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O movimento de pinça que pode esmagar a Amazônia – 02/11/2024 – Reinaldo José Lopes

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O movimento de pinça que pode esmagar a Amazônia - 02/11/2024 - Reinaldo José Lopes

É bastante possível que a sobrevivência da floresta amazônica nas próximas décadas seja ameaçada pelo que os generais de outrora chamariam de “movimento de pinça”. Assim como um estrategista ousado e com tropas de sobra pode tentar dividir suas forças em dois braços, mandando que cada um deles ataque um dos flancos do inimigo para, assim, esmagá-lo no meio, a ação humana corre o risco de amassar a mata entre duas pontas de uma só pinça de destruição.

A primeira metade da pinça é nossa velha conhecida: as derrubadas e o fogo que há décadas consomem a selva a partir de sua beirada sul, no chamado Arco do Desmatamento. A segunda, conforme detalha um estudo que acaba de ser publicado por pesquisadores brasileiros e colegas do exterior, é mais indireta. São mudanças na circulação dos oceanos que desencadearão um novo regime de chuvas, o qual, por sua vez, pode ressecar a parte norte da mata.

A análise que aborda essa possibilidade, publicada na revista especializada Nature Geoscience, é fruto da pesquisa de doutorado de Thomas Akabane, do Instituto de Geociências da USP. Junto com seus orientadores Cristiano Chiessi e Paulo Eduardo de Oliveira, além de outros pesquisadores, Akabane olhou para o passado do bioma amazônico para tentar entender o futuro.

Em ambos os casos, o elemento-chave da equação é um fenômeno designado pela sigla inglesa Amoc (Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico), que é o principal sistema de correntes marinhas desse oceano.

O funcionamento da Amoc depende de fatores como a temperatura e a salinidade da água do mar. Isso significa que lançar ao oceano grandes quantidades de água doce –digamos, com o derretimento de geleiras de lugares como a Groenlândia, o que tende a acontecer cada vez mais com o aumento da temperatura global– tende a bagunçar a Amoc.

E é aí que teríamos um perigoso efeito-dominó. A configuração das correntes marinhas também afeta o clima, e uma Amoc enfraquecida empurraria a atual faixa de chuvas intensas nos trópicos para o sul, o que poderia tornar a região norte da Amazônia mais seca. Talvez tão mais seca que a floresta entraria em colapso, fragmentando-se em áreas de savana (na prática, uma versão empobrecida do cerrado).

Mas será que isso aconteceria de fato? É aqui que olhar para o passado traz pistas importantes. A equipe da USP, sabendo que alterações na Amoc já tinham acontecido no final da Era do Gelo, analisou camadas de sedimentos depositadas na foz do Amazonas justamente nesse período.

Eles montaram um inventário dos grãos de pólen nesses sedimentos, os quais funcionam como um retrato panorâmico da vegetação que existia em solo amazônico durante essa fase alterada da Amoc. Trata-se de um período entre 18 mil anos e 14,8 mil anos atrás.

Resultado? “A densidade da cobertura arbórea diminuiu no norte da Amazônia em função de uma diminuição na chuva e de um aumento na duração da estação seca. Houve uma maior ocorrência de cerrado em relação à floresta sempre-verde”, resume Cristiano Chiessi.

A situação, segundo o pesquisador, é comparável ao que pode acontecer, agora numa escala de tempo muito mais curta, com os efeitos da crise climática produzida pela ação humana. E ainda há quem tenha o desplante de achar que não há problema nenhum em encher a foz do Amazonas com plataformas petrolíferas…


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Por que o canto dos pássaros é mais importante do que você pensa | Natalia Zielonka e Simon Butler

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Por que o canto dos pássaros é mais importante do que você pensa | Natalia Zielonka e Simon Butler

Natalia Zielonka and Simon Butler

Imagine que você está caminhando por colinas que se estendem por quilômetros, sob o sol quente e o chilrear dos pássaros ao redor.

Esta cena pacífica e serena é cada vez mais rara no mundo moderno.

Nosso paisagens sonoras naturais estão ficando em silêncio à medida que as populações de aves diminuem. Os humanos estão interagindo menos com a natureza, no que às vezes é chamado de “extinção da experiência”. Isto tem sido associado à deterioração da saúde pública e do bem-estar.

Os pássaros costumam ser coloridos e seu canto é a trilha sonora de nossas atividades ao ar livre. Ouvir um refrão da madrugada deve ser como ouvir uma orquestra completa, com cordas, sopros, metais e percussão impressionando pelo volume e complexidade. Mas se os únicos que aparecessem fossem o bumbo e um trompetista, a música seria desanimadora, se não chata.

Nosso estudo explora a ligação entre o canto dos pássaros e as pessoas, especificamente nos vinhedos ingleses, já que a viticultura é a principal atividade do Reino Unido indústria agrícola que mais cresce. Também está fortemente inserido no turismo através de passeios pelas vinhas e eventos de degustação de vinhos.

Pesquisamos comunidades de aves em 21 vinhedos e medimos as características de suas paisagens sonoras usando índices acústicos, que são métricas que capturam a complexidade e o volume do som. Os nossos resultados mostraram que as vinhas com mais espécies de aves tinham paisagens sonoras mais altas e complexas.

Isto não é surpreendente: espera-se que uma vinha com tordos, melros, andorinhões, tentilhões e chapins soe mais diversa e sonora acusticamente do que uma vinha com apenas alguns pombos, corvos e faisões.

Sons gravados em um vinhedo inglês

Mas será que o silenciamento das nossas paisagens sonoras é importante para nós? A resposta curta é sim. Há evidências crescentes sobre o benefícios para a saúde de passar tempo na natureza, incluindo a redução dos riscos de doenças cardíacas, diabetes e ansiedade. No entanto, embora os benefícios gerais de estar ao ar livre na natureza possam parecer intuitivos, as contribuições dos sons naturais para isso são menos compreendidas.

Então, como parte nossa pesquisaexploramos a experiência de 186 participantes de um tour de vinhos em três vinhedos com paisagens sonoras variadas. Também aprimoramos algumas paisagens sonoras de vinhedos com alto-falantes ocultos, que tocavam o canto de cinco espécies adicionais de pássaros. Isto foi concebido para ver como o envolvimento dos participantes com a natureza seria afetado pelo aumento da diversidade de pássaros e cantos, bem como do volume geral.

Paisagens sonoras surpreendentes

Os resultados foram fascinantes. Paul Harrison, gerente da Saffron Grange, um vinhedo em Essex, resumiu: “O que foi surpreendente foi o impacto significativo que o canto dos pássaros tem nas pessoas”.

Os visitantes que experimentaram sons mais altos e complexos – seja em vinhas com paisagens sonoras naturalmente mais ricas ou naquelas que melhorámos – relataram que gostaram mais dos sons. Eles também se sentiram mais conectados com a natureza e mais satisfeitos com o passeio. Com paisagens sonoras mais ricas, eles se sentiram mais atentos e positivos durante os passeios, relatando que se sentiram mais livres do trabalho, da rotina e da responsabilidade. Eles disseram que se sentiram “absorvidos pelos sons” e os acharam “atraentes”.

Aproveitamos os benefícios da natureza inconscientemente, o que significa, como salientou Harrison, que é fácil considerá-los garantidos: “Todos beneficiamos diariamente da paisagem sonora da vinha e talvez quando é tão frequente não percebemos totalmente como isso é positivo. afeta o bem-estar em comparação com outros ambientes de trabalho.”

Nosso estudo é uma demonstração clara do efeito direto que o canto dos pássaros tem no nosso bem-estar. Mostra que a conservação das aves pode simultaneamente melhorar a nossa experiência de passar tempo na natureza e suscitar emoções positivas.

O mundo que vivemos hoje é diferente daquele que nossos avós viveram. Estamos cada vez mais desligados da natureza e, como resultado, os benefícios da natureza para o nosso bem-estar estão a diminuir. O mais preocupante é que essas mudanças sejam aceitas como a nova norma, um conceito denominado “síndrome de mudança de linha de base”.

Esperamos que nossas descobertas levem mais pessoas a pensar como Harrison, que concluiu:

Isto mostra o quão importante a natureza é para a humanidade em tantos níveis e esperamos que um estudo como este apoie mais investimentos e ajude a manter e melhorar as nossas paisagens sonoras naturais.

Nosso estudo apresenta um argumento forte, embora egoísta, para proteger as paisagens sonoras naturais. Mostramos que mesmo uma hora de exposição ao canto dos pássaros, diversificado e alto, pode levar a sentimentos de otimismo e relaxamento. Assim, esperamos que as empresas e as pessoas sejam inspiradas a investir na conservação e a promover o envolvimento com a natureza em ambientes criativos, como pátios de locais de trabalho ou restaurantes com mesas ao ar livre.

Natalia Zielonka é pesquisadora de pós-doutorado em ciências biológicas na Universidade da Ânglia Oriental e Simon Butler é professor de ecologia aplicada na Universidade de East Anglia.

Este artigo foi republicado de A conversa sob uma licença Creative Commons. Leia o artigo original.



Leia Mais: The Guardian



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Eclipse solar artificial: Por que os satélites estão tentando bloquear o sol? | Notícias espaciais

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Eclipse solar artificial: Por que os satélites estão tentando bloquear o sol? | Notícias espaciais

Quando você vê um eclipse solar, muitas vezes pensa na lua passando entre a Terra e o sol, bloqueando temporariamente a luz do sol de chegar à Terra. Este alinhamento é conhecido como sizígia (soa como siz-uh-jee).

No entanto, na semana passada, a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou duas naves espaciais que terão como objetivo imitar o comportamento da Lua, criando pela primeira vez um eclipse solar artificial. A ideia? Demonstrar a prontidão de uma tecnologia chamada voo de formação precisa (PFF) e estudar a atmosfera do Sol, conhecida como coroa. A missão chama-se Proba-3 (Projeto de Autonomia a Bordo).

“No momento, esta (a coroa) é uma região do Sol que tem sido pouco investigada, e os cientistas hoje em dia não entendem realmente alguns dos fenômenos que estão acontecendo lá”, disse Ester Bastida, engenheira de sistemas do Proba-3, em um recente Vídeo da ESA. Entre as principais questões sobre a coroa que os cientistas querem compreender está a razão pela qual ela é significativamente mais quente que o próprio sol.

Embora a superfície do Sol esteja a cerca de 5.500 graus Celsius (9.932 graus Fahrenheit), a coroa – a fina atmosfera externa do Sol – pode atingir temperaturas de 1-3 milhões de graus Celsius (1,8-5,4 milhões de graus Fahrenheit).

Embora a circunferência do Sol seja de aproximadamente 4.373.000 quilómetros (2.717.000 milhas), as explosões solares da coroa podem atingir a Terra, a quase 150 milhões de quilómetros (93 milhões de milhas) de distância.

Como o Proba-3 cria um eclipse?

O Proba-3 foi lançado em 5 de dezembro no Centro Espacial Satish Dhawan, na Índia, uma das instalações de lançamento espacial mais utilizadas do mundo.

Os dois satélites espaciais serão transportados para o espaço a cerca de 60.000 km (37.280 milhas) acima da Terra usando o foguete PSLV-C59, construído pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO). A Coronagraph Spacecraft (CSC) é responsável por guiar a Occulter (OSC), a segunda espaçonave que possui um disco com diâmetro de 140cm (55 polegadas), que irá projetar uma sombra controlada sobre a espaçonave Coronagraph.

De acordo com a ESA, as duas naves espaciais utilizarão a tecnologia de voo de formação precisa (PFF) para se posicionarem exactamente a 150 metros (492 pés) de distância, alinhando-se com o Sol “de modo a que uma nave espacial bloqueie o disco solar brilhante para a outra”.

A manobra do eclipse solar precisará ter precisão milimétrica para ter sucesso, criando um eclipse solar sob demanda por até seis horas para que os pesquisadores possam estudar a coroa solar.

O que os pesquisadores esperam realizar durante esta missão?

Um dos objetivos é demonstrar a tecnologia PFF, que utiliza GPS e links de rádio inter-satélites para o posicionamento inicial, mantendo ao mesmo tempo uma distância precisa entre a espaçonave Coronagraph e a espaçonave Occulter.

Inicialmente, as duas naves satélites permanecem conectadas. Mas uma vez separados, eles podem manter a formação – eles estarão separados por 25-250 m (82-820 pés).

O segundo objetivo é usar o equipamento embutido que observará a coroa para entender por que a coroa é mais quente que o sol. Um dos instrumentos a bordo é um coronógrafo – um dispositivo telescópico que ajuda a bloquear a luz de uma estrela ou outro objeto muito brilhante para que outras coisas possam ser vistas. O coronógrafo Proba-3 tem um nome prolixo: Associação de Naves Espaciais para Investigação Polarimétrica e de Imagem da Coroa do Sol (ASPICCS).

Esta tecnologia simula as condições de observação de um eclipse solar total com notável precisão, ao mesmo tempo que elimina a interferência normalmente causada pela atmosfera terrestre.

Por que isso é tão importante?

A coroa normalmente permanece invisível devido ao seu brilho extremamente baixo, parecendo um milhão de vezes mais leve que a superfície brilhante do Sol. Só se torna visível a olho nu durante os eclipses solares, quando a lua bloqueia a luz intensa do sol.

“Ao estudar a coroa solar, podemos prever melhor o clima espacial e tempestades geomagnéticas extremas, que podem causar grandes perturbações nos satélites e sistemas na Terra”, disse a ESA num vídeo recente sobre a missão.

Os eclipses solares totais são muito raros – qualquer local da Terra normalmente vê apenas um a cada 375 anos e duram apenas alguns minutos.

Se o Proba-3, que tem uma órbita de 19 horas e 36 minutos, tiver sucesso em sua missão, os cientistas não precisarão esperar. Eles poderão estudar a coroa durante seis horas em cada ciclo orbital da missão.



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‘Queer’ e ‘As Polacas’ estreiam nos cinemas de SP – 11/12/2024 – Cinema

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'Queer' e 'As Polacas' estreiam nos cinemas de SP - 11/12/2024 - Cinema

Bárbara Giovani

Os cinemas de São Paulo recebem estreias importantes no circuito comercial desta semana. Entre os destaques, estão o longa “Queer”, estrelado por Daniel Craig e dirigido por Luca Guadagnino, que também fez “Rivais” e “Me Chame Pelo Seu Nome”.

Outro destaque é o brasileiro “As Polacas”, que tem participação da atriz Valentina Herszage, também do elenco do longa “Ainda Estou Aqui“.

A lista conta ainda com o relançamento da animação da dupla francesa Daft Punk e o longa que narra a origem de um dos principais vilões da Marvel, o caçador Kraven. A seguir, veja todas as estreias da semana.

Daft Punk & Leiji Matsumoto: Interstella 5555

Japão, 2003. Dir.: Kazuhisa Takenouchi. 93 min. 14 anos

Na animação, uma banda de música alienígena é sequestrada por um humano maligno. Lançado em 2003, o longa foi cortado em diversas partes que foram usadas como videoclipes do disco Discovery, da dupla francesa Daft Punk. Nas sessões do relançamento, o filme será seguido por uma seleção de vídeos da banda, filmagens de diretores como Michel Gondry e Roman Coppola.


Um Homem Diferente

A Different Man. EUA, 2024. Dir.: Aaron Schimberg. Com: Sebastian Stan, Renate Reinsve e Adam Pearson. 112 min

Aspirante a ator se submete a um procedimento estético, mas isso não garante o papel com o qual ele sempre sonhou.

Kraven – O Caçador

Kraven the Hunter. EUA, 2024. Dir.: J.C. Chandor. Com: Aaron Taylor-Johnson, Ariana DeBose e Fred Hechinger. 127 min. 16 anos

O filme narra a história de Kraven, personagem da Marvel que é um dos vilões da saga Homem-Aranha. Na trama, ele tem uma relação complicada com o pai, o que faz com que se torne um caçador violento e temido.


Marcello Mio

França/Itália, 2024. Dir.: Christophe Honoré. Com: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve e Fabrice Luchini. 121 min. 14 anos

A atriz Chiara, filha do ator italiano Marcello Mastroianni, decide viver como o pai, inclusive na maneira de se vestir, falar e se portar.


A Outra Forma

La Otra Forma. Brasil/Colômbia, 2022. Dir.: Diego Guzmán. 100 min. 10 anos

Na animação sem diálogos, um homem tenta se encaixar em um mundo geométrico. Ele deve escolher entre se tornar quadrado ou liberar sua forma de verdade.


As Polacas

Brasil, 2023. Dir.: João Jardim. Com: Valentina Herszage, Caco Ciocler e Erom Cordeiro. 125 min. 16 anos

Fugindo da 1ª Guerra Mundial, uma polonesa chega ao Brasil em busca de uma nova vida. O que encontra no Rio de Janeiro, no entanto, não é felicidade.

Quando a Morte Sussurra 2

Tee Yod 2. Tailândia, 2024. Dir.: Taweewat Wantha. Com: Nadech Kugimiya, Nutthatcha Padovan e Jelilcha Kapaun. 111 min. 16 anos

No segundo filme da franquia, o protagonista continua em busca do espírito que matou sua irmã. Ele descobre que a força sobrenatural é controlada por um xamã.


Queer

EUA/Itália, 2024. Dir.: Luca Guadagnino. Com: Daniel Craig, Drew Starkey e Jason Schwartzman. 137 min. Classificação indicativa não informada

Filme do mesmo diretor de “Rivais” e “Me Chame Pelo Seu Nome”. Conta a história de um expatriado americano vive sozinho na Cidade do México na década de 1950. A chegada de um jovem muda sua vida.

A Redenção – A História Real de Bonhoeffer

Bonhoeffer – Pastor. Spy. Assassin. Bélgica/Irlanda, 2023. Dir.: Todd Komarnicki. Com: Jonas Dassler, Phileas Heyblom e August Diehl. 133 min. 14 anos

Um pastor se coloca em risco quando se alia a um plano para assassinar Hitler e salvar judeus do genocídio.


A Última Sessão

Chhello Show. Índia/França/EUA, 2021. Dir.: Pan Nalin. Com: Bhavin Rabari, Bhavesh Shrimali e Richa Meena. 110 min. Livre

Um menino é conquistado pela magia do cinema e, a partir de então, busca se tornar um cineasta.





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