Criança foi retirada no último dia 20 em uma cirurgia na maternidade de Cruzeiro do Sul. Para os pais, o filho morreu porque passou do tempo de nascer.
Foto de capa: Maternidade da Mulher e da Criança do Juruá, em Cruzeiro do Sul.
Os pais do pequeno Abner de Lima Bezerra estão inconformados com a morte do filho. A criança nasceu morta de um parto cesárea feita no último dia 20 na maternidade de Cruzeiro do Sul, interior do Acre. Para a família, a morte do menino foi causada por negligência médica.
A reportagem entrou em contato com a direção da unidade de saúde, mas não obteve resposta.
Ao G1, o pai da criança e caminhoneiro, Lázaro da Silva Bezerra disse que já procurou uma delegacia da Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência pela morte do filho. Porém, devido ao feriado do carnaval foi aconselhado a retornar na quinta-feira (27).
“Foi negligência deles, porque fizemos pré-natal e tudo certo, fomos uma semana antes fazer um ultrassom e era para ter visto. Não sabiam ao certo quanto tempo ela estava. Vou procurar meus direitos porque foi negligência deles. Foi erro deles, porque viram que o menino estava passando da hora, não é normal o menino nascer de 42 semanas”, criticou.
Parto
Bezerra disse que procurou a unidade de saúde com a mulher Lucimeire Silva de Lima, no sábado (15). Lucimeire fez um exame de ultrassom e foi encaminhada para casa.
“Fomos de novo no dia 20 quando ela sentiu muita dor. Ela com dor, mas as enfermeiras dizendo que ia nascer, até que perceberam que não ia nascer de parto normal e chamaram o médico. Ele já nasceu morto, reanimaram, mas a pediatra disse que foi tirado morto”, relatou o pai.
Quando o médico chegou, Bezerra disse que as enfermeiras foram chamadas a atenção porque a criança estava passando do tempo de nascer. Então, Lucimeire foi levada para a sala de cirurgia.
“O médico disse que tinha que ser cesárea, que não ia ser de parto normal. Ainda deu ‘carão’ na enfermeira que estava cuidando dela e ela sentindo muita dor, o que não era normal. O médico falou que corria risco dela e do bebê morrerem. Eu, como pai de primeira viagem, sem saber o que fazer, sem reação, só vendo ela sofrendo com dor”, disse.
Lucimeire contou que fez o pré-natal em um posto do município. Ela revelou que depois que foi aconselhada a retornar para casa, no sábado (15), já passou a perder sangue e líquido.
“Disse que tinha perdido o tampão, que já tinha ido no sábado. Mandaram eu ir para casa e perguntei se era normal estar perdendo líquido. Fiquei uns dias em casa, o tampão saindo com mistura de sangue, sentia uma forte dor na virilha, mas aguentava”, acrescentou.
Ansiosa para segurar o primeiro filho nos braços, Lucimeire se disse revoltada com a morte da criança. “Me levaram para sala de cirurgia já nas últimas, tiraram ele e não vi mais nada. Tem muitos casos ali que as crianças passam do tempo de nascer. A maioria nasce antes ou depois, tem muita reclamação”, concluiu.