Ricardo Chapola
O Ministério da Justiça informou ao ministro dos Esportes que pediu à Polícia Federal para instaurar um inquérito para investigar suspeitas em torno de uma lista de influenciadores e canais de Youtube que estariam cometendo crimes contra a economia popular por divulgar plataformas irregulares do “jogo do tigrinho“, um programa que simula uma máquina caça níquel. Uma relação com 53 sites e 25 canais foi anexada ao pedido.
O documento tem como base um levantamento feito pela equipe técnica do ministro André Fufuca (PP-MA) que apontou que alguns canais de grande alcance no YouTube – vários mantidos por adolescentes – estão cedendo espaço para a realização de retransmissões ao vivo conduzidas por supostos influenciadores que estimulam a audiência a apostar no “jogo do tigrinho”.
Durante as lives, os influenciadores orientam os espectadores a acessar a bet por plataformas que seriam utilizadas para aplicar golpes — muitas delas são administradas por empresas estrangeiras e operam ilegalmente.
Um dos pontos que chamou a atenção dos técnicos do Ministério dos Esportes foi que canais diferentes faziam a transmissão ao vivo apresentada pelas mesmas pessoas. A suspeita da pasta é de que essas plataformas ilegais se escondem por trás de influenciadores para aplicar golpes. Elas estimulam pessoas que não têm condições financeiras de apostar — inclusive crianças e adolescentes — , prometendo ganhos rápidos e dinheiro fácil, o que, na prática, não acontece.
Prazo apertado
As apostas online são legalizadas no Brasil desde 2018, mas somente no fim do ano passado começaram a ser regulamentadas pelas autoridades brasileiras. O governo estipulou uma série de regras para autorizar a operação de empresas desse setor no país.
O “jogo do tigrinho” não é ilegal, mas precisa ser oferecido por sites reconhecidos e administrados por empresas que cumpram os requisitos exigidos pela lei e pelos órgãos reguladores do governo. A Polícia Federal já está monitorando alguns desses canais.