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O caminho das instituições políticas – 05/01/2025 – Opinião
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Preocupações centrais na cena política surgem de uma discussão de projeto para o nosso país, não da angustiante polarização entre grupos vinculados a essa ou àquela ideologia.
O fascismo nunca foi de direita, porque não era um movimento de aristocratas ou proprietários rurais, mas de plebeus. Da mesma forma, os comunistas não eram de esquerda, porque despreocupados com direitos humanos. A ordem política não é uma discussão entre direita e esquerda, mas entre aqueles que defendem a ordem constitucional, a democracia liberal e a economia de mercado e aqueles que querem destruir esses valores.
Mudanças nas instituições políticas estão relacionadas ao nível do crescimento econômico, à mobilização social e ao poder das ideias, inseridas no contexto da justiça e legitimidade.
Desde as revoluções Francesa e Americana, ambas de baixo para cima, uma à busca de direitos civis e outra, de soberania, o Ocidente se destacou, em termos globais, quanto a prosperidade e representação política. A rigor, a consolidação no Ocidente das democracias liberais se deu somente a partir da segunda metade do século passado. E, desde então, tem ultrapassado com galhardia inúmeras crises, porém, nas últimas décadas, sofre de sérios contratempos.
Os Estados modernos estão construídos em torno da especialidade técnica, da competência executiva e da autonomia administrativa. Essas características, aliás, já estão muito desenvolvidas em vários regimes autoritários, como na China e em Singapura.
A democracia liberal, por outro lado, tem demonstrado dificuldade para atender com eficiência os interesses políticos, inclusive dos grupos organizados, que dirá dos cidadãos; os seus representantes no Congresso se tornaram despachantes de grupos organizados, compactuam o governo com o Executivo, mas sem assumir responsabilidades!
Nos Estados Unidos, após a Guerra Civil e o New Deal, o Estado cresceu enormemente, sendo que a lei e a democracia, enraizadas profundamente na cultura nacional, começaram a assolar a sua própria eficiência. É de se indagar a estas alturas: é possível reverter a tendência e reformular o sistema presidencialista, reproduzido em quase toda América Latina? Nenhum partido político tem nesse regime incentivos para conter o acesso dos grupos organizados de interesse, sendo que estes, de um modo geral, não desejam nenhum sistema em que a pressão, ou o dinheiro, não exerçam influência.
O cidadão comum não está preparado, nem tem temperamento, para discutir os inúmeros e complexos projetos de interesse coletivo, espaço este ocupado indevidamente pelos grupos organizados. O controle político, neste caso, adquire formas contraditórias e/ou específicas de mandatos, que, como de hábito e frequência, usam o próprio Estado para atender os próprios interesses. Desse modo, a democracia liberal tem resvalado para uma contradição consigo mesma! Daí reemerge o patrimonialismo, o clientelismo, onde o Estado e os seus recursos comprometem a legitimidade do sistema.
A solução ideal no Brasil seria encontrar um meio de reverter as reformas sociais, embora bem-intencionadas, que foram instituídas na Constituição de 88; uma agenda realista terá que equilibrar objetivos de longo prazo à realidade política atual. O sistema de freios e contrapesos concede peso exagerado aos lobbies e falha na sua missão primordial, que é agregar os interesses do cidadão. O presidencialismo não cultiva a lealdade, a adoção conjunta de um plano de governo compartilhado, Executivo e Legislativo.
Há que se reconhecer que o chamado bem público está mais bem servido por seus delegados representantes do que pelo povo diretamente. Em geral, os eleitores vão atrás das suas necessidades e interesses particulares, sendo que na ausência de mandatos coerentes mais do que depressa renunciam às preferências políticas.
As decisões no Congresso devem ser tomadas não através da confrontação entre os despachantes dos grupos organizados, mas através da deliberação dos congressistas interna corporis, com vistas ao interesse comum. Por isso o sistema de governo parlamentar, embora menos democrático, atende melhor ao interesse do país.
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Primeiros voos internacionais pousam após queda de Assad – DW – 01/07/2025
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11 segundos atrásem
7 de janeiro de 2025Um voo da Qatar Airways pousou no aeroporto internacional de Damasco na terça-feira, marcando a primeira vez que um voo comercial pousou no sírio capital desde a queda do ex-presidente Bashar al-Assad um mês antes.
Também foi a primeira vez que uma embarcação comercial do Catar voou para a Síria em 13 anos. A maioria das transportadoras internacionais suspendeu o serviço para a Síria depois que a repressão brutal de Assad aos protestos pró-democracia em 2011 desencadeou a Guerra Civil Síria.
O voo pousou logo após a primeira decolagem comercial do aeroporto, com destino aos Emirados Árabes Unidos.
Um porta-voz da principal companhia aérea da Jordânia, a Royal Jordanian, também confirmou que um voo sairia da capital Amã com destino a Damasco ainda nesta terça-feira para um voo de teste.
Aeroporto em avaliação
O chefe da Comissão Reguladora da Aviação Civil da Síria, capitão Haitham Misto, disse que estaria a bordo desse voo para avaliar a preparação do aeroporto de Damasco para restaurar o tráfego internacional completo.
Quando os rebeldes invadiram a capital nos primeiros dias de Dezembro, os trabalhadores e militares abandonaram o aeroporto quando a queda do regime de Assad se tornou iminente.
Vários líderes do governo interino da Síria estiveram na Jordânia na terça-feira para discutir a normalização dos laços e a redução do fluxo de anfetaminas Captagon altamente viciantes da Síria através da Jordânia para outros Estados do Golfo.
O que vem a seguir para a Síria?
es/kb (AP, AFP)
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Jean-Noël Barrot pede para evitar o Irã até que os reféns franceses sejam libertados
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19 minutos atrásem
7 de janeiro de 2025O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, pediu na terça-feira, 7 de janeiro, aos cidadãos franceses que não viajassem ao Irã até “libertação completa” Prisioneiros franceses neste país. “A situação dos nossos compatriotas reféns no Irão é simplesmente inaceitável, eles foram detidos injustamente durante vários anos em condições indignas”declarou o ministro durante a conferência de embaixadores, garantindo que Paris não os esqueceu “só um segundo”.
“Desde a eleição do presidente (Massoud iraniano) Pezeshkian e apesar dos nossos esforços para nos envolvermos ao mais alto nível, a sua situação deteriorou-se”.continuou o Sr. Barrot. “Digo isto às autoridades iranianas: os nossos reféns devem ser libertados. As nossas relações bilaterais e o futuro das sanções dependem disso. E até à libertação completa dos nossos reféns, peço aos nossos compatriotas que não vão ao Irão”.ele declarou.
“Reféns do Estado”
Cécile Kohler e Jacques Paris, um casal francês, estão detidos no Irão desde maio de 2022 e acusados pelas autoridades de“espionagem”o que seus parentes negam. Um terceiro francês, chamado Olivier, mas cujo apelido não foi divulgado, também está preso no Irão desde 2022. Paris descreve estes prisioneiros como“reféns do Estado”.
O Irão, que detém vários cidadãos ocidentais ou binacionais, é acusado pelos seus apoiantes e por ONG de os utilizar como moeda de troca em negociações entre Estados. Uma jovem jornalista italiana, Cecilia Sala, foi presa em Teerã no dia 19 de dezembro durante uma viagem profissional. O Irão acusa-o de ter “quebra as leis”. Roma denunciou uma prisão “inaceitável”.
O mundo com AFP
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Ashoka abre inscrições para jovens transformadores – 07/01/2025 – Folha Social+
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21 minutos atrásem
7 de janeiro de 2025A rede global de empreendedorismo social Ashoka está com inscrições abertas para jornada formativa destinada a agentes de mudança entre 13 e 19 anos que liderem projetos de impacto social em suas comunidades.
Os escolhidos para integrar a nova turma de Jovens Transformadores terão acesso, ao longo de três anos, a oficinas, eventos, orientação estratégica e parcerias para ampliar o alcance de suas iniciativas.
“O programa ainda oferece jornadas de desenvolvimento de projetos com grupos de jovens e empreendedores sociais comprometidos com o bem comum“, explica Midria Pereira, que coordena a estratégia de Juventudes da organização no Brasil.
Para participar, é preciso estar trabalhando para resolver um problema social, contar com uma equipe e ter gerado mudanças positivas no território de atuação. Inscrições devem ser feitas por meio deste formulário.
Professores, líderes comunitários, empreendedores sociais e criadores de conteúdo também podem indicar jovens que estejam fazendo a diferença.
Com duração de aproximadamente quatro meses, o processo seletivo inclui entrevistas em profundidade realizadas pela Ashoka. Depois, finalistas participarão de painel no Rio de Janeiro (RJ), em junho.
“Estimular crianças e jovens a enfrentar os desafios do dia a dia e criar soluções é uma das formas mais poderosas de educação“, afirma Helena Singer, líder da estratégia de Juventudes da Ashoka América Latina.
“O protagonismo na infância e na adolescência é fundamental para formar pessoas engajadas com o combate às desigualdades e preparadas para viver em um mundo plural.”
Enquanto membros de uma comunidade global cuja missão é coliderar o movimento “Um Mundo de Pessoas que Transformam”, os Jovens Transformadores Ashoka participam de eventos e projetos junto a organizações dedicadas à educação transformadora.
Eles ainda realizam parcerias e contam suas histórias para inspirar outros jovens.
“Fazer parte dessa rede me ajudou a enxergar minha capacidade de inspirar outros jovens a agir no mundo ao seu redor, utilizando a criatividade para resolver problemas que impactam a qualidade de vida em suas comunidades”, conta Carlla Vicna, reconhecida pela Ashoka em 2019 e fundadora do Projeto Cosmos, em Manaus (AM), que visa democratizar a prática científica.
“Trabalhar em rede e perceber o quanto podemos gerar transformação juntos é algo que nos enche de energia e entusiasmo.”
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