Gustavo Maia
O PSOL apresentou no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira, uma representação para pedir a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar, em razão da suposta participação da parlamentar no plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros das Forças Armadas.
O documento é assinado pela presidente nacional do partido, Paula Coradi, e pela bancada federal da legenda. A representação cita informações do relatório da Polícia Federal sobre a atuação de Zambelli para pressionar o então comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, em 8 de dezembro de 2022, para que ele aderisse ao plano golpista, segundo o próprio chefe da FAB informou aos investigadores em fevereiro deste ano.
“O depoente disse que no dia 08/12/2022, após a formatura dos aspirantes à oficial da FAB, na cidade de Pirassununga/SP, o depoente foi interpelado pela Deputada Federal CARLA ZAMBELLI, com a seguinte indagação: “Brigadeiro, o senhor não pode deixar o Presidente Bolsonaro na mão”. O depoente afirmou que entendeu que a Deputada estava propondo que aderisse a um ato ilegal”, diz o relatório da PF sobre o plano golpista.
O PSOL pede a cassação do mandato de Zambelli com base no artigo 55 da Constituição Federal e no Código de Ética da Câmara dos Deputados, argumentando que a conduta da deputada configura grave violação aos princípios democráticos e ao decoro parlamentar. “Quem pressiona chefe das Forças Armadas pra cometer golpe não pode estar na Câmara dos Deputados”, afirma o deputado federal Ivan Valente.