A companheira de Márcio Louzada Carpena, que morreu após a queda de um avião em São Paulo nesta sexta-feira (7), fez uma homenagem ao advogado nas redes sociais. A biomédica Francieli Pedrotti Rozales postou fotos do casal e disse que gostaria que fosse tudo “só um pesadelo”.
Carpena, 49, estava no avião de pequeno porte que caiu na avenida Marquês de São Vicente, na altura do número 1.874, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, na manhã de sexta. Além de Márcio, também morreu o piloto Gustavo Carneiro Medeiros, 44.
“Que dor horrível te perder. A vida é muito injusta. Um homem tão intenso, cheio de vontade de viver, com grandes projetos e sonhos. Ah, meu amor, como eu queria que fosse só um pesadelo, acordar, virar para o lado e te abraçar”, escreveu Francieli.
À frente de um escritório de advocacia com foco empresarial, Márcio costumava compartilhar nas redes sociais imagens de férias e declarações para a família. Além da companheira, ele também tinha três filhos. Em dezembro, registrou imagens do primeiro voo da aeronave recém-comprada e escreveu na legenda “família reunida”.
Nas redes, a conquista da aeronave foi celebrada por amigos e por Francieli, que escreveu ter orgulho. “Parabéns, meu amor, por mais essa conquista”. No comentário, o empresário respondeu: “que façamos muitos voos juntos e sejamos muito felizes”.
Nas fotos postadas na manhã deste sábado (8), a biomédica ainda agradeceu pelo tempo que passou ao lado de Carpena. “Obrigada por ter me feito a mulher mais feliz desse mundo. Eu nunca estive tão feliz em toda minha vida e nunca me senti tão amada como fui ao teu lado.”
Segundo a OAB-RS, Márcio se formou na PUC-RS, no curso de ciências jurídicas e sociais, em 1999, e quatro anos depois se tornou mestre em direito processual civil.
Ele atuava na área contenciosa civil em tribunais regionais, estaduais e superiores, além dos institutos de mediação e arbitragem. O empresário também foi professor na faculdade de direito da PUC-RS e na Escola da Magistratura.
Piloto estava aguardando primeiro filho, diz amigo
Em entrevista ao programa Timeline Gaúcha, da Rádio Gaúcha, o piloto Wellington Zancan falou que o amigo Gustavo Medeiros estava numa fase feliz da vida, por estar aguardando o nascimento do primeiro filho.
Gustavo era casado desde maio de 2021 com Amanda Mann, que está grávida de seis meses. Os dois são gaúchos: ele de Porto Alegre e ela de Santo Ângelo.
“O que posso falar do Gustavo é que ele era uma pessoa incrível, que estava no auge da vida como pessoa, muito feliz no casamento com a Amandinha e aguardando um filho. Estava feliz no emprego e animado. A máquina havia chegado para eles há pouco tempo. Um cara nota mil que vai deixar muita saudade no nosso meio. Um grande piloto e excelente aviador. Uma perda irreparável”, lamentou Zancan.
O piloto trabalhou na companhia aérea Azul de 2011 a 2021, período em que morou em Indaiatuba, no interior paulista. Foram seis anos como copiloto do modelo E190, acumulando 3.819 horas de voo, e quatro anos como comandante de aeronaves ATR, com 1.912 horas de voo. Por três anos ele ainda foi instrutor de rota da empresa.
Formado em ciências aeronáuticas de 1999 a 2002 na PUC-RS, Gustavo ainda se graduou em administração e negócios na mesma instituição, de 2003 a 2006.
A aeronave que caiu era um King Air F90, fabricado em 1981, com capacidade para até oito pessoas, e havia sido comprada em dezembro pela Máxima Inteligência Operações Estruturadas LTDA.
De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião foi fabricado pela Beech Aircraft e era um turbohélice de dois motores para sete passageiros, além do piloto.
Ele estava registrado apenas para operação de serviços privados, com veto para realização de táxi aéreo. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil, isso significa que a aeronave não tem permissão específica para realizar operações de táxi aéreo (locação a terceiros), não que não poderia voar.
A situação de aeronavegabilidade era normal e o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) estava ativo e era válido até o fim de 2025.
A FAB (Força Aérea Brasileira) afirmou que investigadores do Seripa IV (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram acionados para realizar a investigação do acidente.