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Precisamos destacar Cristo como africanizado, diz autor – 22/12/2024 – Cotidiano
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Anna Virginia Balloussier
“Qualquer historiador sério” reconhece que Jesus Cristo jamais seria este homem branco de olhos claros que vingou no imaginário popular. Não tem por que, então, apagar as “características africanizadas” do Messias cristão e que vão além da cor de sua pele, como a opção por usar parábolas em vez de dar respostas taxativas, “como é muito ocidental”, diz o teólogo e pastor Ronilso Pacheco.
Mas é o que fazem “grupos fundamentalistas” ao vender a ideia de uma “teologia incolor”, como se fosse possível expurgar a questão racial desse debate.
Autor de “Teologia Negra – O Sopro Antirracista do Espírito” (Zahar), Pacheco vê um efeito “backlash”, quando avanços sociais geram reação e retrocessos, ao levante antirracista nas igrejas —fortalecido após o assassinato de George Floyd por um policial nos EUA, em 2020.
Ele vem em duas frentes, diz. “Uma é hostilizando o movimento negro, colocando-o como revanchista, sem compromisso com Deus. A outra é colocar o debate racial dentro de uma ideia de pecado, e não de algo estrutural.”
Em entrevista à Folha, o pastor da Comunidade Batista em São Gonçalo (baixada fluminense) fala também sobre uma esquerda ainda em falta com evangélicos e em como Pablo Marçal (PRTB), na eleição paulistana deste ano, supriu um “gap” entre juventude e cúpula de pastores que se vende “como guardiã da moral evangélica”.
O que é a teologia negra?
Ela é desenvolvida no contexto do legado escravocrata e confronta a ideia de uma teologia completamente abstrata e universal, sem considerar história, cultura. Por muito tempo, o povo negro foi alijado da possibilidade de fazer uma leitura da Bíblia a partir da sua história. A teologia negra recupera o protagonismo desse povo para a história do cristianismo. Não é trivial destacar a existência de personagens bíblicos como pessoas negras de território africano.
O efeito “backlash” atingiu esse campo religioso?
Ele nunca desapareceu. Desde a argumentação mais simplista, como a negação —dizer que teologia não tem cor. Ou a acusação de que estão tentando dividir a igreja, um lugar onde o racismo não existiria. Como resposta ao levante antirracista, vemos um “backlash” muito mais sutil e danoso: a entrada de grupos ultraconservadores e fundamentalistas tentando se apropriar do debate racial, com duas frentes. Uma é hostilizando o movimento negro, colocando-o como revanchista, sem compromisso com Deus. A outra é colocar o debate racial dentro de uma ideia de pecado, e não de algo estrutural. O racismo seria uma escolha individual. Se as pessoas se convertem, deixam de ser racistas.
Crescemos com a imagem de um Deus branco barbudo, de Jesus com olhos claros. Ela é resiliente nas igrejas brasileiras, que têm maioria negra? Grande parte da violência contra religiões de matriz africana, seja incendiando terreiros, seja na visão demonizadora, que não ataca fisicamente mas é hostil, tem como “background” uma teologia eurocentrada, que consolidou a ideia do continente africano como lugar de espiritualidade demonizada, primitiva. Tudo muito embasado a partir dessa teologia que é chamada de incolor, mas que tem no seu imaginário a ideia de alguém que é branco.
Por isso a teologia negra fala muito sobre o corpo. O corpo não é uma abstração. Não por acaso você não vê qualquer descrição da imagem de Deus como mulher, negro, indígena.
E tem a questão histórica. Deus não tem corpo, mas Jesus teve.
Qualquer historiador sério estudando o antigo Israel e a igreja primitiva vê o Jesus histórico muito longe da ideia de um caucasiano de olhos claros. A teologia negra não disputa a epiderme de Jesus, é uma coisa muito mais profunda. É indicar, por exemplo, que Jesus escolhe ensinar por parábolas, uma ideia muito africanizada. Você faz uma pergunta, e ele não vai te dar uma resposta taxativa, como é muito ocidental, ele te responde contando uma história, e a pessoa se identifica a partir dela.
Não é pouca coisa enfatizar as características africanizadas de Jesus. Você põe em xeque a ideia de que negros não tinham alma. Isso sustentou grande parte da escravidão.
O sr. já disse que o termo neopentecostal virou um coringa para rotular todo o mal que existiria nas igrejas evangélicas, e que nem sequer vemos fiéis se identificando assim.
O neopentecostal é uma categoria sociológica que surge para ajudar a entender o fenômeno mais recente do pentecostalismo no Brasil. Foi útil, mas acabou se tornando algo prejudicial, porque as pessoas não familiarizadas com a complexidade do universo evangélico passaram a generalizar um campo que vai desde as Assembleias de Deus até a Igreja Universal. É comum eu ver um artigo falando, por exemplo, dos calvinistas, ramo mais histórico, e alguém vai lá no comentário, “não falei, os neopentecostais vão acabar com o Brasil”. Virou um saco de gatos para explicar tudo.
Pablo Marçal teve o desprezo de quase toda a cúpula de pastores, brigou com Silas Malafaia, mas foi bem no eleitorado evangélico na eleição de São Paulo. Como analisa esse movimento dele de dispensar a hierarquia da igreja e ir direto à base de fiéis?
Isso é um fenômeno novo, pelo menos com a força que tem. Sempre existiu um “gap” entre essa grande cúpula e a representatividade que ela vende, que é uma representação evangélica imaginária.
No que ela consiste?
É essa ideia de arrogar para si a representatividade dos evangélicos. Quando você fala comigo, está falando com milhões de evangélicos a despeito das diferenças [internas]. Se a coisa apertar, essas pessoas vão ficar comigo. Eles se vendem como guardiões da moral evangélica.
Essa foi a experiência, inclusive, do próprio PT [no passado], falar com Edir Macedo, a família Ferreira [da Assembleia de Deus Madureira], Silas Malafaia, e ter a garantia de que junto viriam milhões de membros das mais diferentes igrejas. Mas a gente vê cada vez mais um aumento do gap entre a liderança e o dia a dia das pessoas que estão no que chamo de negociação a partir da sua realidade.
Marçal entende esse “gap” de alguma forma, principalmente em relação à juventude, que se vê pouco representada pela cúpula com forte influência política. Fato é que Marçal, sobretudo a partir desse universo digital, se conecta com ela, muito mais do que Macedo, Michelle Bolsonaro.
Por que a esquerda tem dificuldade de entrar aí?
Tem muito dessa mentalidade, iluminista mesmo, de pensar a partir de um lugar onde a religião mais atrapalha do que ajuda. Grande parte do campo progressista olha para a periferia, muito materializada nos evangélicos no debate atual, como um lugar que precisa dessa iluminação, com pessoas vulneráveis aos discursos rasos da direita, como se elas não tivessem capacidade de fazer uma análise política a partir da sua realidade.
Marçal, Michelle Bolsonaro, Nikolas Ferreira. Todos reproduziram essa ideia de que o cristão precisa ocupar a política, ou o mal ocupará. Por que o sr. a vincula a um supremacismo cristão?
Tem o uso de uma gramática cristã e conservadora muito forte. Marçal, por exemplo, gosta muito de falar de reino, que ele nem explica o que é, mas basta falar, porque a pessoa familiarizada com o universo cristão associa automaticamente ao Reino de Deus.
Você pode ter diversidade religiosa, opiniões distintas social, moral e politicamente, mas o que orienta como referencial da sociedade é um princípio cristão conservador e fundamentalista. Se alguma instituição precisa ser supervalorizada no país, é a igreja. Por que ela é uma protetora da família, da criança, da sociedade, de um projeto de país. O supremacismo está presente nesse lugar.
Consegue apontar alguma liderança evangélica progressista de grande porte com apelo na base das igrejas?
A gente tem até dificuldade de responder, sabe que não tem, ao menos não com visibilidade nacional. Você tem várias lideranças locais que não passam no crivo dos mecenas do campo progressista, que têm capacidade de potencializar essa voz como uma alternativa nacional.
Seu livro tem prefácio do ex-ministro de Direitos Humanos Silvio Almeida, acusado de assédio. O sr. decidiu mantê-lo na reedição.
Foi uma decisão relativamente difícil e uma reflexão honesta, de que o texto do Silvio está dentro de um tempo, e ele diz coisas extremamente importantes. Assumi o B.O., vamos colocar assim, de lidar com essa contradição, sabe? Não é a primeira da história nesse sentido. A gente está aí estudando Heidegger a vida toda, a despeito dele ter sido nazista. Não vi por que retirar o prefácio do Silvio a partir de uma decisão ruim dele.
Raio-x
Ronilso Pacheco, nasceu em São Gonçalo (RJ), em 1976. É teólogo pela PUC-RJ, mestre em religião e sociedade no Union Theological Seminary (Universidade Columbia), diretor de programas do Instituto de Estudos da Religião e autor de “Ocupa, Resistir, Subverter” (2016) e “Teologia Negra: O Sopro Antirracista do Espírito” (2019 e relançado neste ano pela Zahar)
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PIS/Pasep: prazo de saque termina nesta sexta-feira (27) – 23/12/2024 – Mercado
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4 minutos atrásem
23 de dezembro de 2024 Júlia Galvão
Cerca de 240 mil trabalhadores ainda têm direito de sacar o abono do PIS/Pasep de 2024 até o dia 27 de dezembro. O valor total é de R$ 218,9 milhões.
O último lote do ano foi liberado em novembro pelo MTE (Ministério do Trabalho e do Emprego) com R$ 27,7 milhões. Ao longo de todo o ano de 2024, o ministério liberou cerca de R$ 27 bilhões para o pagamento do benefício.
O valor do abono pago em 2024 varia entre R$ 118 e R$ 1.412, dependendo da quantidade de meses trabalhados ao longo do ano-base de pagamento, que é 2022. O calendário foi unificado e teve como base o mês de nascimento do trabalhador.
Os trabalhadores que quiserem sacar o abono no fim do ano devem ficar atentos ao funcionamento das agências bancárias. No dia 25 de dezembro, não haverá expediente, e o cliente não será atendido presencialmente nas agências. Na véspera de Natal o atendimento ao público será reduzido, assim, as agências ficarão abertas somente das 9h às 11h.
Os valores que não forem sacados até o dia 27 serão devolvidos ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), mas é possível requerer o dinheiro em até cinco anos, contados a partir do encerramento do calendário.
É comum que trabalhadores se esqueçam de sacar o abono por não saberem que possuem direito ou porque seus dados foram fornecidos incorretamente por empregadores.
O governo já divulgou as datas de pagamento do abono do PIS/Pasep de 2025, que é referente aos dias trabalhados em 2023. Os pagamentos começarão no dia 17 de fevereiro. O governo conseguiu aprovar no Congresso para restringir a abrangência do abono do PIS, que integram seu pacote fiscal.
Hoje o abono é devido a quem recebeu, em média, até dois salários mínimos no ano de referência. Com o projeto aprovado no Congresso, que agora vai para sanção presidencial, foi criada uma regra de transição, que vai reduzir aos poucos a renda máxima das pessoas com direito, até chegar ao limite de um salário mínimo e meio. Em 2025, terá direito o trabalhador que recebeu dois salários mínimos do ano-base, que é 2023 (equivalente a R$ 2.640). A partir de 2026, o valor para ter acesso será corrigido pela inflação. A cada ano a renda máxima continuará sendo reajustada pela inflação até que seja equivalente a um salário mínimo e meio.
Folha Mercado
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O QUE É O ABONO SALARIAL?
O abono salarial é um benefício anual no valor máximo de um salário mínimo vigente na data do pagamento. Ele é assegurado aos trabalhadores que recebem em média até dois salários mínimos de empregadores contribuintes do PIS ou do Pasep.
QUEM TEM DIREITO?
Para ter direito ao abono salarial, o trabalhador precisa estar inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos e ter exercido atividade remunerada formalmente por ao menos 30 dias no ano-base do pagamento, com remuneração média de até dois salários mínimos.
Além disso, os dados do trabalhador devem ter sido informados corretamente pelo empregador na Rais (Relação Anual de Informações Sociais) ou no eSocial.
COMO CONSULTAR SE TENHO DIREITO AO ABONO SALARIAL?
Você pode consultar se tem direito ao abono no aplicativo Carteira de Trabalho Digital ou no portal do Gov.br. A Caixa Econômica e o Banco do Brasil também oferecem canais de consulta.
COMO É FEITO O PAGAMENTO DO PIS?
Os trabalhadores vinculados a empresas privadas recebem o abono salarial do PIS por meio da Caixa Econômica. Se você tiver uma conta na Caixa, o valor será depositado diretamente. Caso contrário, pode sacar o dinheiro nas agências, terminais de autoatendimento, lotéricas ou pelo aplicativo Caixa Tem.
A Caixa organiza os pagamentos do abono salarial de acordo com a seguinte prioridade para o calendário de 2024:
-
Crédito em conta-corrente ou poupança Caixa: Para quem já tem uma dessas contas, o valor é depositado diretamente, podendo ser acessado via cartão de débito, no aplicativo da Caixa ou no banco pela internet
-
Poupança Digital Social (Caixa Tem): Se o trabalhador não tiver conta na Caixa, uma poupança digital é aberta automaticamente, com movimentação pelo app Caixa Tem
-
Saque com cartão social: Se a abertura da conta digital não for possível, o saque pode ser feito com o cartão social em lotéricas, terminais de autoatendimento ou agências da Caixa
COMO É FEITO O PAGAMENTO DO PASEP?
Para os servidores públicos, o Pasep é pago pelo Banco do Brasil.
Os clientes do Banco do Brasil que têm conta-corrente ou poupança recebem automaticamente o crédito do benefício. Beneficiários que não possuem conta no Banco do Brasil, mas têm o CPF cadastrado como chave Pix, também recebem o valor diretamente em suas contas.
Aqueles que não se encaixam nessas opções podem:
- Sacar o valor diretamente em agências do Banco do Brasil, apresentando um documento de identificação (físico ou digital)
- Solicitar a transferência por meio de TED (Transferência Eletrônica Disponível) para outras instituições financeiras pelo app Gov.br ou no site do Banco do Brasil.
VEJA O CALENDÁRIO DO ABONO DO PIS/Pasep 2025
Mês de nascimento | Data de pagamento |
---|---|
Janeiro | 17 de fevereiro |
Fevereiro | 17 de março |
Março e abril | 15 de abril |
Maio e junho | 15 de maio |
Julho e agosto | 16 de junho |
Setembro e outubro | 15 de julho |
Novembro e dezembro | 15 de agosto |
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Os presentes de Natal podem ser questionados na propriedade?
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27 minutos atrásem
23 de dezembro de 2024euOs pais que queiram premiar os filhos sem que o seu gesto seja interpretado como um donativo reportável ao património podem aproveitar a festa de Natal. Mas então devem oferecer apenas um presente, e não dois, como nos lembra o caso seguinte.
Em 3 de outubro de 2018, um viúvo, Sr. casar: “A tem cuidado de mim desde (…) mãe saiu (…). Ela prepara minhas refeições da semana. Ela também cuida da boneca, cuida da minha administração, impostos, consultas com o doutor D no hospital H, corta a grama. (…). Ela me leva para a casa dela todo fim de semana. Posso contar para tudo (sic). »
Senhor. “Não quero que ele seja culpado por essa vantagem (sic). » Na verdade, ele especifica, “os bens do meu patrimônio serão divididos entre meus CINCO filhos e ninguém será esquecido (sic). Pai. »
Três dos herdeiros solicitaram de imediato o cancelamento da alteração dos beneficiários do seguro de vida, o que ocorreu no dia 1é Junho de 2014, e o do testamento, lavrado em 2 de dezembro de 2017. Afirmam que o pai, doente de Alzheimer desde 2009, já não apresentava as suas capacidades cognitivas desde 2014. Ressaltam o facto de certas frases do seu testamento serem incompreensíveis .
55e aniversário
O tribunal judicial de Créteil indeferiu-os, após observar nomeadamente que, em 29 de setembro de 2017, data em que o Sr. Ele observa que nem os médicos nem a família sugeriram a adoção de qualquer medida de proteção.
Rejeita ainda as alegações segundo as quais A beneficiou de 40.500 euros em donativos “escondido”. Face ao detalhe das despesas produzidas por esta última, titular desde 2012 de procuração sobre a conta bancária da falecida, julga que esta beneficiou de 14.500 euros, através de três donativos, que descreve como « presentes habituais », não reportável ao patrimônio. Ele ordena a divisão judicial deste último.
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Dólar nas alturas, fake news e embate nas redes sociais – 23/12/2024 – Encaminhado com Frequência
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23 de dezembro de 2024A alta do dólar se tornou um dos principais assuntos das redes sociais no último mês. Até o momento, a batalha no campo da comunicação foi amplamente vencida pelos opositores ao governo, com destaque aos ataques sofridos por apoiadores que discordam das decisões tomadas no campo econômico.
Nos grupos públicos de WhatsApp e Telegram analisados pela Palver, houve um intenso fluxo de mensagens que extrapolou os grupos de discussão política. O pico de menções ocorreu no dia 29 de novembro, um dia após o dólar ter ultrapassado os R$ 6.
No final de novembro, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que iria taxar em 100% os países membros do Brics caso o bloco criasse uma moeda que substituísse o dólar. A possibilidade de criação da moeda dos Brics despertou o debate nas redes sociais, principalmente nos grupos públicos de mensageria.
Essa discussão foi resgatada nas redes ao longo da última semana. Usuários do WhatsApp acusaram o governo de propositalmente desvalorizar o real frente ao dólar com o objetivo de inviabilizar a moeda americana, abrindo, dessa forma, espaço para que a nova moeda dos Brics ganhe força.
Na última semana, houve uma tentativa de apoiadores do governo de emplacar o argumento de que a disparada do dólar se deu por conta de uma mensagem enganosa envolvendo o próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. O post teria sido realizado no X (ex-Twitter) e atribuiu a Galípolo uma citação de que a alta do dólar seria artificial, levando a AGU (Advocacia-Geral da União) pedir para que Polícia Federal e CVM (Comissão de Valores Mobiliários) investigassem a possível manipulação do mercado.
Na amostra da Palver não foi identificado nenhum movimento automatizado com disparos tentando emplacar a falsa citação de Galípolo. Além disso, os prints e conteúdos sobre isso já traziam a marca de que o conteúdo teria sido checado e identificado como falso. As primeiras menções ao tema ocorreram justamente por conta da notícia de que uma fake news teria alterado as expectativas do mercado.
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Nos grupos de esquerda, a existência do post falso foi utilizada pelos usuários para dar explicações sobre a alta da moeda americana. Os usuários argumentam que a prova de que o mercado teria sido manipulado é que o dólar passou a cair logo após as notícias indicando que a AGU teria pedido para que a PF investigasse o caso.
Nos grupos de direita houve um grande número de menções relacionadas ao pedido da AGU, mas sempre com ironia e sarcasmo. Uma das mensagens acusava o presidente Lula de tentar jogar a responsabilidade pela alta do dólar em um meme. Além disso, os usuários criticaram jornalistas e veículos de mídia que reproduziram essa narrativa.
Gabriel Galípolo teve um papel central nessa discussão nas redes sociais. Primeiro, por conta da existência do post falso atribuindo a ele uma falsa citação. Depois, quando afirmou que o dólar não subiu por conta de um ataque especulativo do mercado, foi amplamente repercutido nos grupos públicos de direita no WhatsApp como estratégia para desmontar o argumento utilizado pela esquerda de que o mercado estaria propositalmente sabotando o governo.
As falas de Galípolo repercutiram também nos grupos de esquerda. Usuários criticaram fortemente o indicado do presidente Lula, apontando que ele sempre votou de acordo com o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e que a única vez em que o voto foi desalinhado foi para defender juros maiores.
Ainda nos grupos de esquerda, Galípolo foi acusado de ter sido doutrinado pelo mercado e que a política econômica do governo não deve se alterar com sua chegada. As críticas da esquerda respingaram também no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pois suas medidas estariam, segundo os usuários, atendendo à Faria Lima e prejudicando o país.
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