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Segundo turno no estado do Rio teve recados oposto…

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Segundo turno no estado do Rio teve recados oposto...

Lucas Mathias

No estado do Rio de Janeiro, depois de a capital e a maior parte dos municípios mais populosos definirem seus representantes ainda no primeiro turno, apenas duas cidades tiveram segundo turno no pleito deste ano. E deram recados opostos a candidatos da esquerda. Um deles foi Rodrigo Neves (PDT), que confirmou sua vitória e retornou ao comando da cidade depois de vencer confronto polarizado contra o deputado federal Carlos Jordy, do PL. Já em Petrópolis, o deputado estadual Yuri Moura tentava conquistar o que seria a única prefeitura do PSOL no estado, que tem eleitorado majoritariamente conservador. O parlamentar, no entanto, foi derrotado pelo vereador local Hingo Hammes, do Progressistas, fazendo valer o apoio da máquina do governo do estado. 

Eleito para o seu terceiro mandato como prefeito em Niterói, Rodrigo Neves reforçou na cidade seu domínio, o que ocorre desde o pleito de 2012. Naquele ano, ele chegou ao Executivo local pela primeira vez, antes de se reeleger em 2016. Depois, em 2020, conseguiu que seu então vice, Axel Grael (PDT), se tornasse seu sucessor no comando local. A volta, agora, de Neves à Prefeitura da cidade representa uma vitória da esquerda em um dos poucos redutos desse campo no estado. Na Região Metropolitana, o município de quase 500 mil habitantes foi o único a dar vitória ao presidente Lula no segundo turno, em 2022, o que não aconteceu nem mesmo em Maricá, cidade que o PT governa há 20 anos.

Na eleição deste ano, Neves venceu o segundo turno com 57,2% das intenções de voto. Já o deputado federal Carlos Jordy, um dos maiores opositores da gestão de Neves na cidade, teve 42,8%. Bolsonarista de carteirinha, o parlamentar do PL teve o apoio da família do ex-presidente, mas viu uma série de traições no seu partido ao longo da campanha eleitoral. O senador Romário, também do PL, por exemplo, preferiu ir às ruas ao lado de Neves, contra seu correligionário. Já o governador do Rio, Claudio Castro (PL), optou por não entrar de cabeça na disputa em favor de Jordy, num claro recado de não agressão ao agora prefeito eleito. 

Vitória do governador

Cidade com cerca de 280 mil moradores, Petrópolis foi uma exceção em um pleito dominado pelas reeleições. Lá, o atual prefeito, Rubens Bomtempo (PSB), ficou em terceiro na disputa e sequer conseguiu chegar ao segundo turno. Neste domingo, 27, a disputa foi protagonizada pelo deputado estadual e presidente do PSOL fluminense, Yuri Moura, e pelo vereador local do Progressistas Hingo Hammes. Prevaleceu o nome do PP, que venceu com larga vantagem: 74,74% dos votos, ante 35,26% do candidato psolista. 

Hingo Hammes (PP) ao lado do governador Claudio Castro, durante campanha em Petrópolis (Reprodução/.)

Representante do Centrão na cidade, Hammes chegou a assumir a prefeitura de Petrópolis por um ano, em 2021. Na época, era presidente da Câmara local e chefiou o Executivo interinamente, em meio a problemas judiciais na chapa de Bomtempo. Para a eleição deste ano, teve o apoio da estrutura do governador Claudio Castro, que esteve na cidade para fazer campanha. Outro que foi ao município para apoiar o nome do PP foi o senador Romário. 

Yuri Moura, por sua vez, perdeu apesar do histórico de boas votações entre os petropolitanos. Ele já havia concorrido à Prefeitura local pelo PT, sem sucesso, em 2016; se elegeu o vereador mais votado da cidade em 2020 e, em 2022, chegou à Assembleia do Rio também referendado por um bom número de eleitores. Não à toa, ganhou protagonismo na Alerj e assumiu o diretório estadual do PSOL. Na eleição deste ano, contudo, não conseguiu furar a bolha da máquina estadual e perdeu com larga vantagem. 

O resultado amargou a única esperança que o PSOL ainda nutria para ter um representante no Executivo entre os municípios fluminenses. E representou também um recado negativo para os partidos de esquerda. Comandada até aqui por um prefeito do PSB, a cidade será agora mais uma na lista entre as que são regidas por candidatos de partidos da centro-direita no estado.





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Mara Gabrilli vê “grave ameaça” à Nota Paulista na…

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Mara Gabrilli vê “grave ameaça” à Nota Paulista na...

Nicholas Shores

A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) vê uma “grave ameaça” na regulamentação da reforma tributária a programas como Nota Fiscal Paulista, Nota Legal e Nota Fiscal Amazonense.

O texto aprovado nesta quinta-feira pelo plenário do Senado reserva 0,05% da arrecadação estadual com estabelecimentos comerciais para organizações sociais cadastradas nos programas – dez vezes menos do que o percentual repassado atualmente.

Segundo a senadora, a nova lei complementar em discussão no Congresso “pode inviabilizar o funcionamento de muitas instituições que dependem desses recursos”.

“Estamos falando de instituições como Santas Casas, Apaes e AACD, que desempenham papéis fundamentais no cuidado aos mais vulneráveis. Sem recursos adequados, elas não terão como se sustentar”, afirma.

Na quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou emenda de autoria de Gabrilli para ajustar o percentual de repasse a entidades para 0,5%, modelo já aplicado na Nota Fiscal Paulista.





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Toffoli libera dados de acordos da Lava-Jato a órg…

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Toffoli libera dados de acordos da Lava-Jato a órg...

Pedro Pupulim

O ministro Dias Toffoli, do STF, determinou, nesta quinta-feira, o encaminhamento a órgãos federais de controle e ao Congresso Nacional, de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apontam uma “parceria escusa” entre o MPF e a ONG Transparência Internacional (TI) no âmbito da operação Lava-Jato. Decorrente de um pedido da empresa J&F Investimentos, a decisão visa elucidar nebulosidades sobre a destinação de recursos oriundos dos acordos de leniência durante a Operação.

No pedido, a J&F sugere um conluio entre a força-tarefa da Lava-Jato e a TI que deixaria a cargo da entidade a gestão de 2,3 bilhões de reais decorrentes do acordo de leniência com a empresa. Os recursos seriam destinados a um fundo para fomentar uma plataforma eleitoral para políticos alinhados aos objetivos da Operação Lava Jato. A empresa ressalta a necessidade de investigação sobre a “periculosidade e a organicidade do projeto de poder firmado pelo consórcio TI/Lava Jato”.

Em um relatório elaborado no início deste ano, a Corregedoria do CNJ apontou “diversas irregularidades e ilegalidades ocorridas nos fluxos de trabalho” durante as investigações e julgamentos da Operação Lava-Jato. No documento, o corregedor Luis Felipe Salomão destacou problemas em “repasses de valores depositados em contas judiciais à Petrobras, decorrentes de acordo de colaboração premiada”, fatos nos quais estariam envolvidos os juízes que conduziram a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Operação, entre eles o atual senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).

Entre outros pontos considerados irregulares estaria a destinação de valores à Petrobras sem que a estatal tenha demonstrado a superação das vulnerabilidades em seus mecanismos de controle e sem que tenha havido condenação definitiva (trânsito em julgado) com decretação de perda de bens.

Segundo o STF, o juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba também teria homologado um acordo de compromisso entre o MPF e a Petrobras, que pretendia destinar valores obtidos nos Estados Unidos para a criação de uma fundação privada.





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Após clima de guerra na eleição, Castro e Paes fic…

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Após clima de guerra na eleição, Castro e Paes fic...

Ludmilla de Lima

Na última eleição pela Prefeitura do Rio, os maiores embates foram protagonizados por Eduardo Paes (PSD), reeleito em primeiro turno, e o governador Cláudio Castro (PL). De olho em 2026, os dois campos seguem num conflito velado. Mas, nesta quarta-feira, Paes e Castro ficaram lado a lado e trocaram gentilezas – em meio a piadas sobre a futura disputa pelo Palácio Guanabara – durante um evento no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC). A trégua aconteceu durante ato promovido pelo prefeito eleito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), e pelo atual mandatário, Axel Grael (PDT), para formalizar o apoio do governo estadual à candidatura da cidade e da capital aos Jogos Pan-Americanos 2031.

Mesmo na frente de Castro, Paes foi tratado por Neves como futuro candidato a governador. O prefeito eleito de Niterói chegou a chamar o político do PSD de “melhor prefeito do Brasil”, repetindo o que já declarou publicamente o presidente Lula. “O governador deu a boa notícia que resolveu o problema da dívida do estado. Então, está resolvido. Para o governo dele está resolvido. E agora ele vai resolver para os próximos. E  quem é o próximo? Estou vendo aqui na mesa, está bonito isso aqui”, afirmou o pedetista, olhando para Paes, mas rebatido pelo governador, que arrancou risadas da plateia de políticos no MAC. “A gente vai lançar o Axel essa semana”, disse Castro.

Enquanto no campo do prefeito do Rio sua candidatura ao Palácio Guanabara é dada como certa, no grupo de Castro – que reúne partidos de centro-direita e grande parte dos prefeitos da Baixada e interior – o nome a entrar na corrida segue indefinido. Já para o governador do PL, uma das possibilidades é concorrer ao Senado. Durante a última campanha no Rio, Paes chegou a chamar Castro de “frouxo” ao criticar a política de segurança do estado. O governador, então, escreveu nas redes que o político do PSD “extrapola a boa convivência” com “agressões pessoais”.

Já em Niterói, durante a campanha, não houve conflitos envolvendo o governador, que se manteve distante da briga entre Neves e o bolsonarista Carlos Jordy, mesmo este sendo do seu partido.

“Príncipe Paes” e piadas com Maricá

Na cerimônia em Niterói, Paes e Castro se concentraram em tentar mostrar que estão juntos quando o tema são interesses do Rio de Janeiro. “Esses grandes eventos trazem grandes oportunidades. Uma é a de se estabelecer projetos em comum, pautas que nos unam, independente do momento eleitoral, do momento político, de quem seja o governante”, afirmou Paes, brincando que em 2031 só estará ocupando a cadeira de prefeito se uma PEC estabelecer “um principado no Rio”, tendo ele como “príncipe”.

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Na sua fala, Castro chamou Paes de “querido amigo”. “Quando o Eduardo e o Rodrigo comentaram comigo de fazer novamente um Pan-Americano, e agora juntando duas cidade, temos grande prova: uma de que o Rio  de Janeiro voltou, e a segunda de maturidade política”, declarou o chefe do Guanabara. “A gente pode, na época da eleição, divergir, competir. E, passada a eleição, todos respeitamos a democrática vontade da população”, completou.

Além de gentilezas, não faltaram piadas sobre Maricá. Paes citou a cidade – lembrando a polêmica de quando falou mal do município para Lula – ao destacar o projeto da linha 3 do metrô, que ligaria Rio e Niterói por baixo da Baía de Guanabara. A expectativa é de que, se as cidades receberem o Pan, a antiga ideia saia do papel. “A linha 3 vai melhorar muito a vida da capital, de Niterói, de São Gonçalo e da minha amada Maricá”, fez graça o prefeito. Neves também entrou na onda: “Eduardo está dizendo que quer levar a vela até Maricá. Daqui a pouco vai levar para Duque de Caxias alguma coisa”.

 

 

 

 



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