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Neandertais e humanos modernos tiveram fase de ‘namoro’ – 14/12/2024 – Ciência
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Reinaldo José Lopes
Os mais antigos genomas da nossa espécie já soletrados na íntegra por cientistas trazem pistas importantes sobre a miscigenação pré-histórica entre o Homo sapiens e seus primos arcaicos, os neandertais.
A análise dos dados de DNA indica que houve apenas uma grande fase de “namoro” entre membros das duas espécies, que teria ocorrido mais ou menos entre 50 mil e 45 mil anos atrás, quando os primeiros seres humanos de anatomia moderna chegaram à Europa.
As conclusões vêm de dois trabalhos publicados simultaneamente nas mais importantes revistas científicas do mundo, a britânica Nature e a americana Science. Cada um deles traz peças diferentes que parecem se encaixar no mesmo quebra-cabeças e, se estiverem corretos, vai ser preciso repensar a maneira como se imaginava a expansão inicial da nossa espécie pelo planeta.
Num dos trabalhos, a equipe liderada por Arev Sümer e Johannes Krause, do Instituo Max Planck de Antropologia Evolucionista, na Alemanha, analisou o DNA de sete indivíduos que viveram na Europa Central há cerca de 45 mil anos.
Seis deles foram identificados a partir de fragmentos ósseos achados no sítio arqueológico de Ilsenhöhle, na Alemanha, enquanto o outro foi achado em Zlaty Kun, na República Tcheca.
Considerando que os neandertais só desapareceriam da Europa por volta de 40 mil anos atrás, os humanos modernos desses locais teriam tido tempo de sobra para interagir com a espécie arcaica, potencialmente passando por vários eventos de hibridização (grosso modo, “mestiçagem”) ao longo dos milênios.
Além disso, por estarem muito mais perto desses eventos do que nós, seria concebível que carregassem em seu DNA uma porcentagem maior de material genético neandertal do que os cerca de 2% presentes em praticamente todos os seres humanos atuais sem ancestrais recentes na África. (O referencial da miscigenação é o continente africano porque os Homo sapiens surgiram nele e de lá se espalharam para o resto do planeta.)
No entanto, não é o que os pesquisadores viram. “Eles têm mais ou menos a mesma proporção de ancestralidade neandertal de todos os povos não africanos de hoje”, explicou Sümer em entrevista coletiva online.
É um sinal de que a hibridização, provavelmente ao longo de várias gerações de encontros entre as espécies, tinha acontecido alguns milhares de anos antes do nascimento dos indivíduos europeus.
Outro dado intrigante é que, a julgar pelo parentesco relativamente próximo entre eles, tanto as pessoas achadas na Alemanha quanto o indivíduo da República Tcheca pertenciam a uma mesma população, muito móvel e modesta (com poucas centenas de seres humanos), e que não deixou descendentes nos milênios seguintes de pré-história, depois de 40 mil anos antes do presente. “É algo que nós ainda precisamos explicar”, declarou Krause.
Já o estudo da Science, liderado por Priya Moorjani, da Universidade da Califórnia em Berkeley, analisou o genoma de 59 indivíduos antigos e 275 pessoas de hoje e chegou a conclusões muito parecidas com as vindas dos fósseis alemães e tchecos. A mestiçagem, dizem eles, de fato teria acontecido no período a partir de 50 mil anos atrás, num pulso de contato sexual entre as espécies que teria durado várias gerações.
Logo depois disso, entrou em cena a seleção natural. Trata-se do mecanismo evolutivo no qual indivíduos com mais sucesso na reprodução espalham cada vez mais seu material genético pela população ao longo do tempo. Esse processo teria “peneirado” o DNA neandertal que se misturou ao do Homo sapiens.
Parte desse DNA arcaico simplesmente “não combinou” com o dos humanos modernos e foi desaparecendo. Mas alguns trechos dele parecem ter favorecido a adaptação do Homo sapiens à Europa, inclusive em coisas como a resistência a certas doenças. Esse processo explicaria por que certas regiões do nosso genoma moderno são “desertos de genes neandertais”, enquanto outras trazem uma contribuição mais intensa do DNA arcaico do que seria de esperar.
Outro detalhe relevante apontado pelos estudos é que, embora esqueletos de Homo sapiens tenham sido encontrados fora da África com idades muito mais antigas, eles provavelmente não deixaram descendentes hoje. A idade da mestiçagem com os neandertais funcionaria como uma “nota de corte” para o momento da migração do H. sapiens que realmente teve efeitos duradouros no resto do mundo.
Por fim, como seria de esperar considerando sua origem africana, esses primeiros europeus, indica o DNA, tinham pele, cabelo e olhos escuros. A pele branca só surgiria bem mais tarde.
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Parlamento da Geórgia elege presidente de ultradireita anti-União Europeia – 14/12/2024 – Mundo
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14 de dezembro de 2024O Parlamento da Geórgia elegeu neste sábado (14) o ex-jogador de futebol Mikheil Kavelashvili como presidente do país, encerrando um processo eleitoral que sofreu acusações de fraude por parte da oposição.
Kavelashvili é um político de ultradireita conhecido por sua posição anti-União Europeia, acenos à Rússia e falas homofóbicas, e sua vitória sinaliza que a ex-república soviética do Cáucaso deve se afastar do Ocidente e se aproximar de Moscou nos próximos anos.
Manifestantes protestam nas ruas desde que o governo em Tbilisi paralisou o processo de adesão à UE, uma medida que causou revolta e contraria a opinião da maioria da população, que é favorável à entrada no bloco, de acordo com pesquisas de opinião.
Em outubro, o partido de direita e de tendências autoritárias Sonho Georgiano venceu as eleições parlamentares com 54% do voto. A oposição boicota o Legislativo por dizer que o pleito foi fraudado —por isso, Kavelashvili foi eleito por 224 dos 225 eleitores aptos a votar para presidente, que inclui membros do Parlamento e representantes de governos regionais.
Observadores de organismos internacionais, da União Europeia e da sociedade civil georgiana atestaram fraude, manipulação e constrangimento nas eleições. A atual presidente do país, Salome Zourabichvili, foi à Justiça, pediu o cancelamento do pleito e estimulou uma onda de manifestações e desobediência civil —a oposição diz que vai continuar considerando a política como a presidente legítima.
Defensora da aproximação da Geórgia com a União Europeia, Zourabichvili galvanizou ainda partidos de oposição para deslegitimar o Parlamento, dominado antes e depois do pleito pelo Sonho Georgiano. A resposta foi violenta. Segundo as forças de segurança, 460 prisões foram realizadas, 300 pessoas ficaram feridas e 80 foram hospitalizadas. A oposição afirma que os números estão longe da realidade.
Neste sábado, centenas de pessoas enfrentaram neve para protestar contra a eleição de Kavelashvili em frente à sede do Parlamento. Alguns dos manifestantes ergueram cartões vermelhos, em referência irônica à carreira do agora presidente no futebol.
Kavelashvili é o líder da corrente Poder Popular, uma facção dentro do partido Sonho Georgiano que foi responsável pela controversa lei sobre “agentes estrangeiros” aprovada em maio deste ano. Segundo a legislação, organizações que recebam mais de 20% de seu financiamento do exterior devem se registrar como agentes de influência estrangeira —segundo a oposição, a medida persegue ONGs e entidades contrárias ao governo.
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Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 11 milhões
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14 de dezembro de 2024 Agência Brasil
As seis dezenas do concurso 2.808 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.
O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 11 milhões.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.
O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.
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Anvisa aprova testes da terapia revolucionária contra câncer do Butantan e Hemocentro de Ribeirão Preto
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14 de dezembro de 2024Anvisa aprova testes da terapia revolucionária contra câncer do Butantan e Hemocentro de Ribeirão Preto
A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aprovou uma segunda etapa dos testes clínicos de uma terapia revolucionária contra o câncer, a CAR-T Cell, já mostrada aqui no Só Notícia Boa. O método foi desenvolvido pelo Hemocentro de Ribeirão Preto com o Instituto Butantan, de São Paulo.
O novo tratamento já atingiu resultados incríveis, com uma taxa de sucesso superior a 80% em pacientes que estavam sem opções. 9 pacientes tiveram remissão completa do câncer. O estudo clínico foi chamado de CARTHEDRALL e a intenção agora é levar a solução para o Sistema Único de Saúde (SUS).
A técnica CAR-T Cell reprograma a genética de linfócitos T, células de defesa do organismo. Assim, elas conseguem identificar e combater apenas as células cancerígenas, protegendo as saudáveis. Os próximos testes vão incluir 81 pacientes em quatro grandes centros médicos de São Paulo. Veja como participar abaixo!
Versão brasileira do tratamento
A CAR-T Cell não é uma iniciativa brasileira, mas o alto custo de importação levou as instituições do país a desenvolverem versões nacionais.
Foi assim que começou o estudo, em 2023. A Universidade de São Paulo, por meio do Hemocentro de Ribeirão Preto, em parceria com o Instituto Butantan, iniciou os estudos.
Com os resultados positivos na primeira fase, a Anvisa liberou o caminho para que as instituições começassem o segundo momento.
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Sem efeito colateral
A primeira fase foi realizada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e teve resultados bem animadores.
O professor da universidade coordenador do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera) do Hemocentro, Diego Villa Clé, contou que a segurança da terapia foi confirmada.
“Demonstraram resposta às células CAR-T, e o procedimento foi seguro, sem nenhum efeito colateral grave”, disse em entrevista ao O Globo.
Agora, o grupo vai ampliar ainda mais a terapia para outros hospitais de São Paulo.
Custa 10% do valor da importada
Hoje os testes contam com o financiamento do Ministério da Saúde, maior interessado na pesquisa.
Isso porque, a tecnologia desenvolvida no Brasil, chega a custar 10% do valor importado hoje, ou seja, aproximadamente R$ 200 mil.
“O nosso trabalho é fazer uma tecnologia completamente nacional para que esse tratamento seja acessível a todos os pacientes atendidos pelo SUS”, explicou Rodrigo Calado, diretor-presidente do Hemocentro e professor de Hematologia da USP.
Como participar
O estudo do Hemocentro e Butantan busca pacientes com leucemia linfoide aguda de células B ou linfoma não Hodgkin de células B, que não respondem a tratamentos convencionais.
Os interessados devem encaminhar as informações para o email do médico: terapia@hemocentro.fmrp.usp.br.
Como funciona?
A CART-T Cell é uma terapia revolucionária e surgiu como um farol de esperança.
O método consegue “treinar” as células do paciente para que elas só ataquem o câncer.
No geral, a terapia funciona como uma espécie de “autotransplante”.
Nos Estados Unidos, a CART-T Cell é aprovada desde 2017 e o país segue como um dos mais avançados no tratamento de cânceres hematológicos.
Na foto, um paciente antes e depois de ter sido submetido ao tratamento CAR-T Cell. – Foto: Arquivo pessoal
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