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Senhor do babaçu transforma fazenda em modelo sustentável – 20/10/2024 – Mercado

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Senhor do babaçu transforma fazenda em modelo sustentável - 20/10/2024 - Mercado

Vitor Hugo Batista

Quem olha para os mais de 2.000 hectares de uma fazenda em São Bento, no norte do Tocantins, repletos de palmeiras de babaçu não imagina que essa área já esteve prestes a ser desmatada para dar lugar a pastagens e lavouras de soja.

Hoje, a fazenda dá lugar a uma iniciativa pioneira de silvicultura, que combina a produção de gado de corte com a geração de créditos de carbono, sem derrubar uma única palmeira de babaçu, planta fundamental para a subsistência das comunidades extrativistas locais.

O projeto não teria sido possível sem a determinação de José Pereira da Silva, 87, mais conhecido como Seu Zé, o “guardião dos babaçus”. O produtor rural enfrentou décadas de pressão para desmatar sua terra e expandir as áreas de pastagem, uma escolha comum entre seus vizinhos. Mas ele recusou.

“A terra nos dá o que precisamos. O babaçu é generoso, só precisa de cuidado”, afirma.

Seu Zé sempre acreditou que derrubar essas árvores seria um “acidente” —uma perda não só para a natureza, mas para a cultura e a economia local.

As palmeiras de babaçu, que dominam a paisagem da fazenda desde que ele se entende por gente, representam mais do que simples árvores.

O babaçu tem sido uma das principais fontes de renda para as famílias do norte do Tocantins. A amêndoa é utilizada na produção de óleo, leite e sabão, enquanto a casca é transformada em carvão ativado, material usado em filtros de água.

Adriana Labre, 89, esposa de Seu Zé, lembra os tempos em que tudo era feito com o vegetal. “Minha avó, minha mãe e toda a nossa família sobreviveram do babaçu”, conta.

Com o passar dos anos, os sete filhos do casal cresceram e seguiram carreiras distintas, e a administração da fazenda se tornou uma tarefa cada vez mais desafiadora.

A decisão de arrendar as terras surgiu como uma solução natural. Mas Seu Zé queria mais do que um acordo comercial. Ele queria garantir que as palmeiras de babaçu continuassem de pé.

José Pereira Filho, 58, um dos filhos do casal, lembra dos desafios que a família enfrentou para resistir à pressão dos grandes produtores.

“Muitos queriam arrendar a terra para soja, o que exigiria derrubar todos os babaçus. Não podíamos permitir”, diz.

Foi então que cruzaram os caminhos com o gaúcho Luis Fernando Laranja, 56, fundador da Caaporã (“floresta boa”, em tupi), uma startup criada em 2019 com foco em sistemas agrossilvipastoris, que integram pecuária e preservação de vegetação nativa com geração de créditos de carbono.

Com formação em medicina veterinária e agronomia, além de uma carreira acadêmica de dez anos como professor da USP (Universidade de São Paulo), Laranja decidiu sair das salas de aula para empreender em projetos de impacto socioambiental.

Antes de fundar a Caaporã, ele criou uma empresa focada no processamento de castanha-do-pará, em 2000. Laranja explica que o projeto de São Bento, que tem o apoio do Fundo Vale, se baseia no conceito de sistemas agrossilvipastoris.

“Além de preservarmos as palmeiras de babaçu nativas, estamos plantando novas árvores nas áreas de pastagem”, afirma

São plantados eucaliptos e paricás a cada cem metros, espécies que se adaptam bem ao sistema, além de fazer sombra e dar abrigo ao gado. Isso reduz o estresse dos animais e melhora a produtividade.

O manejo também ajuda a preservar o solo, melhorar a retenção de água e aumentar a qualidade dos pastos, beneficiando diretamente a saúde e o desempenho do rebanho.

As árvores preservadas e plantadas sequestram carbono da atmosfera, que pode ser convertido em créditos de carbono, uma commodity crescente no mercado internacional.

Esses créditos não só ajudam a mitigar os impactos das mudanças climáticas, mas também fornecem uma fonte adicional de renda para a fazenda.

“Em Tocantins, a pegada de carbono do gado gira em torno de 50 quilos de CO2 por quilo de carcaça. Com o nosso manejo, essa pegada cai para algo entre 20 e 25 quilos de CO2. A diferença é convertida em créditos de carbono”, explica.

Além do manejo tradicional, a Caaporã investiu em tecnologia para monitorar a pastagem e o gado com precisão, garantindo mais eficiência e sustentabilidade na produção, de acordo com Laranja.

A iniciativa da Caaporã, em São Bento, integra a Meta Florestal 2030 da Vale, um compromisso que prevê a proteção de 400 mil hectares de florestas e a recuperação de 100 mil hectares até 2030.

Para a recuperação dessas áreas, a Vale conta com a atuação do Fundo Vale. Criado em 2009, o fundo investiu mais de R$ 360 milhões em iniciativas socioambientais que impactaram mais de 41 mil pessoas —R$ 50 milhões investidos apenas em 2023 na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica.

“O projeto de São Bento é um exemplo de como a meta pode ser alcançada. Nosso papel é acelerar a transição para uma economia mais sustentável, promovendo soluções baseadas na natureza que preservem o meio ambiente e gerem benefícios econômicos”, afirma Gustavo Luz, diretor-executivo do Fundo Vale.

“Ver as palmeiras de babaçu de pé, enquanto o gado prospera, também é uma forma de progresso”, afirma Adriana.





Leia Mais: Folha

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Braga Netto troca de advogado 4 dias após prisão – 18/12/2024 – Brasília Hoje

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Braga Netto troca de advogado 4 dias após prisão - 18/12/2024 - Brasília Hoje

Quatro dias após ser preso preventivamente pela Polícia Federal, o general Walter Braga Netto mudou a equipe que faz sua defesa. O militar, preso sob a acusação de obstruir as investigações sobre a trama golpista de 2022, destituiu o advogado Luis Prata, que respondia por sua defesa desde fevereiro.

Para seu lugar, foi contratado o advogado José Luis Oliveira Lima, um dos criminalistas mais conhecidos do país.

Oliveira Lima, o Juca, já defendeu nomes como José Dirceu, no processo do mensalão. Braga Netto nomeou em procuração Juca e o advogado Rodrigo Nascimento Dall’Acqua nesta terça (17).

O general, ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) e também candidato a vice na chapa derrotada de 2022, foi preso na manhã de sábado (14). Endereços ligados a ele também foram alvo de buscas e apreensões.

Braga Netto estava em sua casa no Rio de Janeiro quando foi preso pela Polícia Federal. Ele ficará detido no quartel da 1ª Divisão de Exército, também no Rio —a organização é subordinada ao Comando Militar do Leste, órgão que foi chefiado pelo próprio Braga Netto de 2016 a 2019. A prisão preventiva não tem prazo para acabar.

A operação foi pedida pela PF e autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), com aval da PGR (Procuradoria-Geral da República).

No sábado, a defesa do general da reserva, ainda sob a liderança de Prata, negou em nota que ele tenha obstruído as investigações e que isso será provado. Em manifestação anterior, ele afirmou que “nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém”.

As suspeitas relacionadas à tentativa de interferir nas investigações vêm sendo acumuladas desde setembro de 2023, quando o tenente-coronel Mauro Cid teve homologado seu acordo de colaboração premiada no STF.

O próprio Cid relatou, em depoimento, que Braga Netto procurou diretamente seu pai, o general Mauro Lourena Cid, para pedir detalhes do que ele havia falado na colaboração premiada.

A PF também diz que Braga Netto foi quem “obteve e entregou os recursos necessários” para um plano para matar, em 2022, o então presidente eleito, Lula (PT), o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e Moraes.

Esse plano teria sido discutido na casa do general da reserva em Brasília.

A afirmação foi feita após Mauro Cid detalhar, em depoimento, que o general entregou dinheiro em espécie, guardado em uma sacola de vinho, para o tenente-coronel Rafael de Oliveira —indiciado por ser um dos executores do plano Punhal Verde e Amarelo, do general Mario Fernandes, que foi colocado em ação em 15 de dezembro de 2022 para matar ou prender Alexandre de Moraes.O plano acabou abortado, com os militares já posicionados, por orientação de um dos chefes do grupo.


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MP denuncia 20 torcedores do Palmeiras por emboscada

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MP denuncia 20 torcedores do Palmeiras por emboscada

Elaine Patrícia Cruz – Repórter da Agência Brasil

Nesta quarta-feira (18), o Ministério Público denunciou 20 integrantes da torcida organizada Mancha Alvi Verde, do Palmeiras, que estariam envolvidas no ataque a dois ônibus de torcedores do Cruzeiro. A emboscada, como a Polícia Civil tem chamado o episódio, aconteceu no dia 27 de novembro na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo, e resultou na morte de um integrante da torcida Máfia Azul, do Cruzeiro.

A morte de José Vitor Miranda dos Santos, informou o Ministério Público, foi causada por traumatismo cranioencefálico, em decorrência de golpes desferidos com instrumento contundente.

De acordo com o Ministério Público, os torcedores que foram denunciados hoje assumiram “o risco de resultado homicida, por motivo torpe, com emprego de meio cruel e de meio que possa resultar em perigo comum, e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima”. Por isso, os membros do Ministério Público solicitaram a prisão preventiva de todos os denunciados, argumentando que “soltos, os denunciados sem dúvida irão planejar novos delitos em face de torcedores do clube rival, colocando toda a sociedade em risco”.

O ataque ocorreu quando os torcedores mineiros retornavam para Belo Horizonte, após jogo contra o Athletico Paranaense, em Curitiba. Na ocasião, um dos ônibus com torcedores do Cruzeiro foi incendiado e, o outro, depredado. Além do torcedor que morreu, outros ficaram feridos. Segundo a polícia, barras de ferro, pedaços de madeira, fogos de artifício e rojões foram apreendidos no local.

Até agora, 15 pessoas suspeitas de envolvimento na emboscada já foram presas pela polícia.



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Conspiradores de atentados em Bali foram transferidos de Guantánamo para a Malásia após confissão de culpa | Baía de Guantánamo

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Conspiradores de atentados em Bali foram transferidos de Guantánamo para a Malásia após confissão de culpa | Baía de Guantánamo

Associated Press in Washington

Os EUA transferiram dois detidos malaios do Baía de Guantánamo prisão militar para o seu país de origem, depois de se declararem culpados de acusações relacionadas com o ataque mortal de 2002 Bali atentados e concordou em testemunhar contra o alegado líder desse e de outros ataques.

Os promotores dizem que Mohammed Farik bin Amin e Mohammed Nazir bin Lep trabalharam durante anos com Encep Nurjaman, conhecido como Hambali, e o líder indonésio da filial da Al Qaeda, Jemaah Islamiyah. Os dois homens ajudaram Nurjaman a escapar da captura após os atentados de 12 de outubro de 2002 que mataram 202 pessoas em duas casas noturnas em Bali, disseram autoridades norte-americanas.

Os dois homens confessaram-se culpados de conspiração e outras acusações em janeiro. A transferência ocorre depois de fornecerem depoimentos que os promotores planejam usar no futuro contra Nurjaman, o suposto mentor, disse o Pentágono em comunicado na quarta-feira.

Nurjaman é sob custódia em Guantánamo aguardando o reinício das audiências pré-julgamento em Janeiro envolvendo os atentados bombistas de Bali e outros ataques.

A transferência dos dois homens malaios deixou 27 detidos sob custódia na base naval dos EUA em Baía de Guantánamo. O presidente George W Bush criou um tribunal militar e uma prisão após os ataques da Al Qaeda de 11 de setembro de 2001 aos EUA.

No auge, Guantánamo deteve centenas de homens, a maioria muçulmanos, na “guerra ao terror” das forças armadas dos EUA após os ataques de 11 de Setembro.

Apenas dois dos homens em Guantánamo cumprem pena. A acusação nos EUA de sete outros actualmente acusados ​​foi retardada por obstáculos legais – incluindo os apresentados pela tortura dos homens nos seus primeiros anos sob custódia da CIA – e por dificuldades logísticas.

Na terça-feira, as autoridades dos EUA repatriaram sem acusação um homem queniano, Mohammed Abdul Malik Bajabu, após 17 anos em Guantánamo.

Sua libertação deixa outros 15 homens nunca acusados ​​aguardando libertação. Os EUA procuram países adequados e estáveis ​​dispostos a aceitá-los. Muitos são do Iémen, um país dividido pela guerra e dominado por um grupo militante aliado do Irão.

A Amnistia Internacional instou Joe Biden a pôr fim à detenção daqueles homens nunca acusados ​​antes de deixar o cargo. Caso contrário, afirmou o grupo de direitos humanos num comunicado, “ele continuará a assumir a responsabilidade pela prática abominável de detenção indefinida sem acusação ou julgamento pelo governo dos EUA”.



Leia Mais: The Guardian



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