Sem árvore de Natal ou decorações adornando a Igreja da Natividade, reverenciada como o local de nascimento de Jesus Cristo, a alegria do feriado estava ausente na cidade de Belém, na Cisjordânia, ocupada por Israel, na terça-feira.
No centro de Belém, a Tropa Escoteira Terra Sancta, usando lenços vermelhos, marchou pela principal rua comercial onde vendedores vendiam nougat e shawarma.
O doce som das crianças cantando canções de Natal enchia o ar, em nítido contraste com as mensagens sombrias nos cartazes que seguravam: “Queremos a vida, não a morte” e “Parem o genocídio de Gaza agora!”
Pelo segundo ano consecutivo, as festividades de Natal em Belém são ofuscadas pela guerra.
Uma grande árvore de Natal geralmente fica na Praça da Manjedoura, em frente à Igreja da Natividade, construída no topo de uma caverna onde os cristãos acreditam que Jesus nasceu há mais de 2.000 anos.
Mas, tal como no ano passado, o município de Belém decidiu optar por celebrações modestas em respeito aos palestinianos que sofrem em Gaza.
Para os cristãos na Terra Santa, que são cerca de 185 mil em Israel e 47 mil no território palestino, a oração pode oferecer consolo e esperança para um futuro melhor.
“Vamos orar e pedir a Deus que acabe com o nosso sofrimento, que dê a esta parte do mundo a paz que esperamos, a paz que Jesus trouxe ao mundo”, disse Anton Salman, o prefeito de Belém.
O Arcebispo Pierbattista Pizzaballa, o patriarca latino de Jerusalém que dirigiu a missa em Gaza no domingo, partilhou uma mensagem semelhante de esperança enquanto se preparava para presidir a missa da meia-noite em Belém.
“Acabei de chegar ontem de Gaza. Vi tudo destruído, pobreza, desastre”, disse ele.
“Mas também vi a vida – eles não desistem. Então você também não deve desistir. Nunca”, acrescentou Pizzaballa em discurso em frente ao Bethlehem Peace Center, um espaço cultural.
“Somos mais fortes, pertencemos à luz, não às trevas”, disse ele, ao lado de uma bandeira palestina. “No próximo ano, queremos ver a maior árvore de Natal de todos os tempos.”