ONG anunciou nesta segunda (30) que encerrou o contrato com a Prefeitura de Cruzeiro do Sul.
Foto de capa: ONG que coleta lixo e prefeitura encerram contrato e 400 pessoas são demitidas no AC — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre.
A ONG CBCN, responsável pela coleta e tratamento dos resíduos sólidos de lixo em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, anunciou, nesta segunda-feira (30), que encerrou o contrato com a prefeitura da cidade. Com isso, cerca de 400 funcionários foram demitidos do trabalho.
Segundo a direção da ONG, com a folha de pagamento chegando a R$ 1 milhão, a organização não governamental teve dificuldade para pagar os funcionários.
O roçador Manoel de Jesus disse que muitos pais de família não têm mais de onde tirar o sustento. Jesus falou que vai começar 2020 procurando trabalho, mas com muita fé e saúde logo vai conseguir um novo serviço.
“Não recebemos nem no Natal e nem Ano Novo, estamos aí lutando. É isso mesmo, a vida continua. Nos damos, somos colegas de trabalho e vamos à luta. Vamos começar 2020 procurando trabalho, mas temos que agradecer a Deus que um arranjamos um trabalho melhor”, confessou.
Thiago Messias trabalhava como gari, estava de férias e foi chamado para assinar a demissão. Ainda segundo ele, os trabalhadores aguardam agora a transferência do dinheiro pela prefeitura repassar os pagamentos. A expectativa dos demitidos é também ganhar todos os direitos trabalhista
“Estou de férias, recebo, segundo eles, quem está de férias vai receber o dinheiro, se a prefeitura fizer o repasse, quem foi demitido tem os dez dias corridos e, possivelmente, dia 12 ou 13 o dinheiro cai. Mas, isso se o prefeito fizer o repasse e contamos com a palavra dele”, acrescentou.
ONG que coleta lixo e prefeitura encerram contrato e 400 pessoas são demitidas no AC — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre.
Fim do contrato
O coordenador da ONG, Jocélio Araújo, disse que um dos motivos para o fim do contrato foi o fato dos repasses financeiros não serem feitos no prazo certo. Ele acrescentou que as equipes atuavam na pavimentação, limpeza de prédios, de ruas, coleta e destinação final do lixo.
“A gente já vinha conversando com a prefeitura sobre a possibilidade de paralisar, tendo em vista as dificuldades que temos em cumprir as metas em razão dos repasses. Algumas metas eram prejudicadas, não batiam dentro dos prazos. Entendemos que, o prefeito também entendeu assim, que o melhor parar”, reforçou.
O termo de colaboração entre a ONG CBCN e prefeitura foi firmando em abril de 2018. A previsão da parceira era de 25 anos, mas antes mesmo de completar dois anos o contrato foi rescindido. A partir de agora, o trabalho de coleta lixo passa a ser responsabilidade da prefeitura.
“As pessoas continuam descartando os resíduos nas ruas, comentando crime ambiental, o que dificultam muito. A gente poderia estar gastando bem menos com coleta porque você remove o entulho e na outra semana está tudo de novo”, concluiu. Por Gledisson Albano, G1AC.