Mulheres, CIS e transexuais vítimas de violência doméstica vão receber capacitação para serem lançadas no mercado de trabalho, em Rio Branco. O projeto “Amigas da Paz: Elas ao trabalho” foi lançado nesta terça-feira (17) e mais de 10 empresas já aderiram à ideia e vão disponibilizar vagas.
O projeto é coordenado pelo Centro de Atendimento à Vítima (CAV), do Ministério Público do Acre (MP-AC), e envolve a Prefeitura de Rio Branco, o Senai, Senac e empresas locais.
Durante o lançamento, foram assinados um convênio e um termo de cooperação técnica entre os parceiros. Além do decreto, assinado pela prefeita Socorro Neri, que cria o Selo de Responsabilidade Social para certificar as empresas que fizerem adesão ao projeto.
Conforme o MP-AC, o Senai e o Senac vão ser os responsáveis pela capacitação dessas mulheres. Para a procuradora-geral de Justiça do MP-AC, Kátia Rejane, a iniciativa quer romper com o ciclo de violência vivido por muitas mulheres.
“Muitas vezes, essas mulheres que são vítimas de violência doméstica não conseguem romper esse ciclo, porque dependem economicamente dos seus parceiros. Esse projeto vai possibilitar que elas possam fazer capacitação e serem inseridas no mercado de trabalho”, explicou Kátia.
Para o diretor do Senai, João César Porto, o projeto tem o objetivo de salvar vidas. “O Senai entra com parceria, porque a gente sabe que esse resgate não dá para fazer sozinho. Acho que a educação e o trabalho fazem a diferença nesse projeto, porque resgatam as vidas”.
A procuradora de Justiça Patrícia Rêgo destacou os dados sobre a violência contra mulheres, CIS e transexuais no Brasil e afirmou que o projeto faz parte do exercício da cidadania.
“Não são números, são mulheres que morrem e sofrem violência pela condição de serem mulheres. Sem falar em mulheres transexuais. Portanto, não é possível que esses números, que são pessoas, não incomodem as instituições e o próprio cidadão. O que estamos fazendo hoje aqui é um exercício de corresponsabilidade, são mulheres empresárias que resolveram dar sua parcela de contribuição e querem dar um basta nessa violência”, concluiu a procuradora.
Colaborou a repórter Quésia Melo, da Rede Amazônica Acre.