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Norte-coreanos na Ucrânia é novo capítulo da aliança Kim-Putin

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A aliança entre os regimes da Coreia do Norte e da Rússia parece ter entrado em uma nova fase com os relatos de que soldados norte-coreanos estão sendo enviados para atuar diretamente na guerra da Ucrânia.

Nesta semana, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou que Pyongyang não está apenas fornecendo armas para a Rússia, mas também tropas que podem apoiar as forças do ditador Vladimir Putin na invasão. A denúncia de Zelensky marca um ponto crítico na crescente cooperação militar entre os dois regimes, sinalizando o aprofundamento de uma relação que preocupa a comunidade internacional.

“Já não se trata apenas de transferência de armas. Na verdade, trata-se da transferência de pessoas da Coreia do Norte para as forças militares de ocupação”, disse Zelensky no último domingo (13). O presidente ucraniano afirmou ainda que milhares de soldados norte-coreanos já teriam sido enviados à Rússia para fortalecer o exército do Kremlin. Relatórios da inteligência ucraniana e fontes da mídia internacional indicam que esses soldados estão sendo treinados em território russo e, possivelmente, já estão em ação no campo de batalha ucraniano.

No último dia 10, fontes da inteligência ucraniana afirmaram ao jornal britânico The Guardian que seis oficiais norte-coreanos haviam morrido após terem sido atingidos por um ataque com mísseis próximo a Donetsk, reforçando os indícios de envolvimento direto das tropas de Pyongyang no conflito. Por sua vez, o jornal ucraniano The Kyiv Independent, também citando fontes de inteligência, corroboradas nesta quinta-feira (17) por Zelensky, informou que até 11 mil soldados norte-coreanos estariam sendo treinados na Rússia, com a possibilidade de serem enviados à Ucrânia até o final de 2024. Fontes do Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coreia do Sul foram ainda mais longe e disseram nesta sexta-feira (18) que a Coreia do Norte decidiu enviar, na verdade, um total de 12 mil soldados para a Rússia utilizar na guerra na Ucrânia.

“Descobriu-se que a Coreia do Norte decidiu recentemente enviar um total de 12 mil soldados de quatro brigadas diferentes, incluindo forças especiais, para a guerra na Ucrânia”, afirmou uma fonte citada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap nesta sexta. “O movimento de tropas já começou”, declarou a fonte do NIS. O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, convocou uma reunião interdepartamental de emergência para discutir o apoio norte-coreano aos russos, dizendo que a situação “representa uma ameaça significativa à segurança não apenas da República da Coreia [nome oficial da Coreia do Sul], mas também da comunidade internacional” e que Seul “mobilizará todos os meios disponíveis” para se comunicar e cooperar com seus parceiros.

Segundo informações da Yonhap, nas bases para onde estão sendo enviados, os soldados norte-coreanos vão receber uniformes e armas russas, bem como carteiras de identidade falsas, estipulando que os soldados norte-coreanos são das regiões siberianas de Iacútia e Buriácia, dada a semelhança, de acordo com o NIS, dos residentes desses locais com os coreanos étnicos.

A aliança entre a Coreia do Norte e a Rússia se fortaleceu desde o início da invasão de Putin à Ucrânia, em fevereiro de 2022. Isolado pela comunidade internacional, o ditador russo passou a buscar apoio em países como a Coreia do Norte, liderada pelo ditador Kim Jong-un, e o Irã, que também enfrentam sanções severas por suas ações no cenário global.

Em junho, durante uma visita de Putin à Coreia do Norte, ambos os países assinaram um acordo de “associação estratégica”, no qual a cooperação militar entre os países foi claramente mencionada. Este acordo formalizou o apoio mútuo entre Rússia e Coreia do Norte em questões de defesa e pode ter sido fundamental para que Pyongyang aumentasse sua participação no conflito na Ucrânia. O estreitamento de laços entre os dois regimes tem gerado preocupação nos países ocidentais, que veem a cooperação entre Moscou e Pyongyang como um desafio não só para o conflito no leste europeu como também para segurança global.

Antes dos soldados, armas e munições

Em julho, relatórios de serviços de inteligência do Ocidente indicaram que a Coreia do Norte já teria enviado milhares de contêineres com munições para a Rússia, incluindo mais de seis milhões de projéteis de artilharia. Estima-se que cerca da metade das munições usadas pela Rússia no front ucraniano tenham origem norte-coreana, embora a qualidade delas seja frequentemente questionada.

“Embora muitos projéteis falhem, a quantidade enviada tem sido crucial para manter a ofensiva russa”, relataram fontes militares sul-coreanas.

Além do fornecimento de armas, a Coreia do Norte também teria enviado engenheiros e operários para ajudar na reconstrução das áreas ocupadas pelas forças russas, especialmente na região de Donbas. Esse apoio logístico, combinado agora com o envio de tropas, revela um comprometimento cada vez maior de Pyongyang com a causa russa na guerra da Ucrânia.

Segundo informou a agência Reuters, o comandante do Exército dos EUA no Indo-Pacífico, General Charles Flynn, disse que, ao participar diretamente do conflito, o regime de Kim Jong-un, pode estar tentando obter feedback em tempo real sobre suas capacidades militares, algo que nunca foi possível em conflitos anteriores. Isso, segundo ele, permitiria à Coreia do Norte ajustar seus armamentos e suas táticas com base em experiências reais, o que preocupa tanto os Estados Unidos quanto outros aliados ocidentais.

Para o general Carsten Breuer, chefe do Estado-Maior da Defesa da Alemanha, a ajuda da Coreia do Norte à Rússia tem fortalecido a capacidade de Moscou de manter seu arsenal abastecido na guerra.

“Trata-se de aumentar a produção de armas destinadas à agressão da Rússia na Ucrânia, além de fortalecer a própria Rússia”, afirmou Breuer durante visita à Coreia do Sul, em setembro. Ele enfatizou que o Kremlin “não teria procurado o líder norte-coreano, Kim Jong-un, se essas armas e apoio não fossem úteis”.

A resposta dos Estados Unidos à notícia de que soldados norte-coreanos estão sendo enviados para lutar na Ucrânia foi cautelosa e analítica. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Sean Savett, afirmou que o envolvimento de tropas de Kim na Ucrânia, se confirmado, “indicaria um novo nível de desespero para a Rússia, já que ela continua a sofrer baixas significativas no campo de batalha”. Ele acrescentou que esse apoio norte-coreano poderia “indicar uma ampliação significativa da relação de defesa entre os dois países”, em um contexto de isolamento crescente tanto para Moscou quanto para Pyongyang.

O Kremlin, por sua vez, tem rejeitado as acusações de que está recebendo tropas norte-coreanas, classificando as alegações como “fake news”. As autoridades russas têm evitado comentar diretamente sobre o crescente envolvimento de Pyongyang no conflito no leste europeu. Apesar disso, a aproximação entre os dois países é clara, especialmente após a visita de Putin à Coreia do Norte, em junho.

Para Zelensky, a entrada da Coreia do Norte na guerra é uma escalada perigosa que exige uma resposta firme da comunidade internacional.

“Na coalizão de criminosos junto a Putin, já está implicada a Coreia do Norte”, afirmou o presidente ucraniano. Ele tem usado essas denúncias para pressionar os aliados ocidentais a intensificarem o apoio à Ucrânia, destacando que “essa aliança entre regimes autoritários representa uma ameaça à segurança global”.

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A pintora Tarsila do Amaral ou as ambiguidades do modernismo, no Museu do Luxemburgo

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A pintora Tarsila do Amaral ou as ambiguidades do modernismo, no Museu do Luxemburgo

Tarsila do Amaral (1886-1973) é a maior figura da criação artística no Brasil do período entre guerras. Embora tenha feito muitas visitas à França, nunca havia sido objeto de uma retrospectiva lá. O apresentado pelo Museu do Luxemburgo em Paris reúne cerca de 150 obras e documentos. Mas, por ser bastante exaustivo, suscita pensamentos contraditórios, ao ponto do desconforto.

O artista nasceu em 1886, em uma família de classe média alta do estado de São Paulo, à frente de fazendas, grandes propriedades dedicadas ao café. A sua infância e adolescência conformam-se com esta confortável situação: uma boa educação, um tutor belga para falar francês, aulas de piano, uma primeira viagem à Europa aos 16 anos e um casamento aos 18 com um primo da sua mãe, união que dura pouco tempo. A jovem preferiu a pintura ao piano, que estudou em São Paulo, depois em Paris, para onde foi em 1920. Académie Julian, Louvre, primeira pintura aceita no Salão da Sociedade de Artistas Franceses em 1922, impressionismo tardio: primeiro acima de tudo, está longe de ser o que agita a vida intelectual parisiense. Mas ela rapidamente percebe isso.

Retornando a São Paulo em 1922, juntou-se aos escritores que se autodenominavam “modernos”, fundou com eles um grupo, uniu-se ao poeta e ensaísta Oswald de Andrade (1890-1954), e retornou com ele a Paris em 1923. Em Em março, matriculou-se em aulas com André Lhote, que se dizia cubista. O casal conheceu Blaise Cendrars, graças a quem conheceram Constantin Brancusi, Georges Braque, Sonia e Robert Delaunay, Pablo Picasso… Em outubro, ela seguiu brevemente os ensinamentos de Fernand Léger. Sua facilidade financeira lhe permitiu adquirir obras de seus novos amigos. A iniciação é, portanto, rápida e os seus efeitos são claramente visíveis: linhas geométricas, planos frontais de cor e volumes curvos modulados à la Léger. Ela aplicou essas soluções plásticas nas paisagens do Brasil, para onde retornou em dezembro de 1923 e onde Cendrars se hospedou no início de 1924.

Cobra Primordial e Ovo

Nos anos que se seguiram, o casal Amaral-Andrade corporizou o modernismo brasileiro no Brasil e na França, ela em suas telas intensamente coloridas compostas de poucas linhas retas ou curvas, e ele em seus poemas e ensaios. Eles vivem alternadamente nos dois países, onde expõe com sucesso.

Sob árvores de troncos cilíndricos e palmeiras ovais, ela revela uma fauna meio real, meio imaginária e formas humanas muito desproporcionais, como os nus de Picasso. Abaporu (1928) é o arquétipo: um corpo com pernas e pés direitos alargados e uma cabeça minúscula, sentado perto de um cacto sob um sol redondo. O desenho é publicado no centro de Manifesto antropofágico publicado por Andrade em maio de 1928. Este texto, mais lírico do que límpido, pretende ser a certidão de nascimento de uma arte brasileira na qual as culturas indígenas indígenas e a cultura ocidental se uniriam. Andrade cita o mito da grande serpente e exalta a resistência dos povos indígenas à aculturação colonial. O canibalismo invocado no título seria a metáfora dessa resistência. Esse “antropofagia” híbrido, Amaral pinta: boi com chifres muito longos na mata, cobra e ovo primordial, vegetação com formas sexuadas. E, sempre, verdes e azuis intensos.

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Dois associados da oposição mortos a tiros – DW – 20/10/2024

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Dois associados da oposição mortos a tiros – DW – 20/10/2024

Dois associados do principal candidato da oposição moçambicana, Venâncio Mondlane, foram mortos a tiro em de Moçambique capital, Maputo, no sábado.

Acontece depois das eleições de 9 de Outubro, após as quais o oposição acusou o partido no poder, Frelimo, de fraude eleitoral.

O que sabemos sobre os assassinatos?

O advogado Elvino Dias e o candidato Paulo Guambe estavam num carro no centro de Maputo quando foram cercados por outros veículos e alvejados, segundo testemunhas.

Testemunhas disseram que dois homens armados dispararam 20 balas no ataque.

Guambe foi candidato ao Partido Podemos que apoiou Mondlane para presidente nas eleições de 9 de outubro.

Podemos head Albino Forquilha confirmed the killings to AFP news agency.

A polícia disse que uma investigação foi iniciada, mas não confirmou imediatamente a identidade dos dois homens mortos.

Disseram que uma mulher também estava no carro e que foi levada ao hospital.

O porta-voz da polícia, Leonel Muchina, disse que as vítimas tinham estado anteriormente num bar local, após o que foram seguidas. Ele disse que os assassinatos podem estar relacionados às interações com outros clientes do bar.

Na noite de sábado, Mondlane juntou-se a cerca de 100 apoiantes que realizaram uma vigília em Maputo.

O candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane, e apoiantes na vigília do advogado Elvino Dias e do político do Podemos, Paulo Guambe
Mondlane participou numa vigília pelo advogado e candidato assassinado ao lado de dezenas de apoiantesImagem: ALFREDO ZUNIGA/AFP

Moçambique aguarda resultados eleitorais em meio a alegações de fraude

Os resultados das eleições gerais em Moçambique deverão ser publicados no dia 24 de Outubro.

O partido governante Frelimo, que governa Moçambique desde a sua independência de Portugal em 1975reivindicou vitória logo após o dia da votação.

Mondlane alegou fraude e apelou aos moçambicanos para saírem às ruas na segunda-feira.

No ano passado, Dias acusou as autoridades de fraude nas eleições autárquicas vencidas pela Frelimo.

UM sociedade civil O grupo de observadores Mais Integridade disse que Dias expressou temores sobre um plano para assassiná-lo.

Poucas mudanças são esperadas nas eleições gerais em Moçambique

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Reações aos assassinatos

O Mais Integridade qualificou o ataque de “repugnante”, descrevendo-o como um “ato de intimidação” que minou a democracia.

O partido Frelimo disse que rejeita “veementemente este acto macabro” e apelou “a todas as autoridades para que façam tudo o que estiver ao seu alcance para esclarecer este caso”.

O Podemos disse que os assassinatos foram “mais uma prova clara da falta de justiça a que todos estamos sujeitos”.

O União Europeia emitiu uma declaração condenando os assassinatos e pediu que os perpetradores fossem levados à justiça.

“Numa democracia, não há lugar para assassinatos por motivação política”, afirmou.

Enquanto isso, de Portugal o parlamento disse que condenou “veementemente” os assassinatos e instou as autoridades moçambicanas a salvaguardar “a paz social e a democracia”.

sdi/rm (AFP, Lusa, Reuters, AP)



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Week 8 college football game

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Coverage from the game:

C.L. Brown: Jeff Brohm is wizard vs top-10 teams at home, but Cam Ward proved too much for Cards

Louisville football, with sellout crowd at L&N Stadium, falls to No. 6 Miami in thriller

Coverage during the game:

Louisville football has a tall task ahead against No. 6 Miami at noon today.

The Cardinals are looking to use a last-second win over Virginia as momentum to take down Heisman Trophy hopeful Cam Ward and the undefeated Hurricanes. U of L defeated Miami last year, 38-31.

After two missteps, Louisville made corrections offensively and defensively against Virginia and will look to take another step this week.

Watch Louisville football vs Miami live on ESPN+ (subscribe today)

Tyler Shough’s 4-yard TD pass to Duke Watson ties the game, completing the Cardinals’ 13-play, 75-yard drive.

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