POLÍTICA
Os trechos que apontam Bolsonaro como mentor da te…
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2 semanas atrásem
Matheus Leitão
Recentemente, uma frase dita por Jair Bolsonaro após seu indiciamento chamou atenção não por negar as acusações, mas por evidenciar sua preocupação com a viabilidade de um golpe. O comentário, proferido antes da divulgação completa do inquérito da Polícia Federal, sugere mais uma reflexão sobre a possibilidade de realizar um ato inconstitucional do que uma rejeição clara e direta da ideia de golpe.
“Se alguém viesse conversar sobre golpe comigo eu ia dizer: ‘tá, tudo bem, e o after day? Como fica o mundo perante a nós?” Ou seja, o líder da extrema-direita brasileira estava preocupado com o dia seguinte da intentona golpista, e não em rechaçar a proposta de um crime grave de abolição violenta do estado democrático de direito.
Detalhes do inquérito da PF, especificamente mencionados em trechos do documento, corroboram essa interpretação que ele mesmo, por descuido, externou a jornalistas após o seu indiciamento.
É que documentos mostram que a preocupação de Bolsonaro era essa mesmo: não a imoralidade de um golpe, mas sua possível execução eficaz.
Na página 653, o inquérito esclarece que houve discussões sobre um decreto que, se implementado, poderia levar à ruptura institucional. Há destaque para uma citação que indicava a expectativa de que isso ocorresse ainda naquela semana, vinculando diretamente a decisão a Bolsonaro, que ainda “dependia da decisão do Presidente da República”.
Na página 840, a narrativa é reforçada, apontando que Bolsonaro planejou, ajustou e elaborou um decreto que previa a ruptura institucional, tentando consumar um golpe em 15 de dezembro de 2022, o que não se concretizou por circunstâncias alheias à sua vontade.
Além disso, a página 883 ressalta que a resistência de figuras-chave dentro do governo, como o Comandante do Exército, foi fundamental para que a tentativa de golpe não fosse consumada.
Nesses três momentos, a PF evidencia que, enquanto Bolsonaro construía a viabilidade do golpe, elementos dentro das estruturas de poder atuavam ativamente para impedir essa quebra da ordem democrática.
Foram eles – militares como o general Marco Antônio Freire Gomes – que impediram a tentativa de destruir a democracia brasileira.
Mas, segundo a PF, Bolsonaro organizava justamente o “After Day”, ou o dia seguinte, através de seus fiéis seguidores dentro do governo, para dar ares de legalidade à trama golpista.
As idas e vindas das minutas golpistas serviriam para isso. Criar documentos falsos para dar a falsa impressão para a sociedade que houve fraude nas eleições também. A ideia era forjar uma fraude nas urnas, conseguir apoio popular para umas “eleições livres” e, com isso, legitimar o golpe como algo “dentro das quatro linhas”. Pelo bem do país, não deu certo.
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POLÍTICA
Os quatro desacertos do PT e a nova jogada bolsona…
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3 horas atrásem
11 de dezembro de 2024 Matheus Leitão
O governo Lula conseguiu, de uma só vez, desagradar o mercado financeiro, inflar o dólar que pode desandar a economia, levar à fúria a cúpula da Câmara dos Deputados e dar um empurrão para a anistia a bolsonaristas portadores de armas ilegais.
É quase uma tempestade perfeita de fim de ano.
Tudo começou no dia da entrega de um pacote fiscal insuficiente, que já estava atrasado há semanas.
Ao dar a notícia de um corte de gastos menor do que deveria, junto com uma série de bondades no Imposto de Renda para a parcela da população mais pobre (o que está correto, mas no timing errado), tudo desandou.
O que estava ruim ficou pior com a decisão da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal de exigir mais transparência das emendas parlamentares (também uma medida correta no momento errado), seguindo Flávio Dino, o colega de toga e ultimo indicado de Lula para corte.
Foi a chave para os congressistas acreditarem que houve uma mãozinha da quinta gestão petista contra o Congresso Nacional.
O caos está formado. E digo a vocês porque: agora em busca de vingança, deputados conservadores colocaram de última hora na pauta uma proposta que prevê uma tripla vitória a bolsonaristas radicais.
A primeira delas é a ampliação do registro de armas de três para quatro anos, triplicando prazos de revisão do portador. O texto retira também a restrição à posse de armamento para quem responde a inquéritos. E ainda dá anistia (olha essa palavra adorada pela extrema-direita atualmente) para quem tem armas ilegais há mais de dez anos.
Voilà!
É a capacidade do governo Lula de se comunicar mal com um Congresso extremista que está mais preocupado com revólveres e espingardas do que com o pão e leite na mesa de casa do brasileiro comum.
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Assim como Caiado, Helder Barbalho vira alvo de aç…
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3 horas atrásem
11 de dezembro de 2024Ludmilla de Lima
Além de Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, Helder Barbalho (MDB), do Pará, é alvo de ação envolvendo abuso de poder político e econômico na última eleição. Na noite de ontem, 10, Caiado foi condenado pela 1ªZona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), que determinou sua inelegibilidade por oito anos. A decisão cabe recurso. No caso de Barbalho, o pedido de cassação de registro e também de inelegibilidade é encabeçado pela coligação do PL e Avante no município de Santarém.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) do grupo de oposição, que teve como candidato JK do Povão (PL), cita, entre outros pontos que associam o governador ao uso da máquina do estado nas eleições, a entrega de cestas básicas e de água potável por Barbalho a famílias ribeirinhas atingidas pela seca. “Como se vivessem num mundo sem lei, algumas pessoas do grupo político do governador (…), além de trajarem camisas na cor azul – como amplamente frisamos anteriormente-, sem nenhum pudor, traziam colados em suas camisas adesivos (praguinha) de campanha do candidato a prefeito”, afirma o processo, citando a cor azul como a do MDB, partido também do candidato a prefeito Zé Maria Tapajós, eleito no segundo turno contra JK do Povão numa disputa acirrada.
Tapajós recebeu 52% dos votos válidos, e o nome do PL terminou com 48%. Para os advogados do grupo adversário ao do prefeito eleito, a distribuição de cestas básicas teve o “claro intuito de desequilibrar a corrida eleitoral”. Em outubro, VEJA mostrou que, vestindo azul e com o nome da cidade estampado no peito, o governador entregou cestas básicas e água, na companhia de deputados estaduais e vereadores de Santarém, a 98 famílias cadastradas. Em discurso, ele anunciou que 5.500 kits seriam distribuídos a 187 comunidades vulneráveis.
Depois desse ato, afirma a ação que pede a apuração de abuso de poder do governador e também de Tapajós e do atual prefeito de Santarém, Nélio Aguiar (MDB), Barbalho voltou à cidade, no dia 25 de outubro, antevéspera do segundo turno. Na ocasião, ele teria entregue “1.200 cestas e oito mil fardos de água para as famílias de comunidades ribeirinhas que sofrem os impactos da estiagem e das queimadas”. VEJA procurou o governador, por meio da sua assessoria de imprensa, mas ainda aguarda resposta.
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MJ envia ao Planalto decreto sobre uso progressivo…
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11 de dezembro de 2024 Gustavo Maia
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, enviou à Casa Civil , nesta quarta-feira, o decreto que regulamenta o uso da força e de instrumentos de menor potencial ofensivo pelas polícias, que tem como objetivo “promover eficiência, transparência, valorização dos profissionais de segurança pública e respeito aos direitos humanos”.
O texto confere ao MJSP a competência para editar normas complementares, além de financiar, formular, implementar e monitorar ações relacionadas ao tema, especialmente no que diz respeito ao uso de algemas, buscas pessoais e domiciliares, operações e atuação nas penitenciárias. Caberá à pasta estabelecer as diretrizes que serão adotadas em capacitações anuais obrigatórias sobre o uso da força para os profissionais de segurança pública.
“Essa medida representa um passo significativo rumo a uma atuação policial mais consciente, com o uso de armas de fogo como último recurso. A proposta é que a força seja aplicada de maneira proporcional, em resposta a uma ameaça real ou potencial, priorizando a comunicação, a negociação e o uso de técnicas que evitem a escalada da violência”, afirmou Lewandowski.
O ato também prevê a criação do Comitê Nacional de Monitoramento do Uso da Força, com a participação da sociedade civil, cuja missão será monitorar e avaliar a implementação das políticas. Além disso, o repasse de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional para ações que envolvam o uso da força deverá ficar condicionado ao cumprimento das diretrizes definidas pela normativa.
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