POLÍTICA
O polêmico vídeo do governo do Rio que compra brig…
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Lucas Mathias
O Governo do Rio publicou, na última quarta-feira, 19, um vídeo em que volta a se posicionar contra a ADPF 635, que regulamenta as operações policiais nas favelas do estado. O conteúdo, em tom de campanha, classifica a realidade imposta pela medida como um “pesadelo” para os moradores que “amarra as mãos da polícia”, e foi compartilhado por meio da agência de notícias de segurança “Na Escuta”, lançada neste ano pelo Palácio Guanabara.
Para se colocar contra a ADPF 635, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, o vídeo simula uma situação hipotética em que “a polícia foi proibida de atuar nas áreas turísticas do Rio de Janeiro”. E questiona: “Você se arriscaria a ir à praia no fim de semana? Você ainda se sentiria seguro para andar na rua?”. Depois, traça uma comparação com as restrições para as incursões policiais armadas nas favelas, determinadas pela medida.
“Se colocassem barricadas no seu bairro, impedindo seu direito de ir e vir, você receberia amigos em casa? Esse pesadelo é a realidade que a ADPF 635 e outras restrições judiciais impuseram a milhões de moradores de favela. Um decreto que amarra as mãos da polícia, e permite que ela entre nas comunidades apenas em casos de excepcionalidade. Mas como falar em exceção quando a regra é o terror?”, diz o vídeo, que conta com uma narração junto a imagens da cidade do Rio.
Ao reforçar sua posição contrária à medida — imposta pelo STF ainda durante a pandemia e que agora volta à discussão da Corte —, o vídeo cita ainda as barricadas posicionadas nas entradas de comunidades fluminenses e o terror imposto por trocas de tiros nas favelas. E ressalta que a ADPF 635 determina que essas operações só aconteçam em situações de excepcionalidade.
“Quem define o que é excepcional já pisou numa favela? Já foi obrigado a existir sob a tirania do crime? Quando o Estado recua, o crime avança. Segurança se faz com ação, não com restrição”, conclui a narração do vídeo.
Colocada em julgamento na primeira sessão plenária do Supremo neste ano, na primeira semana de fevereiro, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – 635, também conhecida como ADPF das favelas, contou, até o momento, apenas com o voto do relator, o ministro Edson Fachin. Foi ele o responsável, durante a pandemia, por determinar restrições às operações policiais no Rio.
O tema foi alvo de diversas manifestações contrárias do governador fluminense, Cláudio Castro (PL), ao longo de seu governo, e especialmente nas últimas semanas, quando o assunto voltou à pauta. Prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD) também se manifestou contrário à medida.
Organizações de favelas e dos direitos humanos, contudo, defendem a medida sob a justificativa de que ela ajuda a coibir exageros policiais e a ação sem freios nesses territórios, o que também afeta o dia a dia dos moradores. Entre as organizações que integram a ação como interessadas e defendem essa vertente está, por exemplo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), referência em pesquisa e desenvolvimento de vacinas na América Latina, cujo campus principal se posiciona entre comunidades.
O STF discute agora quais serão os parâmetros dessas restrições. O julgamento, contudo, foi suspenso após o voto do relator e ainda não tem data para ser retomado.
Agência de notícias estatal
Anunciada pela assessoria de imprensa do Governo do Rio na noite de 2 de fevereiro, a plataforma “Na Escuta” seria lançada por Castro no dia seguinte, em evento aberto à imprensa, no Centro Integrado de Comando e Controle fluminense. No dia 3 de fevereiro, contudo, outro aviso da equipe do governador foi dado para cancelar a agenda.
No mesmo dia, contudo, foi feito o primeiro post no perfil da agência nas redes sociais. Segurança pública na real. População na escuta. Chegamos para trazer informações exclusivas sobre a segurança pública do Rio de Janeiro! Com transparência e proximidade, vamos mostrar o que poucos veem: O dia a dia das forças de segurança; bastidores das operações; histórias de quem vive essa missão”, foi escrito na legenda da publicação.
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POLÍTICA
As graves acusações contra um deputado do Maranhão…
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21 de fevereiro de 2025
Ricardo Ferraz
Desde que tomou posse como ministro do Supremo Tribunal Federal, há um ano, Flávio Dino tem se destacado por tratar de assuntos de primeira grandeza na pauta nacional, como cabe a um ministro da mais alta corte do Judiciário. Raro magistrado com traquejo para costuras políticas, ele tem demonstrado habilidade ao lidar com o espinhoso tema das emendas do Orçamento, exigindo que a distribuição de dinheiro público por senadores e deputados cumpra o mínimo de transparência.
Dino, contudo, nem sempre tem julgado temas de tamanha envergadura. Elevado a um dos cargos mais importantes e poderosos da República, o ex-governador do Maranhão tem demonstrado certo ímpeto em seguir dando as cartas em seu estado natal. Na disputa particular que travam com o atual ocupante do Palácio dos Leões, Carlos Brandão (PSB), seus aliados têm judicializado picuinhas políticas e arrastado a contenda para dentro do STF.
Ex-correligionários, Dino e Brandão constituíram uma vitoriosa aliança, que garantiu três mandatos sucessivos no estado. O primeiro se elegeu em 2014 e 2018, tendo o segundo como vice na chapa, que chegou ao poder quatro anos mais tarde. Tudo conforme regiam os acordos políticos. Mas, quando Brandão tentou voar com as próprias asas, ameaçando romper um acordo em torno da sucessão no estado em 2026, a coalizão rachou. Os sinais inequívocos da briga foram confirmados na festança de casamento que o ministro do Supremo promoveu em São Luís, em que o governador não foi convidado.
A briga, porém, extrapolou os convescotes palacianos e foi parar no Judiciário. Os “dinistas”, como são chamados os políticos fieis à administração anterior, moveram cinco processos contra o atual governo: dois acusam Brandão de nepotismo, outros dois contestam a nomeação de um aliado ao Tribunal de Contas do Estado e um quinto tenta reverter a eleição à presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), atualmente ocupada por Iracema Vale (PSB) pessoa de confiança do governador.
Todos os processos têm algo em comum: foram movidos pelo Solidariedade, que utilizou a prerrogativa constitucional reservada aos partidos de encaminhar os temas diretamente ao STF, driblando as instâncias inferiores. No estado, a legenda é presidida por Flávia Alves, irmã de Othelino Neto, deputado estadual e dinista de quatro costados. A proximidade entre ele e Dino é tanta que Othelino é casado com Ana Paula Lobato, a suplente que assumiu a vaga do ministro do STF no Senado, após sua nomeação.
Em setembro do ano passado, o deputado concorreu à presidência da Alema, em uma disputa concorridíssima, que terminou empatada (21 votos para ele, 21 para Iracema). Sendo mais novo que a adversária, ficou de fora do cargo, conforme determina o regimento interno da Casa, que agora é contestado na Suprema Corte. O episódio fez as desavenças escalarem, até que um aliado de Brandão apresentou um pedido de cassação de Othelino, alegando quebra de decoro por atos do passado, cometidos fora do exercício do mandato. O conteúdo é bombástico.
O documento recupera um inquérito policial de 2009, época em que o deputado ocupava o cargo de secretário de meio ambiente do Maranhão, no governo de Jackson Lago . Ele foi acusado de fraudar o sistema de fiscalização do órgão para conceder licenças ambientais na exploração de madeira. Também teria movimentado 500 milhões de reais em propinas. As suspeitas são graves o suficiente para uma denúncia, mas não param por aí. No curso das investigações, testemunhas relataram que ele teria atropelado e matado um homem com um carro oficial do órgão. Depois, teria agido para acobertar os fatos. Em um outro relato pouco detalhado, uma das pessoas ouvidas o coloca sob suspeita da morte de uma adolescente em um motel. Procurado por VEJA, o deputado chamou de “invenções” as acusações, disse que não é investigado e enviou um documento emitido pela secretaria de segurança pública afirmando que nada consta no arquivo do ógão em seu nome.
Levado ao júri, o processo por corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha foi arquivado, após a defesa de Othelino ingressar com um habeas corpus. O registro dos motivos para o arquivamento não foi encontrado nas gavetas do Tribunal de Justiça e as graves acusações realizadas no inquérito não motivaram novas frentes de investigação. “É inexplicável que a polícia não tenha averiguado esses fatos, apesar de eles terem sido oficialmente declarados”, diz Marcos Lobo, advogado responsável pela representação contra o deputado na Alema. A reclamação foi movida por José Inácio, primeiro suplente, que assumiria o cargo, caso Othelino deixasse a assembleia.
No STF, a Procuradoria-Geral da República se manifestou contra a revisão do resultado da eleição na assembleia, um processo a cargo de Carmem Lúcia. Já a ação de nepotismo, cuja relatoria cabe a Alexandre de Moraes, foi parcialmente atendida, com a demissão de diversas pessoas indicadas por Brandão. O litígio envolvendo a nomeação de conselheiro para o TCE caiu justamente nas mãos de Dino, que não se declarou impedido — conforme a lei, uma prerrogativa pessoal de cada magistrado — e ainda não decidiu sobre o caso. Procurada por VEJA, a assessoria do ministro informou que ele não irá comentar o assunto.
Na quarta-feira 19, o Ministério Público estadual requisitou Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor) que fosse instaurado inquérito policial reabrindo a investigação por corrupção contra Othelino. Pelo visto, a briga entre a faixa de governador e a toga do Supremo ainda terá muitos capítulos adiante.
NOTA DO EDITOR: A primeira versão desta reportagem informava erroneamente que Othelino Neto foi secretário de meio ambiente durante gestão de Flávio Dino, não havendo, portanto, qualquer relação entre a investigação por corrupção e a gestão do ex-governador. O texto foi devidamente corrigido.
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Defesa do X diz ao Supremo que vai pagar multa de…
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Da Redação
A defesa da rede social X informou nesta sexta-feira, 21, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que vai fazer o pagamento da multa de R$ 8,1 milhões aplicada pelo ministro Alexandre de Moraes.
No documento enviado ao ministro, os advogados afirmaram que para a realização do pagamento é necessário o desbloqueio de R$ 7,2 milhões que estão depositados em conta do Banco do Brasil. De acordo com o X, com a liberação do valor, a quantia restante de 817,8 mil será paga pela empresa, e o saldo da dívida será quitado.
“Considerando que o valor de R$ 7.282.135,14 permanece bloqueado, o X Brasil, respeitosamente requer a imediata transferência de tal montante para sua conta bancária, para que possa viabilizar o pagamento da multa imposta nestes autos, com o consequente depósito apenas do saldo remanescente”, solicitou a defesa.
Moraes determinou nesta quinta-feira, 20, o pagamento da multa no processo no qual a rede social é acusada de deixar de retirar do ar o perfil do blogueiro Allan dos Santos após a divulgação de conversas falsas atribuídas a uma jornalista.
A conta foi suspensa, mas os dados cadastrais do perfil não foram enviados ao STF porque o X informou que não guarda os dados. A empresa recorreu da decisão, mas os recursos foram rejeitados pelo ministro.
A decisão de Moraes ocorre no momento em que o grupo de mídia do presidente dos Estados Unidos , Donald Trump, e a rede social Rumble, que foi suspensa no Brasil, recorrem à Justiça norte-americana para acusar o ministro de “censurar” as plataformas e suspender contas de usuários.
(Agência Brasil)
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Silveira reafirma a deputados apoio à retomada das…
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Nicholas Shores
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comprometeu-se a encontrar uma solução para o imbróglio em torno da usina nuclear de Angra 3 “o mais breve possível”, afirmou o deputado Julio Lopes (PP-RJ) depois de reunião com o integrante do governo Lula.
Na última terça, os ministérios da Casa Civil e da Fazenda pediram um novo adiamento da decisão sobre a tarifa de energia da central sob o argumento de esperar o STF julgar a ação do presidente Lula sobre a participação da União no conselho da Eletrobras.
O processo será determinante para a administração da antiga estatal definir se continuará investida na Eletronuclear, responsável pelas usinas em Angra dos Reis, no litoral do Rio de Janeiro. Um novo julgamento está marcado para o dia 6 de março no Supremo.
Com a posição das pastas de Rui Costa e Fernando Haddad, ficou vencido, mais uma vez, o voto de Alexandre Silveira, favorável à retomada das obras e conclusão de Angra 3, ao custo de 21 bilhões de reais.
Presidente da Frente Parlamentar de Energia Nuclear, o deputado Julio Lopes disse que vai buscar reuniões com Costa e Haddad para pedir a aceleração da decisão do CNPE sobre a usina.
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