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O desafio da esquerda para ganhar votos de benefic…

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O desafio da esquerda para ganhar votos de benefic...

Ramiro Brites

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O avanço da direita nas urnas nesta semana também mostrou fragilidades da esquerda em setores da sociedade que já foram mais vinculados à esquerda. Um exemplo é nas eleições da cidade de São Paulo, onde Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) fizeram mais votos do que Guilherme Boulos (PSOL) nas periferias das zonas leste e sul, tradicionais redutos petistas – leia matéria da edição de VEJA desta semana.

Coligado com o PT, o psolista também não conseguiu conquistar os beneficiários do Bolsa Família, programa criado por Lula em seu primeiro mandato no Planalto. Pesquisa AtlasIntel feita duas semanas antes da votação mostrou que Nunes tinha oito pontos percentuais a mais que PSOL entre beneficiários do programa (30% a 22%).

Para o pesquisador Robert Vidigal, do Center for Global Democracy da Universidade de Vanderbilt, o antigo vínculo que os partidos de esquerda conseguiram estabelecer com os programas sociais foram se diluindo à medida em que algumas dessas iniciativas se tornaram políticas de Estado e não de governos específicos.

“Mesmo o Lula tentando reverter e mudando o nome do Auxilio Brasil (dado pelo governo Jair Bolsonaro) de volta para Bolsa Família, é uma política pública que os dois lados do espectro ideológico já promoveram e o eleitorado viu isso. O eleitor continuou recebendo o benefício quando Bolsonaro estava no poder”, diz o especialista, que é um dos organizadores da coletânea Para Entender a Nova Direita Brasileira.

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Parte dessa desvinculação do Bolsa Família ao petismo se deve apenas ao passar do tempo. Como o programa foi criado em 2003, muitos eleitores já nasceram com a política em andamento. Segundo Vidigal, a direita pós-redemocratização tinha como principal discurso o liberalismo econômico, mas soube remodelar a retórica para pautas que dialogassem melhor com os anseios dos eleitores.



“Os candidatos de direita perceberam que esse tipo de pauta econômica não ganhava eleição e partiram para novas estratégias eleitorais”, observou o pesquisador. “Um discurso que busca articular uma visão de mundo conservadora e politizar questões anteriormente adormecidas para o eleitorado pós-redemocratização. O brasileiro trocou a direita liberal pela direita autoritária”, afirma.

Mesmo que a sociedade demonstre uma relação diferente com programas de transferência de renda, marqueteiros ainda acreditam que a memória de benefícios sociais ainda influencia a mentalidade dos eleitores. Um exemplo é a campanha de André Fernandes (PL) em Fortaleza. A candidatura propõe uma guinada à direita na capital do Ceará após sucessivos governos de esquerda e centro-esquerda e tem como um dos grandes desafios garantir ao eleitorado que não perderá os benefícios já conquistados.



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Otoni de Paula chama Bolsonaro de ‘bezerro de ouro…

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Otoni de Paula chama Bolsonaro de ‘bezerro de ouro...

Lucas Mathias

Horas depois de participar, no Palácio do Planalto, de cerimônia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Otoni de Paula (MDB) disparou contra o ex-mandatário, Jair Bolsonaro (PL), chamado por ele de “bezerro de ouro”. Antes um aliado de primeira hora do bolsonarismo, o parlamentar criticou ainda a postura de líderes evangélicos contra eleitores do petista, antes de deixar claro: “Não sou ponte nenhuma do PT com a igreja, não sou ponte do Lula com a igreja, mas sou ponte de oração”, disse. 

A declaração foi dada ao portal evangélico “O Fuxico Gospel”. Na entrevista, Otoni lembrou do entrevero público com os Bolsonaro, deflagrado a partir de sua decisão por apoiar a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD), em vez do candidato do PL, Alexandre Ramagem, na corrida pela Prefeitura do Rio. O deputado se queixou por ter sido “esculhambado” pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), por seu partido e por Ramagem. 

Otoni alega que o grupo lhe tirou as condições de ser candidato no Rio. “Me deram uma rasteira”, diz. “Queriam que eu estivesse com eles ‘porque Deus está com Bolsonaro e o Capeta está com Lula’. Não sou criança nesse nível e não sou retardado mental de achar que Deus está com Bolsonaro e o Diabo está com Lula, como se Deus e o Diabo não tivessem mais o que fazer da vida deles”, completou. 

Ao tratar da aproximação com o presidente, o deputado ponderou que não será “ponte nenhuma” para estreitar os laços entre o PT e os evangélicos, pauta que tem se mostrado um dos principais obstáculos do partido nas últimas eleições. A ida de Otoni ao evento com Lula, inclusive, marcou uma virada na trajetória do agora “ex-bolsonarista”. Em cerimônia restrita no Palácio do Planalto, o parlamentar orou com o mandatário e um grupo de fiéis evangélicos, todos vestidos com uma camisa amarela com os dizeres “Jesus transforma”. 

No evento, também estiveram presentes membros da Esplanada, como o Advogado-Geral da União Jorge Messias, um dos interlocutores do governo com evangélicos, e o ministro das Cidades, Jader Filho. A cerimônia marcou a sanção de lei que estabelece para 9 de junho o Dia da Música Gospel, um claro aceno do Planalto a esse segmento da população. 

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“Não sou ponte nenhuma do PT com a igreja, não sou ponte do Lula com a igreja, mas sou ponte de oração. Essa briga vou comprar. Aonde eu for, vou dizer: orem pelo Lula, orem pelo governo. Não sou daqueles que torcem pro avião cair, só porque não gostam do piloto. Eu estou no avião”, afirmou Otoni na entrevista, em tom similar ao que usou no evento presidencial. 

“O crente que não consegue orar para uma autoridade constituída por Deus, é ele que está endemoniado. Esta nação não é de Bolsonaro, não é de Lula, do PL ou do PT, mas de Jesus Cristo”, concluiu.

‘Bezerro de ouro’

Antes um dos parlamentares bolsonaristas mais exaltados — Otoni chegou a ter seus perfis nas redes sociais suspensos, investigado por incitar violência contra as instituições para o feriado de 7 de setembro —, ele agora volta sua artilharia contra o ex-presidente. Enquanto falava da relação da comunidade evangélica com Bolsonaro, fez uma espécie de autocrítica. 

“O próprio governo Lula nunca me convidou para ser uma ponte, e acho que nunca me convidaria. Mas gostaria, sim, de ser uma ponte. Sabe para quê? Para tirar esse bezerro de ouro que construímos na igreja. Esse bezerro de ouro que nós construímos. Construímos uma adoração a um ser humano, que não é Deus, não é divino. É um político. A igreja do senhor Jesus”, bradou, antes de citar o ex-aliado nominalmente.

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O deputado federal Otoni de Paula (MDB/RJ) em oração com o presidente Lula (PT), durante cerimônia no Palácio do Planalto (Ricardo Stuckert/Presidência da República/.)

“Um dia, disse a Bolsonaro: ‘Presidente, nós vamos a Belém do Pará. A Assembleia de Deus mãe. Quando o senhor chegar lá, e as pessoas gritarem ‘mito’, não aceite’. E fui explicar a ele. A igreja tem um problema tão grande, um receio tão grande de dividir a glória que é do Senhor Jesus. Expliquei a ele. Quando ele entra no templo, começam os gritos. Na rua, tudo bem, mas na igreja do Senhor Jesus? E não estou culpando Bolsonaro, porque ele é ignorante. Não é crente, conhece a salvação porque já foi pregado para ele”, completou.

Em seguida, Otoni prosseguiu na fala sobre o ex-presidente, quem, nas suas palavras, “não aceitou Jesus, nesse tempo todo que está conosco”.

“Quando falo que nós criamos um bezerro de ouro, criamos uma adoração. Quando um irmão nosso diz que vai votar no Lula… Alguns irmãos nossos pediram voto para o Lula lá atrás, mas eu nunca pedi, nunca votei. Sempre bati neles. E continuo fazendo as mesmas críticas. Agora, quando um irmão nosso diz que vai votar no Lula, e a gente sobe no altar e diz: ‘Meu irmão, veja o que você quer, se votar no Lula, a porta da igreja está aberta para você ir embora’. Que isso, irmão”, disse.





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Governo descarta a volta do horário de verão e Had…

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Governo descarta a volta do horário de verão e Had...

Marcela Rahal

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou nesta quarta-feira, 16, a retomada do horário de verão para este ano. Mas o governo vai avaliar se a medida será necessária para 2025. Com a decisão, o Palácio decidiu ir contra a recomendação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que indicou que seria positivo voltar com o horário de verão ainda neste ano para economizar energia. Segundo o ministro, a segurança energética está assegurada com a decisão de não adotar a estratégia.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alfinetou o Banco Central hoje ao dizer que a autoridade monetária começou a cortar os juros no ano passado “a contragosto”. O titular da economia comentava a revisão de gastos públicos que está sendo discutida pelo governo federal. Haddad lembrou que após o lançamento do arcabouço fiscal o BC decidiu reduzir a Selic, em agosto do ano passado. O ciclo de cortes, no entanto, acabou em setembro deste ano. A taxa está atualmente em 10,75% ao ano.

Após o apagão que atingiu São Paulo na ultima sexta-feira, pesquisa publicada pelo Instituto Paraná mostra que o episódio não teve muito impacto na corrida eleitoral. O prefeito Ricardo Nunes continua liderando a disputa com 52,3% contra 39,2% do deputado Guilherme Boulos. Em relação ao levantamento publicado na quinta-feira passada, o emedebista caiu 0,5 ponto percentual para baixo e psolista oscilou apenas 0,2 ponto para cima. No quinto dia de apagão, 100 mil pessoas ainda estão sem energia elétrica na capital paulista. Acompanhe o Giro Veja.





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Ministro de Minas e Energia diz que não há necessi…

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Ministro de Minas e Energia diz que não há necessi...

Pedro Pupulim

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou a possibilidade da implementação do horário de verão no país, neste momento, como uma resposta a crise energética vivida pelo Brasil. A declaração foi dada em coletiva de imprensa realizada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, nesta quarta-feira.

De acordo com Silveira, o país tem sua segurança energética assegurada e há a possibilidade de reavaliação do tema após o verão para a implementação dessa política em 2025.

O ministro afirmou que a proposta foi discutida entre ele e representantes do setor elétrico durante 45 dias.

“Tive o maior cuidado em fazer esse debate, tanto com os maiores especialistas do Brasil do setor elétrico, quanto com os nossos auxiliares das vinculadas, quanto com o comitê de monitoramento do setor elétrico, que se reuniu inusitadamente durante dez vezes nos últimos 45 dias, para poder discutir a efetividade e a imprescindibilidade da decretação do horário de verão. E nós chegamos a uma conclusão que não há a necessidade da decretação do horário de verão para esse período, para esse verão”, afirmou.

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Silveira ponderou, contudo, sobre a relevância da medida como uma alternativa para momentos de escassez energética.



“Nós vemos ela como uma política importante para assegurar em especial os momentos que a gente chama de ‘sobrecarga na ponta’, onde a gente perde carga de energia solar no final do dia e aumenta a ampliação do uso das energias, e consequentemente aumenta o despacho de energia térmica”, ressaltou.



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