Laryssa Borges
As eleições para o governo do Distrito Federal em 2026 são consideradas um divisor de águas para a carreira política da senadora e ex-ministra Damares Alves. Com votação expressiva em Brasília, ela deverá ter papel central na formação das chapas de políticos de direita e centro-direita que pretendem disputar a preferência do eleitor e é apresentada como uma espécie de cabo eleitoral de luxo para os candidatos de perfil conservador. Se sua atuação nos palanques de aliados agradar e as costuras políticas avançarem, interlocutores afirmam que ela pavimenta o caminho para se lançar ao governo do DF em 2030.
A preço de hoje, o governador Ibaneis Rocha (MDB) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se lançariam em 2026 às duas vagas ao Senado, e o Republicanos, partido de Damares, nomearia o candidato à vice na chapa encabeçada pela atual vice-governadora Celina Leão (Progressistas). “Se ela perseverar na política vai ter o espaço dela mais adiante. Damares tem potencial político, está gostando da política e tem futuro”, diz um cacique.
Nos últimos dias, um encontro entre o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira, e o governador Ibaneis Rocha discutiu a possibilidade de o partido indicar o candidato a vice na chapa de Celina Leão. Na volta do recesso parlamentar, uma nova reunião deve definir o representante da legenda na corrida pelo Palácio do Buriti.
Desde meados deste ano o mandachuva do PL, Valdemar Costa Neto, discute com políticos do Distrito Federal o lançamento do nome de Michelle Bolsonaro ao Senado. Com Jair Bolsonaro declarado inelegível, a sigla projeta que, mesmo neófita na política, Michelle poderia conquistar sem grande sacrifício uma das duas vagas em disputa, repetindo o desempenho de Damares em 2022, quando venceu em uma campanha de última hora com quase o dobro dos votos da segunda colocada, a também ex-ministra de Bolsonaro Flávia Arruda.