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O ódio incondicional – 10/11/2024 – Becky S. Korich

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O ódio incondicional - 10/11/2024 - Becky S. Korich

Quando o amor depende de uma causa, ele dura enquanto essa causa persistir; mas, quando ela se vai, o amor também se desfaz. Amor condicional é assim: sua duração está atrelada ao motivo que o sustenta. No entanto, quando o amor é incondicional, ele é inesgotável.

O mesmo se aplica ao ódio. Quando o ódio é racional, baseado em algum medo, sentimento de injustiça, traição ou discordância ideológica, independentemente de ser ou não justificável, pode ser enfrentado, porque tem uma lógica. Com esse tipo de ódio é possível dialogar.

O ódio incondicional é diferente: ele é irracional, não tem fundamento e, por isso, é irremediável. Ele nasce de situações em que a aversão é tão profunda e enraizada que se coloca acima dos fatos. Não existe negociação, porque a sua única causa é o próprio ódio.

O ódio racional gera brigas e guerras que tendem a se diluir com o tempo. O ódio irracional, ao contrário, se inflama. Ele tem fogo nos olhos, não tem piedade, não tem ouvidos, não tem cérebro.

Já vimos na história da humanidade o ódio incondicional se manifestar em vários períodos e contra diversos grupos de pessoas. Odiar pessoas por causa da sua cor, religião, orientação sexual, etnia, nacionalidade ou identidade de gênero é a manifestação mais baixa de ódio irracional.

O amor incondicional fortalece, o ódio incondicional corrói a pessoa que o carrega. São opostos poderosos: um traz cura e crescimento; o outro, a degradação.

O que aconteceu em Amsterdã na noite de quinta-feira (7) me remeteu a esses sentimentos. O amor incondicional pelo esporte foi vencido pelo ódio incondicional. Depois de um jogo da Liga Europa entre o Maccabi Tel Aviv e o clube holandês Ajax, torcedores judeus foram atacados em uma ação coordenada que durou horas.

Não foi guerra de torcidas (mesmo porque o time holandês ganhou de lavada por 5×0). As emboscadas foram arquitetadas e preparadas previamente. A ordem foi de “caçar judeus”.

Os vídeos mostram pessoas sendo chutadas, atropeladas, esfaqueadas e perseguidas por serem judeus. Um dos atacados gritava “eu não sou judeu”, mas não foi perdoado. Os agressores exigiram passaportes para as pessoas provarem que não eram judeus. O primeiro-ministro holandês e a prefeita de Amsterdã condenaram a “explosão de antissemitismo”.

Antissemitismo é o caso paradigmático de ódio irracional. Na Idade Média, os judeus foram acusados de envenenar poços, espalhar pragas e cometer libelos de sangue. No Iluminismo, esperava-se que o ódio irracional diminuísse com o avanço da razão, mas o antissemitismo apenas assumiu uma nova forma. O antissemitismo foi a suprema irracionalidade da Era da Razão. O ódio irracional produziu o mito dos “Protocolos dos Sábios de Sião”, uma falsificação criada pela polícia secreta czarista.

O mito de hoje é que sionismo é sinônimo de colonialismo. Mentira, ele não surgiu de um imperialismo judaico, muito pelo contrário, os judeus foram sempre vistos como estrangeiros pelas sociedades em que viviam, por mais que se esforçassem para se integrar (sobre o tema, recomendo o excelente livro “Os Judeus”, do historiador Jaime Pinsky).

Há uma diferença abissal entre discórdia da política de um país e o antissemitismo. Criticar a política de Israel, racionalmente, é legítimo e até necessário. Mas promover pogroms contra judeus em 2024, não tem justificativa. É perturbador ver esse retrocesso.


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Era Trump: Accenture corta metas de diversidade e inclusão – 07/02/2025 – Mercado

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Era Trump: Accenture corta metas de diversidade e inclusão - 07/02/2025 - Mercado

Ellesheva Kissin, Anjli Raval

A Accenture eliminou metas globais de diversidade e inclusão após uma “avaliação” do cenário político dos Estados Unidos, tornando-se a mais recente grande empresa a abandonar ações de DEI (sigla para diversidade e inclusão) desde a eleição de Donald Trump.

Um memorando para os funcionários da diretora executiva Julie Sweet afirmou que o grupo de consultoria, listado em Nova York, começaria a “encerrar” as metas de diversidade estabelecidas em 2017, bem como programas de desenvolvimento de carreira para “pessoas de grupos demográficos específicos”.

Sweet disse no memorando de quinta-feira (6) que a mudança seguiu uma “avaliação de nossas políticas e práticas internas e do cenário em evolução nos EUA, incluindo recentes Ordens Executivas com as quais devemos cumprir”.

A Accenture, que emprega 799 mil pessoas ao redor do mundo, junta-se à Meta, McDonald’s e Target no movimento de acabar com programas de diversidade, equidade e inclusão em resposta ao novo clima político instaurado desde a eleição de Trump.

O presidente dos EUA tem sido altamente crítico do que ele chama de “absurdo absoluto” das medidas “discriminatórias” de DEI.

Ele assinou uma série de ordens executivas cortando programas federais de DEI quando assumiu o cargo no mês passado, aproveitando uma veia de cansaço corporativo em relação às metas de diversidade.

Outras empresas, como Costco e JPMorgan Chase, reafirmaram seu compromisso, enquanto algumas estão reavaliando suas políticas de inclusão para a era Trump.

Em 2017, a Accenture estabeleceu a meta de que metade de seus funcionários seriam mulheres até o final de 2025. Também estabeleceu a meta de que 25% de seus diretores-gerentes fossem mulheres até 2020, uma meta que mais tarde foi atualizada para 30% até 2025. Na época, 41% de seus funcionários e 21% dos diretores-gerentes eram mulheres.

O grupo também estabeleceu metas para a representação de minorias étnicas em sua força de trabalho em alguns países, como EUA e Reino Unido.

Sweet, que assumiu a liderança da Accenture em 2019, já se manifestou anteriormente sobre diversidade.

Em uma entrevista publicada no canal da Accenture no YouTube em 2020, Sweet falou sobre a importância de um ambiente de trabalho diversificado. Na ocasião, ela disse que comprometer-se com a diversidade era a “coisa certa a fazer” e que a Accenture responsabilizaria os líderes por cumprir “metas claras”.

Em um relatório publicado pela empresa naquele ano e coautorado por Sweet, ela foi descrita como uma “líder” em diversidade e inclusão.

O relatório dizia: “O progresso (em DEI) simplesmente não é rápido o suficiente. Por que as empresas não são mais diversas e inclusivas, quando o argumento comercial a favor de uma cultura de igualdade se fortalece a cada ano? E por que a participação de mulheres em posições de liderança ainda é tão baixa?”

No comunicado desta semana, que revoga as metas de DEI, Sweet disse que elas não seriam mais usadas para medir o desempenho dos funcionários e também anunciou uma pausa no envio de dados para pesquisas externas de benchmarking de diversidade.

O grupo também “avaliaria” outras parcerias externas sobre o tema “como parte da renovação de nossa estratégia de talentos”, acrescentou.

“Somos e sempre fomos uma meritocracia”, escreveu Sweet no memorando, ecoando a promessa de Trump de descartar políticas de DEI em favor de “uma sociedade… baseada no mérito”.

O comunicado disse que as metas de diversidade do grupo haviam sido “amplamente alcançadas” e acrescentou que a Accenture construiria um ambiente de trabalho “inclusivo”, “livre de preconceitos” e com “igualdade de oportunidades”.

A Accenture se recusou a comentar.



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Pai que sofreu golpe do falso emprego comemora novo trabalho após ser resgatado; ‘Muito feliz’

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O policial de Saginaw, EUA, comprou uma bike novinha para o homem que teve a sua furtada. - Foto: Saginaw Police Department

A vida de Enázio e dos dois filhos pequenos mudou completamente nos últimos meses. Depois de o pai cair em um golpe de falso emprego, ser levado para outro estado e viver em condições desumanas, ele conseguiu retornar para São Paulo e agora tem um novo trabalho. Mesmo mais aliviado por conseguir sustentar a família, ele ainda enfrenta desafios para se reerguer completamente.

A história ganhou visibilidade depois que o Só Vaquinha Boa ajudou no resgate do Enázio e dos filhos. Eles estavam em uma situação análoga à escravidão, vivendo em um barraco sem condições dignas de higiene ou alimentação adequada.

“Estou trabalhando, mas ainda está muito difícil para mim e para meus filhos. Venho sofrendo muito ataque, principalmente nas redes”, contou o pai, em entrevista ao Só Notícia Boa.

O golpe que mudou tudo

Tudo começou quando uma mulher conheceu a história de Enázio por meio de uma vaquinha online que estava ativa para ajudá-lo. Sensibilizada, ela ofereceu um emprego que prometia tirar a família da situação crítica em que viviam em São Paulo.

Sem muitas opções e buscando uma nova chance, ele aceitou a proposta e se mudou com os filhos para o Acre. Ao chegar lá, porém, a realidade era bem diferente do que foi prometido.

A família foi colocada em um barraco insalubre, sem banheiro e com acesso precário à água. Os três mal tinham o que comer e precisavam tomar banho em um local com água suja. Sem dinheiro e sem condições de sair da situação sozinho, Enázio entrou em desespero.

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O resgate e o retorno para casa

Em um momento de desespero, Enázio conseguiu entrar em contato com a equipe do SVB que havia ajudado anteriormente. Em uma chamada de vídeo, ele mostrou a condição precária em que estavam vivendo e pediu socorro.

Rapidamente, a equipe organizou uma mobilização e enviou o dinheiro para a passagem de volta da família para São Paulo.

Com o apoio de pessoas solidárias, eles conseguiram retornar e agora tentam reconstruir suas vidas. O caso também já está sendo acompanhado por um advogado para tomar as devidas providências legais contra os responsáveis pelo golpe.

Como ajudar Enázio a recomeçar

Mesmo com essa conquista, Enázio enfrenta novos desafios. O dono da pizzaria onde ele trabalha pretende fechar o negócio, e ele sonha em poder comprá-lo para continuar trabalhando e garantir estabilidade para sua família.

Por isso, uma nova campanha está em andamento para ajudar esse pai batalhador a se reerguer de vez.

Ajude pela chave Pix enazio-golpe@sovaquinhaboa.com.br

ou por cartão de crédito diretamente no site do Só Vaquinha Boa, clicando aqui. Todas as doações são seguras e verificadas.



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Após as sanções contra o TPI anunciado por Donald Trump, 79 países denunciam o aumento do risco de “impunidade pelos crimes mais graves”

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Após as sanções contra o TPI anunciado por Donald Trump, 79 países denunciam o aumento do risco de "impunidade pelos crimes mais graves"

Os juízes entram no Tribunal Penal Internacional, Haia (Holanda), 19 de julho de 2024.

As sanções feitas pelo presidente americano, Donald Trump, contra o Tribunal Penal Internacional (ICC) “Aumente o risco de impunidade pelos crimes mais graves e ameaçar minar o domínio do direito internacional”denunciado, sexta -feira, 7 de fevereiro, 79 jogos à ICC.

“Como os apoios fervorosos do TPI, lamentamos qualquer tentativa de minar a independência do tribunal”Adicione esses 79 signatários a uma declaração conjunta lançada pela Eslovênia, Luxemburgo, México, Serra Leoa e Vanuatu, juntou -se em particular pela França, Reino Unido, África do Sul, Palestinos, Alemanha, Canadá, Chile ou Panamá.

O presidente americano, que critica o TPI por ter liderado “Ações ilegais”Assim, Quinta -feira assinou um decreto que proíbe em particular a entrada para os Estados Unidos para seus líderesfuncionários e agentes, e que planejam congelar todos os seus ativos detidos neste país. De acordo com o texto transmitido pela Casa Branca, o tribunal tem “Comprometido com ações ilegais e infundadas contra a América e nosso aliado próximo de Israel”Referências às investigações da ICC sobre supostos crimes de guerra de soldados americanos no Afeganistão e soldados israelenses na faixa de Gaza.

Em um comunicado de imprensa, o ICC condenou este decreto, que mira “Para impor sanções a seus funcionários públicos e prejudicar seu trabalho jurídico independente e imparcial”. “O tribunal apóia firmemente sua equipe e se compromete a continuar a fazer justiça e dar esperança a milhões de vítimas inocentes de atrocidades em todo o mundo”acrescentou a instituição com sede em Haia.

O primeiro -ministro holandês Dick Schoof disse que ele “Como país anfitrião”, A Holanda tinha “A responsabilidade de garantir o funcionamento sem obstáculos do pátio criminal (Internacional) a qualquer hora. E continuaremos a fazer isso ” Apesar das sanções americanas anunciadas, ele disse na sexta -feira em sua entrevista coletiva semanal.

“Um elemento essencial da infraestrutura de direitos humanos”

O TPI é uma jurisdição permanente responsável por continuar e julgar indivíduos acusados ​​de genocídio, crime contra a humanidade e o crime de guerra. Fundada em 2002, o tribunal agora tem 125 estados membros e apenas pronunciou um punhado de condenações.

Somente Israel deu as boas -vindas à decisão tomada contra o ICC, que tem “Sem legitimidade”de acordo com seu chefe de diplomacia. A ONU e a Europa protestaram fortemente na sexta -feira contra a decisão americana. “Apoiamos totalmente o trabalho independente do tribunal”e “Elemento essencial da infraestrutura de direitos humanos”, O Alto Comissariado da ONU de Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, disse à agência “AFP) dos Estados Unidos. para voltar a essa medida ”.

Decisão de Trump de sancionar o TPI “Ameaça sua independência e miner todo o sistema de justiça internacional”alertou Antonio Costa, presidente do Conselho Europeu. A União Europeia, por sua parte “Acelere a decisão americana, reservando a possibilidade de tomar medidas de sua parte”disse um porta -voz, sem dar detalhes. O CPI “Desempenha um papel principal na manutenção da justiça criminal internacional e da luta contra a impunidade”inclusive na Ucrânia, segundo ele.

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A França se mobilizará, “Em conexão com seus parceiros europeus e outros estados que foram ao status de Roma”para que o TPI seja “Sempre capaz de continuar cumprindo sua missão de forma independente e imparcial”disse o porta -voz do Ministério das Relações Exteriores da França. O primeiro -ministro húngaro Viktor Orban, perto de Donald Trump, pelo contrário, expressou seu desejo de retirar seu país do status de Roma.

Paralisando o impacto operacional

Em um comunicado de imprensa em X, o ministro dos Relações Exteriores Israel, Gideon Saar, disse que o TPI estava buscando “Agressivamente os líderes eleitos de Israel, a única democracia no Oriente Médio”. Segundo ele, o tribunal não tem legitimidade, na medida em que Israel e os Estados Unidos não são “Não membros da ICC”.

Os republicanos americanos e muitos democratas tiveram indignado com a questão de um mandado de prisão para ICC contra o primeiro -ministro israelense Benyamin Netanyahurecebido na última terça -feira pelo presidente americano, bem como contra o ex -ministro da defesa israelense, Yoav Gallant.

Seus juízes estimaram que havia “Padrões razoáveis” Para suspeitar que os dois homens de crimes de guerra e crimes contra a humanidade pelo conflito de Gaza, que seguiram o ataque sem precedentes ao Hamas em solo israelense. Netanyahu descreveu a decisão como anti -semita, enquanto o ex -presidente americano, o democrata Joe Biden, havia julgado “Escandaloso” Mandatos contra os israelenses.

Leia também | Artigo reservado para nossos assinantes Um advogado acusa Israel de incentivo ao genocídio e pede ao ICC que investigue

Segundo os especialistas da AFP, as sanções dos EUA podem ter um impacto operacional paralisante. A proibição de viajar para os Estados Unidos pela equipe da ICC pode complicar seu trabalho, e as instituições financeiras podem se recusar a trabalhar com o tribunal, com medo de represálias americanas.

As sanções também podem afetar as operações técnicas e de computador do Tribunal, incluindo a cobrança de evidências. Alguns até temem que as vítimas de supostas atrocidades hesitem em se manifestar.

O mundo com AFP

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