Luana Lima
O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), nesta sexta-feira, 1º, intensificou ações de monitoramento, em conjunto com os municípios, para coordenar e implementar medidas preventivas contra a dengue. Com o aumento de casos registrados antes mesmo do início da temporada de chuvas, o governo busca fortalecer o trabalho local, promovendo alertas e orientações à população.
Na reunião com o Ministério da Saúde foi apresentado o plano de ação para a redução da dengue e outras arboviroses para a Região Norte. O plano foi detalhado pelo Secretário Adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, o médico tropicalista Rivaldo Venâncio da Cunha, da Fiocruz. A parceria entre os níveis estadual e federal reforça o compromisso de adotar as melhores práticas e tecnologias no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Júnior Pinheiro, chefe da Vigilância Ambiental da Sesacre, explicou que o período de estiagem levou muitos moradores a acumularem água em reservatórios, condição propícia para a procriação do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.
“Muitas pessoas acumularam água por conta do período de estiagem. Então, notamos um aumento de casos já mesmo nesse período que antecedeu as chuvas. Agora, estamos intensificando as ações junto aos municípios”, afirmou Pinheiro. Ele destacou que as prefeituras são responsáveis pela execução das ações em campo, enquanto o Estado assume um papel de avaliação e atendimento de casos mais complexos.
Pedro Pascoal, secretário de Saúde do Acre, reforçou a importância das ações coordenadas entre o Estado e as prefeituras: “Estamos empenhados em unir esforços com os municípios para proteger a saúde da população e evitar que a dengue sobrecarregue os serviços de saúde. A prevenção é a melhor estratégia, e precisamos do apoio de toda a sociedade”.
A estrutura de combate à dengue segue o plano do Ministério da Saúde, que engloba seis eixos principais: prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial, preparação para emergências e comunicação com a participação comunitária. Entre as estratégias mais inovadoras do Ministério da Saúde, destaca-se a liberação de mosquitos machos estéreis para reduzir a população do Aedes aegypti. Outra tecnologia em uso é o programa Infodengue, que permite monitorar surtos com base no consumo de medicamentos, proporcionando respostas rápidas. A expansão do programa, em parceria com a Fiocruz, está em andamento e deve alcançar até 35 cidades até 2025.
O número de casos de dengue em 2024 já ultrapassou a marca de 6,5 milhões em todo o Brasil, com uma taxa de incidência de 3.223,2 casos por 100 mil habitantes, segundo o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. As mortes pela doença também são expressivas, com 5.680 óbitos confirmados e outros 1.384 em investigação. No Acre, em 2024 já são 3.622 casos prováveis.
A Sesacre reforça que a colaboração da população é fundamental para o combate ao Aedes aegypti, com medidas simples como tampar caixas d’água, higienizar recipientes, remover qualquer recipiente que possa acumular água parada, e estar atento ao descarte correto de resíduos. Além disso, o Ministério da Saúde recomenda ações preventivas diárias, como o uso de repelentes, instalação de telas de proteção e acolhimento de agentes de saúde e controle de endemias nas visitas de inspeção.
Essas medidas preventivas são essenciais para proteger as famílias contra o transmissor do mosquito, especialmente em locais com maior registro de casos, contribuindo para a saúde pública e evitando uma sobrecarga nos serviços de emergência.
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