MUNDO
Reservas internacionais do Brasil chegam a US$ 362 bi – 17/12/2024 – Mercado
PUBLICADO
3 horas atrásem
Nathalia Garcia
As reservas internacionais do Brasil continuaram crescendo ao longo de 2024, trajetória observada desde o início do terceiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e estão atualmente em US$ 362,225 bilhões, segundo dados do Banco Central.
A cifra representa um avanço de cerca de 2% frente ao volume observado em dezembro do ano passado, quando as reservas do país estavam em US$ 355 bilhões. Esse volume dá mais conforto e liberdade de atuação para a autoridade monetária.
Foi o que ocorreu, por exemplo, em 2020. Durante a pandemia de Covid, o BC promoveu um cavalo de pau na política de acumulação de reservas internacionais no momento em que a taxa de câmbio se aproximava de R$ 6.
As reservas internacionais são os ativos do país em moeda estrangeira e funcionam como uma espécie de colchão de segurança contra choques externos, como crises cambiais ou fugas de capital, em momentos de turbulência no mercado global.
Na reta final do ano, contudo, a tendência é de redução no volume total das reservas. Em dezembro, tradicionalmente, há um aumento no fluxo de saída de dólares do país, o que exige maior atuação do BC para dar liquidez a esse movimento sazonal.
A última atualização do BC foi feita sexta-feira (13) e não leva em consideração a sequência de leilões realizada nos últimos dias em meio à disparada do dólar. Desde a última quinta (12), a autoridade monetária injetou US$ 12,760 bilhões no mercado de câmbio por meio de leilões à vista ou com compromisso de recompra –chamado de leilão de linha.
Nesta terça (17), o BC vendeu US$ 3,287 bilhões em dois leilões extraordinários de dólares à vista. Foi o maior valor negociado nesta modalidade em um único dia desde 9 de março de 2020. Ou seja, em um dia o BC usou menos de 1% das reservas (se o montante fosse o mesmo da última sexta-feira).
Nesse tipo de atuação, a autoridade monetária vende para o mercado dólares das reservas internacionais, sem previsão de recompra em um prazo determinado. Os leilões não servem para reduzir a cotação do dólar à força, mas ajudam a limitar a disparada da moeda norte-americana ao corrigir disfuncionalidades.
Apesar da atuação do BC, o dólar renovou o recorde histórico nominal, a R$ 6,095. Ao longo do dia, a divisa chegou a R$ 6,2073. Com a previsão de um forte fluxo de saída de dólares do Brasil, o BC deve continuar atuando no mercado de câmbio nos próximos dias para atender à crescente demanda.
As reservas internacionais atingiram o pico deste ano em setembro, no patamar de US$ 372 bilhões, o maior em cinco anos. Houve recuo nos dois meses seguintes, fechando novembro em US$ 363 bilhões.
O volume de reservas internacionais no Brasil é resultado da política cambial executada pelo BC, cuja autonomia operacional está em vigor desde fevereiro de 2021.
Desde 1999, o Brasil adota o regime de câmbio flutuante. Nesse modelo, o colchão de segurança ajuda a manter a funcionalidade do mercado atenuando oscilações bruscas do real frente ao dólar, o que dá mais previsibilidade para os agentes econômicos.
Em um período de duas décadas, o Brasil aumentou de forma significativa as reservas em moeda estrangeira, de US$ 53,26 bilhões em janeiro de 2004 para US$ 363 bilhões em novembro de 2024. O valor recorde –US$ 388 bilhões– foi alcançado em meados de 2019, quando o BC iniciou um processo expressivo de venda desses ativos.
No Brasil, as reservas são compostas majoritariamente por aplicações em títulos governamentais (fatia correspondente a 86,57% em dezembro de 2023), mas também ouro, depósitos em moedas e outros ativos.
No relatório de gestão das reservas internacionais, o BC mostrou que o retorno dos investimentos das reservas internacionais no ano passado decorreu de alguns fatores, como níveis de juros e paridades das moedas de investimento contra o dólar.
Para Silvio Campos Neto, economista-sênior da Tendências Consultoria, o crescimento das reservas em 2024 reflete o aumento do valor dos títulos que compõem boa parte do colchão de segurança do país.
“Como as taxas de juros caíram no exterior ao longo do ano, principalmente nos Estados Unidos, o preço dos títulos subiu. Com títulos mais valorizados, as reservas subiram”, diz.
Na visão dele, o Brasil possui reservas “volumosas e adequadas” para dar conta dos compromissos do país. “Elas superam com margem a dívida externa do governo em dólares e são similares ao montante da dívida externa total”, acrescenta.
Em outubro, o valor da dívida externa era de R$ 1,17 trilhão (equivalente a US$ 202,4 bilhões, na cotação daquele mês), incluindo compromissos do governo federal, suas empresas e de estados e municípios.
O nível adequado das reservas internacionais é motivo de discussão entre economistas e até mesmo entre órgãos públicos. Para Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital e ex-diretor do BC, o Brasil encontra-se em um patamar adequado. “Após a crise asiática de 1997, os emergentes montaram posição de reservas internacionais significativa”, diz.
O crescimento das reservas em moeda estrangeira dos bancos centrais de todo o mundo foi puxado por países emergentes, que viram necessidade de ter um “seguro próprio”.
Le Grazie ressalta que o nível “ótimo” de reservas de um país depende, entre outros fatores, do grau de abertura econômica, da balança comercial e dos riscos domésticos. Lembra também que existem países que deixam a moeda flutuar e ajustam eventuais desequilíbrios pelo âmbito fiscal. “Nesse caso, a disciplina fiscal é a chave”, acrescenta.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
MUNDO
Livro de filha de Barroso dá pistas sobre voto do pai – 17/12/2024 – Poder
PUBLICADO
5 minutos atrásem
18 de dezembro de 2024 Angela Pinho
Um mecanismo de emergência para conteúdos virais, maior transparência e uma espécie de autorregulação supervisionada das redes sociais são alguns dos pontos previstos em um livro que é provavelmente uma das principais referências do ministro Luís Roberto Barroso sobre o tema.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) deve votar nesta quarta-feira (18) na retomada do julgamento sobre o Marco Civil da Internet, que aborda a responsabilidade das plataformas por conteúdos postados por usuários.
O ministro tem uma proximidade especial com a obra citada por duas razões: escreveu a apresentação e é pai da autora.
Lançado há dois anos, “Liberdade de Expressão e Democracia na Era Digital” (editora Fórum) foi escrito pela advogada Luna Van Brussel Barroso como resultado de sua dissertação de mestrado em direito público, aprovada com distinção na Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).
Em linha com o que sinaliza o ministro em gestos públicos, o livro defende o que seria uma posição intermediária entre a legislação existente para as plataformas e os dois votos já proferidos no julgamento, dos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux.
Atualmente, de acordo com o artigo 19 do Marco Civil da Internet, as empresas só podem ser responsabilizadas por publicações de terceiros se não agirem após decisão judicial, com exceção de casos de violação de direitos autorais e imagens de nudez não consentidas.
FolhaJus
A newsletter sobre o mundo jurídico exclusiva para assinantes da Folha
Os votos de Toffoli e Fux, por outro lado, preveem a declaração de inconstitucionalidade do artigo e a definição, pela corte, de um escopo muito mais amplo de temas e situações em que as big techs poderiam ser responsabilizadas.
As manifestações de ambos foram vistas por diferentes setores como genéricas, colocando o Brasil sob risco de ter um modelo não existente em nenhuma grande democracia do mundo.
Na semana passada, Barroso pediu vista do caso, em um gesto entendido como uma tentativa de retomar o debate em outros termos, pois agora o ministro será o primeiro a votar na volta do julgamento, e não o último.
Ressaltando não ter acesso antecipado à posição do pai, Luna afirma esperar um voto intermediário.
“O que eu poderia dizer, objetivamente, olhando manifestações anteriores dele em temas de liberdade de expressão, é que ele sempre teve uma preocupação com censura, inclusive aquela inspirada por bons propósitos”, diz a advogada.
“Mas, em outras ocasiões, ele também já apontou a percepção de que a internet não pode ser um espaço sem lei. Então, acho que a gente pode antecipar um voto que pondere esses dois elementos.”
Conheça a seguir os principais trechos do livro dela, que faz doutorado sobre o tema na USP, e veja o que a obra sinaliza sobre a posição do presidente do STF no julgamento.
1) Ponderação
Na apresentação do livro, o presidente do STF deixa clara sua concordância com a abordagem do livro ao destacar tanto a necessidade de regulação das plataformas como a preocupação com a liberdade de expressão.
“O texto procura conciliar, na justa medida, ousadias e prudências: o reconhecimento da necessidade de regulação das mídias sociais e as cautelas necessárias para a proteção da liberdade de manifestação do pensamento, um direito sempre sob risco na experiência histórica brasileira”, escreve.
O ministro reconhece ainda “contribuição valiosa” da obra no que diz respeito a comportamentos inautênticos de usuários e à disseminação de desinformação.
2) Análise geral
Luna defende que eventual responsabilização das plataformas seja feita a partir de uma análise sistêmica da moderação, e não sobre casos específicos.
“Isso porque, nos casos mais difíceis sobre liberdade de expressão, pessoas bem intencionadas podem divergir sobre a avaliação de licitude ou ilicitude do discurso. E o temor das plataformas de responsabilização poderia levar à remoção de conteúdo em excesso para evitar sanções posteriores”, diz.
Em relação às exceções ao artigo 19 do Marco Civil, que já contemplam a nudez, ela afirma que eventualmente podem ser expandidas “para outros conteúdos cuja ilicitude também seja objetivamente aferível”.
“Mas considero importante destacar que crimes contra a honra não são objetivos e não deveriam, em hipótese alguma, ser incluídos em eventual lista.”
Brasília Hoje
Receba no seu email o que de mais importante acontece na capital federal
3) ‘Autorregulação regulada’
No livro, a advogada propõe um modelo que chama de “autorregulação regulada”, em que as plataformas teriam autonomia para estabelecer políticas de regulação de conteúdo, mas haveria exigências de transparência de informações a toda a sociedade e a um órgão de controle.
Esse órgão, com composição majoritária da sociedade civil, verificaria o cumprimento das políticas de moderação das plataformas.
Em entrevista à Folha em 2022, ela afirmou que o Comitê Gestor da Internet no Brasil poderia exercer esse papel se fosse capacitado para tanto.
4) Mecanismo de emergência
O livro também defende a instituição de uma espécie de mecanismo de emergência para evitar danos irreversíveis. Quando determinado conteúdo viralizasse a um ritmo muito veloz —ritmo esse que seria previamente estabelecido—, o compartilhamento seria suspenso até uma análise da plataforma.
Se o material não fosse considerado ilegal ou danoso, poderia voltar a ser compartilhado.
Relacionado
MUNDO
já alvo de críticas, ele continua suas reuniões com líderes políticos para formar um governo
PUBLICADO
11 minutos atrásem
18 de dezembro de 2024No menu da manhã quarta-feira de manhã
Enquanto François Bayrou inicia na quarta-feira o seu terceiro dia de consultas com vista à formação do seu governo o presidente do grupo MoDem na Assembleia Nacional Marc Fesneau, é o convidado do TF1 às 7h40. Ao mesmo tempo, o secretário nacional do Partido Comunista Francês, Fabien Rousselestará em RTL.
Os deputados do Comício Nacional, Laura Lavalette et Sébastien Chenuestarão respectivamente no France Inter às 7h50 e no Europe 1-CNews às 8h10. Tondela Marinhaé o convidado do Senado Público. Enquanto o antigo Presidente da República e deputado socialista por Corrèze François Hollandeserá entrevistado a partir das 8h30 no Franceinfo.
Do lado do governo demitido, em meio a questões humanitárias e de saúde em Mayotteo Ministro do Interior, Bruno Retailleau está na BFM-TV e RMC às 8h30, e sua contraparte de saúde, Geneviève Darrieussecq estará ao mesmo tempo em LCI.
Relacionado
MUNDO
Delegação alemã se reúne com representantes da HTS – DW – 18/12/2024
PUBLICADO
12 minutos atrásem
18 de dezembro de 202418/12/202418 de dezembro de 2024
Diplomatas alemães conversam com representantes do HTS enquanto a UE intensifica o envolvimento direto
Diplomatas alemães mantiveram conversações em Damasco com o novo governo de transição da Síria, liderado pelo grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS).
Alemanha é o último país a tentar restabelecer os laços com a Síria após a queda do regime de Bashar Assad.
“As conversações centraram-se no processo de transição política e nas nossas expectativas em relação à protecção das minorias e aos direitos das mulheres, a fim de apoiar o desenvolvimento pacífico na Síria”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão em Berlim.
Além das conversações de terça-feira, a delegação também realizou uma “inspeção inicial do edifício da Embaixada da Alemanha em Damasco”, segundo o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
No X, o ministério disse: “Assad usou repetidamente armas químicas contra o seu próprio povo na Síria. Agora há uma oportunidade para uma investigação completa e destruição das armas químicas da Síria. Estamos fornecendo mais fundos à Organização para a Proibição de Armas Químicas. e também estamos abordando isso hoje nas negociações em Damasco.”
A delegação foi liderada pelo enviado ao Médio Oriente, Tobias Tunkel, e incluiu também um representante do Ministério do Desenvolvimento alemão.
As reuniões com a delegação alemã ocorreram depois de diplomatas britânicos terem conversado na segunda-feira com o líder do HTS, Ahmad al-Sharaa, anteriormente conhecido como Mohammed al-Golani.
Enquanto isso, the EU anunciou na terça-feira que reabriria a sua representação em Damasco, após contacto com a nova liderança síria.
“Agora temos de intensificar e continuar o nosso envolvimento direto com o HTS e outras facções”, disse o Presidente da Comissão Europeia Úrsula von der Leyen disse nas conversações em Ancara com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.
O Irão, no entanto, mantém a sua embaixada em Damasco fechada por enquanto, apontando para “preparativos políticos e relacionados com a segurança”, disse um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, de acordo com comentários divulgados pela agência de notícias ISNA.
Médicos sírios essenciais para o sistema de saúde alemão
Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5
jsi/rm (AP, Reuters, AFP, dpa)
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- POLÍTICA6 dias ago
Sob pressão: Banco Central adverte: era crise, ago…
- AMAZÔNIA6 dias ago
LIVRO E CULTURA: Vidas em fluxo à beira do rio Araguaia
- MUNDO6 dias ago
Pai cai em golpe de falso emprego e é resgatado pelo SVB em situação análoga à escravidão com 2 filhos pequenos
- MUNDO4 dias ago
Governo corta orçamento para direitos de idosos e LGBTQIA+ – 14/12/2024 – Painel
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login