Ainda em dificuldades a nível federal, o pequeno partido de Sahra Wagenknecht está prestes a remodelar o equilíbrio de poder a nível regional na Alemanha Oriental. A formação criada no início do ano por este desertor do partido de extrema-esquerda Die Linke conseguiu entrar no governo de dois dos três Länder orientais que votaram em Setembro, e impor as suas condições ao terceiro, que procurava obter a maioria. Tanto que a imprensa já chama este deputado de 55 anos, criado na República Democrática Alemã, de “criador de reis”.
O posicionamento político de Sahra Wagenknecht e do BSW, o partido que leva o seu nome, é difícil de definir. Na imigração, defende uma linha conservadora: Mmeu Wagenknecht considera que os fundos para ajudar os refugiados devem ser direcionados para o financiamento de serviços públicos. Mas o BSW defende medidas sociais próximas das do Die Linke, defendendo, por exemplo, um aumento do salário mínimo horário para 14 euros, contra pouco mais de 12 euros atualmente. É sobretudo em matéria de política externa que se destaca, apelando incansavelmente a Berlim para que cesse as entregas de armas à Ucrânia para negociar uma solução diplomática, sem definir com precisão as condições da paz que promove, o que o levou a ser acusado de ser pró-russo. Mmeu Wagenknecht acredita ainda que o restabelecimento das relações com Moscovo permitiria à Alemanha importar novamente gás barato e restaurar a sua prosperidade económica.
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