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Será uma resolução do Conselho de Segurança da ONU fundamental para o futuro da Síria? – DW – 23/12/2024

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Como a situação em Síria continua a evoluir após a destituição do Presidente Bashar al-Assadcom quase uma década Conselho de Segurança da ONU a resolução está a ser descrita como vital para o que vem a seguir.

“O povo da Síria vive um momento histórico – e um momento de oportunidade. Essa oportunidade não pode ser desperdiçada”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. disse na semana passada em Nova York. “O processo deve ser guiado pelos princípios subjacentes à Resolução 2254 do Conselho de Segurança.”

Muitos diplomatas internacionais seniores, incluindo o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken e Ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbockdisseram semelhantes.

O Conselho de Segurança, ou CSNU, divulgou uma declaração na semana passada que também concordava com esta declaração, apesar de o órgão estar dividido sobre questões relativas à Síria.

A Rússia, um dos membros permanentes do conselho, é um aliado de longa data do regime de Assad e envolveu-se na guerra em seu nome em 2015. A Rússia vetou ou interferiu nas medidas do Conselho de Segurança da ONU em torno da Síria muitas vezes durante o conflito, incluindo o bloqueio de entregas de ajuda e o veto de uma investigação sobre a utilização de armas químicas pelo regime de Assad.

No entanto, agora que o regime de Assad desapareceu, a Rússia está a adoptar uma atitude mais conciliatória em relação ao trabalho do Conselho de Segurança da ONU na Síria.

O que é a Resolução 2254 do CSNU?

A resolução foi aprovada por unanimidade pelos membros do Conselho de Segurança da ONU em 2015, à medida que a guerra civil na Síria se tornava cada vez mais brutal e sangrenta.

Foi concebido como base para negociações de cessar-fogo. Defende uma transição pacífica de poder da ditadura para a democracia. A família Assad controlava a Síria desde 1971 e era conhecida por reprimir violentamente qualquer dissidência política.Depois de revoluções pacíficas em 2011, durante a chamada “Primavera Árabe”, eclodiram combates entre o governo sírio, que tentou reprimir os protestos, e rebeldes antigovernamentais.

De acordo com a Resolução 2254, qualquer cessar-fogo deveria ter incluído a criação de um novo governo de transição inclusivo e a elaboração de uma nova constituição. O objectivo final era tirar Assad do poder e realizar eleições livres e justas. A resolução dizia que este processo deveria ser liderado pela Síria, mas apoiado pela ONU.

“A única solução sustentável para a actual crise na Síria é através de um processo político inclusivo e liderado pela Síria que vá ao encontro das aspirações legítimas do povo sírio” foi provavelmente a frase mais citada da Resolução 2254 durante a última década de guerra.

A Resolução 2254 também se comprometeu com a Síria integridade territorialindependência nacional, unidade social e um sistema de governação não sectário.

A base militar síria de Golã, perto da fronteira com Israel, a sudoeste de Damasco, no sopé do Monte Hermon.
Ignorando a integridade territorial: Israel ultrapassou uma zona tampão patrulhada pela ONU e avançou para a Síria, um movimento amplamente condenado internacionalmenteImagem: Pavel Nemecek/CTK/aliança de imagens

Como surgiu a resolução?

A Resolução 2254 foi amplamente baseada no que é conhecido como Comunicado de Genebra de junho de 2012.

O Comunicado de Genebra foi uma declaração emitida após conversações realizadas em Genebra, na Suíça, pelo Grupo de Ação para a Síria, apoiado pela ONU. Este grupo incluía ministros dos Negócios Estrangeiros dos países árabes, da UE, dos EUA, do Reino Unido, da Turquia, da China e da Rússia. Os sírios não estiveram envolvidos.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou o Comunicado de Genebra numa resolução de 2013, mas a Resolução 2254 delineou posteriormente as medidas necessárias para pôr fim ao conflito de forma mais concreta.

Cadáveres são enterrados em valas comuns depois que 1.300 pessoas foram mortas por gás nervoso no subúrbio de Ghouta, em Damasco, em 21 de agosto de 2013.
Depois que o regime de Assad realizou um ataque com armas químicas em Ghouta em 2013, matando cerca de 1.300 pessoas, a Rússia tentou dissuadir uma investigação mais aprofundada do Conselho de Segurança da ONU sobre o assunto.Imagem: ZUMAPRESS.com/picture-alliance

A Resolução 2254 ainda se aplica?

Como observou um comentarista na plataforma de mídia social X (antigo Twitter), “aplicar o 2254 hoje é como prescrever remédios para uma condição que não existe mais”.

Na verdade, alguns dos detalhes da resolução estão agora desatualizados. Por exemplo, apela a negociações e à partilha de poder entre a oposição síria e o governo sírio, liderado por Assad. Obviamente, esse governo não existe mais.

Chefe de governo de facto da Síria, Ahmad al-Sharaachefe de a milícia rebelde que liderou a acusação que derrubou o regime de Assad, também levantou esta questão. O “Comando Geral” de Al-Sharaa, que dirige o país durante a actual transição, apoia amplamente a Resolução 2254, afirmou um comunicado da organização. Mas na reunião deste fim de semana com o Enviado Especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, em Damascoal-Sharaa também sugeriu que a Resolução 2254 precisava ser atualizada dadas as novas realidades no terreno.

O enviado especial da ONU para a Síria, Geir O. Pedersen, encontra-se com o líder do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), Abu Mohammad al-Jolani, em Damasco, Síria.
“Há muita esperança de que agora possamos ver o início de uma nova Síria”, disse Geir Pedersen (à esquerda), o enviado especial da ONU para a Síria, após se encontrar com Ahmad al-Sharaa (à direita).Imagem: Governo de Transição Sírio/Anadolu/aliança fotográfica

Interferência estrangeira

No fim de semana, os países participantes numa reunião do que é conhecido como Processo Astana também expressaram apoio à Resolução 2254.

O Processo de Astana foi iniciado em 2017 pela Rússia, pelo Irão e pela Turquia para “impulsionar” as conversações de paz na Síria. Todos estes países desempenharam um papel significativo na guerra síria, com a Rússia e o Irão a apoiarem o regime de Assad e a Turquia a apoiar alguns grupos rebeldes anti-Assad.

No fim de semana, os representantes dos três países originais de Astana reuniram-se com ministros das Relações Exteriores do Egito, Arábia Saudita, Iraque, Jordânia e Catar em Aqaba, Jordânia. O grupo divulgou uma declaração concordando que a transição síria deveria prosseguir de acordo com a Resolução 2254.

Esta declaração foi recebida com algum cepticismo por grupos de oposição sírios. Eles temem que a Resolução 2254 possa ser usada como desculpa para potências estrangeiras interferirem na Síria. Alguns sírios expressaram mesmo o mesmo tipo de suspeita sobre a ajuda da ONU à transição, vendo-a como indefesa ou inútil durante a sua longa guerra civil.

Um roteiro

Apesar das críticas à Resolução 2254, esta ainda parece ser a proposta mais provável para orientar a transição na Síria.

“É mais fácil para os membros do Conselho (de Segurança da ONU) aderirem aos princípios básicos de 2254 do que apresentarem um plano inteiramente novo para um papel da ONU na Síria”, disse Richard Gowan, diretor da ONU no think tank Criss Group. disse ao jornal de Abu Dhabi O Nacional no início de dezembro.

A resolução poderia simplesmente servir de base para um “diálogo sírio-sírio, com a participação de todo o espectro, incluindo indivíduos confiáveis, tecnocratas, especialistas, patriotas”, disse Yahya al-Aridi, professor universitário e ex-porta-voz da oposição síria. , disse publicação especializada Síria Direta semana passada.

Para ter sucesso, a transição da Síria “deve ser levada a cabo por sírios para sírios, mas com assistência externa”, argumentou Carl Bildt, antigo primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, num comunicado. Artigo de opinião de dezembro para Sindicato do Projeto. “O processo da ONU representa o melhor caminho a seguir.”

Editado por: Davis VanOpdorp

Estará o HTS pronto para governar a Síria pós-Assad?

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Voluntários formam uma grande corrente humana para transportar 9 mil livros; vídeo

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O cachorro Buford encontrou e salvou o menino de 2 anos. Final feliz! - Foto: NBC News

Mais de 300 voluntários de uma pequena cidade se juntaram para formar uma grande corrente e transportar 9 mil livros para o novo endereço de uma biblioteca. Juntos são mais fortes, né?

Quando a livraria independente Serendipity Books, de Michigan, nos Estados Unidos, anunciou que iria mudar de endereço, um desafio surgiu: como levar 9.100 livros para um novo espaço sem fechar as portas por vários dias?

Foi então que a proprietária, Michelle Tuplin, teve uma ideia simples: pedir ajuda à comunidade. E não é que deu certo? No último dia 12, dia da mudança, Michelle se surpreendeu. Em poucas horas, mais de 300 voluntários, incluindo crianças, idosos e até um cachorro, formaram uma corrente humana e transportaram os livros, um por um!

Corrente do bem

A empresária sabia que não conseguiria mudar a livraria sozinha, então publicou o pedido de ajuda.

Só que ela não esperava que tanta gente fosse atender ao chamado.

Clientes antigos, vizinhos e até mesmo aqueles que passavam pela rua. Todos se juntaram!

A fila se estendeu por mais de um quarteirão e os voluntários passaram horas lado a lado.

Para muitos, o ato foi muito mais do que ajudar no transporte, foi uma celebração da leitura e do espírito comunitário.

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De 6 a 91 anos

A corrente humana tinha pessoas de todas as idades.

Uma senhora de 91 anos fez questão de participar. Um homem com problemas cardíacos não ficou de fora.

E até mesmo um garotinho de apenas 6 anos. O clima era de muita festa e afeto.

“Foi uma experiência simplesmente alegre”, disse Donna Zak, uma das voluntárias, em entrevista à NBC News.

Nova casa

O novo espaço da livraria Serendipity Books é mais que o dobro do antigo.

A inauguração está prevista para ocorrer antes do Dia da Livraria Independente, comemorado em 26 de abril.

O dia é reservado para celebrar a importância das livrarias locais.

No Instagram, Michelle agradeceu a todos que dedicaram um tempinho para a mudança.

“Gratidão não chega nem perto de expressar o que estamos sentindo. Obrigada, obrigada, obrigada, nós te amamos, Chelsea!”.

Olha que celebração incrível!

O transporte foi também uma celebração do trabalho coletivo e amor pela leitura. - Foto: Burrill Strong O transporte foi também uma celebração do trabalho coletivo e amor pela leitura. – Foto: Burrill Strong



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Novo chiclete antiviral pode reduzir a transmissão de gripe e herpes, anunciam cientistas

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O cachorro Buford encontrou e salvou o menino de 2 anos. Final feliz! - Foto: NBC News

Cientistas anunciaram um novo chiclete antiviral: sim, é possível afastar a gripe e o herpes apenas mascando uma goma de mascar. Parece coisa de ficção científica!

O produto foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e teve resultados incríveis em testes de laboratório. A goma é feita a partir do feijão-de-lablab e conseguiu reduzir em mais de 95% a carga viral do herpes simplex e de duas cepas da gripe.

“Controlar a transmissão de vírus continua sendo um grande desafio global. Uma proteína antiviral de amplo espectro (FRIL), presente em um produto alimentício natural (pó de feijão), para neutralizar não apenas os vírus da gripe humana, mas também os da gripe aviária, é uma inovação oportuna para prevenir sua infecção e transmissão”, disse Henry Daniell, professor na Faculdade de Odontologia da Universidade da Pensilvânia.

Boca é o foco

Os cientistas resolveram mirar na boca porque vários vírus, como o da gripe e o da herpes, se multiplicam ali.

A vacinação contra esses vírus ainda é insuficiente, logo, encontrar uma forma de impedir a transmissão já na boca pode fazer uma enorme diferença.

Agora, eles estão perto disso. Os resultados foram publicados na Molecular Therapy no início de abril.

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Chiclete antiviral

O segredo da goma de mascar está na proteína FRIL, encontrada naturalmente no feijão-de-lablab.

Ela age como uma “armadilha” para o vírus. Nos testes, uma dose de 40 miligramas do chiclete (em um comprimido de dois gramas) foi suficiente para reduzir as cargas virais em mais de 95%.

Além disso, o produto foi desenvolvido dentro dos padrões exigidos pela FDA, agência reguladora dos EUA, e se mostrou muito seguro.

Próximos passos

Com os bons resultados, os pesquisadores já pensam em expandir o uso da proteína antiviral para outros surtos, como o da gripe aviária.

Nos últimos meses, mais de 50 milhões de aves foram afetadas pelo vírus H5N1 na América do Norte.

A ideia é testar o pó do feijão na alimentação das aves, ajudando a controlar a infecção.

O professor Henry Daniell foi o responsável por desenvolver o chiclete que usa proteína de feijão-de-lablab. - Foto: Universidade da Pensilvânia O professor Henry Daniell foi o responsável por desenvolver o chiclete que usa proteína de feijão-de-lablab. – Foto: Universidade da Pensilvânia



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Android faz nova atualização que melhora bateria e corrige bugs

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Dona Iolanda Conti é mais do que exemplo, é a prova real de que sonho não tem idade nem tempo. A idosa, de 91 anos, está na faculdade de Nutrição, antigo desejo, e começou a estudar aos 85. Até então, era analfabeta. Foto: Estado de Minas/UNG

A mais nova atualização do Android, liberada no início de abril, chegou com uma notícia boa para quem usa o sistema operacional: o foco é uma melhora na bateria!

O Google investiu pesado em melhorias no consumo de energia e também no uso de inteligência artificial na Play Store, a loja oficial de aplicativos.

A atualização também trouxe reforços importantes na segurança com a correção de 62 erros. Segundo a empresa, isso deixa os usuários mais protegidos contra ameaças e vulnerabilidades.

Mais fôlego

Se você é daqueles que vive procurando uma tomada, vai amar a nova atualização.

Com a otimização no Google Play Services, agora na versão 25.13, o sistema foi otimizado para consumir menos energia.

Logo, o celular vai durar mais tempo com uma única carga.

Segundo o Google, a ideia é garantir que os usuários possam usar os dispositivos ao longo do dia com mais tranquilidade.

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‘Ask Play’

A loja de aplicativos também evoluiu.

Na nova versão, o recurso “Ask Play” agora é capaz de gerar vídeos explicativos.

Além disso, a Carteira do Google (Google Wallet) foi atualizada e permite que os usuários criem apelidos para os cartões digitais deles.

Reforço na segurança

Manter o aparelho seguro é sempre uma prioridade de todo mundo, né?

A atualização de abril corrigiu 62 falhas de segurança, incluindo brechas no USB.

Outras correções foram feitas na câmera, leitor de digitais e até na interface dos dispositivos da linha Pixel.

Quais aparelhos?

A atualização não se limita aos celulares.

Tablets, relógios com Wear OS, Android Auto, Android TV, Google TV e até dispositivos com Chrome OS também estão na leva de dispositivos beneficiados.

Ao todo, o Google corrigiu 62 erros no sistema. - Foto: depositphotos.com/Milkos Ao todo, o Google corrigiu 62 erros no sistema. – Foto: depositphotos.com/Milkos



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