Policiais ambientais e técnicos da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) interditaram um estaleiro suspeito de realizar o desmanche ilegal de dois navios na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
O estaleiro funcionava como uma espécie de ferro-velho marítimo que, com o desmanche ilegal, contaminava o solo e lançava resíduos tóxicos na baía. A multa pode variar entre R$ 10 e R$ 50 milhões de reais.
Nove pessoas foram notificadas e um gerente foi preso durante a operação por infrações ambientais como poluição do solo por vazamento de óleo, poluição hídrica da baía de Guanabara e processo de desativação de um sistema ou empreendimento sem licença ambiental, além de acondicionamento irregular de produto perigoso.
O Inea já havia notificado o estaleiro em agosto de 2024, pois a empresa tinha permissão municipal para fazer reparos em embarcações e não desmanche.
A interdição ocorreu após três semanas de investigações e monitoramentos das atividades. Técnicos do Núcleo de Inteligência do Inea observaram a retirada de peças de navios de forma inadequada, sem cuidados ambientais e com exposição de operários a materiais tóxicos.
Os funcionários usavam maçaricos e fogo para cortar o aço das embarcações, provocando o vazamento de óleo por dezenas de metros na baía de Guanabara.
Segundo o Inea, cada embarcação mantém entre 20 e 30 mil litros de resíduos contaminantes, a maioria deles óleos lubrificantes, além de altas taxas de mercúrio, amianto e chumbo.
A operação, realizada na segunda-feira (10), foi a segunda deste ano voltada à interdição de estaleiros irregulares no estado. Outro ferro-velho marítimo foi interditado na semana passada, no Caju, zona norte do Rio.
Os estaleiros precisam ter planos de descartes para atuar legalmente, o que inclui destinação adequada do material, cuidados com a contaminação das águas e do lençol freático pelos produtos químicos.