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Quem é Walter Braga Netto – 14/12/2024 – Poder
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Ana Gabriela Oliveira Lima
O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, foi preso neste sábado (14) pela Polícia Federal em ação ligada à apuração da trama golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT) naquele ano.
A instituição afirma cumprir neste sábado o mandado de prisão preventiva, dois de busca e apreensão e uma cautelar diferente de prisão “contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal”. O objetivo, diz, é evitar a repetição das ações ilícitas.
Braga Netto já foi apontado em relatório da PF como participante de dois núcleos da trama golpista.
Entenda a seguir quem é Braga Netto e a atuação do general na tentativa de golpe, segundo a instituição.
Natural de Belo Horizonte, Walter Braga Netto ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras em 1975.
No governo Michel Temer (MDB), comandou a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro.
Subiu na carreira após a intervenção, saindo do Comando Militar do Leste e chegando à chefia do Estado-Maior do Exército, segundo posto na hierarquia interna da Força.
Também foi observador das Nações Unidas no Timor Leste e adido na Polônia e nos Estados Unidos.
No governo Bolsonaro, foi ministro da Casa Civil, quando centralizou a reação do governo no combate à pandemia, e da Defesa —assumiu o posto após a demissão do general Fernando Azevedo, que saiu dizendo ter preservado as Forças Armadas como “instituições de Estado”.
A demissão de Azevedo resultou na saída dos três comandantes militares, na maior crise militar desde 1977.
Como ele atuou na tentativa de golpe, segundo a PF?
De acordo com as investigações da polícia, Braga Netto participou de um núcleo de pessoas responsáveis por incitar militares a promoverem um golpe de estado.
Ele também teria participado de um núcleo de oficiais de alta patente com influência na trama para desacreditar o processo eleitoral, planejar e executar o golpe de Estado e abolir o Estado democrático de Direito.
Por causa disso, Braga Netto já havia sido indiciado em novembro deste ano pela Polícia Federal. Na época, o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais de 30 pessoas também foram indiciados pela trama golpista.
Como funcionava o núcleo para incitar militares a darem o golpe?
De acordo com a Polícia, o núcleo responsável por incitar militares a darem um golpe agia por meio da eleição de alvos para amplificar ataques pessoais contra comandantes que resistiam às investidas golpistas.
Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e por meio de influenciadores em posição de autoridade perante a “audiência” militar.
Além de Braga Netto, a PF cita no núcleo pessoas como Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Como funcionava o núcleo de oficiais de alta patente?
Segundo a PF, o núcleo usava da alta patente para influenciar e incitar o apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de medidas para consumação do golpe de Estado.
A instituição cita, além de Braga Netto, militares como Almir Garnier, Estevam Theophilo, Paulo Sérgio Nogueira e Mario Fernandes.
O que se sabe até agora sobre o plano?
A Polícia Federal afirma ter havido uma tentativa de golpe que envolvia um plano para matar em 2022 o então presidente eleito, Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Esse plano teria tido total ciência de Bolsonaro.
Ao longo do mandato, o ex-mandatário teve uma série de atos e falas golpistas. Ele já foi declarado inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 2030 por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral.
O general fazia parte do círculo mais íntimo de Bolsonaro. Ele levou o ex-presidente para reunião com o ex-comandante do Exército Villas Boas, no fim de 2022, para buscar conselhos.
Além disso, a polícia federal afirma que o plano de golpe envolvendo a morte de Lula teria sido discutido na casa do general em Brasília.
“Ainda não tivemos pleno acesso às investigações, o que impossibilita a defesa de fazer qualquer manifestação”, disse Luis Henrique Prata, advogado do militar, assim que as revelações da PF vieram à tona.
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UTIs no Brasil: milhões ainda vivem longe de leitos – 14/12/2024 – Equilíbrio e Saúde
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14 de dezembro de 2024 Marcos Candido
O Brasil registrou um aumento de 52% em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em uma década, mas a distribuição das unidades e especialistas continua desigual entre as regiões e usuários da rede pública e da particular.
É o que mostra o relatório da Amib (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) divulgado neste mês. Segundo a entidade, o Brasil tem 73 mil leitos de UTI. No SUS, são 37.820. Na rede privada, 35.340.
Apesar da proximidade numérica, proporcionalmente há 24,87 leitos a cada 100 mil habitantes no SUS (Sistema Único de Saúde). No particular, são 68,28 leitos a cada 100 mil.
Hoje, cerca de 180 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS para atendimento de saúde. Considerando o total de 73 mil leitos de UTI, os brasileiros têm 36 para cada 100 mil habitantes.
A população brasileira foi estimada em 212,6 milhões de habitantes em 1º de julho de 2024, de acordo com projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Um dos principais motivos para o aumento de leitos foi a necessidade gerada pela pandemia da Covid. Em 2019, havia 55 mil leitos no Brasil. Antes de chegar aos atuais 73 mil, em 2022, este número já ultrapassava os 70 mil entre públicos e privados.
Mas não foi só o coronavírus que estimulou o crescimento de UTIs. O relatório também aponta os surtos de dengue —que atingiu seu recorde histórico de casos em 2024—, a incidência de acidentes automobilísticos, bem como uma resposta ao envelhecimento da população.
Segundo Patrícia Mello, presidente da Amib, o número total de leitos de UTIs é estaticamente adequado para atender a população brasileira. Para ela, o problema é a distribuição geográfica das unidades e de equipes especializadas. Em especial, de médicos intensivistas.
Em estados como o Amapá, existem apenas cinco médicos intensivistas, em uma proporção de 0,68 especialistas para cada 100 mil pessoas. Todos eles estão na capital Macapá, onde há 213 leitos de UTI públicos e privados —incluindo para atendimento de adultos, neonatal e para vítimas de queimaduras.
Isso significa que mais de 290 mil amapaenses estão distantes de intensivistas e de um leito de UTI em um estado cerca de três vezes maior do que o Espírito Santo. A Secretaria da Saúde do Amapá não respondeu a reportagem sobre investimentos na área.
O cenário do estado no Norte, porém, é comum em todo o país. Segundo a Amib, a proporção de leitos em todas as capitais brasileiras é de 70,39 para cada 100 mil habitantes. Fora delas, o número cai para 25,58 leitos a cada 100 mil, uma taxa quase três vezes menor.
Isso significa deslocamento até leitos distantes, o que é crucial para garantir a vida de pacientes graves, segundo Mello.
“O paciente da UTI precisa receber atendimento de complexidade, em geral, nas seis primeiras horas. Quando esse atendimento é retardado, você até pode resgatar um ou outro, mas a maioria você perde uma vida devido às situações de gravidade”, explica a especialista.
Na avaliação da presidente da Amib, o investimento em UTI inclui capacitação de alta complexidade de médicos e enfermeiros, mas que os gestores devem estudar um número maior de locais estratégicos para instalá-las e investir em mais contratações. Em especial, para atuar em casos extremos.
“A gente precisa resolver essa discrepância agora. Quando falamos da proporção atual, é em uma situação de normalidade. Em uma situação de uma pandemia ou catástrofe, isso transborda e temos um cenário de caos”, acrescenta.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que desde o início do governo Lula foram repassados cerca de R$ 875 milhões anuais ao estados e municípios para custear as UTIs já existentes e R$ 2 bilhões nos últimos cinco anos para implantar 10 mil leitos adultos, pediátricos, neonatal e coronarianos.
“Para a implementação e habilitação de um leito no SUS, o gestor estadual ou municipal deve encaminhar o requerimento ao Ministério da Saúde. Após análise e aprovação, os recursos são disponibilizados para a ampliação do serviço”, acrescenta a pasta.
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Música e dança marcam início do Festival Psica 2024 em Belém
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14 de dezembro de 2024 Bruno de Freitas Moura* – Enviado Especial
Na cidade em que a chuva dá as caras praticamente todos os dias às 16h, os integrantes do Cortejo Encantado marcaram para as 17h dessa sexta-feira (13) a apresentação de música e dança que marca o início do Festival Psica, em Belém, capital paraense. O evento é considerado um dos maiores festivais de música da região Norte.
Representantes de manifestações culturais como o Boi Caprichoso, do tradicional boi-bumbá de Parintins, interior do Amazonas, e do Arraial do Pavulagem, grupo cultural belenense, além de moradores da cidade e turistas se divertiram pelas ruas do bairro Cidade Velha – centro histórico da capital paraense – até o Píer das 11 Janelas, banhado pela Baía do Guajará. No trajeto, passaram por locais como a Catedral da Sé, cenário de parte da procissão do Círio de Nazaré, que acontece sempre em outubro.
O fim do cortejo é a senha para o início de shows em cinco palcos espalhados pela Cidade Velha, cada um com um ritmo musical. Com curtas caminhadas, o público pode se alternar entre as atrações, todas de graça.
Com mais de 50 apresentações, que ocuparão também o Estádio Olímpico do Pará Jornalista Edgar Proença, ou simplesmente o Mangueirão, o Festival Psica de 2024 tem como objetivo a busca e exaltação da cultura pan-amazônica, entendida como a união de todos os países e estados que têm o bioma amazônico no território.
O conceito Pan-Amazônia envolve os países que têm a floresta amazônica em seu território. Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, as Guianas e o Suriname, além do Brasil. O movimento social se apropriou desse conceito como sendo a luta desses povos.
Dourada
O diretor do festival, Jeft Dias, explica que para dar simbolismo ao pan-amazônico, o evento neste ano tem como tema Psica Dourada, em referência à espécie de peixe que nasce nos Andes, percorre rios, incluindo o Amazonas, até chegar à Baía do Marajó, no Pará, onde se reproduz, e volta para a cordilheira dos Andes, em uma jornada de 11 mil quilômetros.
“Esse ciclo é muito representativo, acaba conectando vários países da Amazônia”, ressalta. O diretor faz uma analogia entre o ciclo de vida da dourada e a cultura pan-amazônica.
Show da cantora peruana Rossy War, na Cidade Velha. Foto – Fernando Frazão/Agência Brasil
“A gente pode falar de como a cultura vai se influenciando e se retroalimentando, como a gente recebe, aqui no Pará, a influência da Colômbia, do Peru, da Guiana Francesa, com diversos ritmos musicais, cúmbia, zouk, salsa, merengue”, exemplifica.
“A gente cria as nossas coisas, a gente cria lambada, guitarrada, tecnobrega, calipso, todos esses ritmos que envolvem a nossa cultura aqui e, em algum momento, isso sai daqui também, volta para Iquitos, no Peru, vai para a Colômbia, Guiana, Suriname, é a volta da dourada”, completa.
O belenense Marcello Victor Coelho acompanhou o cortejo e considera que a atração pelas ruas da Cidade Velha representa a junção da cultura latina e “ascensão da cultura nortista como um todo”.
“Eu acredito que o tema desse ano – a dourada – o peixe que conecta todos esses países latinos, tende a criar uma conexão maior com as pessoas, um clima de turismo pré-COP30 em Belém”, disse Coelho à Agência Brasil, se referindo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025 na capital paraense.
Resistência indígena
Enquanto o vento agitava as águas da Baía do Guajará, no palco do Píer das 11 Janelas (recebe esse nome por ficar perto do prédio histórico chamado Casa das 11 Janelas), a cantora indígena Djuena Tikuna se apresentava acompanhada pelo grupo de percussão Trio Minari. A música cantada na língua mãe, o tikuna, recebia a contribuição de instrumentos sonoros indígenas e reprodução do som de pássaros e da natureza.
Para Djuena Tikuna, que é do Amazonas, poder cantar na língua materna no festival é uma forma de resistência.
Dijuena Tikuna, cantora de música indígena, no palco da Cidade Velha. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
“É isso que eu tenho feito através da minha língua materna, a língua que eu canto, a língua que eu valorizo, a língua que eu falo”, disse a cantora originária, que pediu a união dos povos.
“A gente precisa se unir para poder mostrar a nossa realidade para o mundo, principalmente aqui onde vai acontecer a COP30. As pessoas precisam conhecer a realidade que os povos que vivem aqui sofrem”, afirmou.
Atração internacional
O Festival Psica está na 13ª edição. O evento, que recebe apoio do Ministério da Cultura e patrocínio da Petrobras e do Nubank, tem atrações internacionais pela primeira vez. Uma delas é a cantor peruana Rossy War ((TEMOS FOTO)), que agitou a Praça Felipe Patroni.
Festival Psica 2024, por Fernando Frazão/Agência Brasil
As canções da artista conhecida como “rainha da cúmbia”, estilo parecido com a lambada brasileira, era acompanhada em coro por milhares de pessoas, que se dividiam entre dançar e filmar a apresentação com os telefones celulares. Rossy War foi uma das inspirações no início de carreira da cantora Joelma.
Os palcos da sexta-feira levaram aos belenenses e turistas outras atrações como tecnobrega – estilo nascido no Pará que une o brega à música eletrônica, funk, carimbó, aparelhagem (performance que junta dançarinos, música eletrônica e pirotecnia) e as estrelas de Parintins: os bois Caprichoso e Garantido.
Mangueirão
O Psica 2024 se estende pelo sábado (14) e domingo (15), com shows no Estádio do Mangueirão. Diferentemente da Cidade Velha, há a cobrança de ingressos. Entre as atrações estão nomes consagrados, como Pablo Vittar, Liniker, BaianaSystem, Banda Black Rio & Tony Tornado, e uma das mais famosas paraenses, Fafá de Belém, entre outros.
“Nossa proposta, desde o início, sempre foi essa, envolver os ritmos locais, mas também ter os grandes artistas nacionais”, define o diretor do festival Jeft Dias, fazendo questão de lembra que o evento surgiu de comunidades periféricas da Amazônia, inclusive com a presença da cultura negra.
*Equipe da Agência Brasil viajou a convite da Petrobras
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Trump pretende privatizar os Correios dos Estados Unidos durante segundo mandato | Serviço Postal dos EUA
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14 de dezembro de 2024 Guardian staff and agencies
Donald Trump manifestou nas últimas semanas um grande interesse em privatizar o Serviço Postal dos EUA (USPS) devido às suas perdas financeiras, avança o Washington Post. relatado no sábado, citando três pessoas com conhecimento do assunto.
Trunfoque inicia a sua segunda presidência dos EUA a 20 de Janeiro, discutiu o seu desejo de privatizar o USPS com Howard Lutnick, o seu escolhido para secretário do Comércio, na sua casa em Mar-a-Lago, afirma o relatório.
Como observou o Post, a medida poderia perturbar o transporte marítimo de consumo e as cadeias de fornecimento de empresas, ao mesmo tempo que expulsaria centenas de milhares de trabalhadores federais do governo.
No entanto, Trump reuniu um grupo de funcionários que o aconselharam sobre a sua transição de regresso à Casa Branca e pediu-lhes a sua opinião sobre a privatização da agência. Informado das suas perdas financeiras anuais, Trump disse que o USPS não deveria ser subsidiado pelo governo, segundo as pessoas que falaram com o Post sob condição de anonimato para que pudessem falar francamente sobre conversas privadas.
Os planos específicos de Trump para possivelmente reformar o USPS e privatizá-lo não ficaram imediatamente claros. Mas ele brigou com a agência durante a sua primeira presidência, procurando obrigá-la a entregar funções-chave – incluindo relações laborais, gestão de relações com os seus maiores clientes, fixação de taxas e questões de pessoal – ao departamento do tesouro federal.
Entretanto, antes da sua derrota para Joe Biden nas eleições de 2020 lhe custar a sua primeira presidência, Trump argumentou que o USPS era incapaz de facilitar a votação por correio porque estava a impedir a agência de aceder a financiamento de emergência. Em última análise, como observou o Post, o USPS entregou quase 98% dos boletins de voto aos funcionários eleitorais no prazo de três dias, apesar da pandemia de Covid-19 em curso.
O USPS é mais antigo que os próprios EUA, tendo sido fundado em 1775. Tornou-se uma agência financeiramente autossustentável em 1970 e é uma das agências federais mais queridas, de acordo com um estudo de 2024 do Pew Research Center. citado pelo Posto.
No ano fiscal que terminou em 30 de Setembro, o USPS perdeu 9,5 mil milhões de dólares depois de a modernização das instalações e dos equipamentos ter feito pouco para compensar as quedas no volume de correio, bem como um negócio de envio de encomendas que foi mais lento do que o previsto, de acordo com a reportagem do Post. O relatório financeiro anual do serviço postal revelou quase 80 mil milhões de dólares em passivos.
Relatórios contribuídos pela Reuters
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