POLÍTICA
Núcleo petista do governo está sob fogo cruzado
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Daniel Pereira
Em seu terceiro mandato, o presidente Lula distribuiu ministérios a quase uma dezena de partidos, mas reservou as pastas mais importantes para o PT. A legenda é a única a ter representação no Palácio do Planalto — onde comanda, por exemplo, a Casa Civil (Rui Costa) e a Secretaria de Relações Institucionais (Alexandre Padilha) — e ainda está à frente, entre outros, da Fazenda (Fernando Haddad) e da Educação (Camilo Santana).
O governo pode até ser de frente ampla, mas a hegemonia petista é inegável. Essa primazia está sendo contestada nas negociações sobre a reforma ministerial e nas conversas de auxiliares de Lula com integrantes da cúpula do Congresso. Cortejados pelo presidente, líderes do Centrão retomaram as reclamações sobre a atuação de Rui Costa.
Eles dizem que o governo não melhorará de desempenho, mesmo se a reforma ministerial for realizada, se o chefe da Casa Civil não se abrir mais ao diálogo e, principalmente, reduzir as tensões que provoca dentro do Executivo e com o Legislativo. A queixa contra Rui Costa é antiga. Ainda no primeiro semestre de 2023, o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sugeriu a Lula que demitisse o ministro e colocasse em seu lugar Fernando Haddad. Agora, o lobby parlamentar pela demissão de Costa voltou a circular com força nos bastidores.
Solução ou problema caseiro?
Até petistas reconhecem que a disputa interna de poder entre Rui Costa e Fernando Haddad ajuda a emperrar o governo, que lida como uma popularidade declinante. Nesse embate, a maioria dos congressistas prefere o ministro da Fazenda, que negociou a aprovação de uma leva de projetos da agenda econômica, como o novo marco fiscal e a reforma tributária.
Expoentes do Centrão se aproximaram de Haddad, mas afirmam, com preocupação, que o chefe da equipe econômica está enfraquecido. A situação de debilidade ficou patente no fim do ano passado, quando, apesar dos esforços do ministro, o governo apresentou um pacote de ajuste fiscal considerado insuficiente pelo mercado.
No início deste ano, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, declarou que Haddad é um ministro fraco, algo que não seria dito se não tivesse um pé na realidade. Lula até tentou defender o auxiliar, mas é ele o principal catalisador do desgaste, ao insistir, como fez há poucos dias, que não há previsão de novas medidas de contenção de despesas.
“O governo tem que ser mais pragmático, principalmente na pauta econômica. E precisa também se preocupar com o aumento do preço dos alimentos e, ao mesmo tempo, empoderar o Haddad na pauta do controle de gastos”, disse a VEJA o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira.
Com poder reduzido, o ministro ainda enfrenta um derretimento de imagem. Segundo pesquisa Genial/Quaest, Haddad tem a maior rejeição entre doze potenciais candidatos à Presidência: 56%. Lula e Jair Bolsonaro ostentam, respectivamente, 49% e 53%.
Bola da vez
Desde o início do governo, também são recorrentes às queixas ao trabalho da articulação política do Planalto, sob responsabilidade de Alexandre Padilha. No ano passado, ele sobreviveu no cargo apesar da pressão de Arthur Lira para que fosse demitido. Em 2025, o Centrão retomou a ofensiva para indicar um substituto para o ministro.
O novo presidente da Câmara, Hugo Motta, trabalha pela nomeação do líder do MDB na Casa, Isnaldo Bulhões. Antes, foi especulado o remanejamento do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, correligionário de Motta no Republicanos, para a Secretaria de Relações Institucionais.
Padilha sabe desses movimentos, diz que quer continuar no cargo, mas pode acabar demitido ou deslocado para a pasta da Saúde. A hegemonia do PT está sob intenso bombardeio.
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Em vídeo de “influencer fitness”, Lula aparece com…
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10 de fevereiro de 2025Gustavo Maia
O presidente Lula apareceu com o cotovelo direito enfaixado em um vídeo gravado durante uma caminhada na manhã desta segunda-feira, em Brasília, e divulgado nas suas redes sociais. Até o momento, o Planalto não informou o motivo da bandagem.
“Bom dia com muita energia depois de uma caminhada. E você, já se exercitou hoje? Não deixe de cuidar da sua saúde”, diz a postagem, ao melhor estilo de influenciador fitness.
Na gravação, feita pelo fotógrafo Ricardo Stuckert, Lula convida o espectador a caminhar com ele. “Andar comigo significa que você vai cuidar da sua saúde, você vai cuidar da sua perna, você vai ter mais um pouco de idade no seu corpo e você vai ficar mais saudável”, declara o presidente, que tem 79 anos e foi liberado a voltar a fazer exercícios físicos no último dia 27 de janeiro, depois de se recuperar da cirurgia intracrania a que foi submetido no dia 10 de dezembro do ano passado.
Por conta da operação, ele passou algumas semanas cobrindo os curativos na cabeça com um chapéu.
“Quando a gente anda, parece que a gente fica cansado, mas a gente passa o dia muito melhor. Se você levantou agora, ande um pouco. É preciso cuidar da sua saúde e cuidar das suas pernas. A minha caminhada, além de fazer bem para mim passar o dia mais à vontade, mais animado e mais saudável, sempre que eu ando eu quero passar um estímulo para as pessoas que estão levantando agora. Portanto, levante de manhã e ande. Seja mais saudável. Ande. Todo santo dia. Não precisa correr, não, ande, apenas antes, que vai fazer bem para você. Bom dia”, completa Lula, ao som de uma trilha animada.
Assista:
Bom dia com muita energia depois de uma caminhada. ☀️🏃🏼
E você, já se exercitou hoje? Não deixe de cuidar da sua saúde.
🎥 @ricardostuckert pic.twitter.com/QZoK5cqsGt
— Lula (@LulaOficial) February 10, 2025
No X (antigo Twitter), a oposição aproveitou o post para ironizar a inflação em alta e a declaração de Lula, na semana passada, sugerindo que o brasileiro não compre um produto se desconfiar que ele está caro.
“Sim, isso é muito importante, mas o povo está mais preocupado primeiro em comprar comida para se alimentar já que está td caro”, escreveu um usuário. “Para se exercitar as pessoas precisam comer, mas pelo jeito você não quer que elas façam isso. Lula criou o jejum intermitente forçado”, afirmou outro.
“Painho, tô tendo que andar a pé pq não tenho dinheiro pra combustível. Conta como exercício?”, questionou mais um.
Apoiadores do petista, por sua vez, elogiaram a iniciativa do presidente de incentivar exercícios físicos.
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Sem entender o risco, o governo Lula dança à beira…
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10 de fevereiro de 2025 rprangel2004@gmail.com (Ricardo Rangel)
A consultoria de orçamento da Câmara dos Deputados anunciou que, se não for feito um ajuste fiscal sério, existe risco de paralisação (“shutdown”) da máquina pública a partir de 2027.
Pouco antes desse alerta, o ministro do Desenvolvimento Social, Welligton Dias, anunciou que o governo estuda um reajuste para o Bolsa Família. A notícia caiu como uma bomba, provocando queda da bolsa e aumento do dólar, e obrigou a Casa Civil a vir a público para desmentir o ministro.
Como é possível que, em um momento tão perigoso, um ministro com um orçamento de quase 300 bilhões faça um anúncio (falso) de que o governo pretende aumentar o Bolsa Família– cujo valor dobrou de 2020 para cá — ainda mais?
Sim, é um problema de comunicação, mas não é do tipo que Sidônio Palmeira possa resolver.
É um problema de comunicação do presidente da República consigo mesmo e com seu próprio governo.
Lula se recusa a compreender o risco que corre. Diz que se “depender de mim [depende de quem?], não haverá novas medidas fiscais”. Desautoriza seu ministro da Fazenda quando este tenta melhorar a fiscalização. Insiste em isenção de imposto para a classe média.
O que Lula está comunicando a seus ministros é que pode gastar à vontade. Não surpreende que seus ministros forcem a barra para gastar. E como a punição que recebem nunca é mais do que uma bronca, os ministros vão continuar tentando forçando a barrar para gastar.
Nem sempre foi assim, por sinal.
Em 1996, durante a fase de estabilização do Real, o ministro Clovis Carvalho veio a público para criticar a política econômica de Pedro Malan. FHC sabia que era preciso fazer o ajuste fiscal — e respeitava seu ministro da Fazenda. Carvalho, mesmo sendo amigo próximo de Fernando Henrique, perdeu o emprego em menos de 24 horas.
Eram outros tempos.
(Por Ricardo Rangel em 10/02/2025)
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O efeito colateral da longa novela da reforma mini…
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10 de fevereiro de 2025 Gustavo Maia
A novela da aguardada reforma ministerial de Lula já se estende há algumas semanas, sem qualquer previsão de definição. Trocas de alguns integrantes do primeiro escalão do governo são aventadas em Brasília há até mais tempo, desde meados do ano passado.
Na quarta-feira passada, o presidente disse em uma entrevista a rádios de Minas Gerais que ainda iria discutir muito com os partidos, porque não tem “pressa de fazer nenhuma reforma”.
“Eu quero ajustar as peças que vamos trocar com muita tranquilidade. Não tenho pressa, não tenho data e vou fazer os ajustes quando eu achar necessário fazer os ajustes”, declarou.
Em meio à expectativa pela decisão do petista, o clima de inquietação se espalha pelos gabinetes da Esplanada dos Ministérios. Auxiliares dos chefes de algumas pastas que estão com os cargos “ameaçados” relataram ao Radar o desânimo com a possibilidade de ter que “começar tudo de novo” com os eventuais substitutos, na segunda metade do mandato.
Afinal de contas, o chefe que chega, geralmente quer implantar a própria agenda, e tem que se inteirar do que já está em andamento ou foi realizado no ministério que assume. Há ainda o temor com a possível quebra de continuidade nas ações das pastas.
Por isso, como efeito colateral da novela da reforma, já há quem prefira entrar em compasso de espera para evitar trabalho desperdiçado ou retrabalho.
Mudanças no ministério
Até o momento, o governo Lula teve sete trocas no primeiro escalão, que tem 38 pastas. Em 2023, o general Gonçalves Dias pediu demissão do Gabinete de Segurança Institucional e foi substituído por Marcos Amaro; Daniela Carneiro saiu do Ministério do Turismo para dar lugar a Celso Sabino; Ana Moser foi trocada por André Fufuca no do Esporte; e Silvio Costa Filho substituiu Márcio França no de Portos e Aeroportos — nesse caso, o trocado acabou ganhando um ministério criado para abrigá-lo, de Empreendedorismo.
No ano passado, Flávio Dino deixou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para virar ministro do STF e foi substituído por Ricardo Lewandowski. Já o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania Silvio Almeida foi demitido pelo presidente após ser acusado de importunação sexual contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Macaé Evaristo assumiu a pasta. Em janeiro deste ano, o publicitário Sidônio Palmeira entrou na Secom no lugar de Paulo Pimenta.
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