Marcelo Toledo
Um trem de alta velocidade com impacto ambiental reduzido e ligação direta entre Paris e Berlim passou a operar nesta semana, conectando as capitais europeias a um custo a partir de 60 euros (R$ 390, ao câmbio desta quarta-feira).
O percurso entre Paris e Berlim é de 1.100 quilômetros e é feito em oito horas de viagem, com três paradas, passando por cidades europeias como Estrasburgo, na França, e Karlsruhe e Frankfurt, no lado alemão.
No lado francês, os trens poderão circular com velocidade de até 320 quilômetros por hora, enquanto nos trilhos alemães a velocidade será “reduzida” devido às condições menos favoráveis da ferrovia: até 250 quilômetros por hora.
O sistema ferroviário é operado pela DB (Deutsche Bahn), com participação da francesa SNCF Voyageurs, que oferecerá um horário de partida em cada capital diariamente.
Embora seja um trem de alta velocidade, não é o mais adequado para quem tem pressa em viajar entre as capitais dos dois países mais populosos da União Europeia, já que por via aérea é possível percorrer o trecho em uma hora e 45 minutos.
Porém, é ambientalmente mais vantajoso, além das paisagens possíveis de se ver somente a partir do trem. Segundo a DB, em comparação com uma viagem aérea, o trecho ferroviário entre as duas cidades gera somente 1% das emissões de CO2.
No ano passado, a França proibiu voos domésticos curtos que podem ser substituídos por uma viagem de trem existente. A iniciativa, que entrou em vigor em maio, é uma tentativa de reduzir as emissões de carbono e combater as mudanças climáticas.
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A lei entrou em vigor dois anos depois que os parlamentares votaram pelo fim das rotas em que a mesma viagem poderia ser feita de trem em menos de duas horas e meia.
A proibição praticamente acaba com as viagens de avião entre Paris e cidades como Nantes, Lyon e Bordeaux —voos de conexão, no entanto, não são afetados.
COMO É O NOVO TREM
As composições do trem da DB têm oito carros de passageiros, dos quais os dois primeiros destinados à primeira classe, assim como parte do terceiro, composto também pelo restaurante do trem. Já os outros cinco vagões são reservados à classe econômica.
O valor da tarifa é variável, conforme a classe escolhida pelo passageiro, a data da viagem —férias ou finais de semana, por exemplo— e a proximidade com o período desejado. Para a primeira classe, o preço base é 70 euros (R$ 455).
Já há um trem que opera entre as capitais numa viagem cerca de uma hora mais longa, que exige troca de trem, o que não acontece com a composição recém-inaugurada. No ano passado, também foi lançada uma viagem convencional noturna entre as capitais, com 14 horas de duração.
De acordo com a companhia ferroviária, o objetivo é que a rota seja pontual, evoluindo em relação aos dois últimos anos, nos quais a operação enfrentou atrasos devido à necessidade de obras, clima severo e até mesmo greves.
Como comparação, o trem da Estrada de Ferro Vitória a Minas, operado pela Vale entre Belo Horizonte e Cariacica (ES), percorre 664 quilômetros em 13 horas —parte da cidade capixaba às 7h e chega à capital mineira por volta das 20h30. Além de não ser um trem de alta velocidade, ele tem como objetivo interligar os 28 municípios nos quais passa em seu trajeto.
O Brasil tem somente dois trens de passageiros regulares. Além do Vitória a Minas, tem também os da Estrada de Ferro Carajás, ligando São Luís, no Maranhão, a Parauapebas, no Pará.
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