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‘Sou uma atriz diferente depois da Eunice’, diz Fernanda Torres, ao se reconectar com o drama após comédias
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A história a reconectou com o drama, do qual andava afastada desde que protagonizou sucessivas comédias, como “Os normais” e “Tapas & beijos”. A experiência ampliou em seu interior o repertório de experiências emocionais que é manancial para uma atriz na hora de construir uma personagem. A Eunice que apresenta é um misto de força e delicadeza impressionantes. O trabalho lhe rendeu o prêmio de melhor atriz de filme internacional dos Críticos de Cinema dos Estados Unidos. No Canadá, o filme venceu o prêmio de público do Festival Internacional de Cinema de Vancouver.
É com espírito alimentado e inspiração renovada que Fernanda encapa a campanha internacional do filme, selecionado para 40 festivais, ganhador do melhor roteiro no Festival de Veneza, do prêmio de público da Mostra de São Paulo, entre outros. Por Zoom de Los Angeles, Fernanda que, apostam especialistas, tem grandes chances de indicação ao Oscar como melhor atriz estrangeira, conversou com O GLOBO:
Me acostumei. Quando fui para Veneza, fiquei apavorada, depois você entra no ritmo. É uma loucura porque tem que fazer o filme ser visto em três continentes e, se possível, na Ásia. Hoje, há votantes do Oscar pelo mundo inteiro.
Quando se fala em campanha, parece marketing com distribuição de brindes. Mas consiste em despertar nas pessoas o desejo de ver o filme e alimentar o boca a boca, né?
Consiste em fazer sessões para pessoas estratégicas, aí o filme começa a entrar em festivais. Na sequência, vem as sessões com debates em seguida para alimentar o buzz do filme. A presença física faz diferença. É estratégica complicadíssima. Parece campanha política. A realidade do cinema mudou, todo mundo comprou TVs de 800 polegadas. A perspectiva de um filme estrangeiro fazer bilheteira é menor. O lugar de existir é nos festivais para que ele seja lançado com força nos cinemas.
Foi mesmo para se dedicar ao filme que negou o convite para viver Odete Roitman no remake de “Vale tudo?”
Houve o convite, mas o filme foi crescendo. Com o resultado de Veneza, a onda cresceu mais. Tudo é cansativo, não dava para eu começar um trabalho dessa responsa já cansada. Mas isso é natural. Eu não era a primeira opção do Walter para o “Ainda estou aqui”. Essas coisas são normais no nosso trabalho. É de quem faz no fim.
Pode até estar cansada, mas está gata. E com figurinos comentadíssimos. Você que escolhe?
Querida, eu só peço em look (risos). Meu trabalho virou maquiagem, cabelo e look. Logo eu, o “pangaré de Secretário” (lugar na região serrana do Rio, onde a atriz tem casa). Quem diria? Tenho o (stylist) Antônio Frajado desde o início, já estava em contrato… Falei: “Se tiver red carpet…”. Hoje é impossível fazer isso sozinha. As marcas vão vindo. Fiquei felicíssima de fazer Veneza com (Alexandre) Herchcovitch (estilista), que admiro. Reinaldo Lourenço…. Foram os primeiro que procurei porque são referências para mim. É muita loucura de red carpet, e você fica tendo que escolher a desgraça do look.
Ainda aguenta ouvir a pergunta: “E o Oscar, vai vingar a sua mãe?”
Acho bonito. “Ainda estou aqui” despertou de novo nas pessoas um certo orgulho nacional. O Brasil vive o amor e o ódio ao cinema brasileiro. Há ondas de amor incondicional e de desprezo. Filmes do Karim (Aïnouz), do Kleber (Mendonça) estão em festivais, sendo premiados. Walter é um cineasta do mundo, que veio com um filme pessoal, maduro, lindo. Estão apostando na gente como possibilidade, é natural que se crie isso.
Mas tratou de baixar as expectativas das pessoas…
Tento explicar o tamanho do filme. Porque a pior coisa é uma decepção num filme deslumbrante, que já está ocupando espaços importantes. Plateias de várias nacionalidades ficam emocionadas. É uma comoção, como se as pessoas sentissem algo que não costumam sentir em cinema. Pela forma honesta que Walter fez a história da Eunice, sem melodrama.
E com relação à mamãe, só de ter sido nomeada falando português é incrível, é furar uma bolha muito grande. Este ano, tem performances extraordinárias de atriz. Tive a chance de ver Tilda Swinton, maravilhosa, no filme Almodóvar, a Marianne de Jean-Baptiste, no filme do Mike Leigh, é assombrosa. Não vi a Angelina (Jolie) ainda nem Nicole (Kidman). Ou seja, de atriz está engarrafado…
Em entrevista no ano passado, você me disse: “Sou uma pessimista profissional”. Que prefere achar que vai dar errado, e, se der certo, é lucro. Esse é o espírito para lidar com as indicações?
Sempre. É com ele que lido. Tantas coisas envolvem uma premiação. Às vezes, é justa, às vezes, não é. Esse filme é um divisor de águas na minha vida, sou uma atriz diferente depois de ter feito a Eunice, experimentado os sentimentos que experimentei, voltar a filmar com o Walter (com quem rodou “Terra Estrangeira, em 1995), trabalhar num registro que há muito não vinha trabalhando. Não quero que isso termine com um “ah, perdeu”. Me recuso! E trabalho sinceramente por isso.
De que maneira saiu transformada desse filme?
Walter é um diretor impressionista. Poderia filmar o caso da Eunice com códigos de atuação que a gente conhece, que funcionam e são bons. Mas ela não nos permitiu isso. Eunice é tão especial que não cabia cena do choro, de revolta. O filme não te empurra com música. Com planos de câmera. Walter desapareceu no filme.
Ele tentou que fôssemos honestos com uma impressão de memória que ele tinha daquela casa (da família Paiva, que o cineasta frequentou quando criança). Isso trouxe à atuação uma espécie de contenção que eu nunca tinha trabalhado. Quando se contém a emoção, ela explode de uma maneira honesta. Isso fez emergir sutilezas que eu nunca tinha experimentado na atuação. Esse nível de realismo, de honestidade foi muito pela mão do Walter, da sensibilidade dele.
Tem ali a personalidade sóbria da Eunice, mas também uma opção por um caminho de direção, né? É verdade que Walter cortou todas as cenas em que você chorava?
Ele cortou todas! Lembrei do close final da Irene Pappas no filme “Ifigênia”. Não tem vento para os barcos irem para Troia, e Agamemnon, marido da Clitminestra, vai ao Oráculo, que o manda sacrificar a própria filha para os deuses ficarem felizes e trazerem o vento. Ele mata, e Clitminestra nunca o perdoa. Aí tem esse close muito Eunice. Lívida, racional. Porque ela vai esperar 10 anos para matar aquele homem numa banheira. Uma vez, mamãe me falou que quando uma tragédia acontece, não tem espaço para melodrama. Eunice é uma personagem trágica. E ela enfrentava com a mesma espinha e sobriedade daquele último plano da Clitminestra.
O que mais teve que trabalhar em você que era muito diferente de Euníce?
Ela foi criada para casar e ter filhos. Tinha toda a questão da etiqueta, da feminilidade, coisas que não tenho. Às vezes, Walter falava: “Nanda, tá ótimo, só falta o sorriso da Eunice”. Quando ela descobre que o marido morreu, tinha uma cena que eu chorava. Ele cortou. O que deixou foi ela sorrindo para ele e dizendo: “Você se importa de eu não levar você até a porta?”. É uma mulher que tem os códigos da etiqueta até o fim. Isso eu tive que trabalhar, a feminilidade que talvez não tivesse em mim muito.
O sorriso dela também funciona como resistência amorosa, inclusive na cena em que pedem para ela não sorrir na foto de uma reportagem que vai dar conta do sumiço de Rubens Paiva e ela desobedece…
No roteiro, estava como se ela fosse para a foto decidida a sorrir. Quando fomos fazendo, fui sentindo e pensei: “Não, talvez os filhos estejam rindo porque estão se empurrando na foto, o cara pede para não sorrirem, e aquilo detone nela uma indignação. “Não, deixa eles riem”. São pequenos detalhes que humanizam o filme. E ele é cheio deles.
Fiquei surpresa com o sorriso que o Selton dá quando sabe que vai ser levado (para ser interrogado no quartel do exército, na última cena que ele aparece no filme). Ele me disse: “Passei o dia me treinando a não fazer a cena de algo que eu não sei que vai acontecer. Treinei para achar que eu ia voltar no dia seguinte”. Não é um filme denúncia, para esfregar na cara. É profundamente humano. Toca num lugar que há muito tempo um filme não tocava.
Assisti ao filme com meu pai, o produtor cultural Perfeito Fortuna, que foi preso na ditadura. No final, ele disse que a sensação de pânico e terror foi muito forte. Sei que apresentaram o filme ao Fernando Gabeira, preso político. Como tem sido o retorno de pessoas que sentiram na pele o horror do regime?
Sei pai foi preso com Caetano (Veloso) e o pessoal do Pasquim na mesma época em que estavam matando o Rubens Paiva… Mas, sabe, esse filme tem algo novo, diferente, uma nova forma de discutir o Estado autoritário. Não é sobre a luta armada. É sobre uma família, uma mulher totalmente desavisada. Não era uma família de guerrilheiros querendo que o Brasil virasse Cuba. Eles eram o país democrático, progressista que, de repente, sofrem uma violência de Estado. Qualquer um, de direita ou esquerda, concorda que aquela família não está fazendo mal a ninguém. Como ela vira a inimiga número um do Estado a ponto de torturarem e matarem aquele pai? Pela família, cria-se uma empatia, a discussão de que um Estado autoritário pode atingir qualquer um que preza por valores democráticos. Se fosse você, com cinco filhos, como explicaria que o Estado torturou e matou o pai dessas crianças?
Acredita que pode furar a bolha e chegar em que defende a volta da ditadura?
Justamente. Guiado pelo que é a Eunice, pela maneira como ela fez a luta dela. Existe a diferença de uma guerrilha que mata, talvez, por uma causa ou crença. O filme me fez entender que o movimento estudantil era feito de pessoas muito jovens e despreparadas. Existe uma diferença entre esse despreparo dessas pessoas e um Estado autoritário que oficialmente cria uma máquina de terror. Isso não dá. Nem para um jovem liberal que não se lembra do que foi a ditadura e acha que um pouco de Estado autoritário talvez resolva o problema do Brasil.
Você era jovem um país em ditadura. No filme, há a cena de uma das filhas sendo parada numa blitz pelos militares com arma na cabeça, enquanto a comparam com imagensde procurados pelo regime. Podia ser você ali…
Na minha adolescência inteira estive em carros como aquele, e a gente sempre teve medo de ser parado pela polícia. Estudantes brancos eram alvo na época. Eunice entendeu, na maioridade, quando se formou em advocacia, que a violência de Estado não era diferente do que acontece todo dia nas periferias, e com os indígenas. Que o que havia acontecido com ela é o que acontece diariamente num Estado de polícia truculenta com que a gente se acostumou no Brasil, mesmo depois do fim da ditadura. Precisa entender porque isso aconteceu. Um jovem que já cresceu num país democrático e não num país fechado como eu, acha que a democracia é normal.
Só que não, só que nunca…
Não. Isso foi conquistado. O Brasil era uma Albânia. Você não podia sair do país. Os anos de democracia não resolveram o nosso problema de segurança, miséria, educação pública, hospital. Talvez essa seja a razão de quem acha que o problema só pode ser a democracia. Vivi um país falido economicamente e foi através da democracia que se criou o Real e, mais tarde, uma distribuição de renda melhor. Não avançamos em muitas pautas. Isso criou essa ilusão de que, talvez, o que a gente precisa seja de um Estado autoritário para botar ordem no galinheiro, com um pouco de economia liberal. Essa é a crença hoje de quem é saudoso de um regime militar. Precisamos entender e debater.
O filme não mostra nenhuma tortura..
Não tem nenhuma cena pornográfica de tortura. Não é sobre isso. E essa contenção da Eunice faz com que o público seja cúmplice dela. Você sabe o que ela está passando, fica pedindo para ela reagir. Isso vai criando no público um desconforto, mas não é uma coisa desagradável. É compaixão, empatia. Eunice é da geração da mamãe e lembra ela. Muitas coisas na casa daquela família lembram a minha casa de infância.
É interessante que ninguém pinta Eunice como perfeita. Ela é repleta de contradições. Não conta aos filhos o que está acontecendo com o pai.. No fundo, ela vai dando o jeito dela, assim como todas nós mulheres…
Perguntei isso ao Marcelo. Há muita coisa nas entrelinhas do livro. Ele fala sobre a questão do Rubens, que era progressista, mas era um macho alfa dos anos 50, um “Mad man”. Ele não gostava da ideia de a mulher trabalhar. Ela era o braço direito dele. Quando ela diz que vai trabalhar, ele responde: “Mas fazer o que? Trabalhar numa butique?”. Ela fica danada. A
Dalal Achcar (amiga de Eunice) disse que sempre percebeu nela uma mulher incrível. Chefe daquela família com Ruben, mas que aquilo não era tudo pra ela. Estava criando os filhos mais novos e ia partir para alguma coisa, que a morte do Ruben acelera. É contraditório: a tragédia dele faz ela virar ela. Viraria de qualquer maneira, mas havia aquela utopia de família. Mas tem essa hora que ela entende que não tem mais pra trás, que tem que virar alguém dali pra frente. É uma heroína extraordinária com contradições. Ela dá um tapa na cara da filha. Ela vai como pode.
É um filme feminista do começo ao fim, a começar pelo ponto de vista da mulher. Depois, o retrato dela como heroína silenciosa. Mas há umas sutilezas finas sobre o feminino em muitas camadas, como o fato de percebermos tudo antes dos homens…
São muitas camadas. O primeiro contato que tive com Eunice foi no (livro) “Feliz Ano Velho” (de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice e Rubens) e vendo peças com atrizes extraordinárias interpretando ela. Já reconhecia nela aquela mulher, mas ela era a mãe do Marcelo. Numa entrevista para a Marília Gabriela, quando ela já advogava pela causa indígena, atendia o Sting (cantor e compositor) no telefone, Marília pergunta: “Mas você advoga?”. Ela responde: “Advogo”. Em nenhum momento, ela fala “ah, eu tô lutando por isso…”.
Essa mulher surpreende hoje, quando todo mundo se vende no Instagram. Somos garotos propaganda de nós mesmos. O importante para ela era a causa, não o reconhecimento. Esse filme apresenta o Brasil uma grande brasileira, que a gente não conhecia.
E é uma coisa de mulher que age na sombra. Eunice agiu na sombra. Foi preciso que o filho, adulto, escrevesse um livro que diz: “Caramba, a heroína da minha família era minha mãe”. Com o mesmo processo de não vitimização que lutou para que a família não tivesse com o Rubens, ela criou o Marcelo (que sofreu um acidente e ficou tetraplégico). É assombroso que ele tenha tido esse acidente e ele não seja o acidente, ele é o Marcelo.
‘Sou orgulhosa de ter vingado para as novas gerações em forma de meme’
Então, chega esse momento em que você e sua mãe, Fernanda Montenegro, dividem o mesmo papel. E num filme do Walter, com quem você fez “Terra Estrangeira”, e ela, “Central do Brasil”, pelo qual foi indicada ao Oscar. É muita emoção?
É lindo, um negócio emocionante essas duas pontas se unirem. Sei o quanto o “Terra…” está na base de formação do Walter para fazer o “Central…”. É uma história pessoal, de uma casa que ele voltou a abrir. Começamos a fazer esse filme refazendo as fotos da família. Ele refez aquela casa. Tinha cheiro de casa, de alho na cozinha.
Outro dia, eu estava na maquiando e e aí pulou uma coisa do Jack Nicholson, no Instagram, contando que o (Stanley) Kubrick (cineasta) disse para ele: “Quando quiser fazer a realidade, não deve chegar na realidade. Deve tentar filmar a fotografia da realidade” .
As fotografias daquelas pessoas foram a porta de entrada da gente. É como se fosse um filme de uma memória fotográfica que Walter tem daquele casa na alma dele. Que é também a memória de um país possível que tivemos. Uma vez, (Arnaldo) Jabor (cineasta) me disse: “A gente ia fazer um país incrível…”. Essa geração do Rubens, da minha mãe, dos que viveram o fim dos anos 50 e início dos anos 60, como Lina Bobardi, Oscar Niemeyer, os concretistas, a Bossa Nova… Houve ali um ensaio de Brasil antena do mundo, que é meio essa família.
Não há como não falar da atuação de Fernandona, que faz Eunice no final da vida com Alzheimer…
Mamãe é impressionante, é um negócio, um assombro. Tem dentro dela todos os personagens que fez. Um ator vai acumulando as experiências emotivas que vai tendo. Quando ela compreende o vazio do Alzheimer, ao mesmo tempo, o rosto dela é a reunião de todos os personagens que a gente já viu ela fazer. Imaginar que aquela pessoa tão cheia de mundos está vazia é um choque.
O filme tem o tempo todo a mistura entre ator e personagem. Walter filmou em ordem cronológica. Quando Selton vai embora, sinto que foi embora da minha vida (risos). O dia que fecharam aquela casa, senti aquilo. Quando fui tirada daquela Urca idílica (onde a casa é recriada) e fui para lugar horrível fazer as duas semanas da prisão no filme, bateu em mim.
Esse paralelo entre a experiência do ator e do filme, Walter lutou o tempo todo para ter. E acho que está no rosto da mamãe nesse final do filme. A gente vê a mamãe vazia. Isso é chocante. Não só pela Eunice, mas pela gente, que já a viu em tanto lugar.
Você já tinha virado memes com Vani (de “Os normais”) e Fátima (de “Tapas & beijos”) mas agora, com o buzz do filme, veio uma enxurrada. Como tem sido se rever em tantas situações e épocas da vida?
Não dá para acreditar. Outro dia, mostrei para a galera que está lançando o filme aqui fora, eu dançando “Eguinha pocotó” para o Selton (numa cena de “os normais”). É um meme maravilhoso que diz: “Esses são os nossos representantes do Oscar”. Eles não acreditavam, não tinham ideia do que era. Vi um outro em que falo para o Jô Soares como escovo os dentes.
Acho meme e figurinha uma coisa extraordinária, uma linguagem de comunicação superior. Sou muito orgulhosa de ter vingado para as novas gerações em forma de meme.
Figurinha, então, é o auge. Tenho muito apreço por quem me dá uma figurinha boa. Aquilo diz tudo.
Numa entrevista que ressuscitaram, você, aos 30 e poucos anos, diz Bruna Lombardi que seu maior medo é perder o interesse pela vida. Aos 59, ele permanece o mesmo?
Gente, tem que ter muito cuidado com essas respostas filosóficas… elas ficam no ar, né? (risos). Mas acho que sim. Que isso é para sempre e que vai ficando cada vez mais forte. Envelhecer, não importa a idade, é quando você perde o interesse pela vida, quando acha que não tem mais saída, não tem mais interesse. Continuo batalhando forte para não perder. Se perde, é pior.
Obrigada pelo seu tempo, Fernanda…
Ah, só queria dizer uma coisa… Vão ao cinema! É um filme que vale a pena ver grande com todo mundo.
Para além da história é um filme feito com alto rigor estético, é de uma beleza que merece ser vista na tela grande, né? Esse é seu maior desejo com ele, levar as pessoas ao cinema?
Seria o maior prêmio. Walter é fiel ao cinema, o filme é feito em 35 milímetros. Vale ter essa experiência. Experimentei isso com teatro, que morre e volta. As pessoas voltaram para o teatro. Tenho visto filmes no meio de plateias, algo que não fazia há um tempo. A reação do público é uma experiência tridimensional de cinema. Esse é um filme que as pessoas estão com curiosidade para ver e tem a chance. E quem não for, não vai ter assunto no bar, né? Então, é melhor ir para não boiar na hora do papo nem ser assolado por spoiler.
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