NOSSAS REDES

OPINIÃO

O que é e como pedir assistência judicial gratuita

PUBLICADO

em

A isenção pode ocorrer em nove tipos de despesas processuais e o CPC permite que o pedido seja feito a qualquer momento do processo.

O direito à justiça gratuita está previsto no artigo 5º da Constituição Federal, que atribui ao Estado a responsabilidade de “prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”. Daí é extraída, além da garantia de assistência jurídica integral e gratuita, que consiste no oferecimento de orientação e defesa jurídica prestada pela Defensoria Pública, em todos os graus, a quem precisa, também a garantia de gratuidade das despesas que forem necessárias para que a pessoa necessitada possa defender seus interesses em um processo judicial.



Anteriormente regulada pela Lei n. 1.060/1950, a gratuidade da justiça passou a ser tratada pelo Código de Processo Civil (CPC) de 2015, revogando quase toda a lei da década de 1950. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça.

A isenção pode ocorrer em nove tipos de despesas processuais: as taxas ou as custas judiciais; os selos postais; as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios; a indenização devida à testemunha que, quando empregada, receberá do empregador salário integral, como se estivesse em serviço; as despesas com a realização de exame de código genético (DNA) e de outros exames considerados essenciais.

O cidadão pode fazer o pedido de forma simples, por petição, na qual a pessoa deve informar que não possui condições de arcar com as custas e os honorários sem prejuízo próprio e de sua família. Segundo o CPC, a alegação de insuficiência apresentada por pessoa natural possui uma presunção de veracidade, sendo a pessoa natural, em regra, dispensada de comprovar a insuficiência de recursos. O mesmo não ocorre com as pessoas jurídicas, que devem demonstrar a necessidade da concessão da gratuidade.

O artigo 99 do CPC permite que o pedido seja feito a qualquer momento do processo, seja na petição inicial, na contestação, na petição de ingresso de terceiro ou mesmo no recurso. O pedido deve ser analisado por um juiz que pode conceder ou negar o pedido, caso haja elementos nos autos que comprovem a desnecessidade da gratuidade.

O pedido de gratuidade pode ser impugnado e, se o autor do pedido não conseguir produzir provas que comprovem a necessidade do benefício, pode ser negado. Essa decisão pode ser questionada por meio do recurso de agravo de instrumento, conforme prevê o CPC.

De acordo com o CPC, caso seja constatada a má-fé do beneficiário da justiça gratuita, ele pode ser condenado ao pagamento de multas que podem chegar a até 10 vezes o valor das despesas devidas (art. 100, parágrafo único, CPC).

Fonte: CNJ

Economia e Negócios

OPINIÃO: Por que o abacate está tão caro?

PUBLICADO

em

Abacate — Foto iStock

Por que o abacate está tão caro no Brasil, se a fruta não é negociada na bolsa mundial de mercadorias, não é afetada pela alta do dólar e abacateiros existem aos montões pelo país afora?

Parece até que estamos sob o efeito da combinação de empresas ou fornecedores de estabelecerem preço quase único sobre a venda do abacate. Ou seja, o conhecido cartel. 

Os cartéis são acordos entre concorrentes para fixar preços, limitar a produção ou dividir o mercado, o que é ilegal na maioria dos países, incluindo o Brasil. Essa prática prejudica os consumidores e a concorrência justa no mercado.

Hoje, o abacate é vendido em média a R$ 35,00 o quilo, um absurdo.

O consumidor tem de reagir, cobrando explicação do governo federal. E não aceitar as velhas e conhecidas justificativas, tais como:

1. Custo de Produção: produzir abacate no Brasil é caro devido aos custos de mão de obra, fertilizantes, pesticidas e outros insumos agrícolas.

2. Logística: é dispendioso o transporte de abacate de áreas de produção para os mercados.

3. Concorrência interna: a concorrência entre produtores e distribuidores eleva a preços mais altos.

4. Demanda: a demanda por abacate no Brasil tem crescido, especialmente devido à popularidade de dietas saudáveis e receitas que utilizam a fruta.

5. Fatores climáticos: condições climáticas adversas, como secas ou geadas, afetam a produção e, consequentemente, os preços.

O governo brasileiro e o Legislativo federal têm de defender o consumidor nacional. Em dados momentos, parece até que as autoridades governamentais e parlamentares representam os interesses de grupos empresariais em detrimento da população.

É inconcebível, por exemplo, que um país produtor de mercadorias só se preocupe com o mercado internacional e esquece o consumidor nacional.

Todas as mercadorias produzidas no país deveriam ser vendidas no mercando nacional a preços inferiores aos das cotações do mercado internacional (commodities), principalmente as de consumo humano.

A população pobre não pode passar fome num país que produz alimentos. O Governo Federal tem o dever de intervir nessa lógica de empresários produtores só interessados na exportação de seus produtos para obter grandes lucros

Assim, como combater a fome, a pobreza e a miséria se o governo finge se preocupar com os menos favorecidos e não autoriza que as mercadorias de consumo humano, aqui produzidas, sejam vendidas no mercado interno a preços inferiores aos cotados nas bolsas internacionais.

Júlio César Cardoso
Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC

Continue lendo

OPINIÃO

OPINIÃO: Governos, políticos e autoridades judiciais têm medo de bandidos?  

PUBLICADO

em

Foto de capa [arquivo pessoal]
Vivemos num país de horizontes sombrios no que se refere aos problemas relacionados à criminalidade e à corrupção. Até agora os esforços para combater tais problemas não têm sido significativos. 
.
Apenas, para exemplificar, tomemos a situação do Rio de Janeiro, outrora pacífica cidade, que hoje é um terror, embora continue bela por natureza.  
.
1) 25/10/2024 – Confronto entre policiais e traficantes mata 3 pessoas com tiros na cabeça, que estavam a caminho do trabalho.   
.
2) 06/12/2024 – Menina de 12 anos morre baleada durante guerra entre bandidos rivais, na Zona Norte.  
.
3) 09/12/2024 – Tiroteio na Avenida Brasil entre policiais e traficantes deixa 3 mortos e 3 feridos.  
.
4) 10/12/2024 – Médica da Marinha é atingida na cabeça por bala perdida dentro do Hospital Naval, na Zona Norte. Não resistiu e faleceu. 
.
Até quando o presidente Lula e demais autoridades políticas e judiciais vão se conscientizar de que a falta de segurança pública no país é atualmente o principal e mais grave problema brasileiro, muito mais importante que a saúde da economia nacional?  
.
O que o Ministério da Justiça e o Congresso estão esperando para tomar, em caráter de excepcionalidade, medidas urgentes de enfrentamento às organizações criminosas? Por que não tratam com seriedade a questão? 
.
Estão esperando que mais brasileiros inermes sejam assassinados? Até as unidades militares não são mais respeitadas. O país tem ou não tem comando governamental, político e judicial para enfrentamento dessa horda de criminosos? 
.
Não são casos isolados. O que ocorre no Rio de Janeiro é o retrato de um país que há muito tempo deu as costas à segurança pública, como se não fosse uma obrigação da União, bem como de todos os entes federados. 
.
A falta de segurança pública é tão relegada que não constava das agendas prioritárias dos candidatos a governadores e presidente da República.  
.
Medidas repressivas contra a bandidagem deveriam ser imediatamente implantadas pelo Ministério da Justiça, em caráter de excepcionalidade, sem o crivo do Congresso Nacional. Não se pode esperar a boa vontade dos presidentes das duas casas legislativas para pautar a matéria. 
.
Que país é este que tem leis e autoridades para prender e condenar bandido chinelão e não tem pulso para enfrentar, prender, condenar e acabar com essas organizações criminosas?  
.
Então, paga-se elevada carga tributária para sustentar as despesas absurdas da ilha da fantasia Brasília, com Palácio do Planalto, Executivo, Legislativo e Judiciário, com a segurança dos ex-presidentes da República, inclusive os cassados, e falta empenho e dinheiro para defender a sociedade no seu direito constitucional de ir e vir? 
.
A verdade é que as nossas autoridades governamentais, políticas e judiciais têm medo da bandidagem armada, com exceções, senão já teriam decretado medidas contundentes. 
.
Vejam a dimensão de como os delinquentes perderam o medo de nossas autoridades. O criminoso Fernandinho Beira-mar, de dentro de penitenciária Federal, continua a dar ordens aos seus comparsas aqui fora para executar ações criminosas. Como isso pode ocorrer? 
.
Por outro lado, temos um ministro da Justiça pusilânime e burocrata, que demonstra ou finge desconhecer a gravidade da falta de segurança pública do país. 
.
Júlio César Cardoso
Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC

Continue lendo

OPINIÃO

OPINIÃO: A geografia da fome, da pobreza e da miséria continua a mesma

PUBLICADO

em

Foto de capa [arquivo pessoal]
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, ocorrido na Reunião de Líderes do G20, no RJ (18/11), será o maior legado da presidência à frente da cúpula de líderes das 20 maiores economias do globo (G20). Disse que combater a fome e a pobreza não se trata de “apenas fazer justiça”. E chamou a fome de chaga da humanidade e pede “coragem” de agir. 
.
.
Fala sério, presidente Lula! É bonito jogar para a plateia propostas importantes, mas desde o primeiro governo petista, a fome, a pobreza e a miséria em todos os bolsões carentes não foram minimizadas nem devidamente combatidas com políticas públicas eficazes, senão apenas com a manutenção do programa do Bolsa Família, de objetivo, sim, eleitoreiro, que desincentiva a busca por emprego formal em alguns casos. 
.
.
O Brasil miserável, uma realidade vergonhosa inconteste, é decorrente do que se gasta com a máquina pública para manter, por exemplo, a Ilha da Fantasia Brasília, com o Legislativo, Executivo e Judiciário repletos de mordomias e gastos excrescentes, como ocorre com o inchado e inoperante Congresso Nacional.  
.
.
A verdade é que todos os governos, até hoje, não tiveram coragem de envidar esforços para combater a orgia dos gastos do Congresso, como também do Executivo e Judiciário, a fim de sobrar dinheiro útil para o social. Por acaso, Lula alguma vez tencionou reduzir os gastos com a manutenção do Palácio do Planalto?  
.
.
Lula e demais governos jamais propuseram reduzir os seus salários e de ministros, como prova de austeridade nos gastos e exemplo de comprometimento com a pobreza.   
.
.
O ex-presidente do Uruguai, José Mujica, de quem o presidente Lula é simpatizante, deu exemplo de austeridade ao doar 90% de seu salário mensal equivalente a US 12.000, para caridade. 
.
.
Portanto, é ilusório acreditar-se nas boas intenções de Lula, nas suas palavras, da mesma forma como foi ilusório acreditar nas palavras dos governantes passados, que não atuaram com fidelidade e só almejaram as glórias do poder. 
.
.
Se Lula falasse sério, ao se referir à erradicação da fome, da pobreza e da miséria, por que, em tantos anos de governo petista, a geografia de nossos graves problemas sociais continua quase inalterada?  
.
.
Assim, ao ver o presidente Lula reunido com autoridades mundiais defendendo o combate à fome, à pobreza, etc., parece até que ele faz bem feito o dever de casa. Ressalvamos, todavia, que também todos os ex-presidentes brasileiros não fizeram com eficiência o singelo dever de casa. 
.
.
Para um país, cujo presidente manifesta “preocupação” com a fome, a pobreza e a miséria, mas não sinaliza ações positivas que proporcionem recursos para tal, vejam o paradoxo: Lula cogita comprar nova aeronave presidencial.  
.
.
Bem, as aeronaves da FAB servem para buscar brasileiros em áreas conflagradas no exterior e não prestam para as viagens do presidente da República? 
.
.
Júlio César Cardoso
Balneário Camboriú-SC
Servidor federal aposentado

Continue lendo

MAIS LIDAS