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‘Ruptura’ mostra nosso desejo de deixar trabalho para trás – 07/02/2025 – Mercado

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'Ruptura' mostra nosso desejo de deixar trabalho para trás - 07/02/2025 - Mercado

Emma Jacobs

Você fantasia deixar seus problemas de trabalho no final do dia? Não mais remoer um comentário impensado de um colega, voltar aos emails após o jantar ou se preocupar com um problema complicado enquanto tenta dormir. E que tal estar livre de problemas pessoais entre 9h e 17h? Sem preocupações com pais idosos, adolescentes ansiosos ou um cônjuge mal-humorado, permitindo foco total em terminar aquele relatório ou fechar aquele negócio.

No borrão pós-pandêmico do trabalho híbrido, isso parece um sonho febril. É também a premissa de “Ruptura”, sátira distópica da Apple TV+ sobre o ambiente de trabalho. Funcionários fictícios de uma misteriosa corporação, Lumon, passam por um procedimento para dividir sua consciência em duas: o Innie (eu do trabalho) e o Outie (eu pessoal). O personagem central, Mark, aceita essa condição incomum de emprego para escapar do luto incessante que segue a morte de sua esposa.

Fãs e críticos saudaram o retorno do programa após um hiato de três anos. O Financial Times descreveu-o como “superlativo”. E, com as ordens de retorno ao escritório se intensificando, ele expôs um dos dilemas mais urgentes enfrentados por trabalhadores e empregadores: abraçamos a fusão entre trabalho e vida ou buscamos limites mais claros entre os dois?

Alguns trabalhadores anseiam por este último. Muitos anos atrás, me vi paralisada pela tristeza, um pouco como Mark de “Ruptura”. Mas então eu me sentava na Redação online do FT e pensava em nada além de notícias em tempo real. Parece um pouco triste, mas também era uma espécie de magia.

Outros são hábeis em criar uma distinção, como o acompanhante masculino que entrevistei uma vez, cujos clientes eram homens, mas que namorava mulheres em sua vida privada. Ele traçava paralelos com militares que lutavam na linha de frente e voltavam para casa para abraçar seus filhos. Em um local de trabalho anterior, um colega permanece memorável por suas duas personalidades distintas. No trabalho, ele era reservado e sensato; fora, falante e divertido. Se você tentasse continuar conversas da noite anterior no escritório, ele se fechava. Logo aprendi a separar sua persona de trabalho de sua persona de diversão. Pessoas como essas, que prosperam ao separar a vida do emprego, tornam sem sentido a filosofia de trazer seu eu autêntico para o trabalho.

A era vitoriana normalizou a separação entre trabalho e vida, aponta Sam Waterman, professor-assistente de inglês na Northeastern University. À medida que a industrialização separou o local de trabalho de casa, uma esfera doméstica supervisionada por mulheres tornou-se um espaço romantizado para os homens se refugiarem e se recuperarem.

Essa divisão alimentou o conceito do trabalhador ideal, disponível em tempo integral, com poucas distrações, dos 20 anos até a aposentadoria. Segundo Joan C. Williams, ex-diretora do Center for WorkLife Law, isso funcionou “razoavelmente bem até os anos 1960, quando as mulheres começaram a entrar no mercado de trabalho formal em maior número”. Durante a pandemia, a ilusão de esferas separadas se dissolveu ao vermos crianças no Zoom, e os funcionários descobriram que gostavam de colocar a roupa para lavar entre as chamadas.

Na verdade, o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal agora muitas vezes se resume ao tipo de personalidade, se você é um chamado integrador ou segmentador. Algumas pessoas gostam de um uniforme de escritório distinto das roupas de fim de semana; outras optam por um estilo casual-chique, adequado tanto para reuniões quanto para um brunch de sábado. Possivelmente isso muda ao longo da vida.

A integração entre trabalho e vida é frequentemente promovida por entusiastas cujo trabalho não é apenas um salário, mas também seu hobby —e às vezes toda a sua personalidade. “Acho que todo o conceito de equilíbrio entre trabalho e vida foi inventado por pessoas que odeiam o trabalho que fazem”, publicou recentemente no Instagram James Watt, cofundador da cervejaria BrewDog.

“Se você ama o que faz, não precisa de equilíbrio entre trabalho e vida, precisa de integração entre trabalho e vida.” Isso vindo de um homem cujos funcionários alegaram um ambiente de trabalho tóxico, acusando-o de um “culto à personalidade” e de buscar “crescimento a qualquer custo”. A postagem foi removida.

Há mais de uma década, a montadora VW anunciou que desligaria os emails fora do horário de expediente, levando alguns a reclamar da falta de flexibilidade. Algumas pessoas gostam de buscar seus filhos na escola e depois voltar ao trabalho após colocá-los na cama.

Pode ser, como Waterman argumentou, que “Ruptura”, com sua separação impossível entre casa e trabalho, fale de um anseio por um limite mais nítido. Que o procedimento seja sinistro, implantado por uma corporação misteriosa e propenso a falhas, pode mostrar que não é nem perfeito nem desejável.



Leia Mais: Folha

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Ala do governo quer Tabata em ministério, mas há entraves – 07/02/2025 – Poder

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Ala do governo quer Tabata em ministério, mas há entraves - 07/02/2025 - Poder

Marianna Holanda, Catia Seabra, Victoria Cucolo

Uma ala do governo Lula (PT) passou a defender o nome da deputada federal Tabata Amaral (PSB) para o Ministério de Ciência e Tecnologia, mas o plano enfrenta entraves dentro do PT e do próprio PSB.

A reforma ministerial, cujo objetivo é abrir mais espaço para aliados do centrão, é esperada para as próximas semanas, com projeções otimistas de conclusão antes do Carnaval.

A pasta para a qual Tabata é cogitada por uma ala do governo está hoje sob o comando de Luciana Santos, do PC do B, que deve ir para o Ministério das Mulheres.

A ideia ainda é incipiente e não foi tratada com o presidente, segundo relatos, mas já anima o entorno da parlamentar.

Oficialmente, a deputada diz não ter sido sondada ou convidada para assumir o cargo, mas tampouco descartou essa possibilidade.

Aliados pontuam ainda a relação dela com a pasta, uma vez que sua trajetória foi mudada após Olimpíada de Matemática, promovida pelo ministério de Eduardo Campos, então ministro de Lula.

Quem defende a entrada de Tabata no governo cita o empenho da parlamentar com pautas relacionadas a educação e pesquisa, além do fato de ela ser uma jovem mulher com destaque na política, o que ajudaria a trazer essas características para o primeiro escalão.

Da parte do PT, contudo, o nome de Tabata esbarra em resistência. Ela é criticada na esquerda desde a reforma da Previdência, quando votou favorável à proposta.

Além disso, auxiliares de Lula se queixam de que ela não teria feito defesa enfática do presidente durante a campanha à Prefeitura de São Paulo do ano passado, quando ele foi alvo tanto de Ricardo Nunes (MDB) quanto de Pablo Marçal (PRTB).

O nome apoiado pelo governo era o de Guilherme Boulos (PSOL), derrotado no segundo turno contra Nunes. Tabata declarou apoio a Boulos, mas não quis participar de eventos de campanha.

Para esses interlocutores do presidente, a entrada no governo da parlamentar não resultaria necessariamente em ampliação do campo político, da mesma forma que sua declaração de apoio a Boulos não foi convertida em voto em São Paulo.

O segundo entrave para a entrada de Tabata no governo é uma questão com o próprio PSB. A parlamentar assumiria o cargo para compensar a saída de um ministro do partido, provavelmente Geraldo Alckmin do MDIC (Desenvolvimento, Indústria e Comércio).

Aliados do presidente recomendam cuidado com o vice-presidente, para que ele não seja exposto no debate sobre a reforma — o que comprometeria seu capital político.

A ideia é manter a proporcionalidade de dois ministros da sigla, que já chegou a ter três pastas na Esplanada. O outro posto é ocupado por Márcio França, mas num ministério com menos recursos, Empreendedorismo.

O MDIC é mais interessante do ponto de vista de negociação com os outros partidos que estariam se queixando de estarem subrepresentados no primeiro escalão, como o PSD.

Tanto entre auxiliares de Lula quanto entre integrantes do PSB, a saída de Alckmin da pasta é vista com ressalvas. Ele desenvolveu interesse pelo tema e não demonstra interesse em sair, e seus aliados veem como improvável isso.

Sua performance tem sido elogiada por interlocutores de Lula. Sua gestão lançou o NIB (Nova Indústria Brasil), com propostas e metas de fomentar as diferentes indústrias brasileiras.

No partido, a permanência de Alckmin é a prioridade número um, tanto no ministério quanto na chapa de Lula em 2026. O prefeito do Recife, João Campos, que assumirá no próximo mês o PSB, esteve com o chefe do Executivo em janeiro e esta foi a principal demanda. Segundo aliados, a entrada de Tabata na Esplanada não entrou na conversa.

João Campos é namorado da deputada, e aliados dizem que ele não traria uma demanda dessa no momento em que assume o partido.

Integrantes do PSB no Congresso defendem a indicação de Tabata, contanto que isso não signifique a saída de um dos outros ministros.

O deputado Felipe Carreras (PSB-PE), por exemplo, diz que a entrada da colega de bancada seria “recomposição de um equívoco que o PT cometeu com o PSB”, mas rechaça a possibilidade da saída de Alckmin.

“Na minha visão, não houve muita reciprocidade e reconhecimento por parte do PT do que o PSB fez para pavimentar a vitória apertada do presidente em 2022. Tabata pode emprestar dinamismo, jovialidade para ajudar ao governo, dar um dinâmica diferente”, disse.

“Não acho, em hipótese alguma, que seja ventilada a saída [de Alckmin]. Considero um profundo desrespeito”, complementou.

Segundo aliados da parlamentar, na transição do governo em 2022, ela já havia sido sondada para compor o governo, mas preferiu continuar na Câmara para seguir o projeto de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2024.

Caso seja aprovada proposta que reduz a idade mínima para concorrer ao Senado, hoje de 35 anos, ela pretende disputar uma vaga na Casa no ano que vem. A parlamentar tem 31 anos. Ainda que consiga se eleger para o cargo, não descarta concorrer novamente à prefeitura em 2028.

Lula determinou que o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) se reunisse com os presidentes de partido da base para recolher as demandas. Além disso, está fazendo um mapa de entregas de votos de cada legenda no Congresso.

De acordo com auxiliares do presidente, ele começará pelos ministérios do PT. Depois, conversará ele próprio com os dirigentes partidários e líderes para avaliar novas mudanças.

Com as informações em mãos, analisará o desempenho da sua equipe e projetos futuros, como as candidaturas de 2026.



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A produção de eletricidade renovável atinge recordes na França, desenhados principalmente por energia solar

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A produção de eletricidade renovável atinge recordes na França, desenhados principalmente por energia solar

Em Chambéry, 5 de agosto de 2023.

Um ano recorde que oculta trajetórias contrastantes: no momento da elaboração da avaliação de 2024, o setor de energias renováveis ​​exibe bons resultados, desenhados principalmente pelo setor solar, em um contexto ainda incerto. De acordo com o gerente da rede de transporte de eletricidade RTE, a produção de eletricidade renovável (essencialmente solar, eólica e hidráulica) atingiu um nível sem precedentes (148 TWH). Assim, representa mais de 27 % da produção total de eletricidade, o restante sendo produzido pelo parque nuclear. A última edição do barômetro anual, Publicado no final de janeiro, a eletricidade renovável especifica que o país conectou aproximadamente 6 gigawatts (GW) de capacidade adicional em energias renováveis, uma figura, novamente, sem precedentes.

“Nós cruzamos um limiarobservou o presidente da Associação de Observação, Vincent Jacques, o Senhor, durante a apresentação do barômetro. Não estamos mais na infância de energias renováveis; Entramos em uma fase de industrialização, mesmo que os sinais para o futuro não sejam todos muito tranquilizadores. »»

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Marina Hyde em Kanye e Bianca; A mulher que vive sem dinheiro; Roman Kemp sobre tatuagens e saúde mental; e Philippa Perry em parceiros ‘caóticos’ – podcast | Vida e estilo

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Marina Hyde em Kanye e Bianca; A mulher que vive sem dinheiro; Roman Kemp sobre tatuagens e saúde mental; e Philippa Perry em parceiros 'caóticos' - podcast | Vida e estilo

Hosted by Savannah Ayoade-Greaves; written by Marina Hyde, Tim Lewis, Louise Southerden, and Philippa Perry. Narrated by Laura Shavin, Kyle Pryor and Philippa Perry. Produced by Rachel Porter; the executive producer was Ellie Bury.

O imperador Kanye e seu ‘arquiteto -chefe’ Bianca Censori no Grammy – adivinhem qual não estava usando roupas? Roman Kemp abre sobre sua jornada, do apresentador de rádio viral ao advogado da saúde mental. ‘Sinto -me mais seguro do que quando estava ganhando’: conheça a mulher que vive sem dinheiro. E ‘eu fiquei totalmente sem paciência com meu marido caótico’: Philippa Perry aconselha um leitor



Leia Mais: The Guardian

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