Medição apresentou metragem de 17,76 metros às 6h desta quinta-feira (7). Essa já é a segunda maior cheia da história de Rio Branco, desde que a medição começou a ser feita, em 1971.
O Rio Acre na capital acreana apresenta os primeiros sinais de vazante. Na manhã desta quinta-feira (7), a medição das 6h apresentou a metragem de 17,76 metros, com diminuição de 11 centímetros em comparação à ultima medição de quarta-feira (6) às 18h, segundo a Defesa Civil de Rio Branco.
O manancial está acima dos 17 metros há uma semana e na última quarta, alcançou a maior cota do ano, de 17,89 metros. Essa já é a segunda maior cheia da história, desde que a medição começou a ser feita, em 1971. A maior cota histórica já registrada é de 18,40 metros em 2015. A primeira vez que o Rio Acre alcançou a marca histórica foi em 29 de fevereiro
Poucos meses separam o ápice de uma seca severa e a chegada de enchentes devastadoras no Acre (leia mais abaixo). Para entender as crises sucessivas que levaram emergência para o estado é preciso considerar ao menos três fatores:
- a influência do El Niño
- o atraso do “inverno amazônico”, como é conhecida a estação chuvosa na região
- o impacto do aquecimento do Oceano Atlântico
O Rio Acre alcançou a maior marca de todos os tempos em 4 de março de 2015. À época, mais de 100 mil pessoas foram atingidas pelo avanço das águas. O governo estadual decretou situação de emergência e estado de calamidade pública, que foram reconhecidos pelo governo federal. O manancial ficou 32 dias acima da cota de alerta, que é de 13,50 metros.
Em 2024, já são 48 bairros e 18 comunidades rurais atingidos pela cheia em Rio Branco, e mais de 4 mil pessoas precisaram deixar suas casas segundo a prefeitura da capital, com dados desta quarta (6). O g1 aguarda atualizações desta quinta.
De acordo com a Energisa, companhia responsável pela distribuição de energia elétrica no Acre, já são mais de sete mil imóveis com fornecimento suspenso.
Em todo o estado, pelo menos 28.855 pessoas estão fora de casa, dentre desabrigados e desalojados, segundo a última atualização feita pelo governo do estado nesta quinta (7). 19 das 22 cidades acreanas estão em situação de emergência por conta do transbordo de rios e igarapés. Ao menos 23 comunidades indígenas no interior do Acre também sofrem com os efeitos das enchentes e cinco pessoas já morreram em decorrência da cheia. O número aumentou nesta quarta após um bebê de 1 ano e 8 meses morrer afogado no quintal de casa na Comunidade Tapiri, zona rural de Cruzeiro do Sul.
Somente nos abrigos mantidos pela prefeitura de Rio Branco, no Parque de Exposições e escolas, são 4.012 pessoas desabrigadas, segundo a Defesa Civil Municipal nesta quarta (6):
- Parque de Exposições Wildy Viana: 867 famílias – 3.449 pessoas
- Escolas da capital: 184 famílias em 10 escolas da capital, um total de 563 pessoas