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Poluição sonora humana inferniza golfinhos e baleias – 15/12/2024 – Marcelo Leite

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Poluição sonora humana inferniza golfinhos e baleias - 15/12/2024 - Marcelo Leite

Se filosofar é aprender a morrer, como dizia Montaigne, estudar biologia é aprender a ouvir outros seres vivos, além dos primatas, caninos e felinos com os quais alimentamos a pretensão de nos comunicar. Morcegos, elefantes, baleias, gralhas –quem sabe até árvores– também têm algo a nos ensinar.

Ouvir, e não só empalhar, descrever, dissecar, radiografar ou sequenciar o DNA. Ouvir, literalmente: captar os sons que animais produzem, sem pressupor que sejam aleatórios, estereotipados, desprovidos de significado. Ao contrário.

Em fevereiro de 2023, uma destas colunas aqui tratou do fascínio com a possibilidade de casar a gravação de vocalizações e outros barulhos produzidos por animais com sua interpretação por inteligência artificial. E delirava com a chance de poder enfim falar com os bichos.

Para falar é preciso antes entender, parece óbvio. Ainda estamos longe disso, e provavelmente despreparados para eventualmente topar com um grito de socorro, quando conseguirmos compreender o que estão dizendo.

A inversão de perspectiva –ouvir antes de falar­– foi sugerida pela leitura de uma reportagem de Neil Savage na revista Nature com o título “Inteligência artificial decodifica os chamados da natureza”. Saiu na última terça-feira (10).

(Se você lê inglês, não perca. Se não lê, use o mesmo recurso de apelar para a IA, buscando um dos tradutores disponíveis na rede, como o Google Translate.)

Savage apresenta o trabalho de Shane Gero, biólogo do Canadá que estuda a comunicação de baleias há 20 anos. Ouvindo os cetáceos Gero aprendeu que esses gigantes usam sons específicos para identificar membros de um grupo (nomes, pois não?) e que cachalotes de regiões diversas do oceano utilizam dialetos.

O emprego de “nomes próprios” entre animais, de resto, não se restringe a baleias. Já foi verificado também entre elefantes, morcegos e saguis, entre outros. A IA acelerou esses estudos pela capacidade de detectar padrões em grandes massas de dados (no caso, gravações digitais).

Distinguir sinais peculiares do ruído de fundo e recensear sua repetição de pouco serviria, contudo, sem estabelecer correlações com determinados comportamentos. Por exemplo, o deslocamento de um filhote para perto da mãe após ouvir dela um som particular.

Em outras palavras, só as ferramentas da bioacústica digital e da IA não bastam. É preciso haver observadores humanos capazes de emparelhar sons emitidos com as atitudes dos animais em estudo. Em bom português: não basta escutar, cumpre também ouvir.

A audição se complica quando os próprios animais se tornam incapazes de escutar uns aos outros. É o caso de golfinhos, baleias, tartarugas e tantos mais habitantes dos oceanos infernizados pela poluição sonora das máquinas que humanos usam para cruzar as águas ou explorar suas riquezas, como petróleo no subsolo marinho.

O episódio “Tem que levantar a voz” do podcast Radio Novelo Apresenta conta que golfinhos da baía da Guanabara passaram a se esgoelar para conseguir tagarelar entre si, com o barulho ensurdecedor na área. Ainda resistem por lá, mas o grupo que já teve 400 indivíduos hoje se vê reduzido a 30.

É de chorar.


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Datafolha: C&A se destaca em inclusão em estudo FGV/Folha – 15/12/2024 – Diversidade nas Empresas

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Datafolha: C&A se destaca em inclusão em estudo FGV/Folha - 15/12/2024 - Diversidade nas Empresas

Vitória Macedo

A C&A foi considerada a empresa que mais se destaca em diversidade, igualdade e inclusão, segundo pesquisa estimulada realizada pelo Datafolha com base nos dados do levantamento Diversidade nas Empresas, feito pelo Centro de Estudos em Finanças da FGV (Fundação Getúlio Vargas) em parceria com a Folha.

Utilizando como base as dez empresas com mais de 5.000 funcionários, projeção nacional e melhor posicionadas no estudo FGV/Folha, o instituto questionou trabalhadores de diversas regiões do país quais dessas companhias se destacavam em diversidade, igualdade e inclusão. A varejista de moda concentrou 22% das menções.

Além da C&A, entre as opções estavam a Petrobrás (13%), o Banco do Brasil (11%), a Renner (11%), a Vivo (10%), a Tim (5%), a Oi (2%), a Pague Menos (2%), a construtora MRV (1%) e a Cielo (1%). Cerca de 22% dos entrevistados não souberam responder.

O levantamento, conduzido entre os dias 15 e 25 de setembro, entrevistou 1.013 pessoas por meio de um painel online, abrangendo moradores de regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Goiânia e Brasília. A amostra incluiu maiores de 18 anos empregados em cargos administrativos ou superiores, em empresas brasileiras com pelo menos 50 funcionários. A margem de erro é de três pontos percentuais.

A importância da diversidade e inclusão no ambiente corporativo se tornou uma preocupação. De acordo com o relatório Workpulse 2024, baseado em estudos globais da Randstad —empresa holandesa de recrutamento e soluções de RH—, 8% dos líderes de recursos humanos ampliaram iniciativas relacionadas à diversidade e inclusão. Além disso, 44% da geração Z e dos millennials afirmam que não trabalhariam em empresas sem políticas sólidas nessa área.

Na pesquisa Datafolha, 67% dos entrevistados destacaram a importância de um ambiente com diversidade etária, enquanto 66% valorizam a diversidade étnico-racial. Metade considera fundamental a inclusão de diversidade de orientação sexual no trabalho.

“Sem investir em uma política genuína de diversidade, equidade e inclusão, eu, como empresa, estarei limitado na atração e retenção de talentos”, diz Diogo Forghieri, diretor de Negócios da Randstad Enterprise e Randstad Professional. Ele destaca que empresas que integram essas políticas às suas estratégias crescem em seus segmentos. “Além do cunho social demográfico, é algo estratégico para competir entre os seus segmentos e prosperar enquanto um negócio.”

Para 81% dos funcionários entrevistados pelo Datafolha, a adoção de políticas de diversidade na contratação e a promoção de igualdade no ambiente de trabalho são fatores considerados positivos para as empresas.

Forghieri ressalta que as empresas devem realizar ações que tornem os espaços mais equitativos, respeitando as diferentes origens, condições físicas e socioeconômicas. “A barreira da inclusão já é, por si só, algo difícil de romper, porque esbarra em questões culturais e históricas”, afirma.

O diretor de negócios destaca a importância da intencionalidade na contratação e promoção de funcionários. “Temos parâmetros de requisitos das vagas que exigem informações e conhecimentos específicos. Ou seja, intencionalidade é incluir e capacitar, é incluir e prover conhecimento.”

O Datafolha mostrou que a maioria das empresas em que os entrevistados atuam não promoveu nenhum tipo de curso ou treinamento sobre igualdade e diversidade nos últimos 12 meses. Segundo a pesquisa, 53% dos participantes informaram que não houve treinamento sobre igualdade racial; 55% declararam a ausência de treinamentos sobre diversidade de gênero; e 57% relataram que não ocorreram capacitações sobre diversidade de orientação sexual.





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Mega-Sena acumula e prêmio vai a R$ 16 milhões

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Mega-Sena acumula e prêmio vai a R$ 16 milhões

Agência Brasil

Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.808 da Mega-Sena, sorteadas neste sábado (14). O prêmio para o próximo concurso, na terça-feira (17), será de R$ 16 milhões.

Foram sorteadas as dezenas 10 – 24 – 33 – 35 – 41 – 46.

A quina teve 60 apostadores ganhadores e cada um vai receber R$ 42.563,82. Os 3.408 ganhadores da quadra terão o prêmio individual de R$ 1.070,51.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal. Para apostar pela internet, é preciso fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 5.




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Science elege medicamento injetável contra HIV como a descoberta científica de 2024

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Bruno Mars está com vários músicas no topo das paradas do Spotify. O cara é um sucesso mundial! - Foto: @brunomars/Instagram

Science elege medicamento injetável contra HIV como a descoberta científica de 2024

A prestigiada revista Science, elegeu o Lenacapavir, um medicamento injetável de longa duração contra o HIV, como a maior descoberta científica de 2024. A droga tem eficácia de até 100% na prevenção de novas infecções.

O remédio funciona a partir de uma injeção a cada seis meses, suficiente para blindar pacientes contra o vírus. Em testes realizados na África, América do Sul, Ásia e Estados Unidos, os resultados foram os mesmos.

Diferentemente dos métodos tradicionais de profilaxia pré-exposição (PrEP), que exigem comprimidos diários ou injeções a cada dois meses, o Lenacapavir é bem acessível e conveniente pela facilidade. No meio científico, o fármaco é tido como uma grande esperança para reduzir drasticamente os índices globais da doença.

Lista Science

Todo ano, a lista da Science traz as melhores descobertas científicas do ano.

Em 2024, além do Lenacapavir, estão presentes o estudo de células imunes em doenças autoimunes, a descoberta de pesticidas baseados em RNA para o campo, uma nova organela evolutiva, entre outros.

Clique aqui para ver a lista completa!

Como funciona

O Lenacapavir age diretamente na proteína capsídeo do HIV, responsável pela replicação do vírus.

Além de impedir que o material genético infectado se integre às células humanas, o remédio pode bloquear a formação de novas partículas virais.

Desde 2021, a droga já era usada como tratamento para pacientes infectados. Recentemente, ganhou uma nova fórmula para funcionar de maneira preventiva.

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Testes impressionantes

Um grande teste de eficácia em adolescentes e mulheres jovens africanos, em junho, mostrou que o Lenacapavir reduziu as infecções por HIV a zero. Sim, eficácia de 100%!

O estudo cego teve a participação de 5.000 mulheres cisgênero e meninas adolescente na África do Sul e Uganda.

Já em setembro, um novo teste. Em mais de 2.000 homens cisgênero, homens e mulheres transgêneros e pessoas não binárias, apenas duas infecções.

Por que revolucionário?

O medicamento é chamado de revolucionário porque resolve um dos principais obstáculos da PrEP tradicional: a adesão ao tratamento.

Enquanto pílulas diárias e injeções frequentes enfrentam muita resistência da população, o Lenacapavir chega para reduzir a necessidade de doses regulares.

Além disso, com a injeção de longa duração, fica mais fácil criar estratégias globais de prevenção e enfrentamento da doença.

Desafios para o futuro

Embora muito positiva, a aprovação regular do medicamento é esperada para 2025.

O custo ainda permanece incerto. A farmacêutica responsável, Gilead, já tem contratos para produção de versões genéricas em países de baixa renda.

Especialistas também informaram que a eficácia da droga vai depender de uma distribuição eficaz e de campanhas educativas.

Vai ciência!

A farmacêutica responsável já fechou acordos com países de baixa renda para a produção genérica da droga. – Foto: Yonhap News/AP



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