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O alto preço pago por Haddad

O alto preço pago por Haddad

Matheus Leitão

 

A gestão econômica de Fernando Haddad tem enfrentado com sucesso os desafios herdados do governo anterior, demonstrando avanços significativos na economia e no emprego. No entanto, o pessimismo do mercado financeiro e a polarização política continuam a sombrear esses progressos, refletidos em uma aprovação pública que, segundo a pesquisa Datafolha, revela apenas 27% dos brasileiros avaliando positivamente sua gestão, enquanto 34% mantêm uma visão negativa.

O ministro teve o grande desafio de saldar as dívidas de precatórios deixadas pelo governo Bolsonaro, que somavam cerca de R$ 93 bilhões. Essas dívidas, resultantes de decisões judiciais não honradas anteriormente, tornaram-se uma carga pesada para Haddad devido à “pedalada” fiscal aplicada pelo então ministro Paulo Guedes.

Além dos desafios fiscais, a economia sob Haddad exibiu um crescimento melhor do que esperado, com o PIB crescendo mais de 3% pelo segundo ano consecutivo e o desemprego alcançando a menor taxa em 12 anos. Esses indicadores deveriam, em teoria, impulsionar a aprovação pública do ministro. No entanto, a inflação, especialmente a dos alimentos, que passou de uma deflação no ano anterior para aumentos significativos, continua a ser uma fonte de preocupação.

Claramente, apesar das melhorias econômicas, o eleitorado brasileiro mostra-se cada vez mais impaciente e exigente, avaliando os líderes não apenas pelos sucessos, mas também pela capacidade de proporcionar uma sensação de estabilidade e prosperidade.

É evidente que, apesar dos bons resultados, a intensa polarização política e o desânimo do mercado financeiro pesam sobre Haddad. Mesmo com um desempenho competente, uma significativa parcela da população ainda percebe sua gestão como inadequada, sublinhando o desafio de governar em um ambiente tão dividido.





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