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Onde assistir ao vivo New Orleans Pelicans x Denver Nuggets pela NBA hoje

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Russel Westbrook jogador do Denver Nuggets na NBA

O embate entre New Orleans Pelicans e Denver Nuggets, marcado para este domingo, 22 de dezembro de 2024, às 21h (horário de Brasília), promete agitar os fãs da NBA. Disputado no icônico Smoothie King Center, em Nova Orleans, o jogo coloca frente a frente equipes que vivem momentos distintos na temporada regular da NBA 2024/2025. Enquanto os Pelicans lutam para retomar o equilíbrio após uma série de derrotas, os Nuggets, atuais campeões da liga, chegam embalados como líderes da Conferência Oeste, ostentando um desempenho sólido e consistente.

A transmissão do jogo será realizada pela Amazon Prime Video, garantindo que torcedores de todas as partes possam acompanhar o espetáculo esportivo. A partida ganha relevância não apenas pelo talento dos atletas envolvidos, mas também pelo contexto histórico e pela rivalidade recente entre as equipes. O Smoothie King Center, com capacidade para cerca de 17 mil pessoas, será o palco onde estratégias táticas, habilidades individuais e espírito coletivo se encontrarão para definir o vencedor.

O confronto destaca nomes como Nikola Jokić, estrela dos Nuggets e duas vezes MVP da liga, e Zion Williamson, um dos jovens talentos mais promissores da NBA, liderando os Pelicans. Além disso, o duelo entre os técnicos Michael Malone, do Denver, e Willie Green, do New Orleans, adiciona um tempero estratégico à disputa. Este jogo não se trata apenas de mais um confronto da temporada; ele representa a luta por posições, a consagração de estrelas e a busca pela superação diante dos desafios que a competição impõe.

Impacto das campanhas das equipes na temporada atual

Os Pelicans têm enfrentado altos e baixos ao longo da temporada, oscilando entre grandes atuações e tropeços inesperados. Atualmente posicionados na parte intermediária da tabela da Conferência Oeste, o time de Nova Orleans busca recuperar a consistência. As recentes derrotas contra Oklahoma City Thunder e Golden State Warriors acenderam o alerta para ajustes urgentes na defesa e maior eficiência ofensiva. Zion Williamson, principal nome da equipe, tem se destacado, mas ainda precisa de maior suporte de seus companheiros para transformar boas atuações individuais em vitórias coletivas.

Por outro lado, os Nuggets vivem uma realidade oposta. Líderes da conferência, a equipe de Denver se mostra uma máquina de vencer, tendo superado adversários como Chicago Bulls e Dallas Mavericks em partidas recentes. Nikola Jokić continua a exibir seu talento incomparável, liderando em pontos, rebotes e assistências. Sua visão de jogo e versatilidade têm sido fundamentais para o sucesso do time, que também conta com o apoio sólido de Jamal Murray e Michael Porter Jr.

Retrospectiva dos confrontos diretos

Historicamente, o duelo entre Pelicans e Nuggets apresenta equilíbrio, mas com leve vantagem para o time de Denver. Nos últimos cinco encontros, os Nuggets venceram três vezes, enquanto os Pelicans triunfaram em duas. No último confronto, ocorrido em 15 de novembro de 2024, os Pelicans levaram a melhor com uma vitória de 101 a 94, em um jogo marcado pelo domínio de Zion Williamson no garrafão e pela atuação coletiva consistente.

Principais destaques e estratégias para o jogo

A chave para o sucesso dos Pelicans está na capacidade de explorar a força física e a explosão de Zion Williamson, além de contar com o poder de fogo de Brandon Ingram. A equipe precisa também ajustar sua defesa para conter o impacto de Nikola Jokić, cuja habilidade de criar jogadas para si e para os companheiros torna qualquer adversário vulnerável.

Para os Nuggets, manter a regularidade e a eficiência ofensiva será essencial. Jokić deve ser o centro das atenções, mas o apoio de jogadores como Jamal Murray, com sua precisão nos arremessos de longa distância, e Michael Porter Jr., com sua versatilidade, será crucial. A equipe de Denver também precisa neutralizar as investidas de Williamson e explorar falhas na defesa dos Pelicans para garantir mais uma vitória.

Fatores extrajogo e atmosfera no Smoothie King Center

Além do espetáculo dentro de quadra, a atmosfera no Smoothie King Center promete ser um fator determinante. Conhecido por sua torcida apaixonada, o estádio será um verdadeiro caldeirão de apoio aos Pelicans. O jogo, porém, atrai não apenas os fãs locais, mas também amantes do basquete de diversas partes do mundo, seja presencialmente ou através da transmissão ao vivo.

Os ingressos para o jogo estão esgotando rapidamente, com preços variando conforme a localização dentro da arena. A forte presença de torcedores reforça a importância deste confronto, que tem tudo para ser um dos mais emocionantes da temporada.

Previsão do tempo para o dia do jogo

Para aqueles que planejam comparecer ao estádio, a previsão do tempo em Nova Orleans indica um clima favorável. Com máxima de 13°C e mínima de 6°C, o céu limpo e a ausência de chuvas tornam o deslocamento e a experiência do jogo mais confortáveis para os fãs.

Curiosidades e relatos marcantes sobre o confronto

  1. Nikola Jokić é o único jogador da história recente da NBA a liderar sua equipe em todas as principais estatísticas em uma temporada inteira, reforçando sua importância para os Nuggets.
  2. Zion Williamson, apesar de jovem, já é considerado um dos jogadores mais impactantes fisicamente da NBA, tendo alcançado médias impressionantes de pontos por jogo.
  3. O Smoothie King Center foi palco de momentos históricos, incluindo jogos memoráveis dos playoffs e performances icônicas de estrelas do basquete.

Números e estatísticas relevantes

  • Nikola Jokić tem médias de 26,4 pontos, 11,8 rebotes e 8,6 assistências por jogo na temporada 2024/2025.
  • Zion Williamson soma 25,1 pontos e 7,3 rebotes por partida, mostrando sua dominância no garrafão.
  • Os Nuggets possuem uma taxa de vitória de 75% nos últimos 20 jogos, consolidando sua posição no topo da tabela.

Impactos econômicos e sociais do confronto

O jogo entre Pelicans e Nuggets não movimenta apenas a esfera esportiva, mas também a economia local de Nova Orleans. Com hotéis, restaurantes e comércio local se beneficiando do aumento do fluxo de turistas, o impacto econômico positivo é evidente. Além disso, a transmissão global do jogo reforça a visibilidade da cidade como destino turístico e centro cultural.

Relatos e interação nas redes sociais

Nas redes sociais, a partida tem gerado grande expectativa. Hashtags como #PelicansVsNuggets e #NBA2024 figuram entre os assuntos mais comentados no Twitter e Instagram, com fãs compartilhando previsões, análises e momentos de jogos anteriores. Postagens destacando Zion Williamson e Nikola Jokić também têm dominado as discussões, refletindo o impacto das estrelas na promoção do evento.

Expectativas e desdobramentos do duelo

O jogo deste domingo promete ser mais do que um confronto entre duas equipes da NBA. Ele simboliza o encontro de histórias, estratégias e talentos que moldam o basquete atual. Independentemente do resultado, Pelicans e Nuggets seguem como protagonistas em uma temporada marcada por rivalidades acirradas e momentos inesquecíveis.

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François Bayrou semeia dúvidas na antiga maioria presidencial

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François Bayrou semeia dúvidas na antiga maioria presidencial

Nas bancadas da Assembleia Nacional, o presidente do grupo MoDem, Marc Fesneau, discute com o deputado (Renascença) do Norte Gérald Darmanin. Aqui, 28 de novembro de 2024.

Prometemos que não aceitaremos novamente. Embora Gabriel Attal tenha aumentado as suas advertências contra Michel Barnier, o secretário geral da Renascença tem sido particularmente discreto desde que François Bayrou ingressou na Matignon. “Eles não colocam obstáculos no nosso caminho, o que é uma forma de apoio na política”, diz o porta-voz do MoDem, Bruno Millienne.

Mas cada dia que passa sem governo expõe um pouco mais o primeiro-ministro às críticas do seu próprio campo. Os ministros cessantes notam com frescura que o novo inquilino de Matignon não se apega a eles, ou muito pouco. Esta negligência os irrita ainda mais porque o septuagenário, segundo eles, olha com carinho para “homens de uma certa época” – como o presidente da Dijon Métropole, François Rebsamen, ou o antigo ministro da saúde de Nicolas Sarkozy e presidente da região de Hauts-de-France, Xavier Bertrand – a quem teria prometido as pastas da sua escolha.

Sua estratégia de caça furtiva “personalidades experientes” identificado à direita e à esquerda pelos franceses, para obrigar os partidos a não censurá-lo, semeia dúvidas. “Vejo personalidades de direita como Bruno Retailleau, mas que é um ícone da esquerda suficiente para não ser censurável pelo Partido Socialista (PS) ? », pergunta, em dúvida, François Patriat, o presidente dos senadores da Renascença, ele próprio um ex-socialista.

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Guerra na Síria ainda não acabou, diz comandante curdo – 22/12/2024 – Mundo

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Guerra na Síria ainda não acabou, diz comandante curdo - 22/12/2024 - Mundo

Patrícia Campos Mello

Enquanto boa parte do mundo está focada na HTS (Organização para a Libertação do Levante, na sigla em árabe), a milícia que assumiu o poder em Damasco após derrubar o ditador Bashar al Assad, a Turquia avança no norte da Síria e ameaça ocupar o território controlado hoje pelos curdos.

Em entrevista à Folha, o comandante das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), Mazloum Abdi, alerta que o conflito ainda não acabou naquela região do país.

“A guerra acabou em outras partes da Síria; agora, a comunidade internacional precisa pressionar a Turquia a parar com seus ataques no norte do país e chegar a um cessar-fogo”, disse Mazloum. “Nós estamos propondo a criação de uma zona desmilitarizada em Kobani [na fronteira com a Turquia], com a retirada de forças curdas e com supervisão de militares dos EUA, para ter uma trégua duradoura.”

Formada pela milícia curda YPG, por forças sunitas moderadas e por tropas dos Estados Unidos, a SDF foi crucial para derrotar o Estado Islâmico no país. Com o recuo de Assad do norte da Síria durante a guerra (2011-2024), os curdos passaram a controlar 25% do território do país.

Desde a queda do ditador e do avanço da HTS, patrocinado pela Turquia, forças apoiadas por Ancara, como o Exército Nacional Sírio, intensificaram ataques contra os curdos.

O governo turco considera a YPG uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que lidera uma insurgência separatista e é listado como uma organização terrorista. Ancara exige que a YPG seja dissolvida e os EUA retirem o apoio aos curdos.

Nas últimas duas semanas, forças turcas assumiram o controle de Manbij e ameaçam invadir Kobani, cidade que ficou famosa por sua resistência em cerco do Estado Islâmico em 2014.

No novo xadrez geopolítico do Oriente Médio, houve um recuo da Rússia e do Irã, e a Turquia se tornou o país mais influente na Síria.

A primeira autoridade estrangeira a se reunir com o líder da HTS, Ahmad Al-Sharaa, foi Ibrahim Kalin, chefe da inteligência turca. E o país foi o primeiro a reabrir sua embaixada em Damasco. Em visita a Idlib, província controlada pela HTS desde 2017, a Folha viu várias bases militares e instalações turcas.

Neste domingo (22), o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, reuniu-se com Sharaa em Damasco e afirmou que “não há espaço para militantes do YPG na Síria”. Segundo ele, o novo governo sírio pode assumir o combate ao Estado Islâmico.

É justamente isso que cacifa os curdos junto aos EUA. Até hoje, eles são responsáveis pela segurança das prisões onde estão milhares de combatentes do EI.

Mazlum afirmou à reportagem que o grupo terrorista está se fortalecendo. “Nas áreas próximas à fronteira do Iraque e no deserto sírio, está crescendo a mobilização do EI. Eles se beneficiam da situação atual e estão se reorganizando.”

Além da retirada das tropas da SDF de Kobani, Mazloum declarou que todos os membros estrangeiros da YPG, curdos vindos de outros países, retornariam caso houvesse um cessar-fogo. Essa era outra reivindicação de Ancara. Mas o chanceler turco se recusa a negociar e disse que os curdos precisam discutir sua situação com o novo governo em Damasco.

Indagado sobre seus contatos com o governo da HTS, Mazloum reconheceu não haver contato direto, “só por meio de nossos aliados”. Já se desenham outros potenciais conflitos: Sharaa afirmou que pretende ter um governo centralizado na Síria, rejeitando a manutenção da autonomia de Rojava, como é chamada a região administrada pelos curdos.

Desde 2011, eles estabeleceram seu próprio governo, embora digam não querer independência. Rojava segue princípios feministas e socialistas, em contraste com o islamismo da HTS.

Os curdos também temem ser traídos novamente por Donald Trump. Em 2019, durante o primeiro mandato, o presidente dos EUA retirou tropas americanas da região, abrindo caminho para que forças patrocinadas pelos turcos ocupassem o oeste de Rojava. Milhares de curdos da província de Afrin tiveram de se refugiar em outras partes do país.

Sob o governo Biden, Washington aumentou gradualmente o número de soldados na região curda, e hoje são cerca de 2 mil.

Trump deu indicações de que deve seguir a mesma linha de sua primeira passagem pela Casa Branca. Já sinalizou que vai adotar posição de não interferência. “Os EUA não têm nada a ver com isso. Essa não é nossa guerra”, tuitou após a HTS derrubar Assad.

Fã declarado do estilo durão do presidente turco, Recep Erdogan, Trump elogiou o papel da Turquia na queda do ditador sírio. Disse que foi um movimento “muito inteligente”, “sem perda de muitas vidas”.





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Desaparecidos na Síria: a busca de uma mulher pelo pai desaparecido | Síria

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Desaparecidos na Síria: a busca de uma mulher pelo pai desaparecido | Síria

William Christou in Damascus

TA última vez que Alaa Qasar viu o pai, em 2013, ele estudou o rosto dela como se estivesse tentando memorizá-lo. Mutaz Adnan Qasar regressou a ela depois de ter sido libertado pelas forças de segurança de Bashar al-Assad, que o prenderam e interrogaram depois de ele ter conduzido a sua família para fora do subúrbio sitiado de Ghouta, em Damasco. De volta à família, ele alinhou os três filhos e olhou fixamente para eles. No dia seguinte, ele foi preso novamente e não foi visto novamente.

“Eles nos disseram que ele voltaria para nós no dia seguinte, mas ele não voltou. Disseram que ele estava conversando com terroristas, mas não estava falando com ninguém. Ele simplesmente ia trabalhar e depois voltava para casa”, disse Qasar, 29 anos, secretária em Damasco e o mais velho dos seus irmãos.

Moutaz Adnan Qasar. Fotografia: Alaa Qasar

Ela é uma das centenas de milhares de sírios que ainda procuram os seus entes queridos duas semanas após a queda do regime de Assad e prisões foram abertas. Mais de 136 mil sírios foram detidos pelo regime de Assad depois de 2011 e mantidos em muitos centros de detenção e prisões onde os guardas tentaram quebrar a vontade dos dissidentes através da tortura e da fome. A maioria não foi encontrada.

Qasar passou os últimos 11 anos procurando por seu pai. Ela conversou com advogados e autoridades de segurança, mas não recebeu nenhuma informação. Os chamados mediadores – intermediários que alegavam poder ajudar as famílias a encontrar entes queridos desaparecidos e até mesmo garantir a sua libertação da prisão mediante o pagamento de uma taxa – perseguiram a sua família enquanto procuravam. Por fim, disseram-lhe que o seu pai estava detido em Sednaya, conhecida como o “matadouro humano”, uma das mais infames de todas as prisões de Assad.

Quando os rebeldes varreram o país a partir do final de Novembro, libertando prisioneiros à medida que avançavam, Qasar assistiu incrédulo – começando a ter esperança à medida que se aproximavam de Sednaya, a apenas 20 quilómetros de Damasco. Depois Assad fugiu e os rebeldes abriram os portões da prisão – mas o seu pai não apareceu.

Qasar não desistiu. Circularam rumores sobre celas subterrâneas em Sednaya, sobre centros de detenção tão secretos que apenas a liderança do país sabia a sua localização. Ela visitou Sednaya e não encontrou nenhuma cela subterrânea. Ela foi de prisão em prisão em busca de pessoas que ainda não haviam sido reivindicadas – mas seu pai não apareceu.

Logo, os registros prisionais foram transformados em um banco de dados eletrônico dos detidos. Qasar digitou o nome de seu pai e uma correspondência foi retornada. Dizia que ele havia recebido uma certidão de óbito alguns anos antes.

Hanaa coloca uma foto de seu irmão, Hussam al-Khodr, entre outras fotos de pessoas desaparecidas na praça Marjeh. Fotografia: Léo Corrêa/AP

“Não vou acreditar até ver o corpo dele. Ouvi falar de pessoas que receberam certidões de óbito, mas que foram libertadas anos antes”, disse Qasar. “Ouvimos falar de uma viúva que se casou novamente e seu marido apareceu no dia do casamento.”

Para Fadel Abdulghany, diretor da Rede Síria para os Direitos Humanos (SNHR), o fato de a maioria dos desaparecidos ainda não estar na prisão não foi, infelizmente, uma surpresa. Desde que o regime de Assad começou a reprimir os revolucionários pacíficos em 2011, ele tem recolhido os nomes de milhares de sírios que foram presos e desapareceram à força.

Ao compará-los com as certidões de óbito emitidas pelo regime de Assad, descobriu que a grande maioria dos desaparecidos tinha sido morta na prisão. Foi uma extrapolação baseada no grande tamanho da amostra que ele coletou, mas ele considerou isso um indicador preocupante. Um vazamento posterior de alguém que trabalhava no regime de Assad de um registro incluindo certidões de óbito não emitidas publicamente confirmou seus temores.

Quando os rebeldes começaram a abrir as prisões do país, o SNHR documentou a libertação de 31 mil pessoas – deixando mais de 100 mil ainda desaparecidas. Ele foi à TV anunciar que as pessoas deveriam se preparar para a possibilidade de seus entes queridos não ressurgirem, algo que ele não havia dito anteriormente “porque eu tinha um dever moral para com meu povo e não queria chocá-lo”.

Qasar ainda estava procurando. Ela viu uma postagem no Telegram que mostrava que um novo lote de prisioneiros falecidos havia sido encontrado e entregue ao hospital Mujtahid, em Damasco. Ela foi ao hospital na quarta-feira e foi parada na entrada do necrotério por um funcionário que insistiu não ter recebido mais corpos. Qasar mostrou a foto ao funcionário e ele suspirou: “São os mesmos corpos, a pele deles começou a mudar com o tempo”.

Ela insistiu em entrar para verificar mais uma vez e foi seguida por uma fila de pessoas que procuravam seus familiares. Um homem na fila tinha um pedaço de papel com 18 nomes anotados, todos de entes queridos, nenhum deles assinalado.

As equipes continuam investigando na prisão de Sednaya. Fotografia: Anadolu/Getty Images

Qasar abriu a porta do necrotério. Doze cadáveres jaziam no chão, frouxamente cobertos por sacos plásticos brancos com zíper. Um homem seguiu Qasar para dentro, segurando a gola do suéter sobre o nariz, mas fugiu rapidamente, perseguido pelo cheiro. Qasar permaneceu. Ela se abaixou e levantou delicadamente o plástico branco que cobria cada um deles, demorando-se e estudando seus rostos como seu pai fez com o dela há 11 anos.

Ela foi até as geladeiras individuais do necrotério, retirando as pessoas que estavam imóveis nas camas refrigeradas. Alguns apresentavam marcas óbvias de tortura: falta de carne nas mandíbulas, pele escurecida por eletrocussão, pescoços distendidos por enforcamentos. Todos estavam emaciados, com as costelas projetando-se perigosamente sob a pele e os braços finos que podiam ser circundados por dois dedos. Outros pareciam estar dormindo. Qasar parou em um homem, com o cabelo preto repartido ao meio, caindo suavemente sobre a testa.

Ela fechou a última gaveta. Nenhum deles era seu pai. Se ela não conseguisse identificar o rosto, procurava uma pequena tatuagem em seu pulso, as primeiras iniciais do nome dele e da esposa: AM. O pai de Qasar fez a tatuagem pouco antes de ele e a mãe dela ficarem noivos.

A fila de pessoas continuou sua procissão atrás de Qasar, cada uma parando para olhar os mortos quando chegou a sua vez. “Parece um museu. Comecei a ter esperança de não encontrar meu pai entre eles, não queria vê-lo assim”, disse Qasar.

Pessoas procuram parentes desaparecidos no necrotério do hospital Mujtahid, em Damasco. Fotografia: Antonio Pedro Santos/EPA

O regime de Assad dividiu a sua repressão em diferentes ramos e instalações, cada um com as suas próprias prisões e centros de detenção. Todos se juntaram para formar uma caixa preta na qual pessoas como o pai de Qasar desapareciam, para nunca mais serem vistas.

E quando o regime de Assad e os seus guardas prisionais fugiram, não deixaram nenhum plano para ajudar a navegar no vertiginoso aparelho de segurança que governaram durante 54 anos. Em vez disso, deixaram para pessoas como Qasar e centenas de milhares de outros sírios que procuram seus entes queridos desaparecidos descobrirem por conta própria.

Na sua busca, Qasar e outros foram confrontados com as ferramentas horríveis que o regime de Assad utilizou para oprimir o seu próprio povo. Eles tiveram que vasculhar meticulosamente as câmaras de tortura, em busca de qualquer pista que pudesse revelar o destino dos desaparecidos. Foram forçados a olhar para os rostos de dezenas de pessoas torturadas que jaziam em morgues e a imaginar com detalhes excruciantes a dor que poderia ter sido infligida aos seus familiares.

Hamdan Mohammed, 28 anos, farmacêutico em Damasco que procura o seu tio Qadior Masas, disse: “É claro que chorei quando olhei para os corpos, mas o horror não é este. O horror é se você acabar encontrando-os lá.”

Do lado de fora do hospital Mujtahid, Qasar fez uma pausa para traçar planos para visitar outro hospital que supostamente abriga mais corpos. Outras famílias se aglomeravam nas paredes do complexo, onde fotos de cadáveres eram afixadas para as pessoas identificarem. Um homem colocou à venda um pequeno livreto com versículos do Alcorão para ser lido em funerais.

“Sou o mais velho da família, então sou eu quem precisa fazer isso”, disse Qasar. “Não quero que minha mãe veja essas pessoas. Então estou sozinho nesta busca para encontrar nossos desaparecidos.”



Leia Mais: The Guardian



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