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AO VIVO: Relator mantém condenação de Lula em 2 crimes. Veja o Placar.
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Na foto de capa, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do processo de Lula no TRF4, vota pela condenação.
Placar até às 15:30 hs (DF).
O desembargador federal João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), votou pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Para o magistrado, o ex-presidente era o real proprietário do apartamento oferecido pela construtora OAS. Conhecido por seu alinhamento com o juiz Sergio Moro, que condenou Lula em primeiro grau, o posicionamento já era esperado. Dos três magistrados que compõem a 8ª Turma, ele é considerado o mais duro.
Ele também elevou a pena para 12 anos e um mês de prisão – 8 anos e 4 meses por corrupção e 3 anos e 9 meses por lavagem de dinheiro. Moro havia sentenciado Lula a nove anos e seis meses de prisão. A pena, conforme o desembargador federal, deve começar a ser cumprida após o esgotamento dos recursos no tribunal.
O relator do processo no TRF4 disse que a OAS “pagava propina a dirigentes da Petrobras e destinava partes dos recursos ao Partido dos Trabalhadores, utilizando uma conta corrente informal”. Gebran entendeu que, no caso do tríplex, existe “correlação” entre as propinas pagas ao PT e ao ex-presidente Lula.
“Há prova acima do razoável de que o ex-presidente foi um dos articuladores, senão o principal, do esquema de corrupção. No mínimo, tinha ciência e dava suporte ao esquema de corrupção na estatal, com destinação de boa parte da propina a campanhas políticas”, afirma. Ele relata crimes de corrupção cometidos em benefício do PT e citou delatores como o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o operador de propinas Fernando Baiano.
O desembargador tem o mesmo entendimento de Moro a respeito das reformas no tríplex 164-A do Condomínio Solaris. Para ele, as obras indicam que o imóvel estava sendo personalizado a clientes específicos, no caso, Lula e Marisa Letícia. “Não é crível que a construtora canalizasse tantos recursos apenas para tornar o imóvel mais atrativo. Os valores, inclusive, extrapolam o valor do imóvel. Há [nas obras] características de personalização”, disse o desembargador federal. Ainda conforme João Pedro Gebran, a empreiteira, que manteve o imóvel registrado em seu nome, funcionou como “laranja” de Lula na posse do tríplex.
Ao determinar o aumento da pena de Lula, Gebran Neto considerou que a culpabilidade do petista no processo é “extremamente elevada” por se tratar de um ex-presidente da República. “Infelizmente, está sendo condenado um ex-presidente da República, mas que cometeu crime e compactou com tantos outros”, disse o desembargador. Para ele, “não está em jogo só o patrimônio da Petrobras, mas o Estado democrático de Direito”, já que o dinheiro desviado da estatal petrolífera a partidos políticos “foi utilizado para deturpar o sistema eleitoral”.
Desde o início de sua manifestação, Gebran Neto deu indicativos sobre seu posicionamento. Em um voto de mais de 400 páginas, o desembargador federal rejeitou todas as questões preliminares apresentadas pela defesa do petista e dos demais acusados. Na lista de contestações estavam, entre outras, a quebra do sigilo telefônico do advogado Roberto Teixeira; prejuízos na produção de provas; o veto a testemunhas propostas pela defesa e a dosimetria da pena imposta pelo juiz Sergio Moro.
Sobre o uso de delações premiadas na condenação, algo contestado pela defesa de Lula, Gebran entendeu que os depoimentos de delatores são válidos nos processos, desde que acompanhem e sejam compatíveis com provas apresentadas. “Muitos confessaram a prática desses fatos, porque é impossível dizer que isso não ocorreu na Petrobras, é extremamente mendaz dizer que não ocorreu o clube de empreiteiras, que não houve pagamento de agentes políticos, lavadores de dinheiro e funcionários, isso me parece extreme de qualquer duvida. Dentro desse contexto temos que analisar o que está nos autos.”
Além de Lula, João Pedro Gebran Neto também alterou as penas impostas a Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e o ex-executivo da empreiteira Agenor Franklin Magalhães Medeiros, e manteve absolvições nos casos do tríplex e do armazenamento do acervo presidencial de Lula. Veja abaixo como Gebran Neto definiu as penas:
Lula: 12 anos e 1 mês, 280 dias-multa, regime fechado;
Léo Pinheiro: 3 anos e 6 meses e 20 dias, 70 dias-multa, regime semiaberto;
Agenor Franklin Magalhães Medeiros: 1 ano, 10 meses e 7 dias, 43 dias-multa, regime aberto;
Fábio Hori Yonamine (ex-presidente da OAS Empreendimentos): absolvição mantida no caso tríplex;
Roberto Moreira (ex-executivo da OAS Empreendimentos): absolvição mantida no caso tríplex;
Paulo Gordilho (ex-engenheiro da OAS): absolvição mantida no caso tríplex;
Armazenamento do acervo presidencial: absolvições mantidas para Lula, Paulo Okamotto e Léo Pinheiro.
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Paulo Pimenta fala sobre reação do governo ao plan…
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21 de novembro de 2024 Victória Cócolo
O programa Ponto de Vista, de VEJA, desta quinta-feira, 21, entrevista o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, para falar sobre os primeiros dias após o governo tomar conhecimento do plano de militares de assassinar o presidente Lula e dar um golpe em 2022.
Na operação da Polícia Federal realizada terça-feira, 19, quatro militares e um agente da própria PF foram presos, incluindo o ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Jair Bolsonaro, general Mario Fernandes.
Ainda de acordo com a PF, um plano com detalhamento operacional, chamado de “Punhal Verde Amarelo”, foi identificado e seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, data em que a chapa Lula Alckmin já havia sido eleita pelo voto popular.
Sobre o programa
O Ponto de Vista é apresentado por Marcela Rahal, transmitido ao vivo às 12h, e também trata das principais notícias do dia.
Você pode participar mandando sua pergunta em nossas redes sociais ou pelo chat.
A entrevista é transmitida simultaneamente no YouTube e na homepage da VEJA, e para os inscritos no canal da VEJA no WhatsApp.
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Deputados podem apadrinhar emendas de ex-colegas p…
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21 de novembro de 2024 Nicholas Shores
A Câmara aprovou na terça-feira projeto com novas regras para a indicação e a execução da verba das emendas parlamentares ao Orçamento. O texto, destinado a cumprir exigências do STF por transparência e rastreabilidade, foi à sanção do presidente Lula.
Como as mudanças só valem daqui para frente, contudo, o Congresso vai precisar adotar medidas adicionais para atender à determinação do Supremo de dar publicidade total à autoria e à destinação das emendas de 2020, 2021 e 2022.
Autor do projeto de lei complementar 175 de 2024, aprovado na terça, Rubens Pereira Júnior (PT-MA) afirmou que, como solução, deputados poderiam “apadrinhar” emendas indicadas por ex-colegas que não estão mais na Câmara e passar a responder pelo rastreamento e pela execução da verba.
Foi no período de 2020 a 2022 que as emendas de relator deram origem ao chamado “orçamento secreto” e se tornaram a modalidade predileta de negociação no Congresso, somando 45,7 bilhões de reais em repasses em três anos sem qualquer transparência sobre a autoria e o critério da aplicação do dinheiro.
Agora, segundo Pereira Júnior, a Câmara já conseguiu mapear cerca de 70% dos deputados e senadores que indicaram o destino dessas emendas. Os registros, até o momento não públicos, estão chegando na forma de ofícios de parlamentares ao governo Bolsonaro ou de planilhas mantidas por líderes de bancadas.
Quando a Câmara tiver reunido todas as informações, vai disponibilizá-las no Portal da Transparência. O Senado passa pelo mesmo processo.
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Política externa: Ofensiva contra Brasil e Mercosu…
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21 de novembro de 2024José Casado
Alexandre Bompard, presidente da nave-mãe do grupo Carrefour, enviou carta à federação de agricultores franceses. “Em solidariedade ao mundo agrícola, o Carrefour se compromete a não vender carne do Mercosul”, escreveu.
O “mundo agrícola” de Bompard se limita às fronteiras da França., por isso, a subsidiária brasileira se preocupou em esclarecer que o Carrefour Brasil continuará comprando carne produzida nos pastos nacionais.
O agronegócio do bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, virou moeda de troca na política francesa. Há um tratado de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia definido em 1998, aprovado em 2019 e até hoje não validado pelos governos. Tem assinatura prevista para a cúpula do Mercosul, de 5 a 7 de dezembro em Montevidéu.
Os produtores franceses não aceitam abrir seu mercado, embora as cotas previstas no acordo limitem as exportações de carne sul-americana ao equivalente a 1% da produção anual europeia (99 mil toneladas anuais de carne bovina, 180 mil de aves e 25 mil de porco). Alegam concorrência desleal, porque, em tese, não haveria certificação nem rastreabilidade de bovinos e aves criados sem hormônios, proibidos há duas décadas e meia na União Europeia. Esgrimem também com a legislação europeia sobre desmatamento que, acham, deveria ser aplicada com rigor em países como o Brasil.
A indústria europeia, principal da Alemanha, tem interesse no acordo porque vislumbra chance de rápida expansão das exportações de bens e serviços. As projeções francesas indicam aumento potencial expressivo (30%) nas vendas até o fim da década, com vantagens para subsidiárias de montadoras de veículos estabelecidas no Mercosul, como Stellantis e Renault, que poderiam importar autopeças fabricadas na Europa a um custo menor que o atual.
Na França, porém, a pressão dos agropecuaristas criou um dilema político para o governo Emmanuel Macron. Para mitigar o protagonismo da extrema-direita no campo, o governo Emmanuel Macron endossou a causa dos produtores franceses. Pediu que o parlamento antecipe para a próxima terça-feira (26/11) a votação sobre a adesão ou não da França ao acordo. Com isso, a França vai enviar uma mensagem contundente, pela unanimidade prevista, duas semanas antes da reunião de cúpula do Mercosul.
Macron esteve em Buenos Aires, no Rio e está em Santiago, num tour de explicações sobre as razões políticas da rejeição ao acordo com o bloco sul-americano. Com o Chile, que não tem voto no Mercosul, assinou um acordo de livre-comércio “respeitoso para ambas as partes e coerente com nossas ambições em matéria de clima e biodiversidade”. Ou seja, estabeleceu um padrão francês para negociações comerciais.
O problema da França de Macron são os vizinhos. É evidente o interesse da Alemanha, Espanha e outros nove países na expansão das exportações para um mercado de 280 milhões de pessoas, dois terços da população e da riqueza sul-americana. Significa a abertura de uma nova fronteira de negócios para a combalida economia alemã numa etapa de dura competição com a China e os Estados Unidos. Por isso, a agropecuária francesa está ilhada, e Macron ficou isolado na União Europeia.
O veto francês é previsível, mas na prática será neutralizado se a Comissão Europeia, que é politicamente independente, decidir assinar o acordo e, em seguida, o Parlamento Europeu ratificá-lo.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, tem reservas de hotel feitas em Montevidéu para o período da cúpula do Mercosul. Não quer dizer muito, porque isso já aconteceu: ela se preparou para viajar e assinar o tratado, mas cancelou o embarque e seguiu trabalhando no escritório de Bruxelas.
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