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Por que câncer pode ser a doença que mais mata no Brasil – 12/12/2024 – Equilíbrio e Saúde
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André Biernath
O Brasil passa por uma grande transição epidemiológica: aos poucos, o câncer ganha terreno, se torna a principal causa de morte em muitas cidades do país e deixa para trás as doenças cardiovasculares, que ficaram no topo desse ranking nas últimas décadas.
Esse fenômeno foi captado por um estudo realizado por diversas instituições nacionais e internacionais, publicado em novembro no periódico científico The Lancet – Regional Health Americas.
Os autores calculam que, no ano 2000, o câncer só era a causa número um de óbitos em 7% dos municípios do país —e não ficava em primeiro lugar em nenhum dos estados.
Já em 2019, esse cenário se modificou. As mortes por causa de tumores cresceram em 15 estados e viraram o principal motivo das mortes em 13% das cidades —quase o dobro do observado duas décadas atrás.
Segundo a pesquisa, a tendência é que esses números continuem a aumentar, até que o câncer ultrapasse as doenças cardíacas em todo o território nacional.
Essa transição já foi observada em países mais ricos nos últimos anos, e agora passa a acontecer também nas nações de renda média, como é o caso do Brasil.
Os autores do estudo esperam que os dados e a análise ajudem a melhorar os serviços de saúde no Brasil.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil também chamam a atenção para a necessidade de melhorar e ampliar as campanhas de prevenção e outras políticas públicas para lidar com esse novo cenário.
Como a pesquisa foi feita
O trabalho envolveu investigadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA), da Universidade Autônoma do Chile, do Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, da Fundação Getúlio Vargas, do A.C. Camargo Cancer Center e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), entre outras instituições.
Eles compilaram dados dos 5,57 mil municípios brasileiros disponíveis no SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), vinculado ao Ministério da Saúde.
Esse enorme registro público traz detalhes anonimizados sobre quais foram as causas de cada óbito notificado nos cartórios espalhados pelo país.
A partir disso, os autores do estudo calcularam as taxas de mortalidade por doenças cardiovasculares (como infarto, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca…) e por câncer para cada ano, no período que vai de 2000 a 2019.
Eles também criaram uma proporção da taxa de mortalidade (mortality rate ratio, em inglês), para determinar se, em cada município, o que mais matava ainda eram os problemas ligados ao coração e aos vasos sanguíneos ou se a tal transição epidemiológica já havia ocorrido —e os tumores tomaram a dianteira.
A partir desse sistema, os pesquisadores puderam observar que a taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares caiu em 25 das 27 unidades da federação (26 Estados mais o Distrito Federal). No mesmo período, a mortalidade por câncer subiu em 15 deles.
“Enquanto que, no ano 2000, a mortalidade por câncer era menor que a de por doenças cardiovasculares em todos os estados e apenas era superior em 7% das cidades, essa distância foi reduzida consideravelmente em 2019, com 13% dos municípios com maior mortalidade por câncer do que por causas cardiovasculares”, descrevem os autores.
Em números absolutos, o câncer era a principal causa de morte em 366 cidades brasileiras no início do século. Esse número saltou para 727 em menos de duas décadas.
Leandro Rezende, um dos autores do estudo recém-publicado, destaca que países de renda alta já completaram essa transição epidemiológica —e o mesmo processo começa a ganhar fôlego nos países de renda média, como é o caso do Brasil.
“Esperamos que os dados ajudem a entender as nuances e as particularidades do nosso país e possam ser úteis para os gestores de saúde”, pontua ele.
Políticas públicas que fazem a diferença
Mas o que explica essa mudança? Que fatores ajudam a entender essa transição nas causas de morte?
Para Rezende, que é professor do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), duas políticas públicas criadas nas últimas décadas foram essenciais para isso.
“Em primeiro lugar, a queda do tabagismo foi a grande contribuidora para a redução das mortes por doenças cardiovasculares no Brasil”, resume ele.
Desde a década de 1980, diversos governos criaram leis para proibir o fumo em locais fechados, aumentaram os impostos sobre os cigarros e criaram uma forte regulação sobre a rotulagem, a venda e a publicidade desses produtos.
“Tudo isso reduziu o tabagismo, e nós agora colhemos os frutos dessas medidas, com muitas mortes evitadas”, complementa o pesquisador.
Para se ter uma ideia, praticamente um quarto dos brasileiros fumava nos anos 1980. Hoje em dia, esse número fica na casa dos 10%.
Mas o cigarro também não está relacionado ao câncer? Por que essas políticas não resultaram numa diminuição de tumores de pulmão, bexiga, garganta, entre outros?
A questão aqui está no tempo. “A redução do tabagismo deve, sim, levar a uma queda na morte por vários tipos de câncer, mas isso só será possível de observar nos próximos anos”, responde Rezende.
“A latência [o período para que certas doenças apareçam] varia muito. Ele costuma ser mais rápido para os problemas cardiovasculares e levar algumas décadas quando o assunto é câncer”, explica o pesquisador.
Rezende lembra do segundo eixo de políticas públicas que, segundo as evidências, ajuda a entender o cenário captado na pesquisa.
“Também precisamos ressaltar a importância do Sistema Único de Saúde, o SUS, e o aumento da cobertura de prevenção primária por meio de programas como a Estratégia Saúde da Família, que permitem um controle mais efetivo de fatores de risco cardiovasculares, como diabetes e hipertensão“, pontua ele.
O médico José Humberto Fregnani, superintendente de Ensino, Pesquisa e Inovação no A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo, que não esteve diretamente envolvido com o estudo, concorda com os pontos levantados por Rezende —e acrescenta um terceiro elemento ao debate.
“Também tivemos um grande desenvolvimento de medicações e tecnologias relacionadas às doenças cardiovasculares, que melhoram cada vez mais o tratamento”, avalia ele.
Na visão do especialista, o problema é que o câncer apresenta uma complexidade muito maior, tanto do ponto de vista da prevenção quanto das terapias.
“Quando pensamos na hipertensão, o diagnóstico é simples, feito no próprio consultório, onde já é possível lançar mão de uma série de medidas para ter um controle melhor”, compara ele.
“Agora, o câncer não é uma doença única. Há centenas de tipos, subtipos, fases e graus, para os quais existem métodos de detecção e tratamento absolutamente distintos”, destaca Fregnani.
Portanto, diante de um cenário em que o câncer se torna uma preocupação cada vez maior e logo deve assumir o topo do ranking de mortalidade no país todo, os desafios para lidar com esse novo cenário se multiplicam —e ficam também mais complexos.
Um desafio do tamanho do Brasil
A médica Anelisa Coutinho, presidente da Sboc (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica), lembra que o mundo já registra em torno de 20 milhões de novos casos de câncer por ano.
“E as projeções apontam que, até 2050, esse número vai subir para 35 milhões, um incremento de pelo menos 70%”, calcula ela.
Na visão da médica, a boa notícia é que pelo menos um terço desses tumores podem ser evitados por meio de uma atenção maior aos chamados fatores de risco modificáveis.
Aqui entram questões do estilo de vida moderno, relacionados ao estresse, à qualidade da alimentação, à obesidade, ao tabagismo, ao sedentarismo…”, lista a oncologista.
Isso significa, portanto, que um em cada três casos de câncer podem ser evitados por meio de uma rotina saudável, que envolve manter-se no peso adequado, fazer atividade física, comer bem, não fumar, maneirar no álcool, etc.
Mas a especialista acredita que não basta pedir que as pessoas sejam mais saudáveis para resolver essa questão —ainda mais diante de um cenário em que as taxas de excesso de peso e obesidade estão em franco crescimento no país.
“A obesidade pode ser vista como uma epidemia. No começo do ano 2000, 10% dos brasileiros eram obesos”, contextualiza Rezende, da Unifesp.
“Hoje essa taxa está em 20% e há projeções de que chegará a 30% até 2030.”
Na visão de Coutinho, assim como aconteceu com o cigarro, é preciso pensar em algum tipo de regulamentação para alimentos prejudiciais.
“Poderíamos ter algum tipo de taxação para os produtos comprovadamente deletérios”, sugere ela.
Rezende concorda. “As pessoas não fumam, tomam álcool ou comem alimentos ultraprocessados simplesmente porque desejam. Há uma indústria bilionária por trás disso, com capacidade de maximizar as vendas e incentivar o consumo”, diz ele.
“É importante educar as pessoas, mas não dá para pensar em controle de álcool ou alimentos danosos à saúde sem uma discussão ampla sobre tributação, regulação do marketing e venda”, complementa o pesquisador.
Coutinho cita como um avanço recente a aprovação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, sancionada pelo governo federal em dezembro de 2023 com quatro objetivos principais:
- diminuir a incidência dos diversos tipos de câncer;
- garantir o acesso adequado ao cuidado integral;
- contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos usuários diagnosticados com a doença;
- e reduzir a mortalidade e a incapacidade causadas pelos tumores.
“Agora, nós estamos, ao lado de diversos setores da sociedade, num esforço comum para encontrar os melhores caminhos e colocar essa lei na prática”, diz a presidente da Sboc.
Mas, como lembrado por Fregnani, é preciso pensar na diversidade do câncer —e como alguns tipos da doença exigem ações específicas.
O câncer de pele e o melanoma, por exemplo, demandam cuidados com a exposição solar e o uso de protetores de boa qualidade.
Já o tumor de colo do útero depende de um bom programa de rastreio (por meio do papanicolau e do teste de HPV) e das campanhas de vacinação contra o HPV.
O câncer colorretal pode ser detectado precocemente por meio de um exame de fezes feito com certa regularidade. E assim por diante.
A questão, portanto, é como implementar tantas medidas específicas, levando em conta as limitações financeiras e de recursos presentes em qualquer sistema de saúde.
Mas Coutinho lembra que algumas medidas gerais poderiam trazer benefícios amplos.
“Se pensarmos de forma inteligente em maneiras de estimular uma vida mais saudável, muitos casos de câncer poderiam ser prevenidos”, reforça ela.
Mesmo com todos esses cuidados, que evitariam cerca de 30% dos tumores, ainda é preciso pensar nas outras causas da doença, que envolvem idade, propensão genética e exposição a fatores que não podemos controlar diretamente (como poluição atmosférica ou agrotóxicos, por exemplo).
“E há ainda um grupo de tumores sobre os quais não fazemos a menor ideia de como surge ou os fatores de risco por trás deles”, observa Fregnani.
“Para completar, ainda temos um desafio mundial de como custear os tratamentos, que ficam cada vez mais caros”, acrescenta o especialista.
Um pódio em que ninguém quer subir
O médico Sérgio Montenegro, membro do Conselho Administrativo da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), vê a transição epidemiológica como um processo natural —ainda que infarto, AVC e outras enfermidades que envolvem coração e vasos sanguíneos continuem como a causa número um de mortes no país.
“Há algumas décadas, as doenças infecciosas eram a principal causa de mortalidade no Brasil. À medida que as controlamos, as doenças crônicas degenerativas, especialmente aquelas ligadas ao coração, apareceram mais”, contextualiza Montenegro.
“Mas trabalhamos muito para combater isso e reduzir esses números, até porque ninguém quer ser esse campeão, esse líder na taxa de mortalidade.”
Montenegro destaca que muitos fatores de risco para doença cardiovascular —obesidade, tabagismo, dieta inadequada, sedentarismo…— também estão relacionados ao desenvolvimento de tumores.
Portanto, trabalhar essas questões do estilo de vida tem um benefício duplo e pode trazer reduções em casos e mortes tanto para as enfermidades cardíacas quanto para alguns tipos de câncer.
O médico entende que a obesidade representa a principal ameaça às conquistas recentes quando o assunto é o coração.
“Já vimos reduções semelhantes na mortalidade cardiovascular em outros países, mas os números voltaram a subir depois de um tempo”, destaca ele.
“Ou seja, as quedas recentes não permitem baixar a guarda. Precisamos cuidar da obesidade, até porque ela traz consigo problemas como diabetes, hipertensão e colesterol alto, que aumentam o risco cardiovascular”, avisa Montenegro.
Por fim, Rezende destaca que o desenvolvimento econômico dos municípios apareceu como um fator relevante na análise.
“As cidades de maior renda estão mais adiantadas na transição epidemiológica em relação aos municípios de menor renda”, compara ele.
Segundo o especialista, há diversas explicações possíveis para essa diferença.
“Não podemos ignorar aqui os chamados determinantes sociais da saúde. A menor renda está associada à dificuldade de acesso ao diagnóstico e ao tratamento adequados. Nesses locais, há também maior exposição ao cigarro e aos alimentos ultraprocessados“, avalia ele.
“Em suma, isso significa que essas regiões se beneficiariam muito de políticas públicas que aumentassem o acesso ao diagnóstico e ao tratamento, com quedas ainda mais acentuadas na mortalidade por doenças cardiovasculares”, antevê o pesquisador.
O próprio artigo recém-publicado, inclusive, reforça “a necessidade urgente de o Brasil modificar suas estratégias de saúde pública, enfatizando a prevenção e o controle do câncer sem negligenciar as doenças cardiovasculares”.
“E as disparidades socioeconômicas evidentes no ritmo de transição entre os municípios ressaltam a importância de intervenções personalizadas”, concluem os autores.
O texto foi publicado originalmente aqui.
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Organizações civis esperam melhoria de regras para IA na Câmara
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12 de dezembro de 2024 Gilberto Costa – Repórter da Agência Brasil
Setores da sociedade civil que acompanham a tramitação do Projeto de Lei nº 2338/2023 sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) esperam que o texto aprovado, de forma simbólica, nessa terça-feira (10) à noite no Senado (versão do substitutivo) possa ser melhorado na Câmara dos Deputados.
Para o advogado André Fernandes, diretor do Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife, o projeto aprovado “traz medidas de governança gerais para orientar no país o que é uma IA responsável, o que é uma inteligência artificial ética.”
Ele opina que o PL dispõe de “um conjunto de medidas e até de penalidades pelo mau uso da inteligência artificial, que pode ajudar a lutar contra os abusos que, algumas vezes, são feitos por certas empresas.”
Isso porque há no projeto “diretrizes muito claras em termos da proteção ao trabalhador contra a precarização”, e também regras para a proteção de direitos autorais de artistas e realizadores brasileiros. “Seja imagem, seja vídeo, seja texto, temos uma proteção bem estabelecida em termos remuneratórios.”
Redes sociais
Apesar de considerar o projeto aprovado no Senado “equilibrado, nem permissivo e nem com nível excessivo de proteção”, como a regulamentação na União Europeia, Fernandes lamenta a retirada dos algoritmos das redes sociais da lista de sistemas considerados de “alto risco”.
O texto estabelece níveis distintos de risco para os sistemas de IA, conforme a possibilidade de impacto do sistema nos direitos fundamentais e na vida das pessoas. O PL também proíbe o desenvolvimento de aplicações de IA que apresentem “risco excessivo”, acima do nível de “alto risco”.
André Fernandes espera que os algoritmos das redes sociais ganhem classificação de “alto risco” na votação do PL na Câmara dos Deputados, e que haja medidas contra a desinformação conforme a sociedade civil propôs aos parlamentares em comissão temporária interna do Senado, onde tramitou inicialmente o projeto.
Ele também espera que a Casa legislativa resguarde a proibição às empresas de usarem “sistemas de IA para avaliar trabalhadores e penalizá-los”.
“Isso precisa ter um processo de supervisão humana para que o trabalhador tenha direito ao contraditório, à transparência, à devida informação, e à explicabilidade desses sistemas.”
Golpes e fraudes
O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) acredita na possibilidade de melhorias do texto durante a tramitação na Câmara dos Deputados. Em nota, o instituto lamentou que “o texto aprovado no Senado deixa a desejar ao não abordar adequadamente questões centrais enfrentadas pelos consumidores brasileiros, como golpes e fraudes digitais, a proteção de crianças e adolescentes, os riscos associados ao reconhecimento facial e as desigualdades amplificadas pelo score de crédito.”
Para o Idec, a tramitação do projeto de lei está sendo marcada “pela priorização dos interesses das grandes empresas de tecnologia em detrimento das demandas dos consumidores.”
Assim, o texto que sai do Senado para a Câmara “reflete a influência desproporcional do setor privado, que conseguiu reverter importantes avanços em direitos sob o pretexto de promover a inovação tecnológica.”
O advogado Adnan Demachki, pesquisador parceiro do Instituto Arapyaú, acrescenta que o PL em tramitação é omisso à formação de professores e investimentos na educação para ensinar sobre o uso de IA.
“Não há menção explícita no projeto à inclusão de IA no currículo escolar básico ou à capacitação de professores para lidar com a tecnologia. Essa é uma omissão significativa, considerando a necessidade de preparar as futuras gerações para interagir de forma ética e crítica com a IA”, disse o especialista.
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Penny Lancaster: Fui vítima de intimidação e assédio de Gregg Wallace | Greg Wallace
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12 de dezembro de 2024 Guardian staff and agencies
Penny Lancaster alegou que testemunhou e foi vítima de intimidação e assédio por parte do apresentador do MasterChef Greg Wallace.
A modelo e atriz de Loose Women disse que não sabia que seu marido, Sir Rod Stewart, iria fazer acusações sobre o comportamento de Wallace até que viu um postar no Instagram.
No mês passado, Stewart alegou que o apresentador “humilhou” sua esposa no Celebrity MasterChef em 2021. Isso aconteceu depois que uma série de alegações levou Wallace a se afastar do BBC show enquanto sua produtora, Banijay UK, investiga alegações de má conduta.
Os advogados de Wallace, 60 anos, negaram veementemente que “ele se envolva em comportamento de natureza de assédio sexual”.
Na quinta-feira, Lancaster disse ao Loose Women da ITV: “Não percebi que meu marido havia enviado aquela postagem até que ela foi publicada. E, claro, você pode imaginar o fluxo de consultas que houve.
“Eu definitivamente fui testemunha e vítima de alguns dos comportamentos de intimidação e assédio de Gregg Wallace e, infelizmente, muitos dos envolvidos na equipe de produção também foram testemunhas disso, e eu realmente sinto que ele usou sua posição de poder para, Eu acredito, intimido e causo angústia para muita gente no set.
“E é realmente lamentável que alguém como ele possa escapar impune, enquanto outros ficam parados e deixam isso acontecer ao mesmo tempo.”
Ela acrescentou que ficou chocada com a postagem do marido, que também dizia: “Boa viagem, Wallace… Você humilhou minha esposa quando ela estava no programa, mas teve essa parte cortada, não foi? Você é um valentão gordinho, careca e mal-educado. Karma pegou você”.
Lancaster, 53 anos, disse: “Eu me senti um pouco justificado por algo ter sido divulgado, voltando a todo aquele MeToo (movimento), é chocante pensar quantas mulheres sofrem nas mãos de… (homens) em uma posição poderosa e têm muito medo de falar.
“Eles não sentem naquele momento que serão apoiados ou ouvidos. Então, às vezes, pode demorar alguns anos até que alguém mencione algo. Dá às outras vítimas e às pessoas que sofreram a confiança para se manifestarem.”
Os chefes da BBC disseram anteriormente que a empresa não “toleraria comportamentos abaixo dos padrões que esperamos” e continuaria a defender “uma cultura que seja gentil, inclusiva e respeitosa”.
Um memorando enviado à equipe pelo diretor-geral da BBC, Tim Davie, e Charlotte Moore, diretora de conteúdo, disse que a corporação apoiaria Banijay UK em sua investigação.
Na semana passada, Wallace pediu desculpas por alegar que as reclamações sobre seu comportamento vinham de “um punhado de mulheres de classe média de uma certa idade”acrescentando que iria “tirar um tempo”.
Pensa-se que Lisa Nandy, secretária da Cultura, esteja a considerar impor novos padrões à indústria criativa, com poderes legais mais fortes para um novo órgão independente.
Nandy disse que estava preparada para desafiar o setor se a Autoridade de Padrões Independentes das Indústrias Criativas (CIISA) não recebesse o apoio adequado após sua reunião com eles na quarta-feira.
Um porta-voz do seu departamento disse: “A secretária da cultura teve uma conversa construtiva com os participantes e espera que este seja o início de um diálogo contínuo sobre como o governo pode apoiar a CIISA à medida que procura implementar os seus novos padrões de comportamento em toda a indústria”.
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Leia Mais: The Guardian
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Revista TIME nomeia Donald Trump como ‘Personalidade do Ano’ | Notícias de Donald Trump
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12 de dezembro de 2024Magazine diz que estamos “vivendo na Era de Trump”, enquanto o presidente eleito dos EUA descreve deportações em massa e planos de política externa.
A revista TIME nomeou Donald Trump como a “Personalidade do Ano”, dizendo que “talvez nenhum indivíduo tenha desempenhado um papel maior na mudança do curso da política e da história” do que o presidente eleito dos Estados Unidos.
Numa declaração na quinta-feira explicando a escolha, a TIME escreveu que Trump – que derrotou a vice-presidente democrata Kamala Harris para vencer o mês passado eleição presidencial — está vivenciando sua “apoteose”.
“À beira da sua segunda presidência, todos nós – desde os seus apoiantes mais fanáticos até aos seus críticos mais fervorosos – estamos a viver na Era de Trump”, afirmou a revista.
“Por organizar um retorno de proporções históricas, por conduzir um realinhamento político único em uma geração, por remodelar a presidência americana e alterar o papel da América no mundo, Donald Trump é a Personalidade do Ano de 2024 da TIME.”
Trump alcançou a vitória nas eleições de 5 de Novembro, depois de uma campanha marcada por ataques incendiários e retórica muitas vezes odiosa contra migrantes, democratas e outros supostos opositores.
O republicano, que tomará posse em 20 de janeiro, prometeu realizar a maior operação de deportação da história dos EUA – uma promessa que atraiu repreensão dos defensores dos direitos e estimulou uma sensação de medo em muitas comunidades.
No final do mês passado, Trump também ameaçou impor enormes tarifas no México e no Canadá, se os dois países não travarem a migração irregular, bem como o fluxo de drogas ilegais através das suas fronteiras com os EUA.
Numa entrevista à TIME publicada na quinta-feira, o presidente eleito dos EUA disse que estaria disposto a usar o exército para deportar migrantes do país. “Isso não impede os militares se for uma invasão do nosso país”, disse ele, acrescentando que “só faria o que a lei permitir”.
“Mas irei até o nível máximo permitido pela lei”, disse Trump.
Questionado sobre se iria restabelecer uma política que separava as crianças migrantes dos seus pais, Trump disse: “Não creio que teremos de o fazer porque enviaremos toda a família de volta”.
O líder republicano Política externa “América Primeiro” também está sob os holofotes desde sua vitória eleitoral.
Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia no seu primeiro dia na Casa Branca e adotar uma linha dura contra a China e o Irão.
Ele também reiterou o seu firme apoio a Israel, ao mesmo tempo que ameaçou no início de Dezembro que haveria um “inferno a pagar” se cativos detidos na Faixa de Gaza não são liberados antes de ele assumir o cargo.
Na sua entrevista para a TIME, Trump disse que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sabe que quer que a guerra em Gaza acabe. Questionado se confia no líder israelita, respondeu: “Não confio em ninguém”.
Trump também disse à revista que discorda do lançamento de mísseis norte-americanos pela Ucrânia em território russo, dizendo que a medida estava a “escalar esta guerra e a torná-la pior”.
Mas disse que usaria o apoio de Washington a Kiev como alavanca contra Moscovo para pôr fim ao conflito. “Quero chegar a um acordo”, disse ele à TIME, “e a única maneira de chegar a um acordo é não abandonar”.
Trump foi nomeado a “Personalidade do Ano” da revista em 2016, quando foi eleito pela primeira vez para a Casa Branca.
Os outros finalistas para a designação deste ano foram Harris, Netanyahu, Proprietário do X, Elon Muske Kate, a princesa de Gales.
A revista sublinha que a sua escolha de “Personalidade do Ano” se baseia no facto de a figura ser “digna de notícia – não necessariamente louvável”, e reconhece que as escolhas são “frequentemente controversas”.
As escolhas anteriores incluem o líder nazi Adolf Hitler e o líder da União Soviética Joseph Stalin, bem como figuras mais populares, como o activista dos direitos civis dos EUA Martin Luther King Jr e a figura anti-apartheid sul-africana e mais tarde o presidente Nelson Mandela.
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