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OPINIÃO: Por que o abacate está tão caro?

Por que o abacate está tão caro no Brasil, se a fruta não é negociada na bolsa mundial de mercadorias, não é afetada pela alta do dólar e abacateiros existem aos montões pelo país afora?

Parece até que estamos sob o efeito da combinação de empresas ou fornecedores de estabelecerem preço quase único sobre a venda do abacate. Ou seja, o conhecido cartel. 

Os cartéis são acordos entre concorrentes para fixar preços, limitar a produção ou dividir o mercado, o que é ilegal na maioria dos países, incluindo o Brasil. Essa prática prejudica os consumidores e a concorrência justa no mercado.

Hoje, o abacate é vendido em média a R$ 35,00 o quilo, um absurdo.

O consumidor tem de reagir, cobrando explicação do governo federal. E não aceitar as velhas e conhecidas justificativas, tais como:

1. Custo de Produção: produzir abacate no Brasil é caro devido aos custos de mão de obra, fertilizantes, pesticidas e outros insumos agrícolas.

2. Logística: é dispendioso o transporte de abacate de áreas de produção para os mercados.

3. Concorrência interna: a concorrência entre produtores e distribuidores eleva a preços mais altos.

4. Demanda: a demanda por abacate no Brasil tem crescido, especialmente devido à popularidade de dietas saudáveis e receitas que utilizam a fruta.

5. Fatores climáticos: condições climáticas adversas, como secas ou geadas, afetam a produção e, consequentemente, os preços.

O governo brasileiro e o Legislativo federal têm de defender o consumidor nacional. Em dados momentos, parece até que as autoridades governamentais e parlamentares representam os interesses de grupos empresariais em detrimento da população.

É inconcebível, por exemplo, que um país produtor de mercadorias só se preocupe com o mercado internacional e esquece o consumidor nacional.

Todas as mercadorias produzidas no país deveriam ser vendidas no mercando nacional a preços inferiores aos das cotações do mercado internacional (commodities), principalmente as de consumo humano.

A população pobre não pode passar fome num país que produz alimentos. O Governo Federal tem o dever de intervir nessa lógica de empresários produtores só interessados na exportação de seus produtos para obter grandes lucros

Assim, como combater a fome, a pobreza e a miséria se o governo finge se preocupar com os menos favorecidos e não autoriza que as mercadorias de consumo humano, aqui produzidas, sejam vendidas no mercado interno a preços inferiores aos cotados nas bolsas internacionais.

Júlio César Cardoso
Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC

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