dos especialistas na área pensa que em algum momento, provavelmente nos próximos 20 anos, iremos desenvolver IAs que sejam mais inteligentes que as pessoas. E esse é um pensamento muito assustador.”
Hinton disse que o ritmo de desenvolvimento foi “muito, muito rápido, muito mais rápido do que eu esperava” e pediu a regulamentação governamental da tecnologia.
“Minha preocupação é que a mão invisível não nos mantenha seguros. Portanto, apenas deixá-lo à mercê do lucro das grandes empresas não será suficiente para garantir que o desenvolvam com segurança”, disse ele. “A única coisa que pode forçar essas grandes empresas a fazer mais pesquisas sobre segurança é a regulamentação governamental.”
Hinton é um dos três “padrinhos da IA” que ganharam o prêmio ACM AM Turing – o equivalente em ciência da computação ao prêmio Nobel – por seu trabalho. No entanto, um do trio, Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta de Mark Zuckerberg, minimizou a ameaça existencial e disse que a IA “poderia realmente salvar a humanidade da extinção”.
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Precisamos destacar Cristo como africanizado, diz autor – 22/12/2024 – Cotidiano
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