Publicidade do livro do presidente do Rally Nacional (RN), Jordan Bardella, intitulado O que estou procurandonão será transmitido nas estações francesas, disse a Mediatransports, empresa que gere os painéis publicitários nas estações SNCF e no metro de Paris, à Agence France-Presse (AFP), segunda-feira, 28 de setembro, porque o visual do cartaz contraria “aos princípios da neutralidade” específico para gerenciamento de publicidade.
Jordan Bardella expressou sua “profunda indignação” e perguntou à SNCF – proprietária da Mediatransports com RATP – “voltar a este ato inaceitável de censura, que mina o seu dever de neutralidade”. O presidente do RN ameaçou cometer “remédios legais” para ganhar seu caso.
Os sindicatos da SNCF já haviam estimado que uma campanha publicitária “a serviço de um partido político de extrema direita” não tinha lugar nas estações. Perante o início da polémica, a Mediatransports confirmou em meados de outubro ter recebido um pedido de campanha publicitária da editora Fayard, sem ter visto o visual escolhido.
Uma tiragem de 155.000 exemplares
Desde então, a direção tomou conhecimento da campanha de cartazes e julgou que o visual utilizado, a capa do livro – um retrato de Jordan Bardella riscado com o título O que estou procurando –, violou os seus princípios de neutralidade. Jordan Bardela “é deputado ao Parlamento Europeu e presidente de um partido político” e o título do livro sublinha que não se trata simplesmente de uma história autobiográfica, explicou Mediatransports.
A campanha planejou pouco mais de 500 exibições em diversas estações da França, em diversas ondas, a partir do final de novembro, ou seja, “uma grande campanha”segundo a agência de publicidade.
A CGT-Cheminots, que partilhou a sua forte oposição à iniciativa, saudou esta decisão. “Esta é uma notícia muito boa”exultou o secretário-geral do sindicato, Thierry Nier. “Foi uma verdadeira provocação (…)cada um é colocado no seu lugar e sempre podemos dizer que o RN não é um partido como os outros”ele insistiu à AFP.
O lançamento do livro, que terá tiragem de 155 mil exemplares, deverá ser acompanhado de um intenso plano de comunicação nos canais do grupo Bolloré, também dono da editora Fayard. O lançamento está previsto para 9 de novembro.
O mundo com AFP