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O potencial do outsider | VEJA

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O potencial do outsider | VEJA

Thomas Traumann

Recorte inédito da pesquisa Genial/Quaest revela que um em cada quatro eleitores brasileiros gostaria de eleger um candidato fora da política, superando numericamente aqueles que preferem Lula da Silva ou Jair Bolsonaro. O dado comprova o imenso potencial dos candidatos outsiders, como já indicava a votação do guru de autoajuda Pablo Marçal em São Paulo e de candidatos com discurso antissistema nas eleições municipais de Curitiba, Goiânia, Belo Horizonte e Fortaleza.

Perguntados “para o Brasil hoje, qual seria o melhor resultado da eleição”, os eleitores deram as seguintes respostas:

. 26% alguém fora da política

. 24% Lula

. 19% Bolsonaro

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. 12% Outro candidato de direita fora Bolsonaro

. 6% Candidato de centro

. 5% Outro candidato de esquerda fora Lula

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Uma demonstração do potencial eleitoral de um outsider é que essa preferência varia dentro da margem de erro por região, gênero, idade e escolaridade.  

Como seria de esperar, é grande a expectativa por alguém de fora da política entre quem declarou voto em branco ou nulo ou não foi votar nas eleições de 2022: 40% querem um outsider, 14% um candidato de direita que não seja Bolsonaro e 11% vão de Lula. 

O outsider tem ainda um potencial de votos de 46% entre os eleitores que não se definem nem de esquerda, nem de direita. De acordo com a Genial/Quaest, 33% dos eleitores se definem nesta faixa de não-bolsonaristas-e-nem-lulistas. 

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A confirmação do potencial do voto antissistema faz parte de um processo mais amplo do mau humor do eleitor brasileiro com sua realidade. De acordo com a pesquisa, 56% dos brasileiros desaprovam o governo Lula, mesmo índice dos que acham que o Brasil está indo na direção errada. A oposição comemorou os dados sem analisar os detalhes: pelo menos um em cada cinco eleitores que desaprovam o governo Lula pretende votar em branco ou nulo ou vai se abster em 2026. Parte do repúdio ao governo Lula, portanto, é uma rejeição a todo o sistema político.

Há ainda o peso do desgaste da polarização Lula e Bolsonaro: 55% dos eleitores preferem não votar em nenhum dos dois, embora ambos sigam sendo as únicas grandes lideranças nacionais. O cenário se completa com o gigantesco desgaste do Judiciário, a falta de resultado da ação do Estado contra a violência e a noção de que não existem mais consensos na sociedade. Pesquisas qualitativas indicam que um candidato disruptivo, que reúna o discurso anti-Estado do argentino Javier Milei e a linha-dura do salvadorenho Nayib Bukele teria um potencial real numa eleição brasileira. 

Em tese, o desgaste do sistema político é um bônus para a direita, historicamente mais competente que a esquerda em captar o sentimento do contra-tudo-e-contra-todos, como mostram as vitórias de Jânio Quatros em 1960, Fernando Collor em 1989 e Jair Bolsonaro em 2018.O sentimento antissistema, contudo, não é necessariamente uma boa notícia para o bolsonarismo.

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Nas pesquisas qualitativas, Bolsonaro perdeu essa aura de antissistema depois de se aliar ao Centrão e formalmente apoiar candidatos como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Essa contrariedade com as escolhas de Bolsonaro na eleição municipal foi tamanho que ele se viu obrigado a se omitir da disputa em São Paulo e trocar de lado em Curitiba porque a maior parte do seu eleitorado fiel se recusava a seguir a sua determinação. 

Candidato a herdeiro do bolsonarismo, o governador Tarcísio de Freitas com seu terno e discurso quadrados não se encaixa no figurino de antissistema. Outros pré-candidatos como Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ratinho Junior são igualmente percebidos como representantes do establishment. 

Se for elegível, Pablo Marçal seria o nome natural para liderar essa força política disruptiva. Se a Justiça eleitoral confirmar a inegibilidade de Marçal pela farsa do laudo contra Guilherme Boulos em 2024, o desejo por um outsider ficará em aberto para um outro forasteiro, seja um cantor como Gusttavo Lima, um apresentador como Danilo Gentili ou um youtuber como Felipe Neto. Nesse momento, o nome importa menos do que a representação de um sentimento contra-tudo-contra-todos. O potencial existe.



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POLÍTICA

A aposta de Quaquá ao se lançar candidato a presid…

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A aposta de Quaquá ao se lançar candidato a presid...

Nicholas Shores

Ao entrar na disputa pela presidência do PT, Washington Quaquá calcula que pode agregar votos dos insatisfeitos com Edinho Silva dentro da sua corrente interna, a Construindo um Novo Brasil (CNB), e ainda se unir a nomes de tendências mais à esquerda, como Rui Falcão e Romênio Pereira, em busca de uma aliança ainda no primeiro turno.

O prefeito de Maricá (RJ) vai fazer o lançamento oficial da sua candidatura em 13 de maio, em um evento no Circo Voador, na Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Quaquá também é vice-presidente nacional do PT.

Ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho se apresenta hoje como o “candidato do Lula”, apesar de o presidente da República não ter declarado publicamente o apoio a ele e nem a qualquer outro nome. Um dos maiores articuladores de sua campanha é o ex-ministro José Dirceu.

Quaquá ironiza o cartão de visitas do adversário. “Edinho vem de um apoio do presidente Lula que é que nem cabeça de bacalhau: até agora ninguém viu. Ele tem antipatia de toda a coordenação da CNB. E estou buscando o apoio da coordenação da CNB, composta por mim, Humberto Costa, José Guimarães, Gleide Andrade e o Jilmar Tatto.”

Para o prefeito de Maricá, o entorno de Lula no Palácio do Planalto fala em nome do presidente da República sobre a eleição petista sem sua autorização. “Estão todos tentando viabilizar o Edinho porque querem o PT sabujo da entourage palaciana”, diz.

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O prazo para registro de candidaturas vai até 19 de maio. A votação será em 6 de julho. Se houver segundo turno, petistas voltarão às urnas duas semanas depois, em 20 de julho.

Como mostrou o Radar, uma reunião há cerca de duas semanas no Palácio do Planalto entre Lula, a ministra Gleisi Hoffmann, o atual presidente do PT, senador Humberto Costa, e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, terminou com o entendimento de que Edinho não sofreria oposição da cúpula da CNB.

A condição era que os caciques da maior corrente interna do partido mantivessem a prerrogativa sobre as secretarias de Planejamento e Finanças e de Comunicação, hoje comandadas por Gleide Andrade e Jilmar Tatto – que, por sua vez, andam cada vez mais irritados com declarações vistas como “fogo amigo” de Edinho.

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O próprio ex-prefeito de Araraquara ainda não deu seu aval ao acordo. Se eleito, quer receber a estrutura do partido “de porteira fechada” – principalmente a tesouraria do PT, objeto de trauma para o partido depois de escândalos como os de Delúbio Soares e João Vaccari Neto, mas que passou a receber elogios internamente na gestão de Gleide.

Abrigo de diferentes “tendências”, como são chamadas as correntes internas, o Partido dos Trabalhadores está habituado com divergências. O atual cenário, no entanto, ganha contornos mais explosivos, e justamente a um ano e meio das eleições de 2026.

Nesse clima de barril de pólvora, petistas com larga experiência na política interna do partido avaliam que a candidatura de Quaquá aumenta o risco de haver fraturas no entendimento em torno de Edinho e pode levar a disputa para o segundo turno. Um desdobramento assim seria não só mais uma dor de cabeça, mas, de fato, uma derrota para Lula na reta final de seu terceiro mandato.



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Dois motivos dados pelo líder da maioria na Câmara…

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Dois motivos dados pelo líder da maioria na Câmara...

Marcela Rahal

Após o PL protocolar o pedido de urgência para o Projeto de Lei da anistia, o líder da maioria na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o presidente da Câmara, Hugo Motta, não deveria pautar essa votação no plenário da Casa por dois motivos:

‘Primeiro, o tema não encontra maioria na sociedade; segundo, a Câmara vai bancar uma possível crise institucional? Por que? Porque a anistia ela não pode acontecer quando fere o artigo 359 L do Código Penal que são crimes graves como abolição violenta do Estado Democrático de Direito’.

Mais da metade dos parlamentares da base governista assinaram o pedido de urgência proposto pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante, o que gerou mal estar entre o governo e os parlamentares de partidos da base. No entanto, para Chinaglia, o que importa é que a maioria dos líderes não apoiou a medida.

‘Eles não conseguiram as assinaturas dos líderes. É uma afirmação relativa de que a base do governo não atendeu aquilo que não é posição do governo, apenas’.

Pressionado, o presidente da Câmara, Hugo Motta, postou nas redes sociais, nesta terça-feira, 15: ‘Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira’.

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Ou seja, Motta vai continuar tentando arrastar a discussão ao máximo. Jogou no colo dos líderes, disse que não vai brigar sozinho e ressaltou que a proposta não tem apoio da maioria da população.



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PSD de Kassab fará encontro com prefeitos para dia…

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PSD de Kassab fará encontro com prefeitos para dia...

Nicholas Shores

A senadora Mara Gabrilli e o deputado federal Carlos Sampaio vão reunir prefeitos do PSD de todo o estado de São Paulo e o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, em um encontro em Brasília na próxima quarta-feira, das 9h às 11h, para dialogar sobre emendas parlamentares e ouvir as principais demandas dos municípios paulistas.

O PSD é o partido com maior presença no estado. Nas eleições do ano passado, o partido triplicou o número de prefeitos eleitos em São Paulo, passando a comandar 207 prefeituras.

“Os prefeitos nos ajudam a entender quais são as demandas mais urgentes, e é com base nesse diálogo que conseguimos direcionar recursos do Senado e da Câmara para onde realmente fazem a diferença na vida da população”, afirma Mara Gabrilli.

“Lá na ponta, vemos o impacto real de uma emenda ou de um programa federal. São as Santas Casas que recebem equipamentos, as APAEs (associações de pais e amigos dos excepcionais) que ampliam o atendimento, as prefeituras que conseguem tirar obras do papel, como a construção de calçadas acessíveis, para citar apenas alguns exemplos”, acrescenta.



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