O homem que vai comandar as obras do governo Gladson Cameli (Progressistas) já está com pouco tempo até para falar com a imprensa. As entrevistas precisam ser rápidas em decorrência do início do ronco dos motores das máquinas pesadas, por causa da chegada definitiva do verão. Ele é o engenheiro civil Thiago Caetano, um evangélico discreto que nas poucas horas de folga dedica seu tempo a fazer a “obra de Deus”, ajudando pessoas a se encontrar com o Senhor, por meio de missões e dos encontros da geração Luz, movimento da Igreja Batista do Bosque. Está sob a responsabilidade dele um dos projetos mais pontuais do novo governo, o das obras. Ele disse ao Blog do Evandro Cordeiro que nessa fase inicial vai praticamente morar na zona rural, por onde os trabalhos vão começar. “Vou despachar muitas vezes dos ramais”, diz. Veja o que ele disse mais ao Blog:
Blog – As ignições das máquinas já estão sendo acionadas para o início das obras?
Thiago Caetano – Já ligamos. Nós já conseguimos entrar na AC-40, numa operação bem pesada, mais especialmente ai do Parque Chico Mendes em direção a Senador Guiomard, temos intervenções também na via Chico Mendes e estamos nos preparando para a grande operação dos ramais. Na sexta-feira estivemos reunidos com as entidades ligadas ao homem do campo e depois de ouvir eles decidimos que vamos iniciar com cinco patrulhas em Rio Branco, três delas na Transacreana, onde concentra a maior parte da zona rural de Rio Branco, uma no primeiro distrito e outra no segundo distrito. Isso nesse primeiro momento. A gente explicou para eles toda a dificuldade que o governo vinha passando, toda a força tarefa que tivemos que fazer para salvar aquela emenda dos ramais, todo o esforço do Deracre para recuperar as suas máquinas, para poder ter contrato para trabalhar tanto de aluguel de equipamentos como de combustível também. Só que isso demanda tempo. Mais enquanto não se resolve tudo isso o governo vai nos dar o suporte para que a gente inicie esse ataque.
Blog – O que o senhor ouviu nessa reunião com as entidades ligadas ao homem do campo e ao agronegócio?
Thiago Caetano – A gente escutou muita reclamação, reivindicação. A sensação que nos passa é que realmente a área rural há muitos anos está abandonada. Problemas de pontes, de atoleiros, e com isso muitas pessoas deixaram de produzir. Maioria deixou a agricultura exatamente por causa das vias de acesso. Nós podemos conversar muito, explanar nossas estratégias de curto, médio e longo prazo.
Blog – O que poderá ser a grande novidade para a zona rural nos próximos anos?
Thiago Caetano – O Estado como indutor do desenvolvimento tem que vir entrando com as intervenções mais pesadas de estruturação e pavimentação dos ramais. Se a gente conseguir colocar metas claras de pavimentar cem, duzentos, trezentos, enfim, o que for possível com os recursos disponíveis para ao longo dos anos a gente conseguir pavimentar os ramais mais produtivos e com isso ampliar a produção, é preciso ter esse nível de planejamento adequado. A gente sabe que os municípios tem problemas, mas estamos fazendo uma parceria com eles também para que o Estado entre com um aporte financeiro para comprar combustível e eles entram com o maquinário. Esse parceria vai aumentando a cada ano.
Blog – Qual a maior reclamação dos representantes dos movimentos ligados ao campo?
Thiago Caetano – a grande reclamação deles é que o poder público de maneira geral é muito distante deles. Eles ficaram impressionados pelo fato de nós termos convocado eles para a gente discutir como atacar a zona rural. Eu combinei que vou tirar um dia por semana, vou criar um gabinete intinerante e vou estar despachando de dentro dos ramais. A gente vai buscar criar esse gabinete lá dentro da zona rural para estar conhecendo de perto a realidade e para garantir a qualidade dos serviços.