Pode demorar para Endrick, 18, voltar a ter chance na seleção brasileira.
O ex-palmeirense, que vinha sendo chamado por Dorival Júnior desde que o técnico assumiu a equipe nacional, no começo deste ano, ficou fora da lista mais recente.
Os atacantes convocados para as partidas deste mês contra Venezuela (fora) e Uruguai (em casa) pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2026 foram Vinicius Junior, Rodrygo, Raphinha, Igor Jesus, Luiz Henrique, Savinho e Estêvão.
Como argumento para excluir Endrick, disse Dorival sobre suas escolhas: “Jogadores estão atuando ou não estão atuando? Um peso um pouco maior para aqueles que estejam. Por quê? Porque você não tempo para treinamentos, para reposição de um período perdido”.
“As portas não estão fechadas ao Endrick, ao contrário, e ele sabe disso. Tudo é questão de uma situação em que ele volte a se recolocar dentro do seu clube”, acrescentou o treinador na entrevista pós-convocação.
Explicações são bem-vindas, e essa é uma. Convincente? Nem tanto.
Desde que chegou ao Real Madrid, na metade deste ano, Endrick quase sempre esteve no banco de reservas.
Os titulares de Carlo Ancelotti no ataque são Rodrygo, o francês Mbappé e Vini Jr. Endrick tem sido a primeira opção para o setor ofensivo quando o técnico italiano quer dar “novo gás” ali.
O camisa 16 jogou bem pouco. Um total de 39 minutos no Campeonato Espanhol, em sete jogos, sempre entrando no decorrer deles. Fez um gol. E 57 minutos na Champions League, em dois jogos –começou como titular um deles. Também fez um gol.
Em nove partidas, menos de cem minutos em campo, sem contabilizar os acréscimos. E o cenário de minutagem baixa promete continuar, a não ser que, do trio Rodrygo-Mbappé-Vini, alguém não possa jogar, seja por lesão, seja por suspensão.
Só que essa situação, a reserva no Real, não foi um impedimento para Dorival incluir Endrick nas convocações anteriores, uma em agosto, outra em setembro.
O que mudou? A falta de gols pela seleção.
No primeiro semestre, balançou as redes nos amistosos contra Inglaterra (1 a 0), Espanha (3 a 3) e México (3 a 2). Diante de ingleses e mexicanos, o gol da vitória foi dele.
Nas Eliminatórias, em três oportunidades, não marcou. Começou como titular ante o Paraguai, em jogo que o Brasil perdeu, e entrou no decorrer do segundo tempo nas vitórias contra Chile e Peru.
Tenho absoluta certeza de que, se Endrick tivesse feito gol em um dos jogos de outubro (Chile e Peru), teria sido convocado agora.
O gol tem uma influência devastadora na cabeça dos treinadores. Os botafoguenses Luiz Henrique e Igor Jesus, mais o ex-flamenguista Andreas Pereira, que o digam. Todos marcaram recentemente pela seleção.
O caso de Andreas é simbólico.
O meia do Fulham (Inglaterra) não era prioridade para Dorival. Só foi incluído na penúltima lista porque Vini Jr. se lesionou e foi cortado. Aproveitou: entrou no segundo tempo contra os peruanos e fez um golaço, de voleio. Pronto, vaga assegurada na convocação seguinte.
Como a estrela de Endrick não luziu nessas partidas, ele perdeu o lugar. Terá de aproveitar muito bem (leia-se: fazer gols) os minutos, atualmente parcos, de Real Madrid para recuperá-lo.
Pode não ser nada fácil.
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