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Natacha Horana: ex-bailarina vai passar ano novo na prisão – 24/12/2024 – Outro Canal

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Natacha Horana: ex-bailarina vai passar ano novo na prisão - 24/12/2024 - Outro Canal

Gabriel Vaquer

Aracaju

O TJ-RN (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte) negou um pedido de habeas corpus para Natacha Horana, ex-bailarina do Faustão, solicitado pela sua defesa antes do recesso de final de ano, na última quinta-feira (19). Ela foi presa por associação criminosa.

Com isso, Natacha passará as festas de fim de ano na prisão. No despacho, assinado pelo desembargador Glauber Rêgo, é dito que não há motivo para revogação da prisão preventiva pela robustez das provas.

“As decisões que decretaram a segregação cautelar de Natacha demonstraram a necessidade da medida extrema para fins de garantia da ordem pública”, afirma o desembargador em seu despacho negando o pedido da defesa.

“As investigações preliminares, baseadas em relatórios de interceptação telefônica, de quebra de sigilo bancário e fiscal, e em processos cautelares conexos revelam a existência de suposta organização criminosa voltada à prática de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro”, conclui o magistrado.

Segundo a denúncia da Justiça do Rio Grande do Norte, Natacha Horana comprou itens de luxo e pagou viagens com dinheiro de organizações criminosas. Teriam sido movimentados R$ 15 milhões em dez anos sem origem comprovada.

Com esse dinheiro, ela teria pago viagens para a Europa e para destinos de luxo no Brasil, como Trancoso, no litoral da Bahia.

Foram identificados também a compra de itens de luxo, como relógios e colares. Alguns desses itens foram alvo de busca e apreensão na casa de Natacha, na zona sul de São Paulo, durante a sua prisão

Em nota, a defesa de Natacha Horana nega qualquer envolvimento ilício da ex-bailarina e diz que sua prisão foi “abusiva e injustificada”

“Natacha foi injustamente envolvida em investigação apenas porque, anos atrás, acabou conhecendo uma das pessoas investigadas. A prisão foi um equívoco porque ela jamais praticou qualquer ato ilícito, direto, indireto ou colaborativo”, diz a manifestação.

Cobre diariamente os bastidores das novelas, do telejornalismo e da mídia esportiva. Tem como titular o jornalista Gabriel Vaquer



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Guerra Rússia-Ucrânia: lista dos principais eventos, dia 1.035

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De estrela prodígio a queridinha do Pop: Veja 7 pontos para entender a ascensão de Sabrina Carpenter – Verso

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De estrela prodígio a queridinha do Pop: Veja 7 pontos para entender a ascensão de Sabrina Carpenter - Verso

Dona de hits como “Espresso” e “Please, Please, Please”, o nome de Sabrina Carpenter está na boca do povo quando pensamos no universo da música Pop. A cantora estadunidense de 25 anos já acumula uma fortuna de US$ 12 milhões, conforme dados do Celebrity Net Worth até julho de 2024 e é destaque na mídia. 

Na lista de indicados ao Grammy 2025, divulgada em novembro, Sabrina apareceu em seis categorias principais, incluindo Artista Revelação e Álbum do Ano, com “Short n’ Sweet”. Dentre as indicações, estão:

  • Canção do Ano: Sabrina Carpenter – “Please Please Please”
  • Gravação do Ano: Sabrina Carpenter – “Espresso”
  • Melhor Pop Vocal Album: Short n’ Sweet – Sabrina Carpenter
  • Melhor Performance Solo de Pop: “Espresso” — Sabrina Carpenter

Em outubro, ela foi a capa da revista Time, com o recorte “As Estrelas em Ascensão mais Influentes do Mundo” (The World’s Most Influential Rising Stars). Neste ano, também ganhou o MTV Video Music Award: Música do Ano 2024 com a canção “Espresso”. 

Para a pesquisadora de cultura Pop e doutora em Comunicação, Mariana Lins, o conceito de diva Pop atualmente se tornou mais amplo do que meramente a performance no palco ou a capacidade de cantar. Ele inclui um conjunto de habilidades e outros atributos.  

“Hoje em dia, a gente pode pensar em uma performance mais midiática e pulverizada nas redes sociais. Então, essa diva Pop é uma mulher que bebe das características das divas do passado, com a consciência corporal, o glamour e o empoderamento de uma personalidade forte”. 


Mariana Lins

Pesquisadora de cultura Pop

O mestre e pesquisador Henrique Tenório, do Laboratório de Análise de Música e Audiovisual da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), também destaca que o imaginário da diva Pop está ligado ao grandioso. Além da voz, da performance e da composição, as divas do Pop também precisam apresentar um mega show “nos parâmetros do que Madonna consagrou como modelo de espetáculo Pop: diferentes atos, trocas de figurino, grandes estruturas e vários bailarinos”.

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Quem é Sabrina Carpenter?

Sabrina AnnLynn Carpenter, de 25 anos, nasceu em 11 de maio de 1999 na cidade de Quakertown, no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Ela tem três irmãs mais velhas: Sarah, Shannon e Cayla. 

A jovem é filha de Elizabeth e David Carpenter, conforme informações do portal Biography. Enquanto a mãe era uma dançarina, o pai era músico. Um fato curioso é que uma tia de Sabrina, Nancy Cartwright, é conhecida por fazer a voz de Bart Simpson em “Os Simpsons”

Aos 2 anos, a pequena Sabrina começou a dançar, passando a ter aulas de dança seis dias por semana. Aos 6, ela iniciou as aulas de canto. Dentre as referências musicais dela, estão Stevie Nicks, Dolly Parton, Carole King e Patsy Cline.

Covers no YouTube e alcance midiático

A paixão pela música sempre esteve presente na vida de Sabrina Carpenter, mas foi em 2009 que ela começou a gravar vídeos para o YouTube cantando covers de suas canções preferidas. Aos 10 anos, compartilhou sua própria versão de “Picture to Burn”, música de Taylor Swift, e quase 15 anos depois — já dando alguns spoilers — esse vídeo foi compartilhado nos telões da “The Eras Tour” (2023), de Taylor Swift, antes de Sabrina fazer seu ato como artista convidada. 

Mas, voltemos para o início da carreira. Ainda em 2009, ela participou do Concurso “Be A Star” da MileyWorld (MileyWorld’s “Be A Star” Contest), contando com a apresentação da própria Miley Cyrus.

A pesquisadora Mariana Lins destacou que o “caminho para o sucesso” variou nas últimas décadas, principalmente depois das redes sociais. Para os novos artistas, a “plataformização da música” foi uma ferramenta positiva, já que facilita o processo de alcançar novos públicos, como ocorreu com Sabrina ao compartilhar seus covers.

“Então, é outra dinâmica. Não acredito que a gravadora hoje tenha esse papel central para crescer no Pop hoje. Existe agora uma visão de mercado que tem passado muito pelo conceito de plataformização musical e algumas músicas são pensadas em formato de TikTok”, exemplifica. 

Estrela da Disney e contrato com gravadora

Como outras estrelas do mundo Pop, Sabrina Carpenter é fruto da Disney. Entre 2014 e 2017, ela participou do show “Garota Conhece o Mundo” (Girl Meets World). Em 2014, ela também assinou o primeiro contato com uma gravadora.

De sua mesma época, surgiram nomes como Olivia Rodrigo e Joshua Bassett, cantores e atores da Disney. Os três, posteriormente, vão se envolver em um triângulo amoroso. Logo depois, Sabrina conseguiu participar como atriz coadjuvante em filmes como “O Ódio que você Semeia” (2018) e “Crush à Altura” (2019).

Legenda:
Sabrina Carpenter na série da Disney “Garota Conhece o Mundo”

Foto:
Divulgação

Em 2019, dez anos depois dos vídeos compartilhados no YouTube, Sabrina foi escalada para participar do musical “Meninas Malvadas”, da Broadway, como Cady Heron. No entanto, apesar de ter a estreia, os shows precisaram ser interrompidos devido ao aumento dos casos da Covid-19 no mundo, em 2020. 

Ao analisar os primeiros anos da carreira de Sabrina, o pesquisador Henrique percebe que a jovem possuiu um conjunto de fatores que favoreceram sua trajetória para o sucesso. Além da habilidade musical e performática, a trajetória pela Disney e os atributos físicos ajudam a cantora.  

“O fato dela atender a atributos físicos ligados a privilégios que possibilitam uma maior visibilidade midiática, como a magreza, a branquitude, os cabelos loiros e a baixa estatura”.


Henrique Tenório

Pesquisador do Laboratório de Análise de Música e Audiovisual da UFPE

Com o movimento de sair da Disney e focar em sua carreira como cantora, Mariana percebe que Sabrina precisou realizar uma ruptura de sua imagem ligada ao público infantil, tal qual outras “ex-Disney”, como Britney Spears e Miley Cyrus.

“Todas elas, se você observar, fazem essa transição a partir de uma certa hipersexualização do próprio corpo. Então parece que a temática da sensualidade precisa vir à tona como um elemento de ruptura dessa imagem infantil”. 

Olivia Rodrigo, Joshua Bassett e Sabrina Carpenter

Em 2021, mesmo sem querer, Sabrina Carpenter foi arrasada para o centro do drama entre Olivia Rodrigo e Joshua Bassett, atores da série “High School Musical”, da Disney. Ambos eram cantores e atores, e chegaram a ter um breve romance. Os detalhes da relação foram expostos no álbum “Sour”, lançado em 2021, por Olivia Rodrigo.

Sabrina chegou a ter um breve relacionamento com Joshua após o término dele com Olivia, e foi supostamente citada nas canções dela. Nenhum dos três envolvidos confirmaram as teorias dos fãs. O fato é que, após Olivia estourar nas rádios estadunidenses e do mundo, a mídia e o público fizeram uma ligação de trechos das músicas com Sabrina.

Olivia, Sabrina e Joshua

Legenda:
Joshua, Olivia e Sabrina fizeram músicas sobre esse triângulo amoroso

Foto:
Reprodução/Instagram

Em “Drivers’s License”, por exemplo, Rodrigo diz que o namorado está “provavelmente com uma garota loira” mais velha do que ela, que sempre a deixou insegura. Como Joshua foi flagrado com Sabrina, assumiram que se referia a ela. As suspeitas aumentaram quando, em “Deja Vu”, Rodrigo reclama: “outra atriz? Odeio pensar que eu era apenas o seu tipo”

Resposta de Sabrina Carpenter

Esse drama de triângulo amoroso gerou um grande burburinho no mundo Pop. Um ano depois, Sabrina lançou o single “Skin”, em que diz que talvez ela e Olivia poderiam ter sido amigas se tivessem se conhecido em outra vida. “Talvez então pudéssemos fingir que não há gravidade nas palavras que escrevemos. Talvez você não tivesse a intenção, talvez ‘loira’ fosse a única rima”, afirma na canção. 

Em “because i liked a boy”, do álbum Emails I Can’t Send (2022), Sabrina cita a exposição do caso e a narrativa da mídia. “Agora eu sou uma destruidora de lares, sou uma vadia. Recebi ameaças de morte que enchem caminhões. Diga-me quem eu sou, acho que não tenho escolha. Tudo porque eu gostei de um menino”. 

“Skin” se tornou a primeira música da Sabrina a emplacar na posição 48 no Billboard Hot 100 — uma lista que classifica as músicas mais ouvidas nos Estados Unidos. Ela também cantou a música no “The Late Late Show com James Corden”, um programa de televisão americano.

Com o álbum Emails I Can’t Send (2022), Sabrina ainda realizou uma turnê entre Setembro de 2022 e Junho de 2023, na América, Europa e Ásia. No entanto, ela não chegou a vir para o Brasil com essa turnê.

Abertura dos shows da Taylor Swift 

Já em 2023, ela foi convidada para abrir os shows da Taylor Swift em alguns países, como Singapura, Australia, Mexico, Argentina e Brasil. Foram mais 13 shows. Na época, ela chegou a fazer uma publicação no Instagram, comemorando o momento.

“Sabrina de 9 anos cantando ‘White Horse’ nunca imaginaria esse momento chegando! Eu te amo tanto tanto, querida Taylor. E sempre sempre amarei”, escreveu.

Devido a esse convite, conseguiu alcançar novos públicos e encantar os fãs com suas apresentações.

“Ao mesmo tempo, estar como ato de abertura e ser ‘amadrinhada’ por Taylor Swift e por um dos seus principais parceiros de sucesso, Jack Antonoff, também colabora para a formação de uma nova base de fãs que já se identificam com uma outra loirinha”, avalia Henrique. 

Short n’ Sweet e produção de Jack Antonoff

Nessa onda de influência e sucesso, a jovem produziu o novo álbum “Short n’ Sweet”, com Jack Antonoff, um dos melhores amigos de Taylor Swift e produtor de todos os últimos álbuns dela, incluindo “Midnights” e “The Tourtured Poets Department”. Jack, vocalista da banda The Bleachers, também trabalhou com outros artistas referências do universo da música, como Lorde, Panic! At The Disco, Troye Sivan, Lana Del Rey, Florence and the Machine, e The 1975.

Sabrina Carpenter e Jack Antonoff

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Sabrina Carpenter e Jack Antonoff trabalharam no novo álbum dela

Foto:
Reprodução/Instagram

Em junho deste ano, “Please Please Please” alcançou a primeira posição na parada Billboard Hot 100, enquanto “Espresso” ficou em 4º lugar. Ela também anunciou a turnê do álbum pela Europa e pelos Estados Unidos. 

Em setembro, ganhou o MTV Video Music Award: Música do Ano 2024 com a canção “Espresso”. A mesma música venceu o Kids’ Choice Award for Favorite Viral Song. 

Sabrina e Jack

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Sabrina produzindo o álbum “Short n’ sweet”

Foto:
Reprodução/Instagram

“Acho que é importante destacar também que Sabrina, como Olivia Rodrigo e Chapell Roan, compõe uma geração de novas divas Pop que são marcadas por rirem de si mesmas, não se levarem muito a sério. Seja respondendo em suas canções com humor sobre os possíveis affairs ou realizando encenações exageradas em seus videoclipes. Ela vem trazendo para o seu trabalho musical uma lógica memética das redes sociais digitais, do que pode ser divertido e não precisa fazer sentido, como a faixa ‘Nonsense’”, afirma Henrique.

Sabrina, Camila Cabello e Shawn Mendes

Com o último álbum, os fãs perceberam mais um possível triângulo amoroso, começando a elencar possíveis indiretas de Sabrina para Camila Cabello e Shawn Mendes. Isso porque, entre fevereiro e março de 2023, Sabrina e Shawn tiveram um relacionamento depois do término do cantor com Camila. 

Foram citadas faixas como “Taste”,  “Coincidence”, “Dumb & Poetic” e “Sharpest Tool”. No caso dessa segunda, Sabrina fala sobre uma relação não correspondida, em que uma jovem se relacionou com um cara e chegou a conhecer os melhores amigos, mas o relacionamento não deu certo. 

Sobre o alcance com o triângulo amoroso, Mariana avaliava que Sabrina trilha sim um pouco desse caminho. “Não sei até que ponto e não sei até quando. Mas é uma tática bastante utilizada por algumas artistas, principalmente pelas artistas Pop mais jovens. Acho que a Taylor Swift seja o nome mais lembrado, porque ela capitaliza muito em cima dessas histórias de relacionamentos, sempre envolvendo pessoas famosas”. 

Apesar dos rumores, o drama amoroso dela não é um aspecto de destaque de sua carreira, como ocorre com Taylor Swift e Olivia Rodrigo. O inegável nesse cenário é que Sabrina segue entregando músicas que grudam na mente e envolventes performances nos shows, prometendo uma carreira de sucesso tão grande quanto de outras divas do mundo Pop.

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Chef brasileiro leva comida nacional a magnatas nos EUA – 24/12/2024 – Mônica Bergamo

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Chef brasileiro leva comida nacional a magnatas nos EUA - 24/12/2024 - Mônica Bergamo

Laura Intrieri

Elon Musk chupa uma colherzinha com “maionese de podrão”, daquelas verdes, frequentemente servidas em bisnagas de lanchonetes brasileiras. É a cena descrita em vídeo viral de Julio Carneiro, chef que diz ter servido a iguaria ao bilionário como acompanhamento de uma coxinha em um coquetel no Vale do Silício, nos EUA.

O episódio é um capítulo da trajetória do rapaz que saiu de Mairiporã, na Grande São Paulo, para cozinhar para executivos de grandes empresas e políticos em uma das regiões mais ricas do mundo.

Aos 29 anos, Carneiro acumula histórias inusitadas dos bastidores das mansões onde costuma trabalhar. Ele conta que, certa vez, uma família para a qual cozinhou enviou um avião particular para buscar uma caixa de cereal específica em outra cidade.

Em outra ocasião, precisou elaborar um prato de última hora para preencher a mesa em uma reunião de fechamento de um grande negócio da internet. Um “bolinho vagabundo de posto de gasolina”, que deveria ser mero figurante na composição dos pratos, foi um dos que mais fez sucesso, segundo conta. Seus clientes também não dispensam arroz com feijão.

“Não faço comida brasileira, mas abrasileiro todas as receitas. Já servi pastel em festa de governador americano e caldinho de moqueca em coquetéis. Acham exótico e bizarro”, diz.

Carneiro é formado em gastronomia no Mackenzie. Meses após sair da faculdade, e pouco antes do início da pandemia, foi tentar a vida nos Estados Unidos. Ele começou a oferecer serviços de compras e refeições por um aplicativo de bairro. Os pedidos foram crescendo, até que foi chamado por uma empresa de eventos para cozinhar em um jantar, sem revelar o destino.

Precisando de dinheiro, ele aceitou. Era uma mansão no Vale do Silício.

Preparou o jantar sem saber para quem, e agradou. Foi chamado para cozinhar mais vezes no mesmo lugar. Só depois descobriu que a residência pertencia a um bilionário do setor de tecnologia.

“Você nunca sabe quem é o cliente. As casas têm gerentes, chamados de ‘house managers’. Assinamos vários contratos de confidencialidade”, conta. Ele mantém um perfil no Instagram onde exibe cozinhas luxuosas e refeições na casa das centenas de dólares —mas nada do rosto de seus chefes, que preferem a discrição.

Filho de família de baixa renda, Carneiro entrou para o mundo da culinária por meio de um projeto social do Hotel Unique Garden, localizado em sua cidade natal. Lá, inspirado por um chef da cozinha, decidiu cursar gastronomia, conseguindo mais tarde ser aprovado na graduação do Mackenzie.

Ex-professores ouvidos pela coluna o descrevem como um aluno que, mesmo começando com repertório limitado, demonstrou desenvolvimento acima da média durante o curso.

Dormia algumas noites por semana na rodoviária de São Paulo para conciliar o trabalho, em Mairiporã, com as aulas na Consolação, região central. “Eram três horas para ir e duas para voltar. Às vezes não dava tempo de voltar para casa”, diz.

No próprio Unique Garden, conseguiu um emprego na cozinha enquanto ainda estava na faculdade. Antes de ir para os EUA, passou pela cozinha do D.O.M., premiado restaurante de Alex Atala, e chefiou o The Blue Pub, ambos na capital paulista.

“Minha família encontrou um jeito de sobreviver por meio da cozinha. Só depois entendi que comida não era somente renda, tinha também como ser arte. É o meu jeito de me expressar”, diz.


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