As Forças de Apoio Rápido foram responsabilizadas por um ataque ao último hospital remanescente na cidade de el-Fasher.
Pelo menos nove pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas na sequência de um ataque de drone que atingiu um hospital na cidade de el-Fasher, na região norte de Darfur, no Sudão.
O Ministério Federal da Saúde culpou as Forças paramilitares de Apoio Rápido (RSF) pelo ataque, ocorrido na sexta-feira. Autoridades dizem que o grupo disparou quatro granadas-foguetes contra o principal centro de saúde da cidade.
Um comité de resistência em el-Fasher, envolvido nos esforços de socorro, disse que o ataque teve como alvo o hospital saudita, forçando-o a suspender os serviços médicos. Foi o último hospital aberto remanescente na cidade.
O exército sudanês e a RSF lutam em el-Fasher desde 10 de maio. A cidade tem sido um centro de esforços humanitários em Darfur por parte das Nações Unidas e de outras agências de ajuda internacionais.
Ondas de conflito
O ataque de sexta-feira foi o mais recente de uma onda de ataques devastadores na região essa semana.
Na segunda-feira, mais de 100 pessoas – incluindo mulheres e crianças – foram mortas num ataque aéreo num mercado ao ar livre em Kabkabiya, uma cidade no norte de Darfur, a cerca de 180 quilómetros (111 milhas) de el-Fasher, de acordo com o grupo de direitos humanos. Advogados de emergência.
Grupos de direitos humanos condenaram o exército sudanês pelo ataque.
“Bombardear um mercado cheio de civis é um dos exemplos mais claros de crime de guerra que existe”, afirmou Tigere Chagutah, diretor regional da Amnistia Internacional para a África Oriental e Austral.
Na terça-feira, a RSF também bombardeou o campo de deslocados de Zamzam, no Norte de Darfur. O ataque matou cinco pessoas, segundo o grupo da sociedade civil Coordenação Geral de Campos para Deslocados e Refugiados de Darfur.
O aumento das baixas civis ocorre no meio de confrontos contínuos em todo o país entre o exército sudanês e a RSF.
Na terça-feira, a RSF atacou uma área controlada pelo exército na cidade de Omdurman, em Cartum – a segunda cidade mais populosa do Sudão – com fogo de artilharia pesada.
O governador de Cartum, alinhado ao Estado, Ahmed Othman Hamza, disse que o ataque matou pelo menos 65 pessoas.
Mais de 16 mil pessoas foram mortas desde o início do conflito, com outros 10 milhões de deslocados e 25 milhões necessitando de assistência humanitária, segundo a ONU.