POLÍTICA
Sem luz na conta: Aneel diz que governo ‘usou cons…
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1 mês atrásem
José Casado
O Ministério das Minas e Energia “utilizou” os consumidores de energia elétrica para realizar uma operação financeira — sem risco — que premiou bancos “como principais ganhadores” de comissão milionária.
É o que diz a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relatório sobre um negócio conduzido pelo ministro Alexandre Silveira, em agosto, quando o governo levantou cerca de 7,8 bilhões de reais numa antecipação de receita da Eletrobrás — no formato de “securitização de dívida”.
Fernando Mosna, diretor da Aneel, debulhou a transação em 43 páginas. Demonstrou que “o consumidor foi utilizado como justificativa para uma operação financeira da qual não foi o maior beneficiário”.
Esse prêmio ao consumidor — desconto na tarifa de eletricidade — teria sido o argumento central do ministério de Silveira para obter aval político de Lula à contratação dos empréstimos (antecipação de receita) no mercado financeiro ao custo milionário de 285,1 milhões de reais, como comissão.
Deu errado. Segundo a agência reguladora, porque, aparentemente, o ministério cometeu “erro grosseiro” de cálculo. O benefício ao consumidor foi “hiperdimensionado”: era estimado em 510 milhões de reais, foi reduzido para 2,8 milhões de reais; acabou fixado em 46,5 milhões de reais “após sucessivas alterações”.
Resultado: os intermediários financeiros receberam do ministério de Silveira um prêmio “cerca de seis vezes maior” que o benefício final destinado aos consumidores.
Para a Aneel, isso “demonstra que a maior parte do valor movimentado na operação beneficiou diretamente os credores, não os consumidores”. Acrescenta: “Levanta questionamentos sérios sobre a efetividade e adequação da operação em atender aos objetivos da política pública.”
O diretor da agência reguladora sugere no relatório uma ampla investigação, com participação do Congresso, do Tribunal de Contas e da Controladoria-Geral da União. Na Câmara e no Senado há expectativa sobre explicações oficiais. O ministro das Minas e Energia é visto como pré candidato do PSD ao governo de Minas Gerais em 2026.
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POLÍTICA
Mara Gabrilli vê “grave ameaça” à Nota Paulista na…
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6 horas atrásem
12 de dezembro de 2024 Nicholas Shores
A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) vê uma “grave ameaça” na regulamentação da reforma tributária a programas como Nota Fiscal Paulista, Nota Legal e Nota Fiscal Amazonense.
O texto aprovado nesta quinta-feira pelo plenário do Senado reserva 0,05% da arrecadação estadual com estabelecimentos comerciais para organizações sociais cadastradas nos programas – dez vezes menos do que o percentual repassado atualmente.
Segundo a senadora, a nova lei complementar em discussão no Congresso “pode inviabilizar o funcionamento de muitas instituições que dependem desses recursos”.
“Estamos falando de instituições como Santas Casas, Apaes e AACD, que desempenham papéis fundamentais no cuidado aos mais vulneráveis. Sem recursos adequados, elas não terão como se sustentar”, afirma.
Na quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou emenda de autoria de Gabrilli para ajustar o percentual de repasse a entidades para 0,5%, modelo já aplicado na Nota Fiscal Paulista.
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POLÍTICA
Toffoli libera dados de acordos da Lava-Jato a órg…
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7 horas atrásem
12 de dezembro de 2024 Pedro Pupulim
O ministro Dias Toffoli, do STF, determinou, nesta quinta-feira, o encaminhamento a órgãos federais de controle e ao Congresso Nacional, de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que apontam uma “parceria escusa” entre o MPF e a ONG Transparência Internacional (TI) no âmbito da operação Lava-Jato. Decorrente de um pedido da empresa J&F Investimentos, a decisão visa elucidar nebulosidades sobre a destinação de recursos oriundos dos acordos de leniência durante a Operação.
No pedido, a J&F sugere um conluio entre a força-tarefa da Lava-Jato e a TI que deixaria a cargo da entidade a gestão de 2,3 bilhões de reais decorrentes do acordo de leniência com a empresa. Os recursos seriam destinados a um fundo para fomentar uma plataforma eleitoral para políticos alinhados aos objetivos da Operação Lava Jato. A empresa ressalta a necessidade de investigação sobre a “periculosidade e a organicidade do projeto de poder firmado pelo consórcio TI/Lava Jato”.
Em um relatório elaborado no início deste ano, a Corregedoria do CNJ apontou “diversas irregularidades e ilegalidades ocorridas nos fluxos de trabalho” durante as investigações e julgamentos da Operação Lava-Jato. No documento, o corregedor Luis Felipe Salomão destacou problemas em “repasses de valores depositados em contas judiciais à Petrobras, decorrentes de acordo de colaboração premiada”, fatos nos quais estariam envolvidos os juízes que conduziram a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Operação, entre eles o atual senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
Entre outros pontos considerados irregulares estaria a destinação de valores à Petrobras sem que a estatal tenha demonstrado a superação das vulnerabilidades em seus mecanismos de controle e sem que tenha havido condenação definitiva (trânsito em julgado) com decretação de perda de bens.
Segundo o STF, o juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba também teria homologado um acordo de compromisso entre o MPF e a Petrobras, que pretendia destinar valores obtidos nos Estados Unidos para a criação de uma fundação privada.
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Após clima de guerra na eleição, Castro e Paes fic…
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12 de dezembro de 2024Ludmilla de Lima
Na última eleição pela Prefeitura do Rio, os maiores embates foram protagonizados por Eduardo Paes (PSD), reeleito em primeiro turno, e o governador Cláudio Castro (PL). De olho em 2026, os dois campos seguem num conflito velado. Mas, nesta quarta-feira, Paes e Castro ficaram lado a lado e trocaram gentilezas – em meio a piadas sobre a futura disputa pelo Palácio Guanabara – durante um evento no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC). A trégua aconteceu durante ato promovido pelo prefeito eleito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), e pelo atual mandatário, Axel Grael (PDT), para formalizar o apoio do governo estadual à candidatura da cidade e da capital aos Jogos Pan-Americanos 2031.
Mesmo na frente de Castro, Paes foi tratado por Neves como futuro candidato a governador. O prefeito eleito de Niterói chegou a chamar o político do PSD de “melhor prefeito do Brasil”, repetindo o que já declarou publicamente o presidente Lula. “O governador deu a boa notícia que resolveu o problema da dívida do estado. Então, está resolvido. Para o governo dele está resolvido. E agora ele vai resolver para os próximos. E quem é o próximo? Estou vendo aqui na mesa, está bonito isso aqui”, afirmou o pedetista, olhando para Paes, mas rebatido pelo governador, que arrancou risadas da plateia de políticos no MAC. “A gente vai lançar o Axel essa semana”, disse Castro.
Enquanto no campo do prefeito do Rio sua candidatura ao Palácio Guanabara é dada como certa, no grupo de Castro – que reúne partidos de centro-direita e grande parte dos prefeitos da Baixada e interior – o nome a entrar na corrida segue indefinido. Já para o governador do PL, uma das possibilidades é concorrer ao Senado. Durante a última campanha no Rio, Paes chegou a chamar Castro de “frouxo” ao criticar a política de segurança do estado. O governador, então, escreveu nas redes que o político do PSD “extrapola a boa convivência” com “agressões pessoais”.
Já em Niterói, durante a campanha, não houve conflitos envolvendo o governador, que se manteve distante da briga entre Neves e o bolsonarista Carlos Jordy, mesmo este sendo do seu partido.
“Príncipe Paes” e piadas com Maricá
Na cerimônia em Niterói, Paes e Castro se concentraram em tentar mostrar que estão juntos quando o tema são interesses do Rio de Janeiro. “Esses grandes eventos trazem grandes oportunidades. Uma é a de se estabelecer projetos em comum, pautas que nos unam, independente do momento eleitoral, do momento político, de quem seja o governante”, afirmou Paes, brincando que em 2031 só estará ocupando a cadeira de prefeito se uma PEC estabelecer “um principado no Rio”, tendo ele como “príncipe”.
Na sua fala, Castro chamou Paes de “querido amigo”. “Quando o Eduardo e o Rodrigo comentaram comigo de fazer novamente um Pan-Americano, e agora juntando duas cidade, temos grande prova: uma de que o Rio de Janeiro voltou, e a segunda de maturidade política”, declarou o chefe do Guanabara. “A gente pode, na época da eleição, divergir, competir. E, passada a eleição, todos respeitamos a democrática vontade da população”, completou.
Além de gentilezas, não faltaram piadas sobre Maricá. Paes citou a cidade – lembrando a polêmica de quando falou mal do município para Lula – ao destacar o projeto da linha 3 do metrô, que ligaria Rio e Niterói por baixo da Baía de Guanabara. A expectativa é de que, se as cidades receberem o Pan, a antiga ideia saia do papel. “A linha 3 vai melhorar muito a vida da capital, de Niterói, de São Gonçalo e da minha amada Maricá”, fez graça o prefeito. Neves também entrou na onda: “Eduardo está dizendo que quer levar a vela até Maricá. Daqui a pouco vai levar para Duque de Caxias alguma coisa”.
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