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Refinaria da Petrobras vai transformar poluente em produto rentável

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Bruno de Freitas Moura* – Repórter da Agência Brasil

A Refinaria Abreu e Lima, unidade da Petrobras na cidade de Ipojuca, na região metropolitana do Recife, faz os últimos ajustes para iniciar as operações da unidade U-93 Snox, nome técnico da estrutura que reduzirá a emissão de gases poluentes resultantes do processo de refino e, de quebra, transformar as substâncias químicas em produto a ser comercializado.

A previsão é dar a partida na Snox ainda no mês de dezembro. Com a instalação em funcionamento, a Abreu e Lima (Rnest) fará o abatimento da emissão dos gases poluentes óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx), transformando as substâncias em ácido sulfúrico.

Esta é a primeira unidade Snox das Américas e a terceira no mundo. As outras duas ficam na Itália e na Áustria. A Agência Brasil teve acesso exclusivo à unidade brasileira durante os preparativos finais da inicialização da operação.

A operação da Snox proporcionará à Petrobras ao menos três fatores positivos: a redução da emissão de poluentes; a receita com a venda do ácido sulfúrico; e o aumento da capacidade de refino, principalmente do diesel S-10, tido como mais limpo.

A Snox eliminará 99% das emissões de SOx e 95% de NOx. Com menos poluentes sendo lançados à atmosfera, o ganho para o meio ambiente é direto, assim como para a população que vive ao redor da Abreu e Lima, refinaria localizada estrategicamente a meia hora de carro do Porto de Suape e a 14 quilômetros do balneário Porto de Galinhas.

“A nossa responsabilidade socioambiental tem que ser gigante, estamos na região que é um paraíso”, diz o gerente-geral da refinaria, Márcio Maia.


Ipojuca (PE) 01/11/2024 – As unidades de hidrotratametno de diesel e de geração de hidrogênio da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, trabalham para reduzir os teores de enxofre e componentes instáveis no combustível. O Trem 1 da RNEST vai passar por
Ipojuca (PE) 01/11/2024 – As unidades de hidrotratametno de diesel e de geração de hidrogênio da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, trabalham para reduzir os teores de enxofre e componentes instáveis no combustível. O Trem 1 da RNEST vai passar por

Unidades de hidrotratamento de diesel e de geração de hidrogênio da Refinaria Abreu e Lima. FotoFernando Frazão/Agência Brasil

Receita

A futura produção de ácido sulfúrico da Rnest já está vendida. Há um contrato entre a Petrobras e o grupo Bauminas, uma das principais empresas do país em produtos químicos para tratamento de água. O acerto entre fornecedor e comprador vale para toda a produção da Petrobras pelo período inicial de 10 anos. Os valores não foram revelados pela estatal.

“A nossa produção vai gerar capacidade para tratar água para 30 milhões de pessoas”, comemora Maia.


Ipojuca (PE) 01/11/2024 – O gerente de projeto na Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, Rodrigo Avelino, em visita técnica na unidade U-93 de abatimento de emissões de gases SNOX, que transforma óxido de enxofre e óxido de nitrogênio em ácido sulfúrico a ser comercializado. A estrutura será a primeira do tipo a funcionar nas Américas, terceira no mundo.  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Ipojuca (PE) 01/11/2024 – O gerente de projeto na Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, Rodrigo Avelino, em visita técnica na unidade U-93 de abatimento de emissões de gases SNOX, que transforma óxido de enxofre e óxido de nitrogênio em ácido sulfúrico a ser comercializado. A estrutura será a primeira do tipo a funcionar nas Américas, terceira no mundo.  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Um dos gerentes da Abreu e Lima, Rodrigo Avelino, que conheceu a instalação austríaca, destaca o avanço tecnológico da Snox. “Essa unidade é o estado da arte desse tipo de tratamento no mundo. Tem poucas unidades no mundo”, diz.

“A gente vai vender o ácido sulfúrico, é mais uma receita para a refinaria”, completa ele, destacando ainda que há um “ganho social” com a contribuição para tratamento d’água.

Avelino explica que esse processo é restritivo à Rnest no Brasil por causa da idade das demais refinarias. “A última refinaria antes da Rnest foi em 1980, então essa tecnologia não existia no momento da criação delas.”

Aumento de capacidade

Inaugurada em 24 de novembro de 2014, a Abreu e Lima é a refinaria mais nova da Petrobras e tem capacidade de processar 100 mil barris de petróleo por dia. O limite obedece a determinações da Companhia Pernambucana do Meio Ambiente (CPRH), órgão ambiental do governo estadual, que se baseia em normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

Com a operação da Snox e menor emissão de gases poluentes, a Rnest terá um reenquadramento na legislação ambiental, permitindo com que a refinaria tenha a capacidade de produção aumentada, chegando a 115 mil barris de petróleo por dia. O efeito prático será o potencial de mais receita para a Petrobras, uma vez que terá mais derivados para comercializar.

No processo de eliminação do SOx, a unidade produzirá também energia na forma de vapor, que será usada dentro das instalações da refinaria, reduzindo o consumo de gás.

Retomada de investimentos

A Snox custou R$ 520 milhões à estatal. No pico, a construção pelo consórcio Conenge-SC Possebon chegou a empregar 1,3 mil trabalhadores. A instalação faz parte do projeto inicial da Abreu e Lima, mas só se tornou realidade no aniversário de 10 anos da refinaria.

Um dos motivos do atraso foi o impacto da operação Lava Jato. À época, a investigação apurou problemas nos contratos da obra, superfaturados e com desvio de recursos. Em 2015, quando operava apenas o Trem 1 da Rnest, as obras de expansão – que além da Snox previam o Trem 2 – foram paralisadas.


Ipojuca (PE) 01/11/2024 – O gerente geral da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, Márcio Maia, fala sobre a unidade de abatimento de emissões de gases SNOX. A estrutura será a primeira do tipo a funcionar nas Américas, terceira no mundo.  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Ipojuca (PE) 01/11/2024 – O gerente geral da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, Márcio Maia, fala sobre a unidade de abatimento de emissões de gases SNOX. A estrutura será a primeira do tipo a funcionar nas Américas, terceira no mundo.  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O gerente geral da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, Márcio Maia. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Trem é o nome que se dá à linha de produção composta por três principais unidades interligadas de qualquer refinaria: separação do óleo, conversão e tratamento de derivados.

“Tudo isso poderia estar pronto, o Trem 1, o Trem 2, todas as unidades. O que aconteceu foi a interrupção das obras em 2014, 2015”, lamenta Maia.

“Em 2015, nem balanço a Petrobras teve. Ela ficou um período sem capacidade de investimento”, completa o gerente da área de Sistemas de Superfície, Refino, Gás e Energia, Alexandre Ataide.

Em 2018, a então direção da Petrobras adotou um reposicionamento, que consistia na busca de parceiros para comprar parte da Abreu e Lima. “Ela ficou uns dois anos buscando parceiros. Você não tinha ambiente propício para novos investimentos de grande porte”, aponta Ataide.

Em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (2019-2022), a refinaria foi incluída em um processo de desinvestimento, ou seja, a Petrobras iria vender totalmente a Rnest. No entanto, a partir de 2023, já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a decisão foi revista.

“A gente saiu de uma refinaria, até pouco tempo atrás, em desinvestimento, para a refinaria com o maior investimento da Petrobras”, ressalta Ataide.

Diesel mais limpo

Ocupando uma área equivalente a 600 campos de futebol aproximadamente, a refinaria responde por 6,5% de todo o processamento de petróleo da Petrobras, figurando como a segunda maior produtora de diesel S-10 do país, ficando atrás apenas da Refinaria de Paulínia (SP).

O combustível tem ultrabaixo teor de enxofre, com no máximo 10 partes por milhão (ppm). Para efeito de comparação, o diesel S-500 tem 500 ppm.

Usado por veículos leves e pesados, o diesel S-10 proporciona maior eficiência energética e menor impacto ambiental. Cerca de 70% do diesel usado no Brasil é S-10. Em 2023, só a refinaria pernambucana produziu cerca de 2,8 bilhões de litros de diesel S-10, o que corresponde a 10% da demanda do país. Esse volume foi suficiente para abastecer, por exemplo, 6,1 milhões de caminhões.

Em 31 de julho deste ano, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão regulador ligado ao Ministério de Minas e Energia, criou um grupo de trabalho para direcionar a descontinuidade do diesel S-500, que será substituído pelo S-10, o que aumentará a demanda pelo combustível menos poluente.


Ipojuca (PE) 01/11/2024 – As unidades de hidrotratametno de diesel e de geração de hidrogênio da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, trabalham para reduzir os teores de enxofre e componentes instáveis no combustível. O Trem 1 da RNEST vai passar por
Ipojuca (PE) 01/11/2024 – As unidades de hidrotratametno de diesel e de geração de hidrogênio da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, trabalham para reduzir os teores de enxofre e componentes instáveis no combustível. O Trem 1 da RNEST vai passar por

As unidades de hidrotratamento de diesel e de geração de hidrogênio da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Escoamento de produção

A cerca de uma hora de carro do Recife e integrado ao Complexo Industrial Portuário de Suape, a Abreu e Lima produz diesel suficiente para abastecer toda a Região Nordeste e ainda enviar, por navios, excedente para o restante do país.

“Somos ligados umbilicalmente com o terminal de Suape”, localiza o gerente-geral Márcio Maia. “A Petrobras representa quase 80% de tudo que é movimentado no Porto de Suape”, detalha.

Para o recebimento de petróleo e escoamento de derivados, 12 linhas de dutos com 11 quilômetros de extensão interligam a refinaria ao Porto de Suape, que abriga 18 distribuidoras. A maior parte (54%) do petróleo recebido pela Rnest vem do pré-sal.

O diesel responde por 65% da produção da Rnest. Os demais derivados produzidos são nafta/gasolina (15%), óleo combustível exportação (10%), coque (8%) e o gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido também como gás de cozinha (2%).

Por causa da refinaria, a Petrobras respondeu em 2023 por 6,1% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de Pernambuco e contribuiu com R$ 50 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS) para o município do Ipojuca. A operação e as obras da Rnest contam com mais de 5,3 mil trabalhadores.

A refinaria tem alto grau de automatização, fazendo com que a operação seja conduzida por uma sala de controle, possibiltando que funcionários possam abrir uma válvula remotamente, por exemplo.

Revamp

Além do aumento de capacidade de refino, proporcionado pelo reenquadramento ambiental, a Refinaria Abreu e Lima passará por um processo de revisão e ampliação, chamado de revamp (renovar) no jargão da indústria do petróleo.

revamp consiste em uma renovação de equipamentos. O serviço está em andamento, realizado pela empresa Engecampo. Finalizado a modernização – o que deve acontecer no primeiro trimestre de 2025 – a Rnest expandirá a capacidade de produção de 115 mil para 130 mil barris de petróleo por dia.

De acordo com o coordenador da área de Projetos de Desenvolvimento da Produção da Rnest, Bruno Daguano, o custo orçado de R$ 93 milhões significa dizer que a expansão equivale a US$ 1 milhão (equivalente a R$ 5,75 milhões) por barril de petróleo. O valor é muito inferior ao estimado para se construir uma refinaria completamente nova, da ordem de US$ 35 mil (R$ 200 milhões) por barril.

“Esses projetos de revamp são extremamente rentáveis e nos permitem aumentar a produção a um custo muito menor do que a construção de novas refinarias”, afirma Daguano, que fez a comparação com base em dados do estudo internacional Capital Cost Benchmarking for Refining, da S&P Global.

“É um dos projetos mais vantajosos da Petrobras”, acrescenta o gerente Ataide.

O gerente-geral Márcio Maia ressalta que a conclusão do revamp se refletirá na expansão da margem de lucro da estatal, pois será possível processar até 100% de óleo do pré-sal.

“Sob a ótica de margem, é a melhor estratégia. Se eu pego um petróleo nacional que eu mesmo produzo, com um custo viável, eu melhoro o resultado da companhia”, diz.


Ipojuca (PE) 01/11/2024 – Time de engenheiros da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, em visita técnica na unidade U-93 de abatimento de emissões de gases SNOX, que transforma óxido de enxofre e óxido de nitrogênio em ácido sulfúrico a ser comercializado. A estrutura será a primeira do tipo a funcionar nas Américas, terceira no mundo.  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Ipojuca (PE) 01/11/2024 – Time de engenheiros da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, em visita técnica na unidade U-93 de abatimento de emissões de gases SNOX, que transforma óxido de enxofre e óxido de nitrogênio em ácido sulfúrico a ser comercializado. A estrutura será a primeira do tipo a funcionar nas Américas, terceira no mundo.  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Time de engenheiros da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), da Petrobras, em visita técnica na unidade U-93 de abatimento de emissões de gases SNOX. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Capacidade

Para fazer frente ao crescimento da economia, o Brasil espera aumentar a capacidade de produção em 225 mil barris de petróleo por dia nos próximos anos. Cerca de 60% dessa expansão deve acontecer por meio de máquinas e equipamentos da Abreu e Lima.

Simultaneamente ao revamp, a Petrobras atua no esforço para concluir as obras do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima. O projeto foi aprovado em meados de 2023. A Petrobras não divulga o valor orçado, por considerar a informação sensível, uma vez que há licitação em andamento.

O que se sabe é que o custo está dentro do pacote de US$ 17 bilhões previstos para investimentos em refino, transporte e comercialização, de acordo com o plano estratégico da empresa para o período de 2024 a 2028.

Ao visitar a refinaria, a reportagem da Agência Brasil pôde ver que parte do Trem 2 está construída, como se fosse um “rascunho”, por ter sido prevista no projeto original da Rnest. A estrutura espelha o Trem 1. A estimativa da estatal é que o Trem 2 comece a operar, gradativamente, em 2028. A construção pode gerar 30 mil empregos diretos e indiretos.

Já a Snox, unidade de abatimento de emissões, não precisará de um “espelho”, ou seja, a unidade que deve iniciar o funcionamento em dezembro de 2024 será aproveitada também pelo Trem 2.

Pelo projeto inicial da Abreu e Lima, haveria uma segunda Snox, tanto que algumas partes chegaram a ser montadas no início da construção da refinaria. Isso seria preciso pois havia a expectativa de a Rnest refinar também o petróleo venezuelano, que é diferente do brasileiro. No entanto, não houve acordo entre o Brasil e a Venezuela, e outra Snox tornou-se desnecessária.

Redução de importação

Quando alcançar a capacidade total, a Abreu e Lima poderá refinar 260 mil barris d

e petróleo por dia. Isso equivale a acrescentar à produção 13 milhões de litros de óleo diesel, volume suficiente para abastecer 10,5 milhões de caminhões anualmente.

Esse aumento de produção possibilitará o Brasil reduzir a necessidade de importação de diesel. “Somos uma refinaria que foi desenhada para ajudar o Brasil a não importar diesel”, diz Maia.

“A gente abastece Pernambuco, tem o potencial para abastecer todo o Nordeste através de modal rodoviário. De modal capotagem, navio, a gente complementa a produção do Norte, Sudeste e Sul, para reduzir a importação nessas regiões. Quanto mais a gente reduzir a importação, melhor para o país e para a balança comercial”, afirma o gerente-geral.

Energia renovável

Apesar da ligação direta com combustíveis fósseis, a Refinaria Abreu e Lima tem iniciativas ligadas a energias renováveis. Uma delas são estudos para desenvolver diesel renovável, que consiste em adicionar conteúdo vegetal ao óleo processado, podendo o conteúdo verde variar de 5% (diesel R5) até 10% (diesel R10). “Visando ter um produto mais limpo”, ressalta Maia.

Outro projeto é a instalação de uma usina fotovoltaica (energia solar), que terá a contratação iniciada em poucos meses, segundo o gerente-geral. A produção energética será de 12 megawatt, equivalente a 7% de consumo da refinaria.

*Repórter viajou a convite da Petrobras



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Avó de 95 anos leva alianças no casamento do neto e comove convidados; vídeo

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Isanelly Silva é a nova promessa para o levantamento de peso do Brasil. Ela brilhou no mundial e agora é campeã. - Foto: reprodução Instagram @isa.lpo

Tão lindinha… Essa avó de 95 anos entrou no casamento do neto levando as alianças e fez os convidados se emocionarem. Sim, foi a dama de honra da cerimônia. O momento, postado nas redes na semana passada, já foi assistido por mais de 1 milhão de pessoas.

Juliana Alves e Thiago Darcadia, neto da vó Carminha, selaram o amor em Mogi Guaçu, São Paulo. A idosa não é apenas a avó de Thiago, mas também o coração da família. Ao entrar com as alianças, a vovó não escondeu a emoção.

A cerimônia foi no sítio da idosa, que o ‘amor’ dela, já falecido, comprou de presente para ela. “Thiago e Juliana, com muito amor eu vos desejo nesse dia que está sendo maravilhoso para todos nós, eu lhes dedico meu amor e meu carinho. Que dia feliz!”, disse dona Carminha com lágrimas nos olhos.

Momento mágico

E quando o mestre de cerimônias pediu que a idosa entrasse, ela veio com tudo.

Muito animada e no salto, Carminha exibiu as alianças, que estavam costuradas em um porta-alianças, para todos verem. Naquele momento, ela era a pessoa mais orgulhosa do mundo!

Thiago, o noivo, desceu a escadaria para recepcionar a vózinha e a ajudou a subir no topo do altar.

Enquanto os noivos trocavam os votos, Carminha assistia a tudo de pertinho em uma cadeira posicionada na lateral do altar. Ali, ela se acabou em lágrimas! No final, ela deu um beijinho em cada um e abençoou o casal.

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Recado para os noivos

Sobrou tempo também para um recado especial ao novo casal.

“Eu lhes desejo bem, todo meu amor e meu carinho. O que eu fui, o que eu passei, continuo até hoje, porque hoje eu tenho meus filhos. Meu amor se foi, mas eu fiquei e vocês estão juntos”, disse a idosa.

“Aproveite hoje e sempre para toda a vida. Com muito amor, sempre com amor em primeiro lugar”, finalizou.

Vovó famosa

Nas redes, Carminha é famosa. Junto com o neto Leonardo Darcadia, ela conquistou mais de 1 milhão de seguidores.

Em um dos vídeos postados pelo publicitário, Carminha fala da relação que tem com o sítio onde o casamento foi realizado.

“Olha, vocês tem que conservar, esse lugar é maravilhoso. A casa estava tombada, a gente passava lá na estrada, descia do carro e o ‘Amor’ falava assim: ‘eu vou comprar esse sítio. A casa tá linda, Leonardo”, contou a avó para o neto.

Carminha ainda ficou surpresa em como os netos conseguiram restaurar a casa, revivendo várias memórias nela.

“A história deste sítio é linda. Está maravilhoso, a sala de jantar da minha mãe, a pia da minha casa, tem quase 100 anos. É da minha casa, da nossa casa. Essa peça tem quase 100 anos, a pintura nova ficou linda, as portas azuis, aqui é o meu quarto, o meu banheiro, isso tudo ficou demais”, comemorou.

A entrada de Carminha no casamento do neto foi emocionante. Veja:

Agora o recado da vovó Carminha para os noivos:

Ao contar a história do sítio, Carminha ficou emocionada:

Na cerimônia, Carminha recebeu todo o carinho dos noivos. Ela deixou um recado especial para eles! – Foto: @leonardodarcadia/Instagram

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Professora faz “desafio da gentileza” e doa dinheiro para alunos fazerem o bem; inspirada na irmã

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Depois da câmera flagrar o ato honesto de um funcionário dos correios dos EUA, o bairro iniciou uma corrente de gentileza. - Foto: WXYZ

O desafio da gentileza, pensado por uma professora dos EUA, faz os alunos se conectarem com pessoas e fazerem o bem. – Foto: Kristina Ulmer

A sala de aula da professora Kristina ficou repleta de amor depois que ela criou o “desafio da gentileza” com os alunos. Todo ano, ela entrega US$ 20 (pouco mais de R$ 100) para cada um deles e propõe que façam uma boa ação com a quantia. Olha que ideia legal.

A ideia surgiu após a morte trágica da irmã, Katie, em um acidente de carro. Ao encontrar US$ 100 na bolsa da jovem, ela decidiu que precisava dar um novo sentido àquele valor e honrar a memória de Katie. E assim se foi quase uma década.

Todos os anos, os alunos da Hatboro-Horstmann High School recebem dinheiro e surpreendem com atos generosos e criativos. “Descobri que, quando comecei a fazer este projeto… um pedaço de mim que estava faltando da minha irmã começou a ser preenchido”, disse em entrevista à CBC.

Não precisa muito dinheiro para fazer gentileza

A estudante Sydney Cassal já participou do desafio cinco vezes.

“Na primeira vez que participei do desafio, não achei que seria possível fazer a diferença com US$ 20, mas descobri que isso não é verdade. Você não precisa ter milhões — qualquer um pode fazer a diferença.”

Essa essa história do desafio começou com dor. Katie, irmã mais nova de Kristina, era uma pessoa que se preocupava com todos.

Trabalhando como garçonete, a menina tinha o sonho de ajudar e havia acabado de concluir o curso para ser técnica de emergência médica. Antes que pudesse exercer a nova profissão, um trágico acidente a levou embora.

Naquele momento, Kristina sentiu que precisava fazer algo com o dinheiro deixado pela irmã. E a resposta veio da melhor forma: ela transformou o valor em uma lição sobre empatia e conexão.

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“Desafio da Gentileza”

Desde então, cada aluno recebe uma nota de US$ 20 e a missão de fazer um ato de gentileza. Depois, eles gravam um vídeo mostrando o que fizeram.

Alguns doam alimentos, outros fazem presentes para moradores de casas de repouso, produzem biscoitos para policiais ou costuram roupas para hospitais.

Uma das alunas, por exemplo, fez toucas de crochê para bebês prematuros.

“Quero que eles criem conexões com as pessoas ao redor deles. Queria que eles percebessem que, sabe, as pessoas ao redor deles podem estar passando por dificuldades”, contou.

Gentileza inspira

Para a professora, o projeto muda a forma como os jovens enxergam o mundo.

“Gosto que eles consigam ver o verdadeiro significado de atos de gentileza e entender o impacto que algo como um pequeno ato de gentileza pode causar.”

Boa ideia para ser copiada, não?

Veja como foi o desafio em 2024:

Kristina (à direita), pensou na ideia para honrar a memória da irmã Katie (à esquerda). - Foto; Kristina Ulmer

Kristina (à direita), pensou na ideia para honrar a memória da irmã Katie (à esquerda). – Foto; Kristina Ulmer



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“Envelhecer é conquista”: Parada do Orgulho LGBT+ vai homenagear idosos em SP; desbravadores

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Isanelly Silva é a nova promessa para o levantamento de peso do Brasil. Ela brilhou no mundial e agora é campeã. - Foto: reprodução Instagram @isa.lpo

Renata Dias

02 / 05 / 2025 às 10 : 12

A tradicional Parada do Orgulho LGBT+, na Avenida Paulista, em São Paulo, será no dia 22 junho e vai homenagear idoso desbravadores. – Foto: ONG Dois Terços

A Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo vai ser diferente este ano: vai homenagear idosos com o tema: “Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro”. Um mapeamento, feito por pesquisadores da USP em 2024, mostrou 12% da população, quase 19 milhões de adultos no país, se identificam como assexuais, lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros (ALGBT).

A festa quer “refletir, honrar e cuidar das gerações que vieram antes”. Segundo a organização do evento, a população LGBT+ idosa enfrenta a exclusão, o abandono, a invisibilidade e a ausência de políticas públicas que assegurem uma velhice digna, segura e respeitosa, segundo o grupo Dois Terços.

A Parada LGBT+, que existe há 29 anos, vai tomar a Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 22 de junho. O evento, comandado pela ONG POLGBT-SP (Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo) lembrou dos idosos que abriram caminho para a liberdade do amor: “Se hoje milhares ocupam ruas com orgulho e visibilidade, é porque tantas outras, antes delas, enfrentaram a repressão, o preconceito e a violência para que esse espaço de luta e celebração fosse possível.”

Primeiros LGBT+ famosos no Brasil

Nos anos 1960/1970, os primeiros homossexuais e travestis brasileiros começaram a se assumir publicamente e, sofrendo todo preconceito da época, começaram a abrir caminho para as novas gerações serem mais aceitas na sociedade. Um processo longo que continua.

Entre eles, nomes como a artista Cláudia Celeste, os estilistas Clodovil e Dener, as transformista Rogéria e Madame Satã. Depois vieram, Ney Matogrosso, Cazuza, Cássia Eller, Renato Russo, Angela Ro Ro, Roberta Close e Vera Verão entre outros, que emprestaram seus talentos e visibilidade para inspirar e mostrar à sociedade que a discriminação não é tolerável. É crime e mata.

E, em comunicado da organização da Parada fala desses brasileiros desbravadores:

“Muitas dessas pessoas ainda caminham entre nós. Outros já se despediram, mas permaneceram vivos na memória coletiva e nos marcos de cada conquista da comunidade. É essa herança de luta que a Parada SP homenageia em 2025: corpos que resistiram e que continuam a inspirar gerações.”

Pelas estimativas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2025 o Brasil terá mais de 31 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, independentemente da sexualidade.

A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou nossos tempos como a “década do envelhecimento saudável nas Américas”.

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Aplausos nas redes sociais

Nas redes sociais, a escolha do tema foi elogiada por internautas.

“Tema incrível….Parabéns”, reagiu uma seguidora.

“Vamos celebrar quem abriu caminhos para nossa liberdade”, completou outro.

“Parabéns pelo tema! Respeita quem tem história”, ressaltou um internauta.

“Que bom! Afinal tanta gente deu a cara a tapa”, concluiu outro.

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo este ano será um convite à reflexão sobre a vida dos idosos e a não exclusão. Foto: Freepik

A Parada do Orgulho LGBT de São Paulo este ano será um convite à reflexão sobre a vida dos idosos e a não exclusão. – Foto: Freepik

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